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terça-feira, 30 de junho de 2015

ARMEN DONELIAN – SAYAT – NOVA : SONGS OF MY ANCESTORS (Sunnyside)

Armen Donelian  é um pianista solidamente premiado. Há uma graciosa convicção e caráter em sua abordagem, que tem raízes iguais no jazz, clássico e música folk. Em  “Sayat-Nova: Songs Of My Ancestors”, Donelian , facilmente,  entrelaça as três enquanto mergulha na música de sua ancestral Armênia. As canções do músico armênio  Sayat-Nova (1712–95) têm sido passadas de mão em mão , geração após geração. Donelian cresceu ouvindo esta música, e em seu novo CD duplo, ele atualiza o trabalho do poeta compositor com uma sensibilidade jazzística e resplendor clássico para criar um prazer sonoro bastante moderno. No primeiro disco, Donelian atua em performance solo, demonstrando um domínio sobre o piano que poucos , atualmente, podem igualar. Ele esbanja lirismo em “Where Do You Come From, Wandering Nightingale? / Oosdi Goukas Gharib Blbool”. Ele engenhosamente  estende o domínio do folk e clássico em “Surely, You Don’t Say That You Also Cry? / Ches Asoum Te Latz-es Eli”. Ele desliza como felino na tristeza de “With The Nightingale You Also Cry / Blbooli-Hit Latz-es Eli”. Ele machuca com amor e sofisticação nos oitos minutos da faixa “Were I Offered Your Weight In Pearls / Tekouz Koo Kashn Markrit Tan”. Para o segundo disco, Donelian adiciona o baixista David Clark e o baterista George Schuller às festividades. Em  “King Of Cathay / Shahkhatayee” , o trio desliza através das areias com Clark e Schuller mantendo uma contagiante e trotante batida , que combinou com os compactos ataques de Donelian. Outra música adorável, “Your Headdress Is Silver And Silk / Tasdamazt Sim Oo Sharbab”, inicia com Donelian estabelecendo a melodia solo e então Clark adiciona sutil trabalho de arco. Quando Schuller chega, a canção decola para um belo passeio. “As Long As I Draw Breath / Kani Vor Jan Eem”, o número de encerramento, arrasta as mais profundas emoções e então explode em um sonho improvisacional. O trio está fechado, predisposto e vigoroso. O que é bem interessante sobre este programa composto por 14 músicas é que as melodias parecem familiares ainda que em posição intricada. Em um nível , Donelian está reforçando a importância de Sayat-Nova como compositor. Porém o processo de trazer estas canções para a frente e para o centro, permite ao pianista encontrar nova inspiração no antiquado. É uma poderosa mistura.

                 Faixas

1. Where Do You Come From, Wandering Nightingale? / Oosdi Goukas Gharib Bibool 06:01
2. I Have Traveled The Whole World Over / Tamam Ashkhar Bdood Eka 05:32
3. Without You, What Will I Do? / Arantz Kez Eench Goneem 06:08
4. Surely, You Don't Say That You Also Cry? / Ches Asoum Te Latz-es Eli 04:13
5.I'll Never Know Your True Worth / Hees KooGheemetn Cheem Geetee 06:43
6. I Call Lalanin / Hees Ganchoom Eem Lalaneen 03:56
7. Praised Among All Instruments / Amen Sazi Mechn Govats (Kamanche) 06:46
8. With The Nightingale You Also Cry / Blbooli Hit Latz-es Eli 07:26
9. Were I Offered Your Weight In Pearls / Tekouz Koo Kashn Markrit Tan 08:09
10. King Of Cathay / Shahkhatayee 05:57
11. Your Headdress Is Silver And Silk / Tasdamazt Sim Oo Sharbab 08:15
12. My Sweet Harp / Eem Anoush Davigh 11:44
13. You Are Golden And Exotic Brocade / Tipa Oo Yenkitoonia 06:05
14. As Long As I Draw Breath / Kani Vor Jan Eem 11:31


Fonte : Frank Alkyer (DownBeat)

ANIVERSARIANTES - 30/06

Andrew Hill (1937-2007) - pianista,
Jasper van't Hof (1947) - tecladista,
Lena Horne (1917-2010) – vocalista (na foto e vídeo) http://www.youtube.com/watch?v=EMf0Z7EPdLo,
Rick Frank (1958) – baterista,

Stanley Clarke (1951) – baixista,
Wallace Davenport (1925-2004) - trompetista

segunda-feira, 29 de junho de 2015

BRIAN LYNCH AND EMMET COHEN – QUESTIONED ANSWER (Holistic MusicWorks)

Brian Lynch encontrou  Emmet Cohen em 2011 quando ele começou ensinando na Frost School of Music na Universidade de Miami, onde Cohen era estudante. Três faixas neste álbum, todos standards, são duos de  trompete/piano . Seis faixas , todas inéditas, adicionam Boris Kozlov no baixo e Billy Hart na bateria.

Lynch faz parte da elite dos trompetistas. Da peça de abertura do quarteto, a sua “Cambios”, ele te lembra sobre a razão da cavalaria utilizar corneteiros para anunciar o ataque. Seus anúncios de comando fluem dentro de conceitos complicados, que ele executa com clareza e precisão. Diferente de muitos praticantes do seu instrumento, ele raramente soa técnico.    Suas aventuras têm uma acuidade de urgência pessoal. Considerado como um recital de trompete, “Questioned Answer”, é um documento substancial.

 Porém, a surpresa aqui é Cohen. Quando veteranos estabelecidos fazem gravações com seus estudantes , eles geralmente estão fazendo favores. Não desta vez.  Pegue “How Deep Is the Ocean”. Lynch envolve a melodia em um esboço à mão livre. Então Cohen decola, explodindo com novas ideias sobre uma velha canção de Irving Berlin. Seu solo é composto de múltiplas linhas de pensamentos sustentadas simultaneamente. Uma porção de jovens pianistas têm proficiência e energia, mas Cohen também tem um instinto para formas estéticas significativas. Seu  fraseado e resoluções harmônicas são necessárias para um completo projeto. 
   
O tema estabelecido tende a ser livre com os fatos, na base do toma lá dá cá, Cohen emparelha com seu professor , impulso a impulso. Cohen instiga a banda com estocadas e provocativos convites. Seu solo em “Distant Hallow” apresenta muitas surpreendentes voltas tal como Lynch toca. Em “Buddy”, o solo contorcido e vívido de Lynch não é fácil para um jovem instrumentista seguir. Cohen encaixa sua réplica dentro dos pratos surrados de Hart. Ele soa destemido.  Seria prazeroso observar seu futuro promissor.

Faixas: Cambios; Dark Passenger; How Deep Is The Ocean; Buddy; Distant Hallow; I Wish I Knew; Petty Theft; Just In Time; Questioned Answer.

Músicos: Brian Lynch: trompete; Emmet Cohen: piano; Boris Kozlov: baixo; Billy Hart: bateria.


Fonte : Thomas Conrad (JazzTimes)

ANIVERSARIANTES - 29/06

Hugo Fattoruso(1943) – pianista, acordeonista (na foto e vídeo, http://www.youtube.com/watch?v=elzxnnO1-OI
Julian Priester (1935) – trombonista,
Mousie Alexander (1922-1988) - baterista,
Ralph Burns (1922) – líder de orquestra 

domingo, 28 de junho de 2015

FERENC NEMETH/ATTILA LASZLO – BRIDGES OF SOULS

O trabalho do baterista Ferenc Nemeth tem sido sempre o de construir pontes e fazer conexões com um  agrupamento diversos de artistas. Ele conectou estilos e culturas através de seu extenso trabalho com o fenomenal guitarrista da África Ocidental , Lionel Loueke, acompanhando o baixista israelense Omer Avital , o pianista cubano Elio Villafranca  e outros artistas qualificados em gravações em tempos diversos , e construiu um impressivo trabalho sob seu próprio nome , cruzando os caminhos do saxofonista Joshua Redman , do baixista John Patitucci , do pianista Aaron Parks e do saxofonista Mark Turner  no processo. Em “Bridges Of Souls”, ele alarga mais seu círculo de colaboradores, unindo-se a Attila Laszlo, um veterano e estimado guitarrista húngaro  e um par de integrantes do famoso Yellowjackets— o baixista Jimmy Haslip  e o tecladista Russell Ferrante.

A música criada por este quarteto não é fusion em sua forma mais comum, mas é uma fusão de estilos. Quando você ouve o borbulhante solo do baixo de Haslip sobre o celestial teclado de Ferrante, você sabe de onde eles vêm e onde eles gostariam de ir, mas ninguém confundiria esta gravação como uma do Yellowjackets . As superfícies não são macias aqui, e há  elementos mais mundanos no toque desta música. Isto é que é o que os colíderes trazem para este projeto. Laszlo pode apresentá-lo em moda tempestuosa, mas ele é também poético na forma em que colore com sua guitarra. Nemeth, do mesmo modo, sabe quando deve afunilar e tocar suave.

Muito da música passeia no balanço vivo e /ou vislumbra através das caixas acústicas, mas nem todas as coisas caem puramente sob estes generalizados títulos. Dois números vocais — o reggae-soul-gospel-jazz  "Alone" complementado pelo cativante vocal áspero do convidado  Charlie Horvath e  "Little Heart", algo como um jazz modulado na arte da canção escrita e interpretada peala cantora convidada Lara Bello , distinguem-se do resto. Porém, ao final , não é o fluxo firme da batida, a beleza da voz ou o poder do solo que definem este álbum. É a chegada conjunta de diferentes e distintas personalidades para trabalhar através de um final comum que se resume em “Bridges Of Souls”.

Faixas: Bridges Of Souls; Downhill; The Untouchable Number; It's Already That; Sounds Of My Heart; Dance; Alone; Magic City; Little Heart; Creep; Missing You.

Músicos : Ferenc Nemeth: bateria; Attila Laszlo: guitarra; Russell Ferrante: piano, teclados; Jimmy Haslip: baixo.

Gravadora: Dreamers Collective


Fonte : DAN BILAWSKY AllAboutJazz) 

ANIVERSARIANTES - 28/06

Adrian Rollini (1904-1956) - saxofonista,vibrafonista,
Garoto(1915-1955) – violonista,
Jesse Stacken (1978) – pianista,
Jimmy Mundy (1907-1983) - saxofonista,  
John Lee (1952) – baixista,
Pete Candoli (1923 - 2008) – trompetista,

Tierney Sutton (1963) – vocalista (na foto e vídeo) http://www.youtube.com/watch?v=zkqYTgcn5JA 

sábado, 27 de junho de 2015

CHICAGO JAZZ ORCHESTRA WITH CYRILLE AIMÉE – BURSTIN´ OUT (Origin Records)

Se você acompanha as novidades no jazz, você seguramente escutou algo sobre Cyrille Aimée, a cantora francesa que alcançou o topo na competição inaugural da Sarah Vaughan International Jazz Vocal Competition e alcançou o terceiro lugar, em 2010, na Thelonious Monk International Jazz Vocals Competition. Porém , você atualmente tem ouvido Aimée? Desde  2007, ela lançou sete álbuns , incluindo dois com o guitarrista brasileiro Diego Figueiredo, dois com a sua Surreal Band, uma sessão ao vivo no Smalls com Roy Hargrove, e um recente disco de vynil ,no Japão , só com standards. Em um devotado Djangophile, ela também apareceu no ano passado no Hot Club de Detroit’s Junction. Ela está em todo lugar, ainda que encontrar seus CDs permaneça mais difícil do que seria para uma das dinâmicas adições , pós milênio, ao grupo das vocalistas de jazz.

Isto  faz o já impressivo “Burstin’ Out! “ mais vital. Esta dúzia de faixas, gravadas com a Chicago Jazz Orchestra , que atua há 35 anos, é invariavelmente deslumbrante. Você ouvirá traços de  Stacey Kent em Aimée e o senso juvenile de Nikki Yanofsky, tudo suavizado pelo seu vagoroso acento francês. Ainda que  comparações erroneamente sugiram procedências. Ouvir  Aimée serpentar através de  “A Night in Tunisia”, usar o bop através de “Yardbird Suite” , flutuar sobre o arranjo assombroso de Taylor Eigsti para “Easy Living” e navegar em um tratamento solto para “Long as You’re Living”  fará você reconhecê-la como uma brilhante e deleitável  original.

Faixas: What a Little Moonlight Can Do; September In the Rain; A Night In Tunisia; Sometimes I’m Happy; Dindi; Yardbird Suite; Easy Living; Cheek To Cheek; Long As You’re Living; Them There Eyes; I’m Through With Love; It Don’t Mean a Thing (If It Ain’t Got That Swing).

Músicos: Jeff Lindberg:  diretor artístico, maestro; Charley Harrison: diretor artístico associado; Cyrille Aimée: vocal; John Wojciechowski: sax alto, flauta; Bill Overton: sax alto; Scott Burns: sax tenor; Eric Schneider: sax tenor; Jerry DiMuzio: sax barítono, flauta; Danny Barber, Doug Scharf, Marquis Hill, Art Davis, Victor Garcia: trompete, flugelhorn; Scott Bentall, Tom Garling, Kendall Moore, Andy Baker: trombone; Michael Young: trombone baixo; Dan Trudell: piano, Fender Rhodes; Dennis Carroll: baixo; George Fludas: bateria; Charley Harrison: guitarra; Lisha McDuff: flauta; Darlene Drew: flauta; Janice MacDonald: flauta; Lyon Leifer: flauta; Daniel Won: clarinete, clarinete baixo; Jennifer Cappelli, Eugene Pazin: violino, primeiro violino; Bernardo Arias, Karl Davies, Pauli Ewing, Roberta Freier, Katherine Hughes, Whun Kim, Betty Lewis, Carmen Llop Kassinger, James Sanders, Paul Zafer: violino; Patrick Brennan, Matthew Mantell, Cheryl Wilson: viola; Barbara Haffner, William Cernota, Jocelyn Davis-Beck, Edward Moore: violoncello; Robert Kassinger: baixo; Marcia Labella: harpa; Steve Ramsdell: violão; Rubén Alvarez: bongôs, shaker.

Fonte : Christopher Loudon (JazzTimes)



ANIVERSARIANTES 27/06

Bartosz Hadala (1977) – pianista,
Elmo Hope (1923-1967) – pianista (na foto e vídeo) http://www.youtube.com/watch?v=mkp-rGW8LWU
George Braith (1939) - saxofonista,
Johnny Big Moose Walker (1929-1999) – pianista,vocalista
Madeline Eastman (1954) - vocalista 

sexta-feira, 26 de junho de 2015

DAYNA STEPHENS – PEACE (Sunnyside)

Desde a sua estreia como líder em 2007 com “ The Timeless Now”, o saxofonista Dayna Stephens tem se circundado de excepcionais músicos  e seu bom gosto continua em “Peace”, seu quinto álbum. Juntos a Stephens estão o pianista Brad Mehldau, o guitarrista Julian Lage, o baixista Larry Grenadier e o baterista  Eric Harland. Há algo diferente,  entretanto. Considerando que Stephens,  frequentemente,  busca ritmos intricados,  angulosos toques  postbop em seus lançamentos anteriores , “Peace”, como o titulo sugere é uma sessão mais  introspectiva. Consistindo inteiramente em baladas conhecidas, o novo disco  está onde Stephens busca seu repouso.

 Ele arregimentou o grupo ideal para a tarefa. Mehldau e Lage são hábeis baladeiros e graciosos acompanhantes igualmente capazes de  comandar seus tempos com o solista. A faixa título composta por Horace Silver estabelece o tom: Lânguido,  mas entusiasmado, lança-se com o sopro expressivo de Stephens , Mehldau preenchendo os espaços cuidadosamente e Harland escovando moderadamente. Permanece deste jeito por um par de minutos até Mehldau encontrar uma abertura; Stephens, ninguém para estragar o humor, toma a dica  e mantém  a quietude. “Body and Soul”, similarmente, reveza no espaço para criar profundidade emocional; quando os outros deixam Grenadier e Harland para si mesmos, o baixista por um momento parece  tentado a levantar alguma poeira, mas Harland o mantém sob controle.

Enquanto Lage não assume o papel principal tão frequentemente quanto Mehldau ou o líder, o guitarrista faz o máximo em seus momentos. “Zingaro”  de Jobim e na seguinte ,“The Good Life”, as harmonias de Lage brilham  e seu solo em  “Oblivion”  de Astor Piazzolla é um exemplo de perfeição e concisão.

Tão louvável quanto seu time de instrumentistas é, no final das contas Stephens o mantém junto. Fazendo amplo uso do barítono  em várias faixas , ele encontra o lugar onde serenidade, , estado elevado da alma e sinceridade coexistem pacificamente , obtendo  continuamente o modo para expansão de nossa noção do que ele faz e do que ele é.

Faixas: Peace; I Left My Heart in San Francisco; Zingaro; The Good Life; The Duke; Brother (From the Mission); Deborah's Theme (From Once Upon a Time in America); Oblivion; Body & Soul; Two For the Road; Moonglow.


Fonte: Jeff Tamarkin (JazzTimes)

ANIVERSARIANTES - 26/06

Bill Cunliffe (1956) – pianista,
Dave Grusin (1934) – pianista,
Don Lanphere (1928-2003) - saxofonista,
Gilberto Gil(1942) –violonista,vocalista,compositor (na foto e vídeo), http://www.youtube.com/watch?v=PSNlwlfw6DY
Joey Baron (1955) - baterista,
Reggie Workman (1937) - baixista,
Robin Stine (1970) - vocalista 

quinta-feira, 25 de junho de 2015

ANDY BEY – PAGES FROM AN IMAGINARY LIFE (HighNote Records)

O produtor Joe Fields tem sido sempre um fino desenvolvedor de talentos no jazz. Porém, seu maior presente deve ser  modelar o renascimento de carreiras para artistas estabelecidos, ainda que sem muita atividade. Ele fez isto com Mark Murphy nos anos 1970s e 80s, formatando uma cadeia de obras-primas para o seu selo Muse. Nos seus selos Savant  e HighNote , Fields tem feito o mesmo com Mary Stallings, Sheila Jordan, Barbara Morrison e Freddy Cole ( e que são apenas vocalistas).

Tão potencialmente épica como a sua revitalização de Murphy são as suas recentes sessões com Andy Bey. Considerando que o septuagenário vocalista e pianista é melhor em trabalhos minimalistas, o ano passado Fields ajudou-o a modelar o mais fino álbum da carreira de Bey, o estelar lançamento solo “The World According to Andy Bey”. Fields e Bey mantêm a precisão  na fórmula formidável através das 15 faixas.

O repertório está dividido em quatro “páginas”, cada uma traçando um arco romântico ou  filosófico construído em torno de standards acrescido de uma inédita de Bey . A voz de Bey tem reduzido  a pó vulcânico ou , mais acuradamente, a poeira de platina, frase por frase, ele agora acondiciona uma batida emocional triturada rivalizada só por Billie Holiday. Eles  compartilham uma vulnerabilidade incomparavelmente nobre. Nunca “Good Morning Heartache” soou assim esplendidamente desesperada  (ou, ao menos , desde Holiday), nem “My Foolish Heart” ou “Everything I Have Is Yours” mais ternamente feliz. Bravo, também, para Bey por não desenterrar o hino manhoso de sobrevivência de Harold Arlen e Johnny Mercer, “Dog Eat Dog” do seu fracassado musical Saratoga. As novas composições são igualmente satisfatórias, estendendo-se da sombriamente formatada “Jealousy” para a sabedoria obtida de “Humor Keeps Us Alive” e “Bad Luck May Be Good Luck”. O toque de Bey é  requintado, sugerindo uma mistura de Keith Jarrett e Oscar Peterson.

    Faixas

1 My Foolish Heart (Ned Washington / Victor Young) 5:04
2 How Long Has This Been Going On? (George Gershwin / Ira Gershwin) 5:44
3 Jealousy (Andy Bey) 3:29
4 I've Got a Right to Sing the Blues (Harold Arlen / Ted Koehler) 5:50
5 Love for Sale (Cole Porter) 4:21
6 Worried Life Blues (Big Maceo Merriweather) 4:12
7 Bad Luck May Be Good Luck (Andy Bey) 4:49
8 Lover Come Back to Me (Oscar Hammerstein II / Sigmund Romberg ) 3:18
9 Good Morning Heartache (Ervin Drake / Dan Fisher / Irene Higginbotham) 4:53
10 Dog Eat Dog (Harold Arlen / Johnny Mercer) 2:12
11 Humor Keeps Us Alive (Andy Bey) 3:46
12 Take the 'A' Train (Billy Strayhorn) 3:19
13 Everything I Have is Yours (Harold Adamson / Burton Lane) 4:47
14 All That Glitter's Not Gold (Andy Bey) 5:20
15 All Roads Lead Back to You (Allen Roy / Billy Strayhorn) 5:33


 Fonte : Christopher Loudon (JazzTimes)

ANIVERSARIANTES - 25/06

Arnold Faber (1952) – vibrafonista,
Joe Chambers (1942) – baterista,pianista,vibrafonista(na foto e vídeo) http://www.youtube.com/watch?v=x2cbJBIAjlI,
Johnny Smith (1922-2013) - guitarrista,
Marian Petrescu (1970) – pianista,
Patrick Godfrey (1948) – pianista,
Zdenko Ivanusic (1967) - saxofonista 

quarta-feira, 24 de junho de 2015

ANDREW HADRO – FOR US, THE LIVING (Tone Rogue)

Eu tenho observado o crescimento de Andrew Hadro como saxofonista barítono. Ele tem sempre uma grande mente, afiada destreza e um raro senso de gosto musical. Ele tem aprendido cuidadosamente com os mestres com os quais tocou como o saxofonista Tony Malaby e o pianista Junior Mance, afiando sua arte, sua entonação e ouvido. Hadro não foi fazer um álbum antes que ele estivesse pronto. Porém, está mais do que pronto agora. Em “For Us, The Living”, Hadro não adota o caminho fácil, preferindo  as escolhas sônicas mais interessantes. O título do álbum vem de uma linha de “Gettysburg Address” de  Abraham Lincoln e a gravação dedicada aos gigantes musicais do passado com um giro de esquema clássico de Hadro: Ele os honra focando compositores vivos. O trabalho inclui seis composições suas, bem como o trabalho do pianista Julian Shore, do  saxofonista Ryan Anselmi, do trompetista  James Davis e da compositora Maria Schneider. A banda reunida para este projeto é de excepcional qualidade musical com Hadro no barítono e ocasionalmente flauta, Daniel Foose no baixo, Carmen Staaf no piano e Matt Wilson controlando a bateria. Ninguém domina.  Ninguém está cobrando um cheque. A interação deste grupo coloca-se acima de quaisquer momentos individuais, mas há uma plenitude destes também. Na música de abertura, “Allegrecia”, Hadro inicia com algumas belas e longas entonações e grande controle no registro mais alto. Foose adiciona adorável trabalho no arco e um solo arrasador. A música constrói um potente crescendo, completo com sobreposições que permitem Hadro criar sua própria seção de barítono. É um bom efeito usado poucas vezes na gravação. Staaf também prova ser um solista muito imaginativo, fazendo alguns suavíssimos trabalhos em dueto com Wilson, que são maravilhosos. Outros pontos de destaque incluem a bela balada de Shore,  “Give”, uma travessura de Hadro em “Bright Eyes”, a excelente leitura do grupo para “Sea Of Tranquility” de  Schneider e a edificante “Cotton”  de  Davis. O trabalho conclui com um entusiasmante e jocoso dueto entre Hadro e Wilson intitulado “Hurricane Sandy”. Três minutos  prazerosos de barítono  que parecem zombar da tempestade que golpeou a cidade de Nova York , onde ele vive. Hadro é bem sucedido em “For Us, The Living”.  Ele homenageia a história da música improvisada com brilho iluminado de artistas que estão trabalhando, agora, nos próximos capítulos.

        Faixas

1. Allegrecia 8:08
2. Forever, All Ways 5:37
3. Give 8:03
4. Bright Eyes 4:43
5. For Us, The Living 5:31
6. Wading the Sea 4:18
7. Sea of Tranquility 4:56
8. Paola 4:54
9. Cotton 5:50
10. Hurricane Sandy 3:14


 Fonte : Frank Alkyer (DownBeat)

ANIVERSARIANTES - 24/06

Frank Lowe (1943-2003) - saxofonista,
George Gruntz (1932) - pianista,
Greg Burk - 1969 (piano),
Jeff Beck (1944) – guitarrista,
Manny Albam (1922-2001) - saxofonista,
Marvin "Smitty" Smith (1961) - baterista (na foto e vídeo) http://www.youtube.com/watch?v=vfmUprxLpjk&feature=related

terça-feira, 23 de junho de 2015

CHARLIE HADEN/JIM HALL - CHARLIE HADEN/JIM HALL (Impulse!)

Trabalho realizado no Montreal International Jazz Festival em Julho de 1990, este álbum de dueto de baixo/guitarra  de Haden-Hall exala afinidade  por diversos caminhos superiores. A abertura, “Bemsha Swing”, começa com uma superfluente frase musical de Haden , expondo o sentimento for a do tempo da canção , enquanto cria uma distinta forma poética e espaço para o som tranquilo  para a guitarra de Hall vir  em passo lento e tentar qualquer uso de diferentes direções. Há o acorde flamenco, um mais esperto, quase como ao lado de Don Ho, mas com a melodiosidade das gravações de Charlie Christian no Minton. Não é uma abertura um pouco inferior.

A composição de Haden, “First Song”, continua esta noção de fluxo e apenas quando todas as coisas amadurecem , ainda que de maneira multiforme, como este primitivo material de começo, o par navega no passeio completo de “Turnaround” de Ornette Coleman. Hall trabalha na citação  de “Blue Monk” , ainda que acene para o início da gravação, um ponto de ingresso deixado, por enquanto, para trás.

O baixo de Haden assume partes agradáveis na seguinte “Body and Soul”, mas estes dois instrumentistas estão tão soltos que o baixo pode funcionar como guitarra, e agora é a guitarra que providencia  o fundamento rítmico normalmente associado ao baixo. Isto é, até os papéis se reverterem outra vez ,  e Hall libera frases musicais um pouco rápidas que parecem perseguir suas próprias pegadas.
A composição de Hall “Down From Antigua” marca outro fluente destaque, com sua cortante ação dentro de uma versão sugestiva de jazz de Gene Autry. Adequadamente breve, vozes sedutoramente oblíquas da guitarra tomam  estas trilhas empoeiradas dentro da zona de Buck Rogers , onde afinidade é , mais uma vez , um novo lançamento.

        Faixas

1. Bemsha Swing (Thelonious Monk/Denzil Best)
2. First Song (Charlie Haden)
3. Turnaround (Ornette Coleman)
4. Body & Soul (John Green/Edward Heyman/Robert Sour)
5. Down From Antigua (Jim Hall)
6. Skylark (Hoagy Carmichael/Johnny Mercer)
7. Big Blues (Hall)
8. In The Moment (Haden)

Fonte : Colin Fleming (JazzTimes)

ANIVERSARIANTES - 23/06

Ben Paterson (1982) – pianista,
Daniel Szabo (1975) – pianista,
Donald Harrison (1960) – saxofonista,
Eddie Miller (1911-1991) - clarinetista,saxofonista,
George Russell (1923-2009) - pianista , líder de orquestra,
Helen Humes (1913-1981) - vocalista,
Milt Hinton (1910-2000) – baixista,
Sahib Shihab (1925-1989) - flautista, saxofonista 

segunda-feira, 22 de junho de 2015

MIGUEL ZENÓN – IDENTITIES ARE CHANGEABLE (Miel)

O saxofonista alto e compositor Miguel Zenón é um dos mais condecorados músicos de jazz da sua geração, medidas pelas nominações ao Grammy , colocações em pesquisas e associações ao MacArthur e Guggenheim. Ele é importante como conceitualista. Suas oito gravações como líder têm criado diversidade e revelatórias interações entre o jazz e a cultura musical de Porto  Rico.

Seu novo álbum concentra-se em uma ideia: identidade nacional experimentada por  1.2 milhões de nova-iorquinos descendentes de porto-riquenhos. É a primeira incursão de Zenón em composição  e arranjo para orquestra. Seu quarteto de trabalho (Luis Perdomo/Hans Glawischnig/Henry Cole) está expandido por cinco saxofones, quatro trompetes e três trombones.

O material é dinâmico, desafiante e intensamente polirítmico. Não é nem latino nem jazz como estas categorias têm sido tradicionalmente definidas, mas uma terceira síntese. Os seis movimentos, mais um prelúdio e um epílogo, estão em escopo sinfônico. Estruturas rítmicas contrastantes coexistem: cinco contra sete, três contra dois, cinco contra três. O resultado é musica fervilhante que soa comandada por múltiplos engenhos internos. Sempre que  Zenón estende-se nesta turbulência organizada , seus solos são incandescentes. em “Same Fight” e “First Language” respectivamente, o saxofonista tenor John Ellis e o trombonista Tim Albright providenciam líricas perspectivas extremas na  maior narrativa de Zenón.

Porém, há um problema com este álbum. Zenón gravou entrevistas com sete novaiorquinos descendentes de portorriquenhos, e ele mistura suas vozes na música. A ideia é que as falas e a música reforçem e ilustrem cada uma delas. Não funciona. Cada um dos seis movimentos  inicia com e, mais tarde,  é interrompida por vozes. Frequentemente, elas são estridentes em péssimas condições de gravação. Às vezes, elas não são inteiramente inteligíveis, porque são mascaradas pela música. Os efeitos  disruptivos, mesmo rangentes.  Em “Identities Are Changeable” são audaciosos, interessantes e malogra admiravelmente.

Faixas: ¿De Dónde Vienes? (Overture); Identities Are Changeable; My Home; Same Fight; First Language; Second Generation Lullaby; Through Culture And Tradition; ¿De Dónde Vienes? (Outro).

Músicos: Miguel Zenón: saxofone alto; Luis Perdomo: piano; Hans Glawischnig: baixo; Henry Cole: bateria; Will Vinson: saxofone alto; Michael Thomas: saxofone alto; Samir Zarif: saxofone tenor; John Ellis: saxofone tenor; Chris Cheek: saxofone barítono; Mat Jodrel: trompete; Michael Rodríguez: trompete; Alex Norris: trompete; Jonathan Powell: trompete; Ryan Keberle: trombone; Alan Ferber: trombone; Tim Albright: trombone.


Fonte : Thomas Conrad (JazzTimes)

ANIVERSARIANTES - 22/06

Craig Russo (1963) – percussionista,
Eumir Deodato (1942) – pianista,

Hermeto Pascoal (1936) – multiinstrumentista http://www.youtube.com/watch?v=qaKtBdhD3vg&feature=related,
(na foto e vídeo)
Maurizio Rolli (1965) – baixista,
Ray Mantilla (1934) - percussionista 

domingo, 21 de junho de 2015

MANUEL VALERA Sr.- RECUERDOS

Há um bocado de história da música cubana nas pontas dos dedos de Manuel Valera Sr. Ao longo de sua carreira, ele colocou seu saxofone para bom uso na Orquesta Cubana de Musica Moderna, Afro Cuban Jazz Orchestra de Mario Bauza, Machito's Orchestra, Paquito D'Rivera Big Band, e numerosos outros grupos. Ele tocou com o baixista Israel "Cachao" Lopez, com o trompetista Arturo Sandoval e como o percussionista Carlos "Patato" Valdéz e foi citado como o criador do primeiro quinteto de saxofone de jazz em Cuba. Agora, com “Recuerdos”, Valera está sob os refletores, apresentando um conjunto de dez boleros retrabalhados.

Em “Recuerdos”, Valera alcança o trabalho de oito compositores cubanos, do mexicano  Agustin Lara e da figura suprema da realeza do jazz , o grande Duke Ellington. E de forma despreocupada sobre o trabalho que está interpretando, ele imprime uma delicada emoção e balanço dinâmico ao longo do trabalho, raramente desgastando-se no sentimentalismo e nunca agindo com agressividade desnecessária.

Valera possui um das mais puras vozes do saxofone,  evitando completamente os problemas de anasalamento que contamina muitos que adotam o instrumento, e seu alto simplesmente canta. Seu toque pode ser lírico ("Si Me Comprendieras" e "Tres Palbras"), suave e malicioso ("La Rosa Roja") e puramente substancial em  ("Alma Con Alma"). Ele projeta um senso de anseio quando ele está solitário para se expressar ("Longina"), e ele carrega um toque de  nostalgia durante algumas de suas viagens ("Solamente Una Vez") , mas seu trabalho não é sobre o passado. Esta música está aqui e agora.

Os companheiros de banda de Valera,  seu filho, o pianista Manuel Valera, o baixista Hans Glawischnig, o baterista Ludwig Afonso e o percussionista Mauricio Herrera— ajuda a trazer uma sensibilidade moderna a este projeto sem empanar as canções  com excesso do jargão mais moderno do jazz. O Valera mais jovem tem bastante campo para solar, o time de bateria e percussão esparrama-se ("Longina") e  Glawischnig é sólida rocha em cada aspecto , se solando ("La Tarde") ou providenciando suporte interativo ("Canción De Un Festival"), mas este permanece um espetáculo de Manuel Valera Sr. Ele o faz com clareza, quando está desinteressadamente exibindo uma melodia terna, solando de forma relaxada , ainda que segura, e sonhando com seu caminho através de um ambiente Ellingtoniano ("Solitude") em um trabalho em duo com seu filho. Alguns casamentos entre velhas canções e novos sons desprendem-se com vigor, mas tão naturais quanto podem ser.

Faixas : Si Me Comprendieras; La Rosa Roja; Alma Con Alma; La Tarde; Longina; Tres Palbras; Si Te Contara; Solamente Una Vez; Cancion De Un Festival; Solitude.

Músicos: Manuel Valera Sr.: saxofones alto e soprano; Manuel Valera: piano; Hans Glawischnig: baixo; Ludwig Afonso: bateria; Mauricio Herrera: percussão.

Gravadora: Mavo Records


Fonte : DAN BILAWSKY (AllAboutJazz) 

ANIVERSARIANTES - 21/06

Ajamu Akinyele (1972) – baixista,
Christy Doran (1949) - guitarrista, 

Eric Reed (1970) – pianista(na foto e vídeo) http://www.youtube.com/watch?v=2Hvrjhw2Lv4,
Jamil Nasser (1932) - baixista, 
Joe Purrenhage (1966) – guitarrista,
Lalo Schifrin (1932) -pianista,
Rob Schneiderman (1957) – pianista 

sábado, 20 de junho de 2015

CACAW – STELLAR POWER (Skirl)

Com um teclado baixo distorcido e uma batida pesada , “Double Dagger” inicia “Stellar Power” em algum lugar entre um pop sintetizado industrial e um fusion. Entretanto, Landon Knoblock, o visionário tecladista do trio CACAW, evita qualquer armadilha inadequada. Ele também rompe o espírito e o tempo com as rápidas sucessões de notas do  Fender Rhodes e emprega o saxofonista Oscar Noriega (do Snakeoil  de Tim Berne e do  Endangered Blood) para agir como um suave líder entre ele mesmo e o baterista Jeff Davis, que também age livremente. Nas faixas cujos títulos e conceitos combinam romance e espaço exterior , Knoblock apela para o som de transmissões via satélite. Ele também referencia batidas techno do passado e , próximo ao fim do álbum, estimula o trio para uma agitação elétrica não escutada desde o quarteto Science Friction  de Berne.

Faixas: Double Dagger; Replicant Lover; Tabletop Glances Before Dawn; Space Robot Falls in Love; Electro-Darwinism; Eyes Heart Race; Neutron Star, Eating its Binary Neighbor.


Fonte : Mike Shanley (JazzTimes)

ANIVERSARIANTES - 20/06

Boyd Lee Dunlop (1926-2013) – pianista,
Doc Evans (1907-1977) - cornetista,
Eric Dolphy (1928-1964) - saxofonista,flautista , clarinetista(na foto e vídeo) http://www.youtube.com/watch?v=bKX3U5Pnf5Q,
Jeremy Monteiro (1960) – pianista,
Paul Cacia (1956) – trompetista,
Stephan Kammerer  (1970) - saxofonista,
Stu Martin (1938-1980) – baterista,
Thomas Jefferson (1920) - trompetista 


sexta-feira, 19 de junho de 2015

KENNY BARRON/DAVE HOLLAND – THE ART OF CONVERSATION (Impulse!)

Há conversações destinadas unicamente aos ouvidos daqueles envolvidos, plenas  de graça e dentro de referências. E há aquelas superiores designadas para serem ouvidas por acaso, onde o diálogo é significante para engajar e ilustrar alguém que está ouvindo, bem como os próprios  oradores. Com um relacionamento musical datando de aproximadamente três décadas, o pianista Kenny Barron e o baixista Dave Holland poderiam certamente se engajar no modelo, mas “ The Art of Conversation” é uma vívido exemplo  recente. Estas dez faixas exibem a profunda maestria dos dois artistas que partilham uma tranquila empatia e , elegantemente, uma sóbria expressividade.

 O entusiasmo desta colaboração se irradia através da abertura de Holland, “The Oracle”, onde  Barron tece animadas variações melódicas em torno da linha do baixo do seu alegre parceiro e  nas estimulantes tecituras de “Segment” de Charlie Parker, que contêm o mais engajado ir e vir. Porém, o álbum apresenta amplo espectro de humores: o melancólico lirismo de “Rain” de Barron na qual Holland lidera com sincera melodia; o balanço fervilhante em  “Dr. Do Right” de Holland e a prescientemente elegíaca “Waltz for K.W.” , dedicada a Kenny Wheeler , gravada seis meses antes da morte do grande trompetista. Monk, como sempre, é uma pedra de toque com  uma tomada jovial em “In Walked Bud” e ângulos afiados, Monk-encontra-Ellington passeia em “The Only One” de  Barron. A doloridamente bela “In Your Arms” é um indelével  ponto alto, articulando simultaneamente melodias com delicadeza aflita.

      Faixas

1.The Oracle
2.The Only One
3.Rain
4.Segment
5.Waltz for K. W.
6.In Walked Bud
7.In Your Arms
8.Dr Do Right
9.Seascape
10.Day Dream

Fonte : Shaun Brady (JazzTimes)


ANIVERSARIANTES - 19/06

Billy Drummond (1959) – baterista,
Chico Buarque de Holanda(1944)- vocalista, violonista,compositor(na foto e vídeo) http://www.youtube.com/watch?v=An0ZG3VUYZQ
Dave Lambert (1917-1966) – vocalista,
John Hollenbeck (1968) – baterista,
Luis Carlos Vinhas(1940-2001) – pianista,
Roberto Magris (1959) - pianista 

quinta-feira, 18 de junho de 2015

PIECES OF A DREAM – IN THE MOMENT (Shanachie)

“In the Moment” é o 20° disco do Pieces of a Dream , lançando material de celebração do 37° ano do grupo baseado  na Filadélfia , onde o grupo demonstra que ainda tem profusão de interessantes ideias musicais. Embora a maioria das faixas em “In the Moment “ reflete a assinatura sonora do balanço urbano do jazz do Pieces, o grupo mistura coisas passadas com uma variedade satisfatória de estilos e humores.

 O álbum inicia com a faixa título, uma batida suingante animada em tempo média conduzida pelo brilhante trabalho de piano do cofundador James Lloyd. O número dançante, “Steppers ‘D’ Lite”,  ostenta ritmos que que levará você a mover-se e uma melodia cativante que permanecerá em sua cabeça, embora a canção eletronicamente funkeada , “TTYL (I’m Driving)”, exibe o estilo jazzístico da guitarra de Rohn Lawrence. “New Jazz Swing” tira o chapéu para o New Jack Swing, o estilo popular do R&B do final dos anos 1980 e início dos 1990s, que está proximamente associado ao artista coprodutor Teddy Riley. A pegada altamente vigorosa e dançável do Pieces ,neste sub- gênero, é impulsionada por uma irresistível batida funk.

Diversas faixas em “In the Moment”  situa-se ao lado do balanço em favor de arranjos mais despojados. A tranquila  e melancólica balada “Misty-Eyed” combina violão com uma melodia sintetizada como um instrumento de sopro. O ressonante Rhodes do  Lloyd complementa o sax lírico de Tony Watson Jr. na balada blueseira “Coming Home” , o arranjo econômico ressaltando a suave melodia.

“In the Moment” encerra com a versão solo do piano de Lloyd para o standard “There Will Never Be Another You”. A faixa dá ao tecladista a chance de exibir suas habilidades no jazz e ele mais que as apresenta, com uma ágil e graciosa leitura realizada com óbvia satisfação.

        Faixas

1 In the Moment 5:31
2 For Real 4:47
3 Stepper's "D" Lite 3:40
4 Misty-Eyed 4:36
5 TTYL (I'm Driving) 4:27
6 People Say 5:05
7 New Jazz Swing 3:41
8 Under the Influence (Of Pieces) 4:28
9 Never Let It End 5:52
10 Coming Home 5:18
11 There Will Never Be Another You 3:57

Fonte: Lucy Tauss (JazzTimes)


ANIVERSARIANTES - 18/06

Bennie Payne (1907-1986) - pianista,vocalista,
Jim Pepper (1941-1992) - flautista, saxofonista(na foto e vídeo) http://www.youtube.com/watch?v=YnBdaYKqMUs,
Ray Bauduc (1909-1988) - baterista,
Ray McKinley (1910-1995) - baterista,vocalista 

quarta-feira, 17 de junho de 2015

STU MINDEMAN – IN YOUR WAKING EYES : POEMS BY LANGSTON HUGHES (Self-Release)

Os poemas de Langston Hughes têm sido a inspiração para dois álbuns recentes. Enquanto a cellista Leyla McCalla trouxe seus amigos musicais de New Orleans para exploração da sua herança haitiana e a poesia de Hughes em Vari-Colored Songs, o pianista-tecladista-compositor Stu Mindeman trouxe um igualmente talentoso grupo de músicos residentes em Chicago para uma abordagem diferente. Em “ Your Waking Eyes” está um amplo programa eletrizante dos poemas de Hughes compostos e inventivamente arranjados por Mindeman. O pianista utiliza Wurlitzer, órgão e clavinet nas 11 faixas— embora o piano acústico apareça—e a influência do balanço do  soul e da música da África Ocidental é forte , da envolvente afrobatida de “Africa” ao trabalho cheio de vida das modulações da guitarra de Kyle Asche em “Sea Calm” (que também apresenta a atmosférica guitarra com cordas de aço de Chris Siebold). A vocalista Sarah Marie Young é uma grande força, também, proporcionando “Drum” com coro vocal multilátero e sobreposto, enquanto o baterista Makaya McCraven e o percussionista Juan Daniel Pastor encerram-se em suíngue profundo através do disco. Mindeman tem sido acompanhante dos baixistas John Clayton, Rodney Whitaker e seu  companheiro de Chicago, Matt Ulery, mas seu álbum é uma arrojada afirmação própria.

     Faixas

1. Drum 3:12
2. Africa 3:39
3. Sea Calm 4:33
4. Fulfillment 3:19
5. Kid in the Park 2:06
6. Hope 3:06
7. Song for Billie Holiday 2:36
8. Peace 4:39
9. Blues At Dawn 2:36
10. Suicide's Note 1:00
11. Island 3:23


Fonte : DAVIS INMAN(DownBeat)

ANIVERSARIANTES - 17/06

Alemão [Olmir Stocker](1946) – guitarrista(na foto e vídeo) http://www.youtube.com/watch?v=u_6PkljFl2I,
Lindsey Muir (1981) – vocalista,
Marc Brenken (1973) – pianista,
Sam Wooding (1895-1985)- pianista,líder de orquestra,
Tom Varner (1957) – frenchornista,
Tony Scott (1921-2007) – clarinetista

terça-feira, 16 de junho de 2015

MIKA STOLTZMAN – IF YOU BELIEVE

Mika Stoltzman faz o som da marimba tão natural dentro do jazz , que seu primeiro pensamento ao ouvir “If You Believe”  será a surpresa  sobre a razão do instrumento ser tão comedido em trabalhos orquestrais e no calypso. Diversos vibrafonistas de peso— entre eles Gary Burton, Bobby Hutcherson e Red Norvo—a tem incorporado ao jazz, mas Stoltzman é um dos poucos que o põe à frente e no centro. Um grande patrono é Steve Gadd, que produziu “ If You Believe” e toca bateria na maioria das faixas  (o filho Duke Gadd toca em outras). Com Eddie Gómez no baixo, John Tropea tocando guitarra, o marido de Mika, Richard Stoltzman, atuando no clarinete e a ornamentação do Harlem String Quartet, uma espirituosa e exuberante atmosfera prevalece. A marimba,  por natureza, produz um som alegre e Stoltzman está satisfeita em improvisar. Ela não estende os limites, mas é bastante capaz de tomar uma melodia de Corea, Ravel e Richard Stoltzman , do colaborador Bill Douglas e dar-lhe um sólido balanço.

Faixas: Mikalypso; Funky Little Fugue; BECO; La Fiesta; Irish Spirit: Ballad/Celebration Dance; Sambata; Jubilation; The Last Mojitos; Marika Groove; Cantabile; Pavane; Crazy Marimba.

Músicos: Mika Stolzman: marimba; Steve Gadd: bateria (1, 4, 5, 7-10, 12), congas (3), percussão (4, 8); Richard Stolzman: clarinete (2-5, 8-11); John Tropea: guitarra (2, 3, 6, 8, 10); Eddie Gómez: baixo (2-4, 6-10); Duke Gadd: bateria (2, 3, 6, 8), percussão (8); Harlem String Quartet (1, 4, 7).


Fonte :  Jeff Tamarkin (JazzTimes)

ANIVERSARIANTES - 16/06

Albert Dailey (1939-1984) - pianista,
Clarence Shaw (1926-1973) –trompetista,
Fredy Studer (1948) - baterista, percussionista,
Ivan Lins(1945) – pianista, vocalista,compositor,
Javon Jackson (1965)- saxofonista,
Lucky Thompson (1924-2005) - saxofonista,
Mike Baggetta (1979) – guitarrista,
Paul White (1973) – saxofonista,

Ryan Keberle (1980) – trombonista,
Tom Harrell (1946) - trompetista,flugelhornista(na foto e vídeo) http://www.youtube.com/watch?v=o2F9AGdVn3U,
 Tom Malone (1947) - trombonista 

segunda-feira, 15 de junho de 2015

FREDDY COLE – SINGING THE BLUES (HighNote Records)

O último lançamento de Freddy Cole pela  HighNote, seu oitavo em dez anos, é uma espécie de presente próprio para seu 50° aniversário e para seus ouvintes . Em 1964, Cole fez sua estreia em LP com uma fina reunião de músicas com toque de blues chamada “Waiter, Ask the Man to Play the Blues”. Estabeleceu-se para ele um caminho para o estrelato, mas ele soou um pouco mais como o irmão do grande Nat.

 Nat morreu um ano depois, e  Freddy estabeleceu-se como um grande nome e superlativo intérprete do cancioneiro norte-americano. Agora, aos 83, ele revisita o blues, ao menos em parte, trazendo clássicos como “Goin’ Down Slow”, “This Time I’m Gone for Good” e “Muddy Water Blues” (também incluída em “Waiter”) com sagacidade.

Trabalhando com seu quarteto  regular — o guitarirsta Randy Napoleón, o baixista Elias Bailey e o baterista Curtis Boyd—Cole adiciona  o saxofonista  tenor Harry Allen e a vocalista convidada, Teresa Hightower. Tão celebrado pelo seu toque, quanto por seu canto, Cole é exibido em seus 88 anos em ambas a s faces da capa. Ainda de acordo com os créditos do disco, ele cede o piano ao frequente colaborador John DiMartino.

Aventurando-se além do blues, Cole apresenta  uma leitura poderosamente intensa de  “The Ballad of the Sad Young Men”  de Fran Landesman e Tommy Wolf e junta-se a Hightower para a tentadora “All We Need Is a Place” e a furtiva “Pretending”. E, como sempre, ele acena para seu icônico irmão, primeiro com a manhosa despedida em  “Meet Me at No Special Place” e  com a desalentada “My Mother Told Me” de Nat.

    Faixas

 1 Muddy Water Blues 3:24 
 2 This Time I'm Gone For Good 4:58 
 3 Another Way To Feel 4:05 
 4 Goin' Down Slow 2:53 
 5 Meet Me at No Special Place And I'll Be There at No Particular Time 4:55 
 6 All We Need Is a Place 4:10 
 7 My Mother Told Me 3:46 
 8 Singing The Blues 3:51 
 9 Ballad of the Sad Young Men 5:15 
 10 Pretending 3:37 
 11 Old Piano Plays The Blues 3:57


Fonte : Christopher Loudon (JazzTimes)

ANIVERSARIANTES - 15/06

Alix Combelle (1912-1978) - saxofonista,clarinetista,
Erroll Garner (1921-1977) – pianista(na foto e vídeo) http://www.dailymotion.com/video/x18iuu_erroll-garner-all-the-things_music,
Jaki Byard (1922-1999) - vibrafonista,,saxofonista,trompetista,pianista,
Joe Abba (1976) – baterista,
John Hart (1961) – guitarrista,
Nancy King (1940) – vocalista,
Nasheet Waits (1971) – bateria,
Tony Oxley (1938) - baterista 

domingo, 14 de junho de 2015

TINEKE POSTMA / GREG OSBY – SONIC HALO

Greg Osby  tem influenciado legiões de saxofonistas ao longo das duas décadas passadas. Em “Sonic Halo”, um destes instrumentistas coloca-se ao lado dele em pé de igualdade.

Osby e a saxofonista holandesa , Tineke Postma , tinham uma relação de mentor e seguidora. Os instrumentistas  são iguais no aprofundamento das ousadias. Nove faixas, cinco compostas por Postma, três por Osby, e uma sublimação no standard ("Body And Soul") dá a este par um amplo campo para sentir cada um em si ("Sea Skies"), viajar em veredas angulares ("Facets"), olhar direto para a face da incerteza ("Source")  e sucumbir à calma ("Where I'm From"). A música é afiada e entusiasmante, sombria e  tortuosa, balançante e amarrada , tudo de uma vez.

Osby e Postma impressiona bastante cruzando as correntezas com o soprano ou no alto , mas eles não são as únicas vozes a tocar. O pianista Matt Mitchell  é exatamente cortante em seus emparelhamentos, pulando de ponta cabeça no abismo musical e pintando profundas linhas no piano. Há uma soberba seção rítmica formada por Dan Weiss  e Linda Oh  para sustentação. Juntos, Oh e Weiss estendem  a estrutura rítmica da música ("Source Code"), apresentam pegadas persuasivas construídas em torno de uma bateria firme e um baixo  borbulhante ("Bottom Forty") e impulsionam a música para a frente.

Todos os cinco instrumentistas juntam-se com frequência para o trabalho como brilhantemente movem as partes na complexa maquinaria musical, mas não é o fim do jogo. Um dos mais fascinantes aspectos deste álbum centra-se no fato da banda criar estas intrigantes maquinações, só  para dilacerá-las completamente e olhar para a inspiração e materiais usados na sua construção. Sofisticação estrutural e inquietação acabam servindo como pilares duplos que sustentam “Sonic Halo”.

Faixas: Sea Skies; Facets; Source Code; Where I'm From; Nine Times A Night; Bottom Forty; Melo; Body And Soul; Pleasant Affliction

Músicos: Tineke Postma: saxofones alto e soprano; Greg Osby: saxofones alto e soprano; Matt Mitchell: piano, rhodes; Dan Weiss: bateria; Linda Oh: baixo.

Gravadora: Challenge Records

Estilo: Straight-ahead/Mainstream

Para conhecer um pouco deste trabalho, assistam ao vídeo abaixo;



Fonte: DAN BILAWSKY (AllAboutJazz) 

ANIVERSARIANTES - 14/06

Darius Brubeck (1947) – pianista,
Daryl Sherman (1950) – vocalista,
Gary Husband (1960) – baterista,
John Simmons (1918-1979) - baixista,
Kenny Drew, Jr.(1958) – pianista,
Loren Stillman (1980) – saxofonista (na foto e video) http://www.youtube.com/watch?v=Gf6xJoRXvf4,
Marcus Miller (1959) – baixista 

sábado, 13 de junho de 2015

ERIC REVIS – CITY OF ASYLUM (Clean Feed)

O que faz a música improvisada uma arte única é que cada peça pode ser criada só por aquelas pessoas, lá, naquele momento. “City of Asylum”, a esplêndida gravação do baixista Eric Revis, do pianista Kris Davis e do baterista  Andrew Cyrille, só poderia ter sido feita por estes três músicos no Samurai Hotel, Nova York, em 12 de Abril de 2012. Músicos diferentes, distinta localização, dia diferente— todas as coisas teriam sido diferentes.

 “City of Asylum” funciona maravilhosamente e é um testamento da ideia brilhante de Revis em reunir tais distintos instrumentistas (Revis, melhor conhecido pelo seu trabalho no quarteto de Branford Marsalis, diverte-se fazendo isto. Seu disco anterior pela Clean Feed apresentou o pianista Jason Moran, o saxofonista Ken Vandermark e o baterista Nasheet Waits). Cyrille e Davis são os opostos em suas carreiras, com Cyrille sendo famoso por trabalhar com o pianista Cecil Taylor nos anos 60, e Davis começando a angariar o título de um dos mais promissores músicos na cena jazzística de Nova York .

O estilo minimalista de Davis viceja neste trabalho, e o suporte do trio para cada um não poderia ser mais convincente. Sete das 10 faixas são inteiramente improvisadas, e três são composições estabelecidas: “Gallop’s Gallop”  de Thelonious Monk (com a qual Davis toma grandes liberdades harmônicas), a meditativa “Prayer”  de Keith Jarrett e “Question” do próprio Revis. Por outro lado, o trio faz arte dos rabiscos, com pouca aderência aos papéis tradicionais. Revis está quase sempre solando, exceto quando está mantendo o balanço (como ele faz no arco em “Sot Avast”); Cyrille desliza através da bateria e pratos , nunca, efetivamente, mantendo uma batida (ele está especialmente indócil em “Egon”) e Davis emprega um agressivo e percussivo estilo que amplamente evita acordes e artifícios melódicos. A faixa título, que encerra o disco, é uma peça empolgante de pontilhismo, com Revis utilizando suave pizzicato, Davis tocando simples notas esparsas e Cyrille suavemente ribombando.

Isto não é para dizer que o “City of Asylum” está sem  falhas . A única grande falha é a etapa em que Davis segue para acordes abundantes, estrondando os mesmos de forma excessiva que não chega a bom termo em “St. Cyr”. Uma retomada deveria restabelecer a ordem. Porém, isto dura de meio a um minuto em uma hora de projeto. No todo, o novo disco de  Revis é provavelmente o disco mais interessante de trio de piano lançado em 2013.

      Faixas

1 Vadim 4:07
2 Egon 5:13
3 Gallop's Gallop 7:12
4 Sot Avast 6:16
5 For Bill Taylor 7:39
6 Prayer 4:39
7 St. Cyr 8:28
8 Harry Partch Laments the Dying of the Moon...And Then Laughs 3:09
9 Question 5:47
10 City of Asylum 6:37

Fonte : Steve Greenlee (JazzTimes)


ANIVERSARIANTES - 13/06

Attila Zoller (1927-1998) - guitarrista,
Doc Cheatham (1905-1997)- trompetista (na foto e vídeo) http://www.youtube.com/watch?v=JwBHhK7k5Q0,
Frank Strozier (1937)- saxofonista,
Garland Wilson (1909-1954) - pianista,
Harold Danko (1947) – pianista,
Jim Miller (1953) – baterista,
Phil Bodner (1919) - clarinetista,flautista 

sexta-feira, 12 de junho de 2015

OMER AVITAL – NEW SONG (Motema)

“New Song”  de Omer Avital recomeça onde seu maravilhoso “Suite of the East” parou dois anos atrás  com mais da rica mistura do jazz moderno e a música das suas raízes multicultural nas quais o baixista-compositor obtém êxito. O núcleo do quinteto mudou levemente com  Yonathan Avishai assumindo o piano em lugar de Omer Klein , mas Avishai Cohen, Joel Frahm e Daniel Freedman permanecem no trompete, sax tenor e bateria, respectivamente. A música, outra vez, é  nova, sofisticada , autêntica e —algo que pode sempre ser enumerada acompanhando outras qualidades— prazerosa para ouvir.

O trabalho inclui impressivos acenos para países de parentes de Avital, em “Maroc” e “Yemen Suite” (Avital nasceu e foi criado em Israel), e três satisfatórios números mais lentos, “Avishkes”, “Ballad for a Friend” e a faixa título. “New Middle East” começa bem lentamente, via o piano de Avishai, antes de ganhar força com os instrumentos de sopro . “Bedouin Roots” trota adiante, sugerindo uma caravana de camelos, seu comando é providenciado por mudanças dinâmicas e fortes solos de trompete e piano . Porém, o álbum tem como característica mais forte sua energia e espírito dançante, uma mistura orgânica de influências do Norte da África e do Oriente Médio com toques de jazz hard-bop. “Sabah El-Kheir (Good Morning)” é fora do comum e vai na veia, apresentando arrebatador solos por parte de   Frahm; “Tsafdina” tem alguns rápidos fogos de artifício através de Cohen ao final e a abertura  “Hafla” é uma apresentação sublime  e expansiva para o que seguirá. O álbum encerra como o disco anterior de Avital , “Live at Smalls”, com a lenta e blueseira “Small Time Shit” , indo os músicos catar o título como um refrão.

As melodias de Avital, como uma regra, são marcantemente cantáveis. Mais poder para ele ampliar seu coração musical e compelir seus ouvintes a cantar ou dançar juntos.
Músicos: Omer Avital – baixo;Avishai Cohen – trompete; Joel Frahm - saxofone tenor
 Yonathan Avishai – piano; Daniel Freedman – bateria.

          Faixas:

01 - Hafla
02 - New Song
03 - Tsafdina
04 - Avishkes
05 - Sabah El-Kheir (Good Morning)
06 - New Middle East
07 - Maroc
08 - Ballad For A Friend
09 - Bedouin Roots
10 - Yemen Suite
11 - Small Time Shit

Para conhecer um pouco deste trabalho, assistam ao vídeo abaixo:


Fonte : Bill Beuttler (JazzTimes)