A jaqueta conta a estória. Na frente da capa do álbum
“Sofrito” do conguero cubano Mongo Santamaria, nós vemos uma tigela gigante com
louça principal, cheia de tomate picado, pimentas, laranjas muitos ingredientes
para um inventário, tudo misturado, fresco e cru e pronto para ser identificado
pelo seu paladar.
O verso da capa mostra o próprio Santamaria animadamente
sobre ingredientes citados pré-preparados, excitado para transformá-los em sofrito
(NT: é um refogado de
origem espanhola que é composto de uma diversa variedade de temperos)
ou a espera de quem o faça. Então, diretamente abaixo disto, a lista do pessoal
torna claro a razão do nome do álbum ser apto: é tão longo quanto a receita. O
líder tem 17 músicos neste álbum com nove faixas, tocando dezenas e dezenas de
instrumentos tocando dezenas e dezenas de instrumentos. É um tributo a
Santamaria, o produtor Marty Sheller e o arranjador Armen Donelian foram
capazes de agitar tudo isto em um todo aparentemente sem esforço e coerente.
A nova Craft Recordings, a gravação auto-colante
conta o resto da estória. Este é a “primeira reedição em vinil de um clássico
do jazz Afro-Latino”, que este fora do mercado desde 1976. O momento é
perfeito. O falecido Santamaria está fresco no espetáculo para espetáculo no Harlem
Cultural Festival, em 1969, capturado no documentário Summer of Soul
em Questlove, que venceu o Oscar de Melhor Documentário em 2022.
Amoldado nas nove faixas, fica claro porque valeu a pena
desenterrar isto. A abertura “Iberia” inicia com o som do vento soprando antes
de passar para um balanço bem arranjado e não abarrotado. Logo à saída, fala a
natureza do jazz latino, na qual os solistas saltam para dentro e para fora da
canção, em vez de esperar educadamente medida após medida. Na agradavelmente
discreta “Cruzan”, sintetizadores flutuam, imediatamente estabelecendo uma cama
para um ponderado solo de saxofone entrega um reflexivo solo de piano elétrico.
“Spring Song”, com a sua sensação de linha de cruzeiro, serve como uma elegante
vitrine para Mike “Coco” DiMartino no trompete e flugelhorn. A sublime faixa
título inicia com um solo de piano imponente antes de ser assumida pelo “coro”,
o coral de Santamaria formado por Marcelino Guerra, Marcelino Valdez e Mario
Munez, que corajosamente através da flauta de Gonzolo Fernandez encerra o lado A.
A virada, “O Mi Shango”, inicia o lado B, apropriadamente, com
um trabalho nas congas de Santamaria antes de passar para uma vibração funkeada
e colocar tudo no bolso para exibir vocais em chamados e respostas. A coisa
explode por completo e, então, abruptamente para.
Em contraste, “Five On The Color Side” — com sua mistura de
percussão afiada, sintetizadores e um trompete firmemente alinhado com o vocal
de Edna Holt — flutua como uma brisa antes de explorar um balanço mais sombrio.
Não deveria ser surpresa que as coisas deveriam ser mais
funkeadas aqui, quando o toque do renomado baterista Bernard Purdie, aparece em
“Secret Admirer”. Porém, Santamaria, ou seus processadores Sheller e Donelian, explode
a ponte de forma inteligente com dois tocadores de bata, os bateristas Julito
Collazo e Angel Maldonado.
“Olive Eye” com seu sentimento de salão de dança e escassa
quantidade de solo, sente-se como uma limpeza de garganta antes de “Princess”, o
encerramento mais perfeito. É uma fusão às mil maravilhas com a mistura de pianos
elétricos e instrumentos de sopro lancinantes, simultaneamente ocupado e
cintilante. E ele adequadamente nos leva a sair com um longo solo de congo de
Santamaria.
Em suma, “Sofrito” é tão delicioso quanto o que se vê. Graças
a Deus , esta gravação está de volta.
Faixas
1 Iberia
2 Cruzan
3 Spring Song
4 Sofrito
5 O Mi Shango
6 Five On The Color Side
7 Secret Admirer
8 Olive Eye
9 Princess
Fonte: Daniel Margolis (DownBeat)
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