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sexta-feira, 10 de maio de 2024

NICOLE ZURAITIS – HOW LONG LOVE BEGINS (Outside in Music)

Amor não é o fraco do coração.  Suas marés são imprevisíveis, vincula almas diferentes, intensificando e refluindo em paralelo para os sentimentos e favorece cada indivíduo que exerce sua atração gravitacional em um romance em evolução.  Musicalmente planejada nestas águas—descrevendo o escopo completo deste mar através da canção— não é uma tarefa simples. No entanto, alguns talentos supremos, como estes, fazem acontecer e parecer fácil. Nicole Zuraitis—uma compositora de primeira classe, poderosa vocalista e pianista classe A—prova ser uma especialista cartógrafa, mapeando cada detalhe, gráfico, nuance e sombreando emoção circundando o arco de um relacionamento. 

Algo de um termo errôneo, “How Love Begins”, detalha tanto a ascensão quanto a queda no desenho. Dividir em duas metades —"Oil" and "Water" confirmando a máxima de que os opostos se atraem —cada porção contém cinco canções que funciona perfeitamente dentro da trajetória temática. Abrindo no calor escaldante do blues de "The Good Ways", que beneficia grandemente o órgão que empurra a temperatura de Maya Kronfeld, Zuraitis diretamente endereça a excitação do início de um caso de amor, quando a polaridade está em jogo.  "Travel" move-se para mais longe, com uma perspectiva com ângulo mais amplo, o notável trabalho de guitarra de Gilad Hekselman, e o vocal aprimorado de Thana Alexa e Julia Adamy, as companheiras de banda da líder. Então, "Reverie" recorre à coleta de informações, com Zuraitis colocando sua própria astuta inclinação—e letras—na criação de Claude Debussy; a despojada "Let Me Love You" surpreende em voz alta sobre onde as coisas verdadeiramente se sustentam, além da animada "Burn", destacando as contribuições do baixista e coprodutor Christian McBride, que sugere o caminho para baixo com intenções verbalizadas de tentar um novo romance. 

Uma poetisa e artista puramente expressiva como nenhuma outra, Zuraitis encontra uma forma para encapsular estes desenvolvimentos incrementados em moda inimitável.  E ela exibe este mesmo perfil, enquanto trabalha em outra direção. O suíngue relaxado de "Two Fish" conduz os ouvidos na segunda metade do programa e dá ao pianista convidado David Cook uma chance para brilhar.  A comovente e inteligente "Well Planned, Well Played" posiciona Zuraitis como contador da verdade e de olhos abertos, colocando tudo para fora lentamente em 6/8 e dando a McBride algum espaço bem merecido. Desencanto e dissolução vêm em "20 Seconds", onde a dinâmica da bateria de Dan Pugach suporta e conduz a montanha-russa emocional acima. Lágrimas junta-se à melancólica "Like Dew", onde Zuraitis negocia com um sério ponto de pressão emocional. Foi quando as coisas chegaram ao fundo do poço para o romance, mas toda esperança não está perdida, claro, como "The Garden" e a faixa bônus "Save It for a Rainy Day" deixam claro. Alcançando um ponto de aceitação, e possuidor de uma expectativa crescente por um novo amor, estes números viram a esquina e detalha como o amor começa...novamente.

Faixas: The Good Ways; Travel; Reverie; Let Me Love You; Burn; Two Fish; Well Planned, Well Played; 20 Seconds; Like Dew; The Garden.

Músicos: Nicole Zuraitis: vocal; Thana Alexa: vocal (2); Julia Adamy: vocal (2); David Cook: piano (5, 6, 8); Christian McBride: baixo; Gilad Hekselman: guitarra; Maya Kronfeld : teclados; Dan Pugach: bateria; Billy Kilson: bateria (3, 5, 6)

Fonte: Dan Bilawsky (AllAboutJazz)

 

 

ANIVERSARIANTES - 10/05

Ahmed Abdullah (1947) - trompetista,

Claudia (1958) – vocalista,

Jim Cavender (1962) - guitarrista,

Jimmy McBride (1991) – baterista,

Jimmy Ponder (1946-2013) – guitarrista,

Lorne Lofsky (1954) – guitarrista ( na foto e vídeo) https://www.youtube.com/watch?v=G3E0Z6_b7ts ,

Maurício Maestro (1949) – baixista, vocalista,violonista,

Mel Lewis (1929-1990) – baterista,

Philip Harper (1965) – trompetista,

Jimmy Macbride (1991) – baterista,

Tom Smith (1957) – trombonista,

Torbjörn Zetterberg (1976) -baixista

 

quinta-feira, 9 de maio de 2024

PERELMAN / SHIPP / COSGROVE - LIVE IN CARRBORO (Soul City Sounds)

É raro que tenhamos uma gravação ao vivo do saxofonista Ivo Perelman e o pianista Matthew Shipp. Dos seus mais de 40 discos, a maioria são de produções em estúdio. Este “Live In Carrboro”, que é de 04 de Novembro de 2022 compartilha a mesma formação de “Live In Baltimore (Leo Records, 2017)” com a adição do baterista Jeff Cosgrove. Recomendado para Perelman por Shipp, Cosgrove é mais que um colorista que um instrumentista free. Ele, anteriormente, lançou um álbum de reinterpretações de Paul Motian e o toque de Motian é definitivamente sentido nesta simples faixa de quarenta e cinco minutos.

Perelman e Shipp sempre atuam sem preparação, anotação ou discussão. Como dois irmãos de mães diferentes, o diálogo contínuo prossegue ostensivamente de onde o par parou em algum outro momento e lugar. Ideias piscam e alternadamente o saxofonista ou o pianista define a orientação. Com a adição de Cosgrove, como com qualquer instrumentista adicional, a questão seria se ele ficaria sobrecarregado pelos seus parceiros ou forçado a acotovelar seu caminho em seu diálogo? Nem é o caso aqui. Cosgrove encontra seu lugar de conforto acentuando seus parceiros com toque dos pratos, pulsação tom-tom e vários matizes e tons. No meio da apresentação, Perelman e Shipp se estabelecem dando o palco para Cosgrove. Ele não impressiona a plateia com agitação, mas a atrai com um solo discreto. Quando o par se rejunta, há um senso de situação e balanço que a música encontra com este triângulo sonoro.

Faixa: Live In Carrboro.

Músicos: Ivo Perelman: saxofone tenor; Matthew Shipp: piano; Jeff Cosgrove: bateria.

Fonte: Mark Corroto (AllAboutJazz)

 

ANIVERSARIANTES - 09/05

Andrea Motis (1995) – trompetista,vocalista,

Anthony Wilson (1968) – guitarrista (na foto e vídeo) http://www.youtube.com/watch?v=rYbghrT-2mc,

Dennis Chambers (1959) – baterista,

Dick Morrissey (1940-2000) – saxofonista,

Joe Davidian (1981) – pianista,

Jon Notar (1986) – pianista,

Ron Miles (1963) – trompetista,

Tania Maria (1948) - vocalista 

quarta-feira, 8 de maio de 2024

BILL MAYS - AUTUMN SERENADE (Sunnyside Records)

Outono é um tempo especial do ano. As vibrações descontraídas do verão desaceleram a um ritmo meditativo, permitindo que a cura e o reagrupamento comecem. Para o pianista Bill Mays, o outono dá-lhe um sentimento do renascimento junto com tempo para introspecção e reflexão. Mays dedicou sua nova gravação emocionada, “Autumn Serenade”, para a estação.

Mays há muito tempo é considerado um músico dos músicos entre os conhecedores do jazz. Por 15 anos, ele trabalhou em estúdios de Hollywood e conduzindo músicos da West Coast, desde Frank Sinatra a Frank Zappa. Mays mudou--se para a East Coast em 1984 para focar no jazz, vindo a fixar residência na cena de Nova York, incluindo longos períodos com Gerry Mulligan e Phil Woods.

O trio tem sido o conjunto preferido de Mays por muitos anos. Ele apresentou três álbuns pela Palmetto com o baixista Martin Wind e o baterista Matt Wilson. Posteriormente, Mays estabeleceu o intrigante Inventions Trio com o trompetista Marvin Stamm e o cellista Alisa Horn. Para sua 40a. gravação como líder, Mays recrutou dois músicos com os quais ele compartilhou mais de 35 anos de experiência musical: o baixista Dean Johnson e o baterista Ron Vincent.

Mays no trio: “Nós temos uma real conexão espiritual, nascida de variadas situações musicais e amizade fora do palco. Eles estiveram lá comigo, quando eu estava passando por momentos sombrios. Eu valorizo a profunda musicalidade deles, atenção aos detalhes, perfeição técnica e habilidade, não apenas para tocar seus instrumentos, mas para colorir e coarranjar comigo e ajudar a modelar a direção de cada peça”.

Durante a pandemia, Mays compôs um pouco de música e estendeu a mão para Johnson e Vincent, reacendendo sua centelha criativa e promovendo seu relacionamento. Mays começou a considerar a gravação de um álbum com peças sobre o Outono. O vasto repositório dos standards do jazz contém uma multiplicidade de canções que foca na estação e Mays e seu  trio criou uma lista mestra para selecionar.

O pianista foi um acompanhante regular para muitos bem conhecidos vocalistas, uma busca que ele desfrutou imensamente. Em uma sessão de Morgana King, Mays esteve ensinando a amada cantora o verso de uma música, cantando para ela. Ela insistiu que ele se unisse a ela na canção e esta veio a ser sua estreia no vocal. Encorajado ainda mais por amigos como Jimmy Rowles, Red Mitchell e Bob Dorough, Mays continuou para construir suas habilidades vocais. Ele inclui um número de peças vocais entre seu repertório, incluindo duas “Autumn Serenade”.

Uma vez que o trio de Mays decidiu o programa, eles foram para estúdio Maggie’s Farm de Matt Balitsaris em Julho de 2022.

O programa inicia com uma tomada introspectiva em “Autumn Serenade” de Sammy Gallop e Peter De Rose. A abertura, peça mística foi tornada famosa por John Coltrane e Johnny Hartman em gravação icônica. Na brilhantemente suingante “Autumn with Vivaldi”, Mays incorpora um tema melódico do lendário compositor das Quatro Estações e adiciona uma ponte. “Fall” de Wayne Shorter foi por longo tempo uma das favoritas de Mays, e aqui seu trio interpreta a peça de forma natural e conversacional. “Lullaby of the Leaves” de Bernice Petkere foi uma favorita perene de Jimmy Rowles. Mays e companhia dá à peça uma repaginação divertida.

“Still Life”de Mays é uma maravilhosa balada que foi inspirada por uma das pinturas da aquarela da sua esposa. Mays apresenta sua voz musical e seu impecável fraseado na versão solo de “’Tis Autumn” de Henry Nemo. “Early Autumn” de Ralph Burns e Woody Herman é uma ode dinâmica e majestosa em tempo médio com a bateria firme de Vincent. May segue duas diferentes músicas de Bob James e do compositor Josef Myrow com o mesmo nome em “Autumn Nocturne”. O programa conclui com um medley de “Autumn” de David Shire e Richard Maltby e “When October Goes” de Barry Manilow e Johnny Mercer, a primeira apresentando vocais de Judy Kirtley , Mays e Kirtley nesta última com sua própria orquestração digital e a bossa de Balitsaris injetada pela guitarra.

Pensamentos de outono geralmente imaginam a mudança de folhas, temperaturas mais frescas e um silêncio reflexivo. A música que Bill Mays e seu trio compilou para “Autumn Serenade” prova ser uma perfeita trilha sonora para esta estação contemplativa.

Faixas: Autumn Serenade; Autumn With Vivaldi; Fall; Lullaby Of The Leaves; Still Life; 'Tis Autumn; Early Autumn; Autumn Nocturne / Autumn Nocturne; Autumn / When October Goes.

Músicos: Bill Mays (piano); Dean Johnson (baixo); Ron Vincent (bateria); Judy Kirtley (vocal);Matt Balitsaris (guitarra).

Para conhecer um pouco deste trabalho, assistam ao vídeo abaixo:

https://www.youtube.com/watch?v=ij68OjZdzgk

Fonte: Dan Bilawsky (AllAboutJazz)

 

ANIVERSARIANTES - 08/05

Billy Blanco (1924) – violonista,vocalista,compositor,

Billy Childs (1957) – pianista,

Carlos Ezequiel (1975) – baterista (na foto e vídeo) http://www.youtube.com/watch?v=T7nVouRRHk0,

Jon-Erik kellso(1964) – trompetista,

Jon Regen (1975) – pianista,vocalista,

Jon-Erik Kellso (1964) – trompetista,

Keith Jarrett (1945) - pianista,

Mary Lou Williams (1910-1981) – pianista,

Red Nichols (1905-1965) - trompetista,cornetista,

Robert Johnson (1911-1938) – guitarrista,vocalista 

 

terça-feira, 7 de maio de 2024

PHILIPPE COTE / FRANÇOIS BOURASSA – CONFLUENCE (Odd Sound Records)

“Confluence”, em sua superfície, pode parecer uma pequena obra de arte. É a justaposição de dois instrumentos—saxofone e piano—que trançam sons juntos no que parece um modo improvisado. Francois Bourassa permanece ao piano. A disposição dos instrumentos nos arranjos de Philippe Cote alterna entre saxofones tenor e soprano, piano e piano preparado. Porém, o limite da instrumentação, nas mãos destes artistas residentes em Montreal, contem profundidades misteriosas— redemoinhos intrincados de lodo aparecendo abaixo da superfície da água cristalina. Influências da música clássica moderna emergem.

As cinco partes de "Confluence Suite", compostas por Cote, servem como peça central. Todas as possibilidades instrumentais são visitadas — dois pianos, saxofones soprano e tenor e piano preparado. É sobre água. "The Forks" homenageia Fork in Winnipeg, o local de encontro de dois rios. "When Blue Meets White" faz da junção do Nilos azuis e brancos. "Ganges: Purification" homenageia a prática do banho ritual da India.

"Tour 1" de Bourassa inicia o álbum. "Tour 2" o encerra. Ambas exibem a influência clássica moderna do compositor.

A música exibe beleza assombrosa e eloquência moderada, pleno de caleidoscópios líquidos em um limitado arco de cor—marrom, azul e verde. As músicas são melodicamente maleáveis, magicamente subestimada e profundamente prospectiva. A adição de piano preparado em "Muted Song ", Confluence" e "On Duty"' adiciona uma exótica e espalmada marimba com toque percussivo nos procedimentos, enquanto "Chire" é, por seu turno, divertida e séria, apresentando o sax soprano e piano em um aceno para um compositor minimalista Steve Reich. "Hushed Song" de Cote é outra meditação com sax tenor /piano que funciona como uma declaração de majestade minimalista.

“Confluence” prova que não é um trabalho menor, mas sim um dos principais, uma estória profunda contada em uma despretensiosa e bela forma.

Faixas: Tour 1; 1190 Chemin de las Montagne; Muted Song; Confluence Suite (The Forks; When Blue Meets White; Ganges--Purification; Rideau Falls; Archipel d'Hochelaga) Chire; Truc; On Duty; Hushed Song; Tour 2.

Músicos: Philippe Cote (compositor / maestro); Francois Bourassa (piano).

Fonte: Dan McClenaghan (AllAboutJazz)