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quarta-feira, 29 de fevereiro de 2012

VANGUARD JAZZ ORCHESTRA - FOREVER LASTING: THE VJO LIVE IN TOKYO



Como o título destes dois CDs, Forever Lasting, é largamente redundante em se tratando de qualquer CD da Vanguard Jazz Orchestra. Ela é uma das mis refinadas orquestras do mundo. Sua obra , o trabalho do seu co-fundador Thad Jones e de seus protegidos, predominantemente Jim McNeely, o principal compositor e arranjador da orquestra desde a morte de Jones em 1978, veio a ser o padrão composicional para as big bands pós guerra. O arranjo de “All of Me”, por exemplo, não mudou uma nota desde que apareceu no álbum da VJO em 1985. A diferença está nos solos fora do comum. Os veteranos brilham: O diretor John Mosca aparece em um trabalho gracioso no trombone em “Fingers”, enquanto Dick Oatts está sublimamente imaginativo como sempre em seu ácido sax alto em “I Love You” e no extraordinariamente vigoroso solo de flauta em “Don’t Ever Leave Me”. Jovens músicos também brilham.
“Forever Lasting” é a primeira gravação da VJO com o novo baixista David Wong, que realiza um trabalho fino em “61st and Rich’ It” e em “Fingers” (apesar das últimas escalas serem longas sem a parada da formação). O projeto atinge o apogeu em “You Tell Me” com uma batalha de tenores que pressiona o melódico staccato de Walt Weiskopf contra o desprendido e harmonicamente ousado suingue de Ralph Lalama.

O disco tem uma única peça obscura, que é faixa a título, gravada sob a liderança de Jones e Mel Lewis em 1975. Aqui ela é apresentada de forma brilhante, incluindo solos soberbos de Scott Wendholt (flugelhorn) e Gary Smulyan (sax barítono). Porém, no conjunto, “Forever Lasting” não é mais essencial que os últimos seis discos da VJO e considerando o preço de um CD duplo, talvez menos.

Faixas: Low Down; You Tell Me; 61st and Rich' It; One Finger Snap; I Love You; Extra
Credit; Central Park North; All of Me; Don't Ever Leave Me; Nasty Dance; Hardly
Ever; Fingers; Forever Lasting.

Músicos: John Mosca: trombone; Luis Bonilla: trombone; Jason Jackson: trombone; Douglas
Purviance: trombone baixo ; Nick Marchione: trompete, flugelhorn; Tanya Darby:
trompete, flugelhorn; Terell Stafford: trompete, flugelhorn; Scott Wendholt: trompete,
flugelhorn; Dick Oatts: saxofone alto , saxofone soprano , flauta; Billy Drewes: saxofone alto, saxofone soprano , flauta, clarinete; Walt Weiskopf: saxofone tenor,flauta; Ralph Lalama: saxofone, clarinete, flauta; Gary Smulyan: saxofone barítono;Michael Weiss: piano; John Riley: bateria; David Wong: baixo.

Gravadora: Planet Arts

Fonte : JazzTimes / Michael J. West

ANIVERSARIANTES - 29/02



Jimmy Dorsey (1904-1957) – líder de orquestra,
Martin France (1964) - baterista,
Richie Cole (1948) – saxofonista(na foto e vídeo) http://www.youtube.com/watch?v=1oR_GUaJGOM

Discos embargados de João Gilberto estão à venda na internet



Tuca Vieira - 14.ago.08/Folhapress


Pelas costas

Álbuns embargados por João Gilberto há 20 anos estão disponíveis para venda na internet, em novas edições, produzidas fora do país


O cantor João Gilberto, no palco do Auditório Ibirapuera, em São Paulo


MARCUS PRETO
DE SÃO PAULO
Eles estão proibidos, mas podem ser comprados em um clique. E com nota fiscal.

Pilares da bossa nova lançados por João Gilberto pela Odeon, os álbuns "Chega de Saudade" (1959), "O Amor, o Sorriso e a Flor" (1960) e "João Gilberto" (1961) foram embargados na Justiça pelo cantor em 1992 e, ao menos oficialmente, nunca mais puderam ser reeditados.

No Brasil, jamais foram. Mas edições novíssimas desses discos vêm sendo produzidas de maneira aparentemente irregular fora do país -sobretudo na Inglaterra, onde está instalada a sede da gravadora EMI, detentora do catálogo da finada Odeon.

Estão disponíveis em todos os formatos em voga no mercado atualmente -CD, vinil e digital. Quem os vende? As duas principais lojas virtuais do mundo: a Amazon.com e a iTunes Store, da Apple.

"A EMI alega que essas versões são piratas. Mas eu própria os comprei na Amazon. Se a gravadora tem os direitos sobre esses discos, ela teria o dever de cuidar deles", diz a jornalista Cláudia Faissol, mãe da filha caçula de João, que há quatro anos tenta um acordo com a empresa.

Faissol afirma que, há poucos meses, tentou reaver para João as masters originais dos três discos. Segundo ela, a EMI mandou vir um técnico de som americano para mostrar o material ao cantor.

"Mas o que mostraram não eram os originais. Eram rolos de fitas que pareciam ser os originais, mas já estavam manipulados. João reconheceu na hora que os finais estavam cortados", diz. "Para mim, eles não têm mais os masters. Se tivessem, teriam mostrado ao João. Até por medo."

Procurada pela Folha, a EMI diz que seu departamento jurídico está em férias e não vai comentar o assunto.

Já o selo europeu Doxy Music e o inglês él (divisão da Cherry Red Record), que lançaram, respectivamente, as novas edições em vinil e CD da trilogia proibida, não responderam aos contatos até o fechamento desta edição.

O EMBARGO

O imbróglio que envolve a EMI e João Gilberto se arrasta desde 1992, quando os três álbuns -mais as três faixas gravadas pelo cantor no compacto "Orfeu da Conceição" (1962)- foram lançados em um único CD, "O Mito".

João não gostou nada do que ouviu. E entrou na Justiça para que deixassem de ser fabricados. Nunca falou publicamente sobre o assunto, mas suas considerações estão registradas em cena de um documentário ainda inacabado que a própria Faissol vem fazendo sobre o músico.

"No processo [de digitalização], tiram coisas, tiram frequências, fazem besteira. Mudam o som. É uma outra coisa. Eu não sei o que eles fazem, mas sei que fica diferente. Aí então eu me apresento, eu luto por isso", disse o cantor em uma das cenas a que a Folha teve acesso.

Depois de uma batalha que já durava 15 anos, o Superior Tribunal de Justiça (STJ) decretou, em dezembro passado, que João Gilberto terá que receber indenização por violação ao direito moral do autor em razão a "O Mito".

Segundo o laudo do STJ, "as canções originais de três discos gravados em vinil sofreram modificação substancial de apresentação após terem sido remasterizadas".

"Mas João continua sem receber", diz Faissol. "Se o governo não está fazendo nada, é por questão de leviandade. O Juca [Ferreira, ex-ministro da Cultura] recebeu um memorial assinado por João. O governo dele passou e nada foi resolvido. Mais recentemente, falei com Ana de Hollanda. Ela me disse que a lei é lenta assim mesmo."

A atual ministra é ex-cunhada de João Gilberto -o cantor foi casado com Miúcha, irmã de Ana, com quem teve a primeira filha, a cantora Bebel Gilberto. Procurada, a ministra disse, por meio da assessoria do MinC, que não vai comentar o caso

terça-feira, 28 de fevereiro de 2012

ANDRÉ VASCONCELLOS – 2



André Vasconcellos, baixista brasileiro, tem se destacado por performances com Djavan, Hermeto Pascoal, Ivan Lins e Hamilton de Holanda, porém este seu segundo CD—simplesmente intitulado "2"—não é jazz brasileiro. Embora haja sutis alusões de ritmos latinos e da América do Sul, especificamente, a ambição e visão de Vasconcellos não está contida em um único gênero e suas habilidades para a composição e arranjos são impressivas.

"Signals of Rain" apresenta uma melodia melancólica impressionantemente tocada pelo saxofonista tenor Josué López. O baixo de Vasconcellos e o piano de David Feldman interagem insinuantemente em um interlúdio construído com tensão. O baterista Allen Pontes atua de forma correspondente. "The Old City Ballad" tem uma melodia e o espírito preservado em "Signals of Rain". Aqui o solo do guitarrista convidado Torcuato Mariano é o destaque, notadamente por sua beleza sonora e linhas harmoniosas. O líder providencia um conciso e tocante solo de baixo. "Balance of Relations" inicia com uma introdução suave realizada pelo guitarrista Marco Vasconcellos e o baixo de André, antes López ensaia um tema com toques latinos. O solo de Marco é variado em sua pegada e construído implacavelmente. "Rome" é uma peça dramaticamente arranjada , com André em ostinato comandando as ações. Um arrojado solo de López é seguido por um mais reflexivo de Feldman, ainda que igualmente apaixonado . Seu piano improvisador então impulsiona o encerramento com um solo de Pontes.

A primeira parte de "Bullfight" descreve os lentos e mútuos movimentos do toureiro e do touro. O trabalho de guitarra de Marco tempera mais as coisas, comandando o fervente solo de López como uma confrontação que se intensifica antes de um saltitante solo de piano de Feldman desvanecer o cenário. Mariano e López compartilham a melodia trotante de "Puerto Madero". Desta vez é o pianista Renato Fonseca que apresenta um solo profundo, com a linha pulsante do baixo de André estabelecendo uma forte base. O solo rápido de López cobre uma faixa memorável.

"The Trip of the Elephant" oferece um insinuante e hipnótico tema que inspira López na busca de um solo em cascata do seu tenor , seu melhor, ou talvez de qualquer outro participante do trabalho, no CD inteiro. A última faixa, "Spiral" desenvolve uma pegada insistente que é sustentada pelo trio de piano, baixo e bateria, sobre o qual os solos vigorosos de López e Feldman embarca em uma hábil e extensa improvisação. Este é um reanimador e moderno grupo do mainstream.

Faixas
1.Signals
of Rain
2.Rome
3.Balance
of Relations
4.The
Old City Ballad
5.Bullfight
6.Puerto
Madero
7.The
Trip of the Elephant
8.Spiral

Fonte : JazzTimes

ANIVERSARIANTES - 28/02



Bill Green (1925-1996) – saxofonista,
Charles Gayle (1939) – saxofonista,
Daniel Barry (1955) – trompetista,
Grace Chung (1971) – vocalista,
Liam Sillery (1972) – trompetista,
Roseanna Vitro (1954) – vocalista (na foto e vídeo)http://www.youtube.com/watch?v=vqwcDd6B3oc&feature=related,
Willie Bobo (1934-1983) - percussionista

segunda-feira, 27 de fevereiro de 2012

CHARLIE HADEN & HANK JONES - COME SUNDAY(Emarcy/Decca)



Dezessete anos atrás o baixista Charlie Haden e o pianista Hank Jones reuniram-se para a admirável gravação em duo do disco “Steal Away”. Em fevereiro de 2010, eles se reuniram para
gravar outra sessão em dueto, “Come Sunday”. Jones faleceu três meses depois aos 91 anos. Se esta sessão fica como o último manifesto do do pianista, está claro que ele legou ao mundo uma mensagem de puro prazer. O disco é uma reunião de canções gospel, hinos e a religiosa faixa título de Duke Ellington. Cada músico tem um forte senso melódico que este raro trabalho enfatiza em seus tranquilamente inspirados chamados e respostas , quer Haden seguindo a inspiradora liderança de Jones em “Take My Hand, Precious Lord” ou suas mudanças
de papel em “Down By The Riverside”. A reverência de Jones por este material nunca o afasta do seu senso de humor , particularmente na despreocupada “Give Me That Old Time Religion”. Embora “Come Sunday” chegue após os feriados de final de ano de 2011, é de qualidade soberba e as canções selecionadas (que inclui “God Rest Ye Merry Gentlemen” e“It Came Upon A Midnight Clear”) serão relevantes para muitos Natais que virão.
Faixas
1. Take My Hand, Precious Lord
2. God Rest Ye Merry Gentlemen
3. Down By The Riverside
4. Going Home
5. Blessed Assurance
6. It Came Upon A Midnight Clear
7. Bringing In The Sheaves
8. Deep River
9. Give Me That Old Time Religion
10.Sweet Hour of Prayer
11. Were You There When They Crucified My Lord?
12. Nearer My God To Thee
13. Come Sunday

Fonte: Downbeat /AARON COHEN

ANIVERSARIANTES - 27/02



Barry Cleveland (1956) - guitarrista,
Dexter Gordon (1923-1990) – saxofonista(na foto e vídeo) http://www.youtube.com/watch?v=-xGPHseCQrI, Joey Calderazzo (1965) – pianista,
Lina Nyberg (1970) – vocalista,
Rob Brown (1962) - saxofonista,
Scott MacGregor (1961) - guitarrista

domingo, 26 de fevereiro de 2012

ELIO VILLAFRANCA AND ARTURO STABLE – DOS Y MÁS (2012)



O pianista Elio Villafranca e o percussionista Arturo Stable têm o mundo nas pontas dos dedos. Eles originalmente aclamam Cuba, onde eles receberam educação musical clássica e encharcaram-se dos sons populares antes de vir para de virem para os Estados Unidos.Porém eles não limitam suas visões ao seu ponto de origem. Espanha, Oriente Médio e África em companhia dos sons da terra natal integram “Dos Y Más , como se eles misturassem suas mentes e casassem suas intenções musicais para criar um programa orgânico e de musica original.

Ambos têm percorrido caminhos paralelos, passando seus anos de formação no Instituto Superior de Arte in Havana em Cuba, estabelecendo laços durante o trabalho na banda da saxofonista Jane Bunnett em Spirits Of Havana, enquanto se estabeleciam no mundo,ultrapassando os limites dos artistas cubanos, indo além através do trabalho com educadores engajados em programas musicais de faculdades da Filadélfia. Todas essas experiências, quer similares ou compartilhadas, fazem-nos parceiros aptos para esta narrativa de um duo.

“Dos Y Mas” inicia com um par de singulares composições de Villafranca, que dá ao pianista a chance para soltar-se antes de apresentar um solo fundamental sob um solo de Stable. O álbum continua com "Alla" uma balada relaxada que demonstra ser a única faixa que não tem um bom senso de fluidez e balanço. A percussão de Stable está bastante ocupada , com estivesse distraída e em conflito com o piano fluido de Villafranca. Entretanto, eles rapidamente recuperam-se com "Arara" inspirado pelo encontro de Villafranca com Ojun Degara, um dos mais velhos grupo folclórico da província de Matanzas, Cuba. "Arara" prova ser o início de um vitorioso de um
veio para este dinâmico grupo: "En La Colonia" começa com dois minutos de manuseio do piano com o polegar e apresenta algo hipnótico com ritmos vindos das mãos direita e da esquerda de Villafranca; "Vertiente" golpeia duro com sua mistura de ritmos de Bulería e elementos Afro-Cubanos, e eles abrem caminho no território da energia na picante "A Las Millas". Com o disco chegando ao fim , eles trocam de ferramenta com o ímpeto das marés em "Agua Marina" e o vocal incrementado em "Cuba Linda", que traz o cantos Igor Arias para a equação. Estas músicas ajudam a estender por toda parte o escopo do projeto.

Enquanto um firme entendimento dos modelos cubanas e ritmos do mundo incrementam completamente a experiência da audição.”Dos Y Mas” não vem com qualquer conhecimento baseado em pré-requisitos. Estes escultores de mentes abertas musicais criaram esta música para aqueles que abrem seus ouvidos para absorvê-la e desfrutá-la.

Faixas: 1529; Saghezi; Alla; Arara; En La Colonia;Vertiente; A Las Millas; Yusa's; Agua Marina; Cuba Linda.

Músicos: Elio Villafranca: piano, guataca, vocal; Arturo Stable: djembe, udu, dumbek, congas, bata, cajón, hand percussion, vocal; Igor Arias: vocal (10).

Gravadora: Motéma Music

Estilo: Latin/World

Fonte : All About Jazz /DAN BILAWSKY

ANIVERSARIANTES - 26/02


Dave Pell (1935) – saxofonista,
Déo Rian(1944) –bandolinista,
Fats Domino (1928) – pianista,vocalista,
Hilliard Greene (1958) –baixista,
Lea Freire (1957) – flautista (na foto e vídeo) http://www.youtube.com/watch?v=ZqJVuvL_k3k&feature=related,
Steve Grover (1956) - baterista,
Trevor Watts (1939) - saxofonista

sábado, 25 de fevereiro de 2012

ANIVERSARIANTES - 25/02



Aaron Koppel (1983) – guitarrista,
Brian Drye (1975) –trombonista,
Carlos Malta(1960) –saxofonista, flautista(na foto e vídeo) http://www.youtube.com/watch?v=U6NoIqBpxkY,
Ernesto Cervini (1982) – baterista,
Fred Katz (1919) – violoncelista,
Ida Cox (1896-1967) – vocalista,
John Gentry Tennyson (1965) - pianista,
Lars Jansson (1951) – pianista,
Tommy Newsom (1929-2007) – saxofonista

sexta-feira, 24 de fevereiro de 2012

ANIVERSARIANTES - 24/02



David"Fathead" Newman (1933-2009) – saxofonista (na foto e video) http://www.youtube.com/watch?v=xtqbPxroV_4&feature=related,
Eddie Chamblee (1920-19990 –saxofonista,
Michel Legrand (1932) – pianista,
Patti Wicks (1945) - vocalista

quinta-feira, 23 de fevereiro de 2012

ANIVERSARIANTES - 23/02



Daryl McKenzie (1962) – trombonista,
Johnny Winter (1944) – guitarrista. vocalista
Wayne Escoffery (1975) – saxofonista(na foto e vídeo) http://www.youtube.com/watch?v=IbSQW91gS40

quinta-feira, 16 de fevereiro de 2012

URI CAINE – SIREN (Winter & Winter)



Com Uri Caine você tem que esperar o inesperado . O tecladista, conhecedor do jazz, toca músicaclássica e frequentemente a mistura com a eletrônica. Ele faz álbuns de soul,funk, jazz-eletrônica e a chamada porn music. Você nunca esperaria Uri Caine realizar um disco de trio com piano, baixo e bateria.

Provavelmente por isto,sta execução é que é duro acreditar. “Siren” com o baixista John Hébert e o baterista Ben Perowsky é o primeiro disco de Caine, em estúdio, com um tradicional trio de jazz desde 1999. Mas (outra vez) não esperem Bill Charlap ou Bill Evans ou mesmo Keith Jarrett.
A iconoclastia de Caine permanece intacta, entretanto um pouco temperada. Se o formato é mais
restritivo do que o que Caine está acostumado a fazer, esteticamente o trio viaja ao redor , da tensão, conexão expressiva e pegada próxima do funk ,passando pelas improvisações free e suíngue verdadeiro. De fato , em poucas ocasiões , incluindo “Free Lunch” , expressões atonais são manejadas para desenvolver o suingue.
“Siren” é um álbum jubilosamente irrequieto. Os três músicos parecem sentir seus estilos cerebralmente através de alicerces variados, até eles explorarem o ostinato, que vem a ser a pegada. “Smelly” desliza como se empilhada tal qual a música inicia; Caine circulam em torno de registros extremos (seus braços seguramente estendidos) , pois Perowsky e Hébert deixam espaço entre as batidas e o dedilhar. Onze das faixas são composições de Caine, porém, de leve, no meio da sessão ele apresenta um standard, “On Green Dolphin Street”, e é aí que o trio está em completa capacidade operacional , suingando tão pesado quanto outros que j´pa interpretaram esta canção. Faz você querer na sequência um álbum de standards do trio. Agora isto é algo que você nunca deve esperar.
Faixas: Tarshish; Interloper; Siren; Crossbow; Smelly; Succubus; Green Dolphin Street;
Foolish Me; Calibrated Thickness; Hazy Lazy Crazy; Free Lunch; Manual Defile.
Fonte :JazzTimes / Steve Greenlee

ANIVERSARIANTES - 16/02



Ben Tyree (1980) – guitarrista,
Bill Doggett (1916-1996) –organista,
Brent Blount (1970)- saxofonista,
Jeff Clayton (1954) – saxofonista,
Machito (1908-1984)- vocalista, líder de orquestra ,
Michel Herr -(1949) - pianista,
Pete Christlieb (1945) – saxofonista(na foto e vídeo) http://www.youtube.com/watch?v=R26qrhpeJiA

quarta-feira, 15 de fevereiro de 2012

DIÁLOGOS DE UM CHORÃO



Gêneros produzem ortodoxias e tribos xiitas. Chorões, por exemplo, costumam ser refratários a misturas. A audaciosa proposta de Diálogos
de um Chorão é abrir conversações do estilo ancestral com outras latitudes estéticas. O disco reúne o veterano violonista sete cordas Valter Silva (acompanhante de Nelson Gonçalves a Zezé Motta e parceiro recente de Yamandú Costa), o bandolinista Henry Lentino, do grupo de nome autoexplicativo Tira Poeira, e o baterista Diego Zangado, de formação sinfônica e atuações com o grupo Casuarina e Francis Hime. A triangulação, munida de programação e efeitos, resulta numa viagem acidentada por percursos inéditos aos ouvidos adestrados no choro. Como nos solavancos funkiados de Saliente, de Jacob do Bandolim, ou no tempero caribenho adicionado a Naquele Tempo, de outros ícones, Pixinguinha e Benedito Lacerda. Túmulos revirados? Nada disso. O virtuosismo não é estrada de
mão única, como demonstram o rebordado baião Poromandinho, homenagem de Lentino ao músico Armandinho, e a simulação eletrônica da ensaboada Espinha de Bacalhau, de Severino Araújo. Há momentos nostálgicos em Diálogos para um Mestre e no solo vocal seresteiro de Valter Silva no samba-canção Risque. Mas novos sobressaltos à zona de conforto ocorrem nos meandros de gafieira do sincopado Batendo a Porta e nos alucinados breques de Linha de Passe
vocalizados pela italiana (sem sotaque) Cristina Renzetti. No final, o pancadão funk sacode a fusão Valter no Pop com o forró Feira de Mangaio, numa travessia sobre o abismo entre extremos apartados por preconceitos.

Faixas
1- Saliente 5:30
2- Naquele Tempo 5:00
3- Poromandinho 3:35
4- Risque 2:47
5- Diálogo Para Um Mestre 4:08
6- Espinha de Bacalhau 3:15
7- Batendo a Porta 3:20
8- Linha de Passe 4:12
9- Valter no Pop/Feira de Mangaio 5:21

Fonte : CartaCapital – TÁRIK DE SOUZA

ANIVERSARIANTES - 15/02



Abel Ferreira(1915-1980) – saxofonista, clarinetista(na foto),
Dena DeRose (1966) – pianista, vocalista,
Harold Arlen (1905-1986) – compositor,líder de orquestra,
enry Threadgill (1944) – saxofonista, flautista,
Herlin Riley (1957) – baterista,
Kirk Lightsey (1937) – pianista(no vídeo) http://www.youtube.com/watch?v=ic1TLoSwXyA,
Marty Morell (1944) – baterista,
Nathan Davis (1937) – saxofonista,clarinetista,flautista,
Taft Jordan (1915-1981) - trompetista

terça-feira, 14 de fevereiro de 2012

ESCALANDRUM – O JAZZ QUE VEM DA ARGENTINA



O sexteto Escalandrum é o grupo de jazz argentino mais conhecido no mundo atualmente. Não só porque é liderado por Daniel 'Pipi' Piazzolla, neto de gênio Astor, mas pela qualidade de seus componentes que há doze anos executam música de alta criatividade. O Escalandrum se apresentou no BH Jazz Festival no último 29 de janeiro em Belo Horizonte.

Segue matéria de Ricardo Carossino, revista Living Jazz, ano 1 n° 2 (julho de 2011)
Escalandrum nasceu em março de 1999 pela inquietude de Daniel “Pipi” Piazzolla em formar um grupo capaz de dar ao jazz contemporâneo a cor da música de sua Argentina. O nome do grupo surge da combinação de “Escalandrún” (uma espécie argentina de tubarão que Piazzolla gostava de pescar com seu pai Daniel e seu avô Astor), e “drum” (‘tambor’ em inglês).

O sexteto é formado por: Daniel Pipi Piazzolla (bateria), Nicolas Gueschberg (piano), Damian Fogiel (sax-tenor), Martin Pantyrer (sax-barítono e clarinete-baixo), Mariano Sivori (contrabaixo) e Gustavo Musso (ax-alto e soprano). A entrevista, conduzida pelo jornalista Ricardo Carossino, foi concedida pelos músicos Pipi Piazzolla e Nicolas Gueschberg.

RC - Custa muito manter uma banda que não faz música comercial?
PP - Como não é comercial, segue em frente, avançando. Também acontece com os novos músicos do tango, pois nos lugares que tem se ouve os músicos tradicionais, eles tocam para turistas. Como na época de Duke Ellington, o jazz era como o tango aqui, as pessoas pagavam entradas para poder dançar. O nosso caso tem mérito, porque temos doze anos de estrada e o grande segredo é o bom humor entre nós.

RC - Vocês são artistas que fazem uma música elitista?
PP - O jazz é bastante elitista. Mas, desde que esse gênero passou a ter voz própria, uma voz argentina, deixou de ser americano e a gente começou a evoluir para um tipo de jazz.

RC - Então há um jazz argentino?
PP - Sim, para mim há um jazz argentino. Tem uma melodia no jazz argentino que provém do tango. Aqui tem muitos músicos excelentes e o nível compositivo é muito alto, ainda que a técnica e o virtuosismo dos americanos sejam superiores. Aqui se busca a melodia e um desenvolvimento temático, como um conceito de canção.

RC - Vocês se prepuseram a ter uma linha de identidade argentina ou foi por casualidade?
NG - No primeiro ano, ficamos um tempo ensaiando e logo começaram a surgir coisas mais distantes do jazz americano. Ensaiamos milongas em 5/4, com um rítmo de Dave Holland Quintet colocávamos um swing numa chacarera. Somos músicos de formações distintas aos quais interessam falar das coisas daqui. Nunca nos sentimos forçados a fazer determinadas coisas.

RC - Como as composições são trabalhadas?
NG - Eu trabalho com técnicas de composição de uma forma acadêmica, mas as ideias saem de todos os lados como em qualquer gênero. De todas as maneiras, o tema é armado no ensaio.

RC - Como transmite um baterista o que quer na composição de um tema?
PP - O bom baterista dirige para que lado vai a música pelo poder que tem o instrumento. Talvez um baterista possa mudar a cor de um mesmo tema.

NG - E muda o caráter de um tema. A base rítmica se maneja com mais liberdade e um tema pode começar com uma ideia e terminar com outra completamente diferente.

RC - Como conseguiram ter vontade para tocar depois de doze
anos?
PP - Escalandrum seguiu evoluindo porque, cada integrante do grupo cada vez toca melhor que o ano anterior e o grupo está cada vez mais azeitado, porisso temos mais gana de prosseguir.

RC - Como é que se monta uma lista de temas?
NG - Há um cuidado especial em se montar uma lista de temas. Não vamos colocar cinco temas com solos de sax um atrás do outro, pois como temos muitas cores no Escalandrum, não temos necessidade de repetirmos.

RC - O que é mais importante no piano do Escalandrum, a mão direita ou a mão esquerda?
NG - Creio que está dividido. Pessoalmente, tendo uma formação maior, toco jazz de uma forma predominante com a direita; e no tango, a mão esquerda se toca mais. Podemos dizer que a coisa é dividida.

RC - Como se toca Piazzolla sem cair em lugares comuns?
PP - Fomos cuidadosos. Traçamos uma estratégia e escolhemos os temas cuidadosamente. É difícil fazer a música de Piazzolla e também não é. É complicado sair dessas características, porque meu avô criou um estilo fechado em si mesmo; se você acelera um pouco um tema é como não o tocasse tanto, como se caminhasse por cima dele.
RC - Quem faz as linhas do bandoneón?
PP - O sax toca as linhas que tocava meu avô no bandoneón. Tratamos de buscar temas em que o sax não ficasse mal e não se transformasse em algo duro, por que não existe melodias em super estacato. Adaptamos o sax ao que era feito pelo bandoneón.

RC - Tiveram que voltar a escutar a Piazzolla de outra maneira?
PP - Sim, claro. Começamos a ouvir a Piazzolla, a princípio por respeito. Descobre-se que meu avô ia ganhando velocidade nos shows ao vivo. Isso significa redescobrí-lo.

RC - O jazz argentino está crescendo? Há mercado para conter esse crescimento?
PP - O jazz avança e há músicos que tocam de tudo.
NG - Avançou muito no nível compositivo. Nos últimos 10 ou 15 anos os lugares melhoraram muito, e uma das coisas é porque há mais pianos. E a relação com os donos dos espaços de jazz mudou para melhor. Pode-se dizer que se trata de um crescimento.
Discografia
Bar los amigos - 2000
Estados Alterados - 2002
Sexteto en Movimiento - 2003
Misterioso - 2006
Visiones - 2008
Plays Piazzolla - 2011

Sites :
www.myspace.com/escalandrum
http://www.escalandrum.net/

Fonte: Clube de Jazz

ANIVERSARIANTES - 14/02



Bill Laswell (1950) – baixista,
Elliot Lawrence (1925) -pianista,
Jacob do Bandolim(1918-1969) – bandolinista,
Maceo Parker (1943) – saxofonista,
Magic Sam (1937-1969) – guitarrista e vocalista,
Merl Saunders (1934-2008) – organista,
Rob McConnell (1935-2010) – trombonista,
Stefano DiBattista (1969) – saxofonista(na foto e vídeo) http://www.youtube.com/watch?v=Xl1xllT2Ka4&feature=related

segunda-feira, 13 de fevereiro de 2012

SAI VENCEDORES DO GRAMMY PARA A CATEGORIA JAZZ



Os vencedores são: Chick Corea (na foto) por "500 Miles High" (melhor solo improvisado de Jazz); Terri Lyne Carrington por “The Mosaic Project “(melhor álbum vocal de Jazz); Corea, Clarke & White por Forever (melhor álbum de Jazz Instrumental) e Christian McBride Big Band por “The Good Feeling” (melhor álbum de orquestra de Jazz).

A presença dos vencedores foi vista no show antes da transmissão pela televisão, especialmente os da categoria pop, porém os vencedores do jazz estavam na casa. Corea recebeu as duas estatuetas e estava acompanhado por Stanley Clarke pela premiação pelo álbum. Terri Lyne Carrington estava lá e fez seu discurso, e creditou a Esperanza Spalding a ajuda na inspiração para realizar o projeto (a baixista-cantora, que notavelmente venceu na categoria “Revelação” no ano passado, acompanhou Carrington no palco). Carrington lembrou seu primeiro Grammy, a
nominação em 1989 para “Real Life Story”, relembrando que concorreu com Pat Metheny e Miles naquele ano . Christian McBride recebeu sua estatueta e a dedicou ao falecido avô.
Tony Bennett e Amy Winehouse venceram na categoria melhor duo pop/performance em grupo pela gravação de "Body and Soul". Bennett recebeu sua estatueta ao lado dos pais de da falecida Winehouse. Pat Metheny, um contínuo vencedor, arrebatou o prêmio na categoria New Age com “What's It All About”, seu requintado álbum de guitarra solo gravado pela Nonesuch.
Outros vencedores relacionados à música de raiz foram Trucks Tedeschi Band, por "Revelator” (melhor álbum de Blues ). The Rebirth Brass Band venceu pelo seu “Rebirth of New Orleans” em uma nova categoria, Melhor Álbum de Música de Raiz Regional, e Booker T. Jones recebeu uma estatueta por “The Road From Memphis” (melhor álbum pop instrumental).
O prêmio para a categoria jazz latino, foi colocado à margem das categorias concorrentes no ano passado, e lamentavelmente fez falta.

Para uma lista completa dos nomeados, visitem o site oficial do Grammy .

Fonte : JazzTimes

ANIVERSARIANTES - 13/02



Buck Hill (1927) - saxofonista,
Eileen Farrell (1920-2002) – vocalista,
Wardell Gray(1921-1955) – saxofonista(na foto),
Wingy Manone (1900-1982) – trompetista,vocalista,líder de orquestra

domingo, 12 de fevereiro de 2012

THAD JONES – THE MAGNIFICENT THAD JONES (2011)




A maior notoriedade do trompetista Thad Jones foi como membro e lider de grandes bandas, incluindo a Count Basie Orchestra e a posterior Thad Jones/Mel Lewis Orchestra. Mas tão importante quanto
seus trabalhos em orquestras foi, lamentavelmente, ele não ter dedicado mais tempo a pequenos grupos. Ele gravou um punhado de trabalhos de primeira classe para a Blue Note no meado da década de 50, sendo o principal entre eles, talvez “The Magnificent Thad Jones” de 1956. É música eterna que revela um músico com grande proficiência, com perfil de fino compositor e arranjador, e ainda uma séria compreensão do blues.

"April In Paris" dá a tendência do humor do trabalho, o standard suingando suavemente com a graciosa interpretação de Jones. Sua interpretação tem quase uma qualidade vocal com vibrato e precisão melódica . Movimentando-se dentro do primeiro original, "Billie-Doo", Jones usa sua conexão com o blues, utilizando o saxofonista tenor Billy Mitchell como um segundo complemento ao lado do grande pianista Barry Harris. Mitchell adiciona ao esquema improvisacional , delineado em elementos de Ben Webster e Charlie Parker para criar uma paisagem sonora nebulosa. Esta é uma banda que claramente absorve a estrutura do bebop, porém com a orientação de Jones a música tem a velocidade reduzida, passa a ser mais profunda, e apresenta conteúdo mais expressivo.
Talvez o maior momento combina todos estes elementos na forma como tempera a melodia de "If Someone Had Told Me". Em formato de trio, com apenas Harris e o brilhante
sibilar das escovinhas de Max Roach. Muito bonita, a mais emocionalmente embalada
gravação, mas não muito.
Em continuidade ao ressurgimento do vinil , “The Magnificent Thad Jones” foi relançado em dois LPs de 45 RPM pela Wizards at Music Matters, cuja
inteira razão de ser é relançar, meticulosamente, sessões clássicas da Blue Note . Só as fitas originais são utiizadas como fonte para prensar as que são , provavelmente, as mais finas edições destes lançamentos já lançadas. Neste caso, o álbum é uma verdadeira gravação mono. Talvez não totalmente reveladora como campeã da série mono, “Patterns in Jazz” de Gil Melle (também lançada em 1956), “The Magnificent Thad Jones” , entretanto,apresenta verdadeiramente excelente som com um impressivo nível de detalhe. Esta é realmente uma excepcional prensagem, adequada a uma embalagem recompensadora. O tamanho original da
embalagem é adicionada como bônus: uma fotografia em preto e branco de Jones fumando um cigarro em uma rua de Nova York, cercado por pombos. É uma das melhores capas da Blue Note e seu tamanho completo faz justiça.
Um membro de uma das famílias reais do jazz,entre os dez irmãos de Thad Jones estavam Elvin (o explosivo baterista do saxofonista John Coltrane durante os anos 60) e Hank, o elegante
e versátil pianista cuja longevidade é incomparável, mantendo-se ativo até sua morte em 2011 com a respeitável idade de 92 anos. Thad Jones manteve seu estilo próprio nesta estimada companhia , e deixou seu legado notavelmente gravado. A oportunidade de ouvir um dos seus melhores trabalhos , remasterizado com excepcional atençãopara o detalhe deverá ser bem recebido pelos fãs.
Faixas: April In Paris; Billie-Doo; If I Love Again; If Someone Had Told Me; Thedia.

Músicos :Thad Jones: trompete; Billy Mitchell: saxofone tenor; Barry Harris: piano; Percy Heath: baixo; Max Roach: bateria; Kenny Burrell: guitarra (7).
Gravadora: Blue Note Records
Fonte : All About Jazz / Greg Simmons

ANIVERSARIANTES - 12/02



Arthur Juini Booth (1948) – baixista,
Bill Laswell (1955) – baixista,
Brent Jensen (1960) – saxofonista,
Brian Baggett (1976) – guitarrista,
Buddy Childers (1926-2007) – trompetista,
Canhoto (1889-1928)– violonista , cavaquinista,
Dominguinhos(1941) – acordeonista e vocalista(na
foto e vídeo) http://www.youtube.com/watch?v=oehqhF5XHa4,
Gianni Savelli (1961) – saxofonista,
Mel Powell (1923-1998) – pianista,
Paul Bascomb (1912-1986) - saxofonista,
Ron Horton(1960) – trompetista,
Tex Beneke (1914-2000) - saxofonista

sábado, 11 de fevereiro de 2012

ANIVERSARIANTES - 11/02



Claude Jones (1901-1962) - trombonista,
Didier Lockwood(1956) – violinista (na foto e vídeo) http://www.youtube.com/watch?v=ZtD1uG_7NV8,
Jaleel Shaw(1978) – saxofonista,
Martin Drew (1944) - baterista,
Sérgio Mendes(1941) – pianista

sexta-feira, 10 de fevereiro de 2012

ANIVERSARIANTES - 10/02



Antonio Adolfo (1947) – pianista( na foto e vídeo) http://www.youtube.com/watch?v=0iJE84L1Fok&feature=related,
Cauby Peixoto(1931) – vocalista,
Chick Webb (1909-1939) – baterista, líder de
orquestra,
Datri Bean (1975) – piano,
Jimmy Durante (1893-1980) – pianista,
Kenny Rankin (1940-2009) –
vocalista,
Michael Weiss (1958) - pianista,
Paolo Fresu (1961) – trompetista,
Richard Cole (1957) – saxofonista,
Rufus Reid (1944) – baixista ,
Sir Roland Hanna (1932-2002) - pianista,
Walter Perkins (1932-2004) - baterista

quinta-feira, 9 de fevereiro de 2012

HARRY ALLEN – RHYTHM ON THE RIVER (2011)



O saxofonista tenor Harry Allen é um mantenedor da chama acesa por gente como Zoot Sims e Al
Cohn. Enquanto sua música não está próxima de nenhum lugar critico, ele retorna ao leito principal do suíngue através do vocabulário bop como um homem nascido para isto, sobre o curso do rio relatado no programa. Demonstra, assim, o muito que a música
significa para ele.

O talento para persuadir do seu toque tem raiz na sua habilidade. Ouví-lo em seu jeito de trabalhar em "Down by the River" é entender isto. Ele tem uma maneira de realizar seu trabalho que resulta em novidade que não é uma façanha pequena, dado a idade do material com o qual trabalha. Graças a isto, há uma centelha de personalidade em sua leitura da venerável "Cry Me a River". Seu fraseado é colorido com estilo agudo que não vem facilmente , enquanto o pianista Rossano Sportiello contribui com um acompanhamento que demonstra como o simples não é sempre necessariamente fácil.
Allen é bem criterioso na escollha de sua banda para a ocasião.
Na alegre "River, Stay 'way From My Doo" o cornetista Warren Vaché brilha mais uma vez, bem
como é um persuasivo patrono. Sobre o curso do seu solo , Vaché, intuitivamente, parece fazer cada nota somar e considerando o número de precedentes há poucos trompetistas/cornetistas em seu campo, pois sua categoria é notável. Só ecos tangenciais de Joe Newman saltam à mente.
"Walking by the River" é levado como um despreocupado videoclipe, que naturalmente vem tranquilo para os músicos celebrarem seu amor cada vez que tocam. O resultado do trabalho provoca pensamentos momentâneos de que tudo está correto no mundo. Algo que no mundo que habitamos não é pouca coisa.
Faixas:Riverboat Shuffle; Cry Me A River; Rhythm of the River; Lazy River; Roll On,
Mississippi, Roll On; Down By the River; River, Stay 'way From My Door; Blue
River; Weary River; Old Folks at Home (Swanee River); Ready for the River;
Sleepy River.
Músicos:Harry Allen: saxofone tenor; Rossano Sportiello: piano; Joel Forbes: baixo;
Chuck Riggs: bateria. Warren Vaché: cornet (1, 4, 8, 11).
Gravadora:Challenge Records
Estilo: Straightahead/Mainstream
Fonte : All About Jazz / Nic Jones

ANIVERSARIANTES - 09/02



Bill Evans(1958) – saxofonista,
Carmen Miranda(1909-1955) –vocalista,
Daniela Schaechter (1972) – pianista,
Joe Maneri (1927-2009) –clarinetista,líder de orquestra, Steve Wilson (1961) – saxofonista(na foto e
vídeo) http://www.youtube.com/watch?=fZWrYkEgQq0,
Walter Page (1900-1957) - baixista

quarta-feira, 8 de fevereiro de 2012

CAROL MORGAN QUARTET – BLUE GLASS MUSIC



Uma espirituosa, madura, mas não reconhecida , trompetista, Carol Morgan frente a um estelar grupo em seu quarto lançamento como líder. A interação orgânica que ela forja com seu parceiro de linha de frente Joel Frahm,um formidável e consistentemente audaz saxofonista tenor, é absolutamente
mágica. E as indeléveis conexões providenciadas pelo baterista Matt Wilson e pelo baixista Martin Wind fornece relaxada vibração, ao estilo Blue Note/ Prestige dos anos 60, à sessão. Juntos eles
exploram “I Love You” de Cole Porter, que tem Wilson maliciosamente movendo-se em “Poinciana”, marca o compasso antes da peça ser explorada consideravelmente no solo de Frahm. As baquetas de Wilson no solo nesta música mostra porque ele está
entre os mais melódicos bateristas em atuação. Eles tomam uma relaxada interpretação em “April in Paris” com Frahm brilhantemente sombreando os movimentos de Morgan. Eles também dão uma reviravolta na comovente leitura de “Lonely Woman” de Ornette Coleman,
sublinhada pelo baixo encorpado de Wind e pelo toque, em corte africano, da bateria de Wilson. A natural interação melódica entre Morgan e Frahm é, sem dificuldade, prontamente manifesta em “Booker’s Waltz” de Booker Little e esperta em “Where Are You?” de Jimmy McHugh e colorida pelo revigorante trabalho suingante das vassourinhas de Wilson. Um esplêndido lançamento.

Faixas
1. I Love You 7:30
2. April In Paris 7:32
3. Lonely Woman 10:22
4. Booker's Waltz 6:09
5. Glyph 4:38 $0.99
6. Where Are You? 6:40
7. Last Waltz 8:34

Fonte :JazzTimes / Bill Milkowski

ANIVERSARIANTES - 08/02



Buddy Morrow (1919) – trombonista, líder de orquestra,
Eddie Locke (1930- 2009) – baterista,
Gabriel Improta (1975) – violonista (na foto e
vídeo) http://www.youtube.com/watch?v=DZzKBgKskmw,
Lonnie Johnson (1899-1970) – guitarrista,vocalista,
Marc McDonald (1961) -
saxofonista,
Pony Poindexter (1926-1988) – saxofonista

terça-feira, 7 de fevereiro de 2012

MARC FISCHER - HO-BA-LA-LÁ - À PROCURA DE JOÃO GILBERTO



O Livro de um jornalista alemão, Ho-ba-la-lá – À procura de João Gilberto é um presente para os fãs do cantor, que já conhecem todas as suas histórias, uma introdução inteligente ao personagem e seu significado cultural e uma aula de jornalismo literário. O autor, Marc Fischer, morreu ano passado, aos 40 anos, sem ver o livro lançado. Com dois romances e reportagens publicadas em revistas e jornais de seu país, ele se suicidou sem deixar razões. O livro sobre João Gilberto, em um capítulo, chega a falar do suicídio imotivado de um estrangeiro no Rio de Janeiro.


O livro de Marc Fischer tem muitas boas sacadas literárias, alguns mistérios e enigmas (uma noite o autor recebe um telefonema e do outro lado da linha escuta alguém cantando Ho-ba-la-lá) que ele costura com graça. Mas há também o excelente trabalho jornalístico, com informações sempre seguras sobre o Brasil, seja no campo da política, da arte ou do comportamento.


Escrevendo para alemães, Marc Fischer não cai nunca em exotismos e generalizações. Independentemente do método escolhido (reportagem-confessional-detetivesca-afetiva), seu livro é uma biografia de alto nível e um ótimo estudo sobre o significado da bossa nova para a cultura pop da segunda metade do século passado. E tão bom de ler como um samba na voz de João.


Fonte João Paulo, Estado de Minas, via Clube de Jazz

ANIVERSARIANTES - 07/02



Clementina de Jesus(1901-1987) – vocalista,

Earl King (1934-2003) – guitarrista,vocalista,

Eubie Blake (1883-1983) - pianista,

Javier Vercher (1978) – saxofonista,

King Curtis (1934-1971) – saxofonista,

Ray Crawford (1924-1997) - guitarrista,

Rogério Duprat(1932-2006) – maestro,arranjador(na foto)

Garçom, um Coltrane, por favor, e a conta


O saxofonista Márcio Resende leva uma música intimista e romântica para o Café Pagliuca.


O Festival de Jazz e Blues antecipa atividades com uma trilha de shows pelos bares de Fortaleza

Há 13 anos, já é tradição para cearenses e turistas subir a serra do Maciço de Baturité para escapar dos batuques da folia carnavalesca litorânea e curtir as notas baixas do blues e as variantes do jazz no Festival de Guaramiranga. Depois, é certa a vinda das atrações para a Capital para contemplar os admiradores que não puderam trocar o calor da Capital pelo frio serrano. Mas, este ano, os amantes dos dois gêneros poderão ter uma entrada do que os espera no menu do Carnaval com a programação do "Na Trilha do Blues e Jazz", que começou no último dia 18 e segue até o dia 18 de fevereiro com apresentações em bares e restaurantes da cidade.

Café Pagliuca, Degusti, Bar Altas Horas, Butiquim, e Arre Égua são espaços que já trazem música em sua programação e agora abrirão as portas para receber nomes como Márcio Resende, Duna´s Jazz Band, Felipe Cazaux, Victor Gueiros, Puro Malte, Blues Label, Moby Dick e Allysson dos Anjos. A Trilha é uma das novidades da programação do Festival em 2012 e tem início às terças-feiras, prosseguindo até o sábado, cada dia em uma casa diferente (veja programação ao lado).

Quem abre a programação da semana, na terça-feira, é o Café Pagliuca, onde Márcio Resende e Trio se apresentam. Já no sábado, a casa recebe a Duna´s Jazz Band. Nesse dia, os fãs de carteirinha do blues e do jazz terão que optar, pois o Barril 85 também terá como atração Allysson dos Anjos. E, assim, ao longo da semana, as atrações se revezam em lugares diferentes, ou seja, as guitarras e o intimismo estão garantidos todos os dias na Capital até a chegada do Carnaval, uma opção para quem não curte muito as marchinhas, frevos e sambas que tomam conta da cidade no período que antecede a festa momina. Em cada estabelecimento será cobrado couvert artístico com preços que variam de R$ 3,50 a R$ 10,00.

Guaramiranga

No dia 18, será aberto oficialmente o Festival Jazz e Blues na pequena cidade que fica apinhada de gente para ouvir boa música.

Este ano, dentre as atrações que prometem empolgar especialistas e leigos em música, estão artistas de renome do Brasil, Estados Unidos, Cuba, Israel e Bélgica, sem falar na presença garantida de nomes da cena local que não podem ficar de fora do Festival, como Arthur Menezes, bem conhecido do público de longa data.

Entre os convidados que recebem as boas-vindas do público cearense, estão Gadi Lehavi Trio (Israel), Ravi Coltrane (EUA) e Omar Puente (Cuba).

Na programação, shows no fim de tarde, às 17 horas, enquanto as atrações principais se apresentam mais tarde, às 21 horas. Os ensaios abertos acontecem às 16 horas e as jam sessions serão realizadas na Cidade Jazz & Blues, uma estrutura de 1.500 metros quadrados de área, dos quais, 850 são cobertos.

A cidade foi erguida na rua principal, no espaço do campo de futebol. Na Praça do Teatro Rachel de Queiroz, a principal da cidade, diariamente às 15h haverá o Café no Tom, um bate-papo descontraído com uma das atrações do festival e acompanhado, claro, de café e chocolate, para quem preferir.

Depois, o Festival aporta em Fortaleza e segue ainda para Sobral. Dentre as atrações de destaque estão o carioca Danilo Caymmi, que se apresenta na Capital cearense, no dia 24 de fevereiro, às 19h30, no Cuca Che Guevara, em um duo com o violinista Flávio Mendes. No domingo, 26, ele se apresenta no Anfiteatro Flávio Ponte, na Volta da Jurema, na Avenida Beira Mar, a partir das 19 horas, encerrando a 13ª edição do Festival de Jazz e Blues.

SAIBA MAIS

Na trilha do jazz e blues

Terça-feira - Café Pagliúca - Apresentam-se Márcio Resende e Trio a partir das 21h. Endereço: Rua Barbosa de Freitas, 1035, Aldeota. Couvert: R$ 8,80.

Quarta-feira - Café Pagliúca - Apresentam-se Márcio Resende e convidados a partir das 21h. Endereço: Rua Barbosa de Freitas, 1035, Aldeota. Couvert: R$ 8,80.

No Degusti, Felipe Cazaux, a partir das 21h. Endereço: Rua Vilebaldo Aguiar, 352, Papicu. Couvert: R$ 4,50.

Quinta-feira - Butiquim com apresentação de Moby Dick, às 21h. Endereço: Frederico Borges, 27, Meireles. Couvert: R$ 3,50.

No Arre Égua, Felipe Cazaux se apresenta às 20h. Endereço: Rua Delmiro Gouveia, 420, Varjota. Couvert: R$ 10,00

Sexta-feira - Altas Horas. Apresentação da banda Blues Label, no dia 10/02. Já no dia 17/02, é a vez da Puro Malte. Horário: 23h30. Endereço: Rua Luís Girão, 135, Seis Bocas. Couvert: R$ 4,90.

Sábado - Café Pagliúca - Apresentação da Duna´s Jazz Band, às 21h. Endereço: Rua Barbosa de Freitas, 1035, Aldeota. Couvert: R$ 8,80.

Mais informações

13º Festival Jazz & Blues - Guaramiranga (Carnaval - 18 a 21/02), Fortaleza (24 a 26/02) e Sobral (25/02). Apenas os shows das 21h em Guaramiranga e os shows no Teatro Via Sul, em Fortaleza, têm venda de ingressos: R$ 40,00 (inteira) e R$ 20,00 (meia). O restante da programação nas três cidades tem acesso gratuito. A programação está disponível no www.jazzeblues.com.br. Contato: (85) 3262.7230.

Naiana Rodrigues
Repórter

segunda-feira, 6 de fevereiro de 2012

CRAIG TABORN – AVENGING ANGEL (ECM Records)



Ele serviu com distinção como acompanhante de músicos como James Carter, Chris Potter e David Torn. Ele tem sido demandado pela sua habilidade no piano, Fender Rhodes e no órgão. Em 2004, ele lançou um disco sob seu nome que se tornou um documento definitivo para o movimento do jazztrônica . Agora Craig Taborn fez algo completamente surpreendente: Ele gravou um álbum solo com trabalhos espontaneamente compostos.


É fácil imaginar como este disco deve ter sido realizado em dois dias no estúdio. Taborn sentado em frente ao piano, esperando a inspiração, arrancando poucas notas, gerando um tema e seguindo com ele. “The Broad Day King” coloca simples notas sobre um ostinato, com pesado uso de sustenido e enormes espaços abertos entre os pensamentos. Em “Gift Horse/Over the Water” as mesmas dez notas são repetidas sobre dois compassos, repetidamente, com a mão direita de Taborn lançando acordes em diferentes espaços . Falo sobre o uso do espaço: Em “This Voice Says So” meras 20 notas são tocadas no primeiro minuto e a mesma frase com três notas é repetida seis vezes nesse ponto. O álbum não é completamente tranquilo, entretanto, “Glossolalia” é o encontro de Chopin e Jarrett, achando Taborn arrancando três oitavas sólidas e rápidas pancadas em baixo registro fora da escala.


“Avenging Angel” é um experimento de som e silêncio. Enquanto ideias melodicamente reduzidas suportam muitas das peças, igualmente central para esta estética são as reverberações do martelar das cordas, as oscilações e a duração dos sustenidos. Esta delicadeza toma novos níveis. Esta música requer que o ouvinte seja muito atento. Cometer o erro de interpretar esta música como mero fundo musical fará você perder o conjunto.

Faixas: The Broad Day King; Glossolalia; Diamond Turning Dream; Avenging Angel; This Voice Says So; Neverland; True Life Near; Gift Horse/Over the Water; A Difficult Thing Said Simply; Spirit Hard Knock; Neither-Nor; Forgetful; This is How You Disappear.


NOTA: Este disco foi considerado um dos melhores de 2011 pela JazzTimes


Fonte : JazzTimes / Steve Greenlee

ANIVERSARIANTES - 06/02



Bernie Glow (1926-1982) - trompetista,

Chaim "Chase" Roberts (1984) – saxofonista,
Ernie Krivda (1945) – saxofonista,

Igor Prochazka (1975) - pianista,

John Pisano (1931) – guitarrista,

Natalie Cole (1950) – vocalista,

Natasha Miller (1971) – vocalista(na foto e vídeo) http://www.youtube.com/watch?v=H1z1mUUDbtw,

Sammy Nestico (1924) – líder de orquestra,

Scott Amendola (1969) – baterista

domingo, 5 de fevereiro de 2012

Num outrora agora

Ferreira Gullar - Folha de São Paulo

Meus olhos se enchem d'água e o passado me invade. É perda, mas, ao mesmo tempo, alegria
"Olha que coisa mais linda, mais cheia de graça..." Assim começa o samba "Garota de Ipanema", uma das obras-primas da bossa nova. Consta que esse samba nasceu no bar Veloso, que hoje tem o nome da música e fica na esquina da Prudente de Morais com a antiga Montenegro, chamada agora Vinicius de Moraes.

Pois bem, naquela época eu morava ali mesmo na rua Montenegro, quase em frente ao Veloso e também, como os demais moradores do bairro, com barraca e cadeira de praia, fazia o mesmo percurso a caminho do mar.

Mas, naquela época, minha turma não era a da música, e sim a das artes plásticas, cuja nova bossa era, então, o concretismo, que tinha seu quartel-general ali perto, na Visconde de Pirajá, entre a Montenegro e a Farme de Amoedo, no apartamento de Mário Pedrosa. Ali se reuniam, quase toda semana, Ivan Serpa,

Lygia Clark, Aluísio Carvão, Amilcar de Castro, Lygia Pape, Abraham Palatnik, Franz Weissmann...

Se a bossa nova resultava numa ruptura com a música popular em voga, em que imperavam o bolero e o dó de peito, o concretismo rompia com a tradição modernista nas artes plásticas, cujo principal expoente, na época, era Portinari.

Se se leva em conta que a pintura deste tratava de temas históricos e sociais, o concretismo, limitando-se a composições geométricas, era, como a bossa nova, um modo também de falar baixo.

De qualquer modo, vivíamos uma época de mudanças, tanto assim que, em 1955, se elege um presidente da República bossa nova, Juscelino Kubitschek, que decide construir uma nova capital para o Brasil e chama Oscar Niemeyer para inventar Brasília.

Mas as mudanças não ficaram no terreno das artes. Avançaram para o campo político-ideológico, com a luta pela reforma agrária e contra o imperialismo norte-americano. Cria-se o CPC da UNE, que se volta para a música dos subúrbios e se envolve com as escolas de samba. Mais tarde, após o golpe de 1964 e a criação do teatro Opinião -que era o CPC com outro nome-, o samba das escolas invade a zona sul do Rio.

Já então me afastara do concretismo, do neoconcretismo e mergulhara na luta política e na poesia social. Vinicius se junta aos jovens baianos e faz um show em nosso teatro. Tornamo-nos amigos desde então e essa amizade vai nos juntar, durante meu exílio em Buenos Aires, aonde ele ia fazer shows e terminou se apaixonando por uma moça argentina, quase 30 anos mais nova que ele. E ainda teve a coragem de ir pedir-lhe a mão aos pais dela, bem mais jovens que ele.

Todas essas lembranças, tumultuadamente, tomavam-me a mente, enquanto assistia ao filme de Nelson Pereira dos Santos e Dora Jobim, "A Música Segundo Tom Jobim", feito a muitas mãos, inclusive as de Miúcha.

O filme começa com o "Samba do Avião" e estende-se num sobrevoo sobre a cidade: o aterro do Flamengo ainda em obras, a praia de Botafogo, passa pelo Pasmado, depois pelo Túnel Novo, desemboca na Princesa Isabel e eis que estou na entrada da Barata Ribeiro, percurso que faço até hoje, várias vezes por semana.

É o outrora agora, de que fala Fernando Pessoa. Meus olhos se enchem d'água e o passado inteiro me invade. É perda, mas, ao mesmo tempo, alegria, pois só a música é capaz de nos dar isso.

E mais vertigem está por vir e já sei que virá e espero que venha, o coração batendo forte. A cada aparição de Tom Jobim, ora jovem e lindo, ora já sessentão e charmoso, a imagem do talento e da doçura, que doce ele era, sempre pronto a reconhecer e valorizar o talento do outro. É o que o filme nos mostra, sem uma palavra, sem uma legenda, nas cenas que se sucedem sempre iluminadas por sua música.

Não por acaso, essa música encantou o mundo, seduziu cantores e instrumentistas de muitos países e muitas línguas, que a executam, diante de nós, visivelmente tomados por ela, sejam eles Frank Sinatra, Sarah Vaughan ou Dizzy Gillespie. Mas a emoção maior foi ver e ouvir de novo aquelas canções na voz de Elizeth, Maysa, Elis, Nara e Adriana. Senti falta de Astrid e João Gilberto, que não aparecem no filme. Soube-se que ele é que não permitiu.

ANIVERSARIANTES - 05/02




Art Lande (1947) - pianista,


Big Bill Bissonnette (1937) - trombonista,


Bill Mays (1944) - pianista,


Keith Ingham (1942) - pianista,


Nenê(1947) – baterista(na foto e vídeo) http://vimeo.com/9403297,


Rick Laird (1941) - baixista,


Vinnie Colaiuta (1956) – baterista

sábado, 4 de fevereiro de 2012

DENILSON MONTEIRO - A BOSSA DO LOBO



É injusto reduzir Bôscoli ao bonitão sedutor e cafajeste do folhetim da TV ou ao carioca da gema que fez Nara Leão, Maysa e Elis Regina perderem a cabeça. Escrita pelo pesquisador Denilson Monteiro, a biografia A bossa do lobo (Editora Leya) vem pôr a lenda no devido lugar. Mulherengo, machista, bom copo e língua afiadíssima (atendia também por “Veneno”), o homem era um portento: compôs clássicos (O barquinho, Rio, Lobo mau, Canção que morre no ar, Se é tarde, me perdoa e Tributo a Martin Luther King), sobretudo ao lado de Roberto Menescal; pioneiro, ajudou a criar o modelo brasileiro de TV (trabalhou em várias emissoras, desde a década de 1950 – por causa dele, a atração dominical da Globo se chama Fantástico); e levou para a telinha o melhor da MPB (Dois na bossa, Brasil pandeiro e Saudade não tem idade). Ao lado de Miéle, reinventou o showbusiness verde-amarelo – a dupla projetou estrelas da MPB a partir dos acanhados palcos de bares cariocas, sobretudo Little Club e Beco das Garrafas. Foram eles que convenceram Roberto Carlos a adotar o “padrão Sinatra”, com big band e roteiro.


Quando o iê-iê-iê desbancou a bossa nova, Bôscoli saiu em defesa da música brasileira. Participou dos festivais dos anos 1960, mas ameaçou deixar de compor depois de ouvir Tropicália. O companheiro dos bossa-novistas Tom Jobim, João Gilberto, Roberto Menescal e Carlos Lyra quase jogou a toalha: “Meu tempo já passou”. Anos depois, quando os Titãs substituíram seu amigo Roberto Carlos no Canecão, alfinetou o rock oitentista. Os rapazes o “homenagearam” no “hip-hop psicodélico” Nome aos bois, ao lado de Stalin, Nixon, Garrastazu Médici e ... Lindomar Castilho! “Veneno” morreu de câncer os 66 anos. Deixou os filhos João Marcello (com Elis), Mariana e Bernardo (que trabalha no documentário Se é tarde, me perdoa, sobre a trajetória do pai). Lenda da MPB, Ronaldo merecia ganhar minissérie só para ele. Afinal de contas, trata-se, sem nenhum favor, de um personagem solo. “Retumbantemente safo”, como decretou o próprio Nelson Rodrigues.


Fonte: Ângela Faria, Estado de Minas, via Clube de Jazz

ANIVERSARIANTES - 04/02



Artie Bernstein (1909-1964) - baixista,

Gil Bernal (1931-2011) – saxofonista,

Hamleto Stamato(1968) – pianista (na foto e vídeo) http://www.youtube.com/watch?v=-Ooc8hpw-ss,

John Stubblefield (1945-2005) – saxofonista,

Julie Hardy (1977) – vocalista,

Jutta Hip (1925-2003) - pianista,

Min Rager (1975) – pianista,

Tony Fruscella (1927-1969) – trompetista,

Zé Canuto(1966) – saxofonista

sexta-feira, 3 de fevereiro de 2012

PAUL SIMON & WYNTON MARSALIS JUNTOS NO LINCOLN CENTER



O cantor e compositor Paul Simon e Wynton Marsalis atuarão juntos por três noites no concerto intitulado “The Paul Simon Songbook”. A estreia será no próximo dia 18 de Abril no Jazz at Lincoln Center concernente ao Concerto de Gala Anual de 2012 e será seguido por dois concertos públicos nos dias 19 e 20 de Abril.


O concerto de gala homenageará Lisa Schiff, presidenta do Jazz at Lincoln Center, pela sua liderança ao longo da década passada e será concedido o Ed Bradley Award for Leadership in Jazz para sua organização.


O concerto compreenderá canções da carreira de Simon, todas arranjadas por Marsalis e membros da Jazz at Lincoln Center Orchestra. Simon e Marsalis já trabalharam juntos antes, duas vezes, mas estes concertos marcarão a primeira performance completa de um concerto pelos dois .Para se agregar à Jazz at Lincoln Center Orchestra, Simon trará sua própria banda. O cantor Aaron Neville juntar-se-á ao grupo como convidado para apresentar canções selecionadas.


Fonte : JazzTimes / Jeff Tamarkin

ANIVERSARIANTES - 03/02



Bob Stewart (1945) –tubista,

Bobby Durham (1937-2008) - baterista,

Craig Bailey (1960) – saxofonista, flautista,

Gregory Tardy (1966) – saxofonista(na foto e vídeo) http://www.youtube.com/watch?v=ou2hnB7k9Lo,

John Handy (1933) - saxofonista,

Neal Miner (1970) – baixista,

Nelson Cascais (1973) – baixista,

Paul Kendall (1961) –saxofonista,

Rob Garcia (1969) – baterista,

Snooky Young (1919-2011) - trompetista

quinta-feira, 2 de fevereiro de 2012

RALPH ALESSI & THE AGAINST THAT - LOOK



“Clown Painting” o gemido industrial que inicia Wiry Strong, anuncia que o trompetista Ralph Alessi e o seu “quinteto This Against That não encobre com açúcar seu terceiro álbum. Porém a maior parte do disco tem melodia mais avançada e forma (entretanto, similarmente, temas extravagantes ocorrem em curtas eclosões), e se ainda desafia o ouvido e desafia as convenções, nada é menos que atrativo.


Não é coincidência que quatro membros do quinteto —Alessi, o saxofonista Ravi Coltrane, o pianista Andy Milne e o baixista Drew Gress—pagam tributo a Steve Coleman (entretanto, surpreende que o baterista, Mark Ferber, seja exceção). A angularidade da música deles tem a estampa do M-Base . Isto inclui figuras oblongas e medidas ajustadas (“Station Wagon Trip” ,“Medieval Genius”), mas também irregularidades de estrutura tais como em “Sock Puppeteer” uma música em três partes com extensões e ritmos contraditórios. As melodias não são muito fáceis. Algumas como “A Dollar in Your Shoe” e a insólita “Bizarro-World Moment” apresenta melodia mínima. O que eles apresentam inspira curiosidade. “Station Wagon Trip” is programática, documentando uma progressão de uma longa viagem de carro , registrando algo originário da antecipação para a loucura. E é absorta na sequência obscura de “Cobbs Hil,” uma composição em 4/4 com beligerância, porém com tema e harmonia atrativas.

Apesar da dificuldade, a banda permanence inquieta, abordando cada reviravolta singular como se fosse inteiramente natural. Não há graça na dança errática que abre “20% of the 80%”, por exemplo, porém Alessi, Milne e Gress tocam de forma brilhante e garbosa. Igualmente, a unissonância de Coltrane e Alessi em “Halves and Wholes” permanece clara e inicia alinhada como se a seção rítmica os engolfasse nas trevas. Não incrementa a acessibilidade do álbum, mas eleva seu poder sedutor.

Fonte : JazzTimes /Michael J. West

ANIVERSARIANTES - 02/02



Andrew Gilpin (1974) – pianista,

Henrique Cazes(1959) – violonista,cavaquinista,

James Blood Ulmer (1942) – guitarrista,

Jodie Christian (1932) – pianista,

Joe Mondragon (1920) – baixista,

Louis Sclavis (1953) – clarinetista,saxofonista,

Sonny Stitt (1924-1982) – saxofonista(na foto e vídeo) http://www.youtube.com/watch?v=DrvhbIrbGD4,

Stan Getz (1927-1991) – saxofonista

quarta-feira, 1 de fevereiro de 2012

300 ANOS DE GRANDEZA



Se vivos fossem, os três continuariam desafiando o coro dos contentes e subvertendo a linha evolutiva da MPB. Boêmios, controversos e geniais, Nelson Cavaquinho, Assis Valente e Mário Lago estariam completando 100 anos no final de 2011. A reportagem da Revista do Brasil ouviu especialistas para entender a real importância do trio para a cultura nacional e o quanto ele continua influenciando o imaginário artístico brasileiro.


Há quem diga que se Cartola é o “Pelé do samba”, pelas harmonias e letras irretocáveis e pelo imenso apelo popular, Nelson Cavaquinho só pode ser comparado a Garrincha. Sim, Nelson adorava uma boa birita, mas não é por aí. A comparação se dá pela naturalidade com que o sambista transgredia. Assim como as pernas tortas e o drible de Mané, o violão tocado por Nelson nada tinha de previsível. Enquanto as rosas de Cartola exalavam o perfume da mulher amada, Cavaquinho destilava toda a sua mágoa em A Flor e o Espinho: “Tire o seu sorriso do caminho/ Que eu quero passar com a minha dor”. Genial.

Produtor musical, criador do programa Ensaio, da TV Cultura, Fernando Faro conviveu de perto com Nelson Cavaquinho. Faro conta que Nelson era o sujeito mais imprevisível que ele conheceu, um boêmio inveterado, capaz de passar semanas rodando de bar em bar, com o violão a tiracolo, sem dia para voltar. Não tinha compromisso com nada e tampouco noção de sua genialidade (Garrincha puro). E passou boa parte da vida vendendo composições de sua autoria em troca de “dois mil réis”. “Um dia o encontrei e comecei a cantarolar uma música que havia sido gravada pela Isaurinha Garcia. Ele parou, arregalou os olhos e disse: ‘Nossa, que música bonitinha, de quem é?’ ‘Do Nelson Antônio da Silva’, respondi. E ele: ‘Mas o Nelson Antônio da Silva sou eu’.” Para Faro, em cada samba composto, em cada lágrima rolada, há um pouco de Nelson Cavaquinho. “É impossível calcular sua influência no samba de hoje.”

Valente


Assis Valente também não era dado a convenções. O compositor baiano não entrou para a história da música popular apenas pelos seus clássicos, todos imortais (Brasil Pandeiro, Camisa Listrada, Boas Festas), mas também pela maneira conflituosa com que combateu a hipocrisia da sociedade. Negro, pobre e homossexual, o sambista lutou a vida inteira para ser reconhecido como o grande compositor que era, livre de preconceitos. Nem sempre conseguiu. Suas letras, alegres e festivas (“Brasil, esquentai vossos pandeiros/ iluminai os terreiros que nós queremos sambar”), não combinavam com a forma trágica como viveu. Tentou suicídio por quatro vezes. Na primeira, atirou-se do alto do Corcovado, sob a bênção do Cristo Redentor – acabou salvo pelos bombeiros, quebrando apenas algumas costelas. Só conseguiu tirar a própria vida em 1958, ao ingerir guaraná com formicida. Faria 47 anos.
O jornalista e escritor Gonçalo Júnior acaba de assinar contrato com a editora Record para lançar a biografia definitiva do compositor baiano. Com o livro Quem Samba Tem Alegria – A Vida e a Música de Assis Valente, espera que a obra de Assis seja reconhecida à altura de sua importância e muitas lendas em torno de sua figura sejam enterradas. “Ele foi um compositor dos mais sofisticados e refinados, que deu à música popular brasileira uma densidade temática pioneira”, diz o escritor. Para Gonçalo, a questão da homossexualidade nunca foi muito bem resolvida por Assis. “Só porque ele cantava, em primeira pessoa, o drama de muitas mulheres? Se for assim, Chico Buarque também é gay.”

Duas canções de Assis Valente, ambas autobiográficas, são espelho fiel de sua personalidade, na opinião de Gonçalo: Cai, Cai, Balão e Alegria. “Elas contrapõem a alegria do samba e do Carnaval às tristezas e mazelas do dia a dia.” Em Alegria, por exemplo, o sambista resume sua melancolia no verso: “Vou cantando, fingindo alegria/ para a humanidade não me ver chorar”.


Mário Lago, em papo e prosa


Mário não morreu amargurado, muito menos esquecido. Era um homem muito bem resolvido, ciente de seus talentos e de suas poucas limitações. Fazia de tudo com imensa classe. Compositor invejável, poeta vigoroso, ator versátil, era dessas unanimidades incontestáveis. Não que não tenha tido suas desilusões. Sobretudo políticas. “Ele era um socialista de formação e passou a vida insatisfeito com os rumos do país”, diz o jornalista e crítico musical Jairo Severiano. Filiado ao antigo PCB, o artista sempre foi um militante engajado, mas sua posição ideológica não era refletida nas letras. Não fez canções de protesto, mas em compensação entrou para a história como autor de letras comportamentais, como Ai, Que Saudades da Amélia (em parceria com Ataulfo Alves), muitas vezes contestada como exacerbação do politicamente incorreto, mas sempre defendida pelo compositor como uma singela crônica de confrontação da consumista fútil com a mulher parceira, cúmplice, solidária.
Em entrevista, chegou a dizer que abordagem não é de gênero, pois também existe o “amélio” para explicar que o tema é um estado de amor, não de submissão.

Severiano e ele foram amigos viscerais. Querido pelos colegas e parceiros, Mário Lago só se tornava “desleal” quando uma conquista amorosa estava em jogo, como lembra o jornalista, em referência ao “roubo”, pelo sambista, de uma das maiores paixões da vida de Noel Rosa, a dançarina Ceci. Noel ainda tentou dar o troco, reconquistar a amante (ele era casado e Lago, solteiro), mas a tuberculose o consumiu. Quando o coração de uma mulher estava em jogo, Lago “não era solidário nem no câncer”. Severiano conta que ele não poupou nem mesmo o amigo Custódio Mesquita (seu parceiro em clássicos como Enquanto Houver Saudade e Nada Além), famoso pela boa-pinta e pelo jeitão sedutor. Mas não era páreo para Lago, que ganhou todas as disputas com o parceiro e não tinha nenhuma dificuldade moral ou remorso em fazer o papel de “ladrão amoroso”. Ai, meu Deus, que saudade de Mário Lago.

Ilustração: Vicente Mendonça


Fonte : Revista do Brasil / Tom Cardoso

ANIVERSARIANTES - 01/02



James Black (1940-1988) – baterista,

James P. Johnson (1894-1955) - pianista,

Joe Sample (1939) – pianista,

Joshua Redman (1969) – saxofonista (na foto e vídeo) http://www.youtube.com/watch?v=1ICJUFOJa2g,

Nora McCarthy (1958) – vocalista,

Sadao Watanabe (1933) – saxofonista,

Tricky Sam Nanton (1904-1946) - trombonista,

Tyrone Brown (1940) - baixista