O trompetista Lew Soloff e a Harmonie Ensemble New York, conduzida por Steve Richman, apresenta sua versão de Sketches Of Spain após 50 anos da gravação original de Miles Davis pela Columbia . A versão de 1960 é considerada como clássica por muitos , mas Soloff e Richman produziram um meritório sucessor.
Algo diferente?. Uma resposta : não muito. Soloff não oferece nenhuma reavaliação radical do trabalho clássico. O álbum permanece fiel ao original de Davis : cinco músicas, cada uma com poucos segundos das versões de Davis sem nenhuma faixa adicional. Os arranjos são de Gil Evans e muitos solos de Davis são equiparados. Mas há uma diferença, a segurança que Soloff e Richman criaram um grande disco.
A diferença tem duas dobras : uma moderna tecnologia e o próprio Soloff. A tecnologia do século XXI dá ao novo álbum uma grande clareza, a seção de metais tem uma sonoridade um pouco mais brilhante, e uma separação melhor capaz de possibilitar que cada instrumento seja ouvida mais distintivamente. O resultado é uma gravação de alta qualidade e um ambiente acústico ideal para o solista.
O novaiorquino Soloff estudou na Julliard School, e obteve notoriedade no final dos anos 60 com o grupo Blood, Sweat and Tears. As ligação com Davis e Evans é direta: ele tocou com Davis e foi membro da Gil Evans Orchestra. O toque de Soloff é uniformemente firme , seguro, preciso, mas emocionalmente envolvente. Às vezes a semelhança com Davis é extremamene próxima, mas em toda parte seu som soa distinto: um pouco mais anguloso que Davis e um pouco mais enfático.
Enquanto este seja um álbum indubitavelmente de Soloff, a Harmonie Ensemble New York dá-lhe alto suporte de qualidade sob a direção de Richman. "Concierto de Aranjuez" de Joaquin Rodrigo é a peça central do disco —uma ampla, cinemática e melancólica composição. Soloff captura o sentimento de melancolia da composição com grande delicadeza e a própria Harmonie Ensemble é belamente solidária. "Will O' The Wisp" de Manuel de Falla apresenta Soloff atuando nos registros altos com grande efeito, com os metais da Harmonie Ensemble adicionando impacto à música.
As três composições de Evans são também comoventes, seguras , afirmativas. "The Pan Piper" é a mais efetiva . Soloff e a seção de metais da banda se entrelaçam para criar uma suave e melódica parceria, enquanto o baixista Francois Moutin e o baterista Jim Musto suportam a melodia com uma pegada balançada. "Saeta" e "Solea" apresentam excepcional atuação da banda, entretanto os arranjos tem momentos onde o drama se aproxima do melodrama.
A capa do álbum tem uma nominação de Davis e Evans acima do título: os nomes de Soloff e Richman estão na metade mais baixa da imagem, quase como se fosse uma intencionalidade de fazer potenciais compradores pensar que que é uma reedição do original. É uma manobra desnecessária. Este trabalho tem arranjos de qualidade, grandes músicos, soberba qualidade sonora e Soloff, como um fantástico solista. Por qualquer parâmetro, este é disco da mais alta qualidade.
Faixas: Concierto de Aranjuez; Will O' The Wisp; The Pan Piper; Saeta; Solea.
Músicos. The Harmonie Ensemble New York; Steve Richman: maestro; Dominic Derasse: trompete; Kenny Rampton: trompete; Joe Giorgianni: trompete; Marc Osterer: trompete; Mike Seltzer: trombone; Earl McIntyre: trombone; R. J. Kelley: French horn; Doug Lyons: French horn; Vincent Chancey: French horn; Marcus Rojas: tuba; Ed Joffe: palhetas; Ralph Olsen: palhetas; Rick Heckman: palhetas; Charles Pillow: palhetas Ron Jannelli: palhetas; Stacey Shames: harpa; Francois Moutin: baixo; Jim Musto: bateria; Jon Haas: percussão; Erik Charlston: percussão.
Fonte : All About Jazz / Bruce Lindsay
5 comentários:
Meu caro Edson, sou daqueles que não gosta do Miles como trompetista,acho muitíssimo fraco e chato jazzísticamente. Seu mérito foi sempre se cercar de grandes músicos e solistas, seus combos de modo geral são fantásticos, claro antes de enlouquecer de vez e criar fusion e outras sandices. Não ouvi este trabalho do Soloff mas com certeza é muito superior ao do Miles. Mas gosto é gosto, porém se comparar o trompete de Miles, com Clifford, Navarro, Howard, Dizzy e outros da mesma época vemos que está muitos furos abaixo.
Um abraço
Mario Jorge
Meu caro Edson, sou daqueles que não gosta do Miles como trompetista,acho muitíssimo fraco e chato jazzísticamente. Seu mérito foi sempre se cercar de grandes músicos e solistas, seus combos de modo geral são fantásticos, claro antes de enlouquecer de vez e criar fusion e outras sandices. Não ouvi este trabalho do Soloff mas com certeza é muito superior ao do Miles. Mas gosto é gosto, porém se comparar o trompete de Miles, com Clifford, Navarro, Howard, Dizzy e outros da mesma época vemos que está muitos furos abaixo.
Um abraço
Mario Jorge
Mário Jorge,
Gosto do Miles dos anos 50. Meus trompetistas preferidos das décadas de 50 a 70 são Lee Morgan, Clifford Brown, Freddie Hubbard Woody Shaw e Art Farmer.
Perfeito e concordo com você são excelentes músicos, mas o Miles de 50 ainda era razoável, naturalmente depois foi se consumindo com as drogas. Um abraço
Mario Jorge
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