playlist Music

domingo, 9 de janeiro de 2011

LEW SOLOFF AND THE HARMONIE ENSEMBLE NEW YORK – SKETCHES OF SPAIN ( Sheffield Labs [2010])



O trompetista Lew Soloff e a Harmonie Ensemble New York, conduzida por Steve Richman, apresenta sua versão de Sketches Of Spain após 50 anos da gravação original de Miles Davis pela Columbia . A versão de 1960 é considerada como clássica por muitos , mas Soloff e Richman produziram um meritório sucessor.

Algo diferente?. Uma resposta : não muito. Soloff não oferece nenhuma reavaliação radical do trabalho clássico. O álbum permanece fiel ao original de Davis : cinco músicas, cada uma com poucos segundos das versões de Davis sem nenhuma faixa adicional. Os arranjos são de Gil Evans e muitos solos de Davis são equiparados. Mas há uma diferença, a segurança que Soloff e Richman criaram um grande disco.

A diferença tem duas dobras : uma moderna tecnologia e o próprio Soloff. A tecnologia do século XXI dá ao novo álbum uma grande clareza, a seção de metais tem uma sonoridade um pouco mais brilhante, e uma separação melhor capaz de possibilitar que cada instrumento seja ouvida mais distintivamente. O resultado é uma gravação de alta qualidade e um ambiente acústico ideal para o solista.


O novaiorquino Soloff estudou na Julliard School, e obteve notoriedade no final dos anos 60 com o grupo Blood, Sweat and Tears. As ligação com Davis e Evans é direta: ele tocou com Davis e foi membro da Gil Evans Orchestra. O toque de Soloff é uniformemente firme , seguro, preciso, mas emocionalmente envolvente. Às vezes a semelhança com Davis é extremamene próxima, mas em toda parte seu som soa distinto: um pouco mais anguloso que Davis e um pouco mais enfático.

Enquanto este seja um álbum indubitavelmente de Soloff, a Harmonie Ensemble New York dá-lhe alto suporte de qualidade sob a direção de Richman. "Concierto de Aranjuez" de Joaquin Rodrigo é a peça central do disco —uma ampla, cinemática e melancólica composição. Soloff captura o sentimento de melancolia da composição com grande delicadeza e a própria Harmonie Ensemble é belamente solidária. "Will O' The Wisp" de Manuel de Falla apresenta Soloff atuando nos registros altos com grande efeito, com os metais da Harmonie Ensemble adicionando impacto à música.

As três composições de Evans são também comoventes, seguras , afirmativas. "The Pan Piper" é a mais efetiva . Soloff e a seção de metais da banda se entrelaçam para criar uma suave e melódica parceria, enquanto o baixista Francois Moutin e o baterista Jim Musto suportam a melodia com uma pegada balançada. "Saeta" e "Solea" apresentam excepcional atuação da banda, entretanto os arranjos tem momentos onde o drama se aproxima do melodrama.

A capa do álbum tem uma nominação de Davis e Evans acima do título: os nomes de Soloff e Richman estão na metade mais baixa da imagem, quase como se fosse uma intencionalidade de fazer potenciais compradores pensar que que é uma reedição do original. É uma manobra desnecessária. Este trabalho tem arranjos de qualidade, grandes músicos, soberba qualidade sonora e Soloff, como um fantástico solista. Por qualquer parâmetro, este é disco da mais alta qualidade.

Faixas: Concierto de Aranjuez; Will O' The Wisp; The Pan Piper; Saeta; Solea.

Músicos. The Harmonie Ensemble New York; Steve Richman: maestro; Dominic Derasse: trompete; Kenny Rampton: trompete; Joe Giorgianni: trompete; Marc Osterer: trompete; Mike Seltzer: trombone; Earl McIntyre: trombone; R. J. Kelley: French horn; Doug Lyons: French horn; Vincent Chancey: French horn; Marcus Rojas: tuba; Ed Joffe: palhetas; Ralph Olsen: palhetas; Rick Heckman: palhetas; Charles Pillow: palhetas Ron Jannelli: palhetas; Stacey Shames: harpa; Francois Moutin: baixo; Jim Musto: bateria; Jon Haas: percussão; Erik Charlston: percussão.


Fonte : All About Jazz / Bruce Lindsay




5 comentários:

MARIO JORGE JACQUES disse...

Meu caro Edson, sou daqueles que não gosta do Miles como trompetista,acho muitíssimo fraco e chato jazzísticamente. Seu mérito foi sempre se cercar de grandes músicos e solistas, seus combos de modo geral são fantásticos, claro antes de enlouquecer de vez e criar fusion e outras sandices. Não ouvi este trabalho do Soloff mas com certeza é muito superior ao do Miles. Mas gosto é gosto, porém se comparar o trompete de Miles, com Clifford, Navarro, Howard, Dizzy e outros da mesma época vemos que está muitos furos abaixo.
Um abraço
Mario Jorge

MARIO JORGE JACQUES disse...

Meu caro Edson, sou daqueles que não gosta do Miles como trompetista,acho muitíssimo fraco e chato jazzísticamente. Seu mérito foi sempre se cercar de grandes músicos e solistas, seus combos de modo geral são fantásticos, claro antes de enlouquecer de vez e criar fusion e outras sandices. Não ouvi este trabalho do Soloff mas com certeza é muito superior ao do Miles. Mas gosto é gosto, porém se comparar o trompete de Miles, com Clifford, Navarro, Howard, Dizzy e outros da mesma época vemos que está muitos furos abaixo.
Um abraço
Mario Jorge

Edson Santos disse...

Mário Jorge,

Gosto do Miles dos anos 50. Meus trompetistas preferidos das décadas de 50 a 70 são Lee Morgan, Clifford Brown, Freddie Hubbard Woody Shaw e Art Farmer.

MARIO JORGE JACQUES disse...

Perfeito e concordo com você são excelentes músicos, mas o Miles de 50 ainda era razoável, naturalmente depois foi se consumindo com as drogas. Um abraço
Mario Jorge

Anônimo disse...

This is such a great resource that you are providing and you give it away for free. I enjoy seeing websites that understand the value of providing a prime resource for free. I truly loved reading your post. Thanks!