Embora tenha feito uma série de gravações de estúdio
notáveis ao longo de uma carreira de quatro décadas, Steve Coleman alcança
alturas criativas no palco. Este terceiro álbum ao vivo em seis anos – após
dois volumes gravados no Village Vanguard – também mostra o valor dos
relacionamentos musicais estabelecidos e nascentes.
O baterista Sean Rickman e o trompetista Jonathan Finlayson
são membros de longa data do Five Elements de Coleman, mas o baixista
Rich Brown é uma chegada recente após a saída de Anthony Tidd. A linguagem da
banda é imediatamente reconhecível, embora o ataque e o tom do novato, que às
vezes são mais leves e elásticos do que os de seu antecessor, sejam notáveis.
Mas a premissa central da composição de Coleman, uma
capacidade de reter um elemento de dança dentro da complexidade cíclica, para entrelaçar
firmemente ritmo e melodia, está intacta e consolidada. Apesar de toda a sua
transformação da complexidade funkeada de James Brown em uma espécie de ziguezague
métrico afro-asiático preciso, Coleman, cuja frase é tão profunda e fluida como
sempre, mostra como os standards, as baladas, são parte integrante de
sua perspectiva criativa.
A versão de ‘Lush Life’ de Billy Strayhorn é algo e tanto
pela forma como o refrão sem acompanhamento do saxofonista captura o cansaço do
mundo na letra antes que a peça se transforme organicamente em um balanço
pesado e firme, que mantem a energia gerada em outras partes. Parafraseando o
título do álbum, há “muitas voltas” nas rodas da mente de Coleman, que mostram
poucos sinais de que vão parar tão cedo.
Faixas
1.Spontaneous
Pi 14:21
2.Spontaneous
One 10:43
3.Spontaneous
All 09:02
4.Mdw
Ntr 05:04
5.Spontaneous
Drum 08:36
6.Multiplicity
Drum 05:50
7.9 to 5
07:52
8.Of
Many Turns 08:01
9.Lush
Life Cadenza / Pi 11:43
10.Spontaneous
One 17:59
11.Mdw
Ntr 07:59
12.Round
Midnight 08:17
13.Pad
Thai / Of Many Turns 16:16
14.Wheel
of Nature / Fire Revisted 13:03
Músicos: Steve Coleman (saxofone alto); Jonathan Finlayson (trompete); Sean Rickman (bateria); Rich Brown (baixo elétrico).
Fonte: Kevin
Le Gendre (JazzWise)
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