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quinta-feira, 16 de outubro de 2025

ERIK PALMBERG – FACES (Prophone Records)

Em 2018, o trompetista sueco Erik Palmberg estourou na cena do jazz com “First Lines (Prophone)”. A explosão é um pouco forte com base no nível de ruído que fez. Porém, talvez seja um eufemismo, considerando o nível de articulação única e pessoal. O quarteto de Palmberg se concentrou principalmente em composições originais dele e as trouxe à vida no que se tornou um som característico. Você sabia que tinha que haver mais por vir. Com certeza, três anos depois veio “In Between (Prophone, 2021)”. O crescimento foi evidente. Mais uma vez, as melodias, em sua maioria originais, eram nítidas e coesas. Palmberg tinha algo a dizer e o fez com entusiasmo.

Isso nos leva ao presente, onde apenas o pianista Anton Dromberg , do grupo original, permanece. Dromberg traz muito em todas as três gravações, mas é sua conexão com Palmberg que se destaca. Este último trabalho, "Faces", é um mergulho mais profundo. O baterista Sebastian Voegler e o baixista Niklas Wennström agora completam o quarteto e fornecem a Palmberg não apenas as habilidades musicais, mas também a compreensão das suas intenções ousadas. Eles costumam se espalhar, o que às vezes dá à gravação uma sensação de ao vivo. Isso também leva a elementos que de outra forma seriam perdidos.

Mais uma vez, Palmberg infunde uma articulação natural em sua música. Embora haja muitas influências, ele não soa exatamente como ninguém. É raro realizar tal feito nesta era, com tantos antecessores do jazz. Ele nos traz ilustrações vívidas, comoventes e sempre com algo a dizer. O expressionismo apresentado neste disco é o que o jazz representa. Qualquer um pode tocar os arranjos. Os poucos selecionados podem se colocar dentro deles. Se há um tema comum em todos os três álbuns de Palmberg, é a estrutura melódica que é então expandida artisticamente e com intensidade. O quarteto vai aonde a música os leva com habilidades de improvisação de elite. Eles tocam uns com os outros suavemente, a serviço da música, não de si mesmos. Dromberg é igualmente hábil em expandir a seção rítmica para um trio ardoroso, assim como em tocar seus próprios solos magistrais, equilibrando as seleções de notas inteligentes de Palmberg. Ainda assim, é como compositor, trompetista e flugelhornista que Palmberg é a chave para o sucesso deste álbum. Ele consegue obter exatamente o que precisa dos seus companheiros de banda. Neste nível de música, isso não é uma conquista fácil. Palmberg então sabe o que fazer com esse trampolim. Ele se destaca pela fluidez e traz sua visão com uma vibração própria e distinta. Esta música é um produto da contribuição de todos os quatro músicos. Claro, são composições de Palmberg, mas parte do sucesso se deve à abertura dele a sugestões. O que é melhor para a música. Os egos foram verificados na porta. Todos abraçaram as melodias à sua maneira, o que levou a uma marinada altamente criativa.

“Faces” é um triunfo do expressionismo jazzístico.

Faixas: Faces; Daybreak; French Flavors; Birch Trees; Hits And Misses; I Remember You; Silver Moon; Views; Moon And Sand.

Músicos: Erik Palmberg (flugelhorn); Anton Dromberg (piano); Sebastian Voegler (bateria); Niklas Wennström (baixo).

Para conhecer um pouco deste trabalho, assistam ao vídeo abaixo:

https://www.youtube.com/watch?v=VzyF_XL9-ek 

Fonte: Jim Worsley (AllAboutJazz)

 

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