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quinta-feira, 31 de dezembro de 2009

SEAN JONES – THE SEARCH WITHIN (MACK AVENUE)


Neste quinto lançamento para a “Mack Avenue”, o trompetista Sean Jones, 30 anos de idade, dá mais um passo em seu contínuo desenvolvimento como líder e com formidável presença na moderna cena jazzística. Enquanto suas raízes no “hard-bop” é ressaltada nos excitantes números com notas altas como na suingante “Transitions”, na turbulenta “The Storm” com toque latino e em “Sean Jones Comes Down” (um truque, um veículo para mudanças de tempo escrita para ele pelo seu mentor Frank Foster), Jones, também, proeminentemente apresenta seu lado lírico e suave em originais ternos como “The Ambitious Violet”, inspirado no poeta e filósofo Khalil Gibran; no balançante samba “Life Cycles” e na emocionante balada “Love´s Lullaby” .

Os novos saxofonistas Brian Hogans (alto) e Walter Smith (tenor) deixam uma forte impressão em seus feéricos diálogos com Jones nos agitados registros altos, bem como na interação nas brilhantes baladas. As contribuições do pianista Orrin Evans são essenciais, incluindo sua atuação no Fender Rhodes em “Summer´s Apring”, a feliz composição de Brian Hogans em 6/8, com alternâncias que relembram as edições iniciais do “Return to Forever” com Aírto Moreira e Joe Farrell. O excelente baterista Obed Calvaire eleva as performances com suas infindáveis maneiras criativas de colorir uma “pegada” como na bela balada “The Ambitious Violet”, no abrasivo toque hard-bop em “Transitions”, na energética apresentação em forma de “Jam” de “The Storm” ou na “funkeada” “Sunday Reflections”.

O ás da gaita, Gregoire Maret, adiciona seu toque lírico e mágico em “Life Cycles”, enquanto a vocalista e letrista Carolyn Perteete adiciona mistério e sedução na etérea “Letter of Resignation” em forma de valsa.

Um excelente e altamente atrativo lançamento que deverá colocá-lo dentro do mesmo plano de atenção dos seus colegas Nicholas Payton e Jeremy Pelt.

Faixas: The Search Within (Interlude); Transitions; The Ambitious Violet; Life Cycles; The Storm; Letter Of Resignation; The Search Within (For Less); Summer's Spring; Sunday Reflections; Sean's Jones Comes Down; Love's Lullaby; The Search Within (Postlude).

Músicos: Kahlil Kwame Bell: percussão; Obed Calvaire: bateria; Luques Curtis: baixo; Orrin Evans: piano, Fender Rhodes; Brian Hogans: sax alto; Sean Jones: trompete, flugelhorn; Gregoire Maret: gaita (4); Carolyn Perteete: vocal (6); Walter Smith III: sax tenor; Erika von Kleist: flauta (4, 8, 11).

Fonte : JazzTimes / Bill Milkowski

ANIVERSARIANTES 31/12


Andy Summers (1942) – guitarrista,
Gil Melle (1931-2004) saxofonista,
John Kirby (1908-1952) - baixista,tubista,
Jonah Jones (1909-2000) – trompetista(na foto),
Jonathan Mele (1969) – baterista,
Marcelo Salazar(1953) – percussionista,
Peter Herbolzheimer (1935) - trombonista,
Scott Forrey (1959) – trompetista

quarta-feira, 30 de dezembro de 2009

RAY LEVIER – RAY´S WAY (ORIGIN)


Muitos músicos jovens buscam outros já estabelecidos para tocar em seus discos de estréia como líderes. Ray Levier formou uma equipe forte : Joe Locke no vibrafone, John Abercrombie e Mike Stern na guitarra, David Binney no saxofone alto e François Moutin no baixo. Porém poucos álbuns de estréia apresentam tamanha firmeza, confiança e sinergia da banda. Este grupo deveria excursionar. A única questão seria : Que guitarrista utilizar ?. Abercrombie que se apresenta em “Manahatta” de LeVier e na sua própria composição “Ralph´s Piano Waltz” com solos que sugerem noites estreladas? Ou Stern, cujo potencial para incitar as plateias nas faixas estruturadas como “You Never Know”, que seria a melhor chance da banda tocar para o discurso de reeleição de Obama em 2013?.

LeVier levou 10 anos na banda da cantora-compositora KJ Denhert, onde ele era chamado para suportar o clima suingante para a pegada de jazz urbano” e “folk” da artista. Neste disco ele demonstra mesmo em alguns “funks” pesados do seu repertório, criações diversificadas, sofisticadas e formas sutis de energia. Em “Echoing” de Moutin, o vibrafone de Locke e a guitarra de Abercrombie interconectam ideias, que flutuam nas sugestões criadas pelo baixo de Moutin e nas vassourinhas de LeVier.

Esta banda atua obtendo benefícios dos contrastes das personalidades dos seus componentes. A mobilidade de Binney, o prenchimento dos espaços por parte de Abercrombie, a firmeza de Stern, a capacidade de Locke de enriquecer e definir a textura da banda . Todos integrados em um complexo, distintivo e atrativo som de grupo. O melhor exemplo de como eles podem servir a um conceito singular está em “Song for Nury” de LeVier. Binney apresenta firme devoção, carregada principalmente de ardor e lamento, mas tomada por elaborada e profunda atuação de Abercrombie e Locke.

Faixas: Ray's Way; Manahatta; You Never Know; Song For Nury; Blues In The Closet; Bait Tone Blues; Ralph's Piano Waltz; Echoing; Wing and a Prayer.

Músicos: Ray Levier: bateria; John Abercrombie: guitarra (1-2, 4, 7-8); Mike Stern: guitarra (3, 5-6, 9); Joe Locke: vibrafone (1-2, 4, 7-8); Dave Binney: saxofone (1, 3-4, 6); Federico Turreni: saxofone soprano (8); Ned Mann: baixo (5, 9); François Moutin: baixo(1-4, 6-8).


Fonte : JazzTimes / Thomas Conrad

ANIVERSARIANTES 30/12


Aloysio de Oliveira (1914-1995)–vocalista,compositor,produtor(na foto),
Brooke Sofferman (1972) – baterista,
Ed Byrne (1946) - trombonista,
Frank Vignola (1965) -guitarrista,
Jack Montrose (1928- 2006) – saxofonista,
Jerry Granelli (1940) - baterista,
Jimmy Jones (1918-1982) - pianista,
Lewis Nash (1958) - baterista,
Ron Affif (1965) - guitarrista,
Stan Tracey (1926) - pianista,
Yaron Elyashiv (1981) - saxofonista

terça-feira, 29 de dezembro de 2009

JOEL NASCIMENTO E HAMILTON DE HOLANDA – DE BANDOLIM A BANDOLIM


No dia 17/12, antes que o céu desabasse sobre o Rio de Janeiro, Joel Nascimento ajeitava os óculos antes de dar a partida em seu Gol azul, modelo 1993. Horas antes, em uma tarde abafada, porém aprazível, não havia indícios do temporal que estaria por vir. No segundo copo de cerveja, Joel arrumava novamente os óculos e pedia que o repórter o ajudasse a ler a seguinte frase: "Duas escolas, dois estilos, uma grande afinidade, um só coração." A declaração de afeto nada mais é do que o encerramento do texto do encarte, escrito pelo punho do próprio Joel, em “De Bandolim a Bandolim”, disco recém-lançado por ele e Hamilton de Holanda, que foi apresentado,em 19/12, no Auditório Ibirapuera.

O show, que contou com a participação do violonista Rogério Caetano, é a coroação do álbum gravado em 2008. Mais do que isso. Como se não bastassem a confluência de talento e o encontro de duas gerações do instrumento que há séculos floreava melodias da música erudita - e que posteriormente se tornaria um ícone dos chorões nacionais -, nota-se no discurso dos dois bandolinistas, embora não tenham nenhum parentesco, uma admiração que beira a de pai para filho. "Falo com plena convicção, o Hamilton é um dos maiores músicos da atualidade deste país, e de toda América do Sul. O que ele vem fazendo com o instrumento é algo que não se fazia e muita gente está copiando", diz Joel, orgulhoso de seu pupilo.

De fato, a sentença do bandolinista, nascido no bairro da Penha, no Rio de Janeiro, em 1937, não é nenhum devaneio. O que o instrumentista de 33 anos, nascido em São Cristóvão, faz não se resume apenas ao pleno domínio da técnica - habilidade de Hamilton tão reconhecida como afirmar que a pólvora explode. Seu bandolim é tocado com a inventividade exigida pelo sentimento; e com a humildade de alguém que não tivesse a mínima noção de sua genialidade. Hamilton enaltece o tempo inteiro a generosidade de Joel, mas, aberto ao diálogo, é daquelas pessoas que deveriam ser proibidas para diabéticos, de tão simples, doces e dóceis que são. "O que eu fiz no disco foi o acompanhamento, buscando acordes e harmonias diferentes, mas deixando aparecer o brilho merecido dos solos do Joel", conta Hamilton.

O resultado é um disco gravado apenas com dois bandolins, que em momento algum de cruzam ou se embolam. Muito se deve - além da tarimba dos dois - à aversão à cronologia em que “De Bandolim a Bandolim” foi feito, com merecido destaque na contracapa, com o seguinte recado: "Feito artesanalmente." A explicação é simples. Nas sessões de gravação, antes da dupla se dirigir ao estúdio, no bairro do Recreio, no Rio de Janeiro, Joel passava na casa de Hamilton e, em busca de uma sonoridade que os agradasse. Ali, trocava as cordas de seus bandolins feitos pelos luthiers Soros (1974) e Tércio Ribeiro (2008), e alterava a madeira de seus instrumentos.

Se, em virtude disso, a limpidez do som não deixa nenhuma dúvida em relação à qualidade atingida, questionamentos podem surgir dos mais reacionários em relação ao repertório por se tratar de um disco gravado por dois bandolinistas. É um disco de choro? "Faz um passeio, contando a história do instrumento, mas é um álbum, acima de tudo, de música", diz Joel. "Mais do que isso, pelo que o Hamilton faz com seu bandolim de 10 cordas (o tradicional tem oito), é um álbum didático, que também conta a história do instrumento. E feito com sinceridade, pois, na hora de escolher o que iríamos gravar nunca pensamos se as músicas poderiam agradar ao público, nunca visamos ao sucesso", diz Joel. "A gente apenas se juntou pra tocar o que gosta, não teve nada premeditado", diz Hamilton.

De fato, “De Bandolim a Bandolim” consegue mapear a trajetória do instrumento, unindo tradicional e contemporâneo. Como não poderia deixar de ser, o disco traz temas de chorões, como Pixinguinha (Os Cinco Companheiros), Jacob do Bandolim (Falta-me Você) e Ernesto Nazareth (Gotas de Ouro), além de registrar as suingadas e maliciosas Tu Passaste por Este Jardim, de Catulo da Paixão Cearense e Alfredo Dutra, e O Bom Filho à Casa Torna, de Bonfiglio de Oliveira.

Justificando a declaração de Joel de que não se trata de um disco de choro, fugindo do campo nacional, a dupla fez um registro singular do antológico tango Por una Cabeza (Carlos Gardel e Alfredo Le Pera). Indo mais longe ainda, espontaneamente encontrou no repertório erudito um grande diferencial para o álbum, com um trecho do segundo movimento do Concerto para Bandolim e Orquestra (Radamés Gnattali), e composições de Bach, Vivaldi e Beethoven. Com exceção do tema de Vivaldi, todos os outros clássicos contaram com transcrições para o bandolim de 10 cordas, de forma inovadora e fiel. "Não fizemos arranjos, mas transcrições. Não tem como mexer nessas obras. Seria como alterar a Monalisa e querer colocar o sorriso dela mais puxado para um lado. Ficaria muito estranho", brinca Joel.

Fonte: OESP / Lucas Nobile
Colaboração : Gileno Xavier

ANIVERSARIANTES 29/12


Danilo Perez (1966) – pianista,
Fred Jacobs (1949) - trompetista,
George Colligan (1969) - tecladista, George Schuller (1958) - baterista,
Joe Lovano (1952) – saxofonista (na foto),
Snub Mosley (1905-1981)- trombonista,
Willie Humphrey (1900-1994) - clarinetista

segunda-feira, 28 de dezembro de 2009

CARLA BLEY – CARLA´S CHRISTMAS CAROLS (ECM)


Nos EUA e na Europa, esta é a época em que grandes músicos e cantores vestem-se de Papai Noel e cometem as maiores barbaridades, coisas ridículas, para as quais não há perdão. Pois Carla Bley, hoje com 73 anos, tem neste Natal de 2009 a mesma coragem de meio século atrás, quando enfiou-se no mundo do jazz arrumando um emprego de "cigarette girl" no lendário Birdland de Nova York onde tocavam gênios como Charlie "Bird" Parker, Coleman Hawkins, Dizzy Gillespie e tantos outros gênios.

E que escola, o Birdland. Ela saiu de lá de caso com o pianista Paul Bley. Foi figura-chave do jazz experimental dos anos 60, tocando com Charlie Haden na Liberation Music Orchestra. Transformou-se numa das maiores pianistas do jazz. Casada há muitos anos com o contrabaixista Steve Swallow, comanda uma big band e adora grandes projetos orquestrais. O casal produz suas gravações para seu selo Watt, distribuído pela ECM.

Pois para este Natal ela providenciou o notável CD Carla"s Christmas Carols que, acreditem, leva as centenárias canções de natal a sério como matéria-prima para performances admiráveis. Não há concessão comercial. Logo Carla e Steve, que há pelo menos duas décadas deixaram de comemorar o Natal. "Hoje nos limitamos a uma garrafa de bom vinho, em casa, sem árvores natalinas nem troca de presentes", confessou recentemente.

São doze faixas. Além das inspiradíssimas recriações de clássicos eternos como O Tannenbaum e Jingle Bells, Clara dá seu pitaco com alguns excelentes temas. É o caso de Hell"s Bells, em que ela cita aquela melodiazinha que os fabricantes de papais-noéis costumam injetar nos bonecos do bom velhinho e que nos saturam os ouvidos durante o período natalino. Mas faz dela a base para uma performance de altíssima voltagem.

A contemplativa Jesus Maria, de Carla, de Natal só tem o nome. Uma melodia longa, com direito até a um belo solo da pianista. Outro detalhe inesperado: o contrabaixo elétrico de Swallow integra-se harmoniosamente com os metais do Partyka Brass Quintet. Não existem asperezas, tudo é muito redondo.

Nove faixas foram gravadas em estúdio, na França. Mas as duas últimas foram captadas ao vivo, em Berlim. Em "O Holy Night", o contrabaixo de Swallow enuncia o tema de modo convencional; mas, dos dois minutos em diante, o piano de Carla injeta um discreto swing - aí Swallow viaja num belo improviso, enquanto o piano cita de leve o tema. Os metais entram na altura dos 5 minutos, para anunciar o improviso de Carla. Tudo corre num clima bem gospel, típico do sul dos EUA. Apenas no último minuto os metais entoam majestaticamente o tema arquiconhecido.

Pois é, Carla Bley e Steve Swallow não brincam em serviço mesmo. Com eles, nada é banal - nem mesmo as surradas canções natalinas.

Faixas: O Tannenbaum; Away in a Manger; The Christmas Song; Ring Christmas Bells; God Rest Ye Merry Gentlemen part one; God Rest Ye Merry Gentlemen part two; It Came Upon a Midnight Clear; Hell's Bells; Jesus Maria; Jingle Bells; O Holy Night; Joy to the World.

Músicos: Carla Bley: piano, celesta; Steve Swallow: baixo, chimes; Partyka Brass Quintet: Tobias Weidinger: trompete, flugelhorn (líder), glockenspiel; Axel Schlosser: trompete, flugelhorn (solista), chimes; Christine Chapman: horn; Adrian Mears: trombone; Ed Partyka: trombone baixo, tuba.

Data de Lançamento: 03 de Novembro de 2009

Fonte: OESP / João Marcos Coelho
Contribuição: Gileno Xavier

ANIVERSARIANTES 28/12


Dick Sudhalter (1938) - cornetista,
Earl Hines (1903-1983) - pianista,
Ed Thigpen (1930) - baterista,
Lonnie Liston Smith (1940) - pianista,
Michel Petrucciani (1962-1999) – pianista (na foto),
Moe Koffman (1928-2001) - flautista, saxofonista,
Rob Reddy (1966) – saxofonista,
Ted Nash (1959) - saxofonista

domingo, 27 de dezembro de 2009

HOMENAGEM A WOODY SHAW


No ano passado, o “Festival of New Trumpet Music (FONT)”, que tem como curador Dave Douglas, celebrou o legado de Woody Shaw, (na foto), com um concerto especial sobre sua música apresentada por Sean Jones, junto com Ezana Edwards, Nick Roseboro, também, nos trompetes , Mulgrew Miller (piano), Dwayne Burno (baixo) e o diretor musical Victor Lewis (bateria). O evento foi organizado pelo filho de Shaw, Woody Louis Armstrong Shaw III, e ocorreu no “Jazz Standard” em Nova York em 27 de Setembro de 2008. A “JazzSet/WBGO” gravou a performance para apresentá-la na NPR. Em reconhecimento ao recente aniversário de Shaw ( em 24/12 conforme divulgado em nosso blog), o show irá ao ar novamente na WBGO neste domingo, 27 de Dezembro, às 18h (horário local) e no próximo dia 30, quarta-feira, às 18h30min(horário local). A exibição, também, estará disponível para exibição pela Internet na página da “JazzSet” no site da NPR .

No último 24 de Dezembro ocorreu o 65º aniversário de Shaw. Ele morreu em 10 de maio de 1989 em decorrência de ferimentos ocasionados por um trágico acidente no metrô de Nova York . No tempo da sua morte, ele era um dos mais aclamados e influentes trompetistas da sua geração. O organizador do FONT, Dave Douglas, declarou que Shaw "é agora uma das figuras mais reverenciadas pelos trompetistas atuais".As gravações de Shaw no final dos anos 70 foram feitas pela Columbia, incluindo “Rosewood” e “Stepping Stones”, estabelecendo sua reputação como importante trompetista, compositor e líder de banda. Mulgrew Miller e Victor Lewis atuaram frequentemente com Shaw e ajudaram a organizar o programa musical para o tributo.

Entre as composições de Shaw exibidas no show estão: “Joshua C.”, “The Moontrane”, “Katrina Ballerina”, “Sweet Love of Mine” (com Woody Shaw III na bateria) e “Stepping Stone”.

Fonte : JazzTimes / Lee Mergner

ANIVERSARIANTES 27/12


Bill Crow (1927) - baixista,
Bunk Johnson (1889-1949) - trompetista,
David Hughes (1971) - baixista,
Demian Cabaud (1977) – baixista,
Johnny Frigo (1916-2007) - violinista,
T.S. Monk (1949) – baterista(na foto),
Tony Deangelis (1969) – baterista,
Walter Norris (1931) - pianista

sábado, 26 de dezembro de 2009

GLOSSÁRIO DO JAZZ


Neste Natal, Papai Noel apareceu em minha casa, empunhando um saxofone tenor encorpado e presenteando-me com o livro “Glossário do Jazz” de Mário Jorge Jacques, editado pela Biblioteca 24x7, com dedicatória do autor. Presente maior não poderia receber. Como bom jazzista, compartilharei o palco, ou seja, o livro, com vocês.

Mário Jorge Jacques, que foi co-produtor por 9 anos do programa “O Assunto é Jazz” na Rádio Fluminense FM, liderado por Luiz Carlos Antunes, que teve sua última edição em 27/09/1994 após a venda da rádio, busca preencher uma lacuna em uma literatura especializada, que apresenta poucas publicações. A comunidade jazzística, que, infelizmente, não é muito grande, possui um linguajar próprio, cujos termos muitas vezes dificulta a compreensão de um texto, mesmo para aqueles que já percorrem a estrada do Jazz há algum tempo. Imaginem o que não ocorre com os neófitos.

O Jazz sendo uma música de origem afro-americana possui muitos termos em inglês, que mesmo aqueles que têm alguma familiaridade com o idioma não captam seu real significado. É aí que entra o denodo com que Mário Jorge abraçou esta causa de “abrir nossas mentes” para o que está sendo dito. Realizou uma extensa pesquisa, que não está encerrada, na literatura estrangeira, Internet, dentre outras. Não se atém apenas a termos técnicos, mas lista músicos, artistas, clubes, estilos, festivais, produtores, musicólogos, historiadores, instrumentos musicais, gravadoras, orquestras, bandas e por aí vai.

A inspiração surgiu quando, em 15/06/1991, foi a Atibaia-SP para proferir uma palestra (“As Raízes e a Formação do Jazz”) no evento “Chorus I, Primeiro Encontro dos Ouvintes do Jazz”. Lá encontrou Tião Neto, famoso baixista do tempo da bossa-nova e conhecedor do Jazz, que daria uma palestra e lhe ofertou um resumo de 4 folhas do livro “Jazz – A-Z” de Peter Clayton, com o título “Vocábulos Comumente Usados na Gíria Jazzística”. Passou este resumo com 41 verbetes para um recém adquirido computador. Ao longo de 9 anos enriqueceu o seu Glossário com suas pesquisas. Ao atingir 860 verbetes, imprimiu, fez cópias, encadernou e distribuiu entre os amigos jazzófilos. Estes leram, gostaram, propuseram alterações, o que foi um grande incentivo para a continuidade do trabalho.

Em 2005 saiu a primeira edição em forma de livro, onde já haviam sido listados 1284 verbetes. Na segunda edição de 2009, este número saltou para 1733.

Para mim que sou jazzista e aprendiz de “blogueiro”, este livro é um fascinante material para pesquisa e deleite. Nada mais gratificante do que unir o trabalho ao prazer. Ele é utilíssimo para os veteranos do jazz e imprescindível para os iniciantes. A leitura do livro não é um mero passeio entre vocábulos, mas uma maravilhosa viagem em um mundo fantástico, onde há descobertas preciosas e o encontro com deliciosas recordações.

Leitura obrigatória para os amantes do gênero.

ANIVERSARIANTES 26/12


Billy Bean (1933) - guitarrista,
Butch Ballard (1917) - baterista,
Chris Weigers (1957) - baixista,
Guy Barker (1957) - trompetista,
John Scofield (1951) – guitarrista(na foto),
Monty Budwig (1929-1992) - baixista

sexta-feira, 25 de dezembro de 2009

PONCHO SÁNCHEZ – PSYCHEDELIC BLUES (Concord Picante)


É curioso o que Poncho Sánchez escolheu para entitular seu 24º álbum para a Concord Picante, “Psychedelic Blues”. O nome retirado da terceira faixa do disco traz imagens do rock dos anos 60 como “Cream” e Hendrix atuando noite adentro em extenuantes apresentações em alto volume, enquanto luzes pulsam atrás deles. Mas aquilo não é o que você obtém da versão do blues psicodélico de Sánchez – não de todo. Realmente , o percussionista e líder de orquestra homenageia os clássicos da Motown e Stax R&B, conforme exposto no álbum “Outa Sight” de 2003 e “Raise Your Hand” de 2007, dentro da forma purista e com arranjos firmemente ancorados na tradição do jazz latino, que ele vem executando a perfeição ao longo da sua carreira.

“Cantaloupe Island” de Herbie Hancock posiciona-se na linha de frente , ancorado pelo trombone de Francisco Torres e pelo trompete de Ron Blake por um lado e pela guitarra de Andrew Synoiec e o órgão de David Torres por outro. A ebuliente “Crisis” de Freddie Hubbard, com o trompetista convidado Arturo Sandoval, e “Silver’s Serenade” de Horace Silver com uma pegada de mambo, fortalece a credencial de álbum de jazz, mas são as faixas mais diretamente ligadas ao “Latin Jazz” que fazem mais sucesso.

“Willie Bobo Medley”, consistindo de “I Don’t Know”, “Fried Neck Bones”, “Some Homefries” e “Spanish Grease”, homenageia o falecido percussionista, enquanto relembra Santana do início da carreira. As duas peças finais, “Delifonse” de Sánchez e Francisco Torres e a salsa do “bandleader” cubano Rene Touzet, “Con Sabor Latino”, apresenta a poderosa competência de Sánchez na percussão e o completo entrosamento da banda.

Faixas : 1. Cantaloupe Island; 2. Crisis; 3. Psychedelic Blues; 4. Willie Bob Medley: I Don't Know/Fried Neck Bones and Some Homefries/Spanish Grease; 5. Grand Central;6. Slowly but Surely; 7. Silver's Serenade;8. The One Ways; 9. Delifonse;10. Con Sabor Latino

Músicos : Poncho Sánchez (vocais, congas,percussão); Andrew Synoiec (guitarra); Javier Vergara (saxofones alto e tenor); Ron Blake (trompete, flugelhorn); Francisco A. Torres (trombone); David Torres(piano, Hammond b-3); Joey De Leon, Jr. (bongôs, percussão, “backing vocal”); Alfredo Ortiz (bongôs, percussão); George Ortiz (timbal); Tony Banda ( “backing vocal”).

Data de Lançamento : 29 de Setembro de 2009

Fonte: JazzTimes / Jeff Tamarkin

ANIVERSARIANTES 25/12


Bob James (1939) - pianista,
Cab Calloway (1907-1994) - vocalista, líder de orquestra,
Don Alias (1939-2006) - percussionista,
Don Pullen (1944-1995) – pianista,
Eddie Safranski (1918-1974) - baixista,
Ernie Andrews (1927) – vocalista,
Jim Robinson (1892-1976) - trombonista,
Joe Louis Walker (1949) – guitarrista, vocalista,
Kid Ory (1886-1973) - trombonista,
Oscar Moore (1912-1981) - guitarrista ,
Pete Rugolo (1915) - arranjador, compositor,maestro,
Ronnie Cuber (1941) – saxofonista (na foto),
Wayman Carver (1905-1967) - flautista, saxofonista

quinta-feira, 24 de dezembro de 2009

ANIVERSARIANTES 24/12


Baby Dodds (1898-1959) - baterista,
Chris McGregor (1936-1990) pianista,
Craig Yaremko( 1978) – saxofonista,
Dave Bartholomew (1920) - trompetista,
Jabbo Smith (1908-1991) - trompetista,
Ralph Moore (1956) – saxofonista(na foto),
Ray Bryant (1931) - pianista,
Woody Shaw (1944-1989) - trompetista

quarta-feira, 23 de dezembro de 2009

JAMIE CULLUM LANÇARÁ NOVO CD NA AMÉRICA DO NORTE


O músico inglês, Jamie Cullum(na foto), informou que apresentará uma série de concertos em Março do próximo ano nos Estados Unidos e Canadá para coincidir com o lançamento do seu novo álbum, “The Pursuit (Verve)”. Este é o seu quinto disco solo e o primeiro em quatro anos do artista nominado para o Globo de Ouro e o Grammy, cuja excursão o fará cruzar os Estados Unidos da Costa Leste a Oeste com paradas em Nova York, Chicago e Los Angeles, além de apresentações em Toronto e Vancouver no Canadá.

“The Pursuit”, que foi lançado em Novembro na Europa e no Reino Unido, alcançou a décima-quarta posição na lista dos cem melhores álbuns da “Billboard European”, e alcançou o topo dos 10 mais baixados no “iTunes” no exterior. Cullum é apresentado como cantor, compositor, pianista e multi-instrumentista, e as catorze faixas do álbum apresentam nove composições de Cullum. As composições alheias já fazem parte do seu repertório.

Cullum necessitou fazer uma pausa após passar, aproximadamente, dois anos excursionando e fazendo publicidade do seu CD exitoso,“Catching Tales”, e do igualmente bem sucedido “Twentysomething” de 2003.

“Eu passei um ano completamente fora do circuito” declarou Cullum, 30 anos, em seu “Web site”. “Eu toquei com bandas de outras pessoas, trabalhei com outros artistas, banquei o DJ, fiz música para dança com meu irmão e viajei.” Cullum , também, aproveitou seu tempo fora das suas atividades normais para construir seu próprio estúdio em Londres, ao qual foi dado o nome de “Terrified Studios”, em razão da sua falta de conhecimento sobre tecnologia. Muitas das canções de “The Pursuit” começaram neste período e foram buriladas em Los Angeles, onde o álbum foi concluído no verão norte-americano de 2008.

O lançamento do disco sofreu um atraso após Cullum ter sido convidado por Clint Eastwood para co-escrever e apresentar uma canção em seu sucesso de bilheteria “Gran Torino”. A canção título do filme foi nominada para o Globo de Ouro no ano passado na categoria de melhor canção original. Cullum também atuou em “Grace is Gone”, a música do filme de mesmo nome de John Cusack , que, também, recebeu uma nominação para melhor canção original em 2007.

Inclui-se em seu currículo de Hollywood a voz de “Frankie The Frog” um filme de desenho animado da Disney , que apresenta “Meet The Robinsons”, além de ter sua música mostrada no show popular “So You Think You Can Dance and Dancing with the Stars”.

Fonte : JazzTimes / Aubrey Everett

ANIVERSARIANTES 23/12


Badi Assad (1966) – violonista,vocalista,percussionista,
Chet Baker (1929-1988) – trompetista (na foto),
Cristina Buarque(1950) – vocalista,
Esther Phillips (1935-1984) - vocalista,
Frank Morgan (1935-2007) - saxofonista

terça-feira, 22 de dezembro de 2009

FÃ ESPANHOL DE JAZZ PROCURADO NOS ESTADOS UNIDOS....


Não, não é uma estória originada de “The Onion”, mas certamente parece com uma. O diário britânico “The Guardian” noticiou que Wynton Marsalis buscou a publicação para que esta contatasse o fã espanhol de jazz que se confrontou com o saxofonista avant-garde Larry Ochs, (na foto), em recente performance na Espanha. De acordo com a reportagem originalmente publicada no jornal espanhol “El País” e reproduzida pela AFP e pelo “The Guardian”, Ochs, 60 anos, estava se apresentando no Festival de Jazz em Siguenza no dia 7 de dezembro, quando um espectador desapontado contestou-o verbalmente durante sua performance com o grupo “Sax & Drumming Core”, acusando-o de apresentar música contemporânea em vez do verdadeiro jazz. Em um movimento inusitado, o infeliz purista prestou queixa à Guarda Civil espanhola que dava segurança ao evento, arguindo contra o saxofonista e afirmando que a sua atuação “não era jazz”. O alegado fã de música, posteriormente, buscou um reembolso do seu ingresso, mas seu pleito foi recusado pelos organizadores do evento, que publicamente apoiaram Ochs.

Agora, de acordo com a coluna de Giles Tremlett no “The Guardian”, Jono Gasparro, descreve-se como um representante de Marsalis. Ele foi chamado para ir atrás do irado fã para enviar-lhe uma nota de agradecimento, bem como o catálogo das gravações do trompetista. Entretanto não tem tido sucesso em encontrar o agora famoso fã.

Músicos de jazz e apreciadores têm falado sobre o incidente original desde que este ocorreu. Além das brincadeiras e estocadas na comunidade do jazz avant-garde, veio à tona a velha discussão “O que é Jazz?”, porém em novo nível, porém em um patamar não tão elevado. Entretanto a coisa parece como uma versão jazzística de uma brincadeira. “The Guardian” noticiou que Ochs, conhecido por muitos jazzistas por sua associação com o “Rova Saxophone Quartet”, confirmou a estória. Aparentemente, fãs puristas do jazz não podem encerrar a sua criatividade.

Por favor não chamem a polícia para nós, mas Lyn Horton resenhou o último CD do“ Sax & Drumming Core” para a Jazztimes. Atualmente, em razão de nós cruzarmos diversas linhas já estabelecidas, eu imagino ser necessário chamar o FBI para nossa proteção, quando da cobertura da nova música e livre improvisação. Isto é uma brincadeira. Sério.

Fonte : JazzTimes / Lee Mergner

ANIVERSARIANTES 22/12


Frank Gambale (1958) - guitarrista,
John Patitucci (1959) – baixista(na foto),
Nick Ceroli (1939-1985) - baterista,
Reunald Jones (1910-1989) - trompetista

segunda-feira, 21 de dezembro de 2009

NICOLAS THYS - VIRGO (Pirouet Records [2009])


Conteúdo leve, misturas e individualidade pode fazer muito para uma variada sessão de música. O baixista Nicolas Thys nos traz isto com todas as faixas autorais em “Virgo”. Thys é originário de Bruxelas, Bélgica. Seus primeiros instrumentos foram o piano e a flauta, mas aos 13 anos de idade ele mudou para o baixo elétrico. Através dos anos, ele recebeu várias prêmios na cena jazzística Europeia e atuou em diversas regiões, em seus principais eventos, incluindo “North Sea” e “Montreux”. Ele tem atuado como acompanhante com uma diversidade de astros, entre eles Mark Turner, Dave Liebman, Zap Mama e Toots Thielemans. Sua banda para “Virgo” é composta pelo tenorista Chris Cheek, pelo pianista Jon Cowherd, pelo guitarrista Ryan Scott e pelo baterista Dan Rieser.

"Disco Monkey" inicia com Cowherd atuando prazeirosamente, moderadamente tranquilo, junto a Rieser no alto dos pratos e Thys. Gradualmente, Cheek e Scott vêem. Uma vez a banda reunida, é como se os componentes estivessem em suas próprias zonas. Em uma breve melodia a guitarra e o sax atuam em dueto. A canção, então, reverte para um som em direção quintúpla, antes de retornar à melodia outra vez. Para trás e para a frente ela vai até uma passagem intermediária, onde Cowherd mistura seu ritmo inicial com um solo inspirado no “free”, acompanhado não apenas sutilmente por Rieser e Thys. Os solos de Cheek aparecem bem.

"Lucky Loser" é uma faixa agradável. A firmeza de Rieser nos pratos ajuda a enfatizar a liderança de Cheek. Cowherd envereda por um solo extenso com ampla assistência da guitarra, baixo e bateria. Cheek toca na maioria das vezes nos registros mais altos, dando ao tenor um sentimento de sax alto modificado. O solo de Thys é acompanhado muito suavemente pelo piano e pela bateria.

A canção título é lenta, uma peça tristonha que representa a marca de Thys. Como eles fazem em diversas faixas, Cheek e Scott mesclam a liderança antes de atuar em dueto. Scott aparece um pouco mais quando a canção progride, finalmente liderando-a com um belo solo. Enquanto Thys parece satisfeito em apenas acompanhar, Cheek, Cowherd e Rieser são muito ativos, particularmente Rieser. As coisas amenizam consideravelmente com Cowherd e Cheek fora da linha de frente na canção final.

As seis faixas de “Virgo” duram aproximadamente uma hora de audição. Com 7min54seg, "Disco Monkey" é a faixa mais curta, que dá aos músicos amplo tempo para mostrar as suas habilidades nos solos, bem como sua interatividade. E eles o fazem com competência.

Faixas: Disco Monkey; 99 Ocean; Lucky Loser; It’s Been a While; Virgo; G Brazil.

Músicos: Chris Cheek: saxofone tenor; Jon Cowherd: piano; Ryan Scott: guitarra; Nicolas Thys: baixo; Dan Rieser: bateria.

Fonte : All About Jazz / Woodrow Wilkins

ANIVERSARIANTES 21/12


Altamiro Carrilho (1924) – flautista (na foto),
Cameron Brown (1945) - baixista,
Damon Warmack (1975) - baixista,
Dario Boente (1973) - pianista,
Elomar(1937) – violonista,vocalista,compositor,
Frank Zappa (1940-1993) - guitarrista,
Hank Crawford (1934) - saxofonista,
John Hicks (1941-2006) – pianista,
Marco Marzola (1954) - baixista,
Paco De Lucia (1947) - violonista,
Panama Francis – (1918-2001) - baterista,
Phil Parisot (19810 - baterista,
Quinsin Nachoff (1973) - saxofonista,
Warren Benbow (1954) - baterista

domingo, 20 de dezembro de 2009

BENNY GOLSON – NEW TIME, NEW´TET (CONCORD)


Aproximadamente uma década após a morte do ex co-líder Art Farmer, o octagenário mestre do sax tenor, Benny Golson, tem reunido um novo Jazztet, escrevendo novas composições e buscando um distinto rumo para o seu relançamento. Golson reconfigurou seu Jazztet com veteranos que tiveram contato com as famosas faixas dos originais através dos vinis do período de 1959-62.

Os membros do Jazztet de 2009 enredam-se instantaneamente na pegada do “Jazz Messenger” em “Grove´s Groove” de Steve Davis. As palhetas e os metais estão ricamente harmonizados na forma como Mike LeDonne apresenta um tranqüilo e blueseiro acompanhamento improvisado subjacente. Davis, o mais jovem integrante nesta empreitada prazeirosa, assume o primeiro solo no trombone, cheio de emotividade e relaxado, antes de Golson se introduzir com um pouco mais de vigor. No trompete, Eddie Henderson é pura graça relaxada, preenchendo a ausência de Farmer antes de LeDonne assumir o controle, dirigindo as oitenta e oito teclas do piano para uma plena eloquência. Nós ouvimos o restante da seção rítmica, com Buster Williams solando formidavelmente no baixo e Carl Allen “penteando” saborosamente na bateria.

Surpresas são espalhadas ao longo da trajetória, tal qual Golson que temporariamente se apresenta relaxadamente em Broadway (relembre “This Nearly Was Mine” em “Another Git Together?”) em favor de Verdi e Chopin. “L´Adieu” com o trompete surdinado dando à valsa de Chopin o sabor de uma canção de bar, antes de dar uma guinada através de uma referência ao clássico do quinteto de Miles Davis. “Verdi´s Voice” ganha vida como uma abertura de “La Forza Del Destino”, mas Golson lança-se num território latino, antes do toque de valsa de Henderson agitar-se em um suingante 4/4. Até mesmo o familiar “standard” de Golson, “Whisper Not”, é apresentado com uma pegada diferente.

Al Jarreau aparece para uma suave vocalização, que depois se torna animado com um scat liberal, na segunda parte, tão próximo ao característico ritmo de jazz-marcha de Benny Golson, que se mantém por trás. A composição de Sonny Rollins, “Airegin”, inicia tranqüila até ganhar velocidade de cruzeiro, mas “Epistrophy” de Thelonius Monk inicia suave para a seção de metais e palhetas do Jazztet.

Faixas : 1. Grove's Groove 8:33; 2. Airegin 6:44; 3. From Dream to Dream 7:33;
4. Whisper Not 4:35; 5. Epistrophy 8:43; 6. L'Adieu 5:38; 7. Love Me In A Special Way 7:06; 8. Gypsy Jingle-Jangle 7:12; 9. Verdi's Voice 7:23; 10. Uptown AfterburnCeledia Music Co. (BMI) 7:09

Músicos : Benny Golson (sax tenor); Eddie Henderson (trompete); Steve Davis (trombone); Mike LeDonne (piano); Buster Williams (baixo); Carl Allen (bateria).

Fonte: JazzTimes / Perry Tannembaum

Ouça este filme



O músico, compositor e arranjador carioca Francis Hime é um sujeito cujo trabalho é transformar imagens alheias em música. Autor de inúmeras melodias para letras de amigos, boa parte delas surgidas do ato de musicar poemas (como os de Geraldo Carneiro) ele também se dedica, há 40 anos, à realização de trilhas para cinema. Parte desse imenso material ele resgata em seu novo disco, o duplo O tempo das palavras... Imagem (Biscoito Fino). No primeiro CD do pacote, O tempo das palavras, Hime se dedica a lançar músicas novas, em parceria com Carneiro, Joyce Moreno, Edu Lobo, a esposa Olivia Hime, Paulo Cesar Pinheiro e o recém-chegado Paulinho Moska. Imagem, por sua vez, o mostra recordando 25 temas que compôs para os filmes Dona Flor e seus dois maridos, A estrela sobe (ambos de Bruno Barreto), O homem que comprou o mundo (Eduardo Coutinho), O homem célebre (Miguel Faria), A noiva da cidade (Alex Viany), Lição de amor (Eduardo Escorel), Marcados para viver (Maria do Rosário) e Marília e Marina (Luiz Fernando Goulart).

Não se trata apenas de comemoração por seus 40 anos de trilhas (e 70 de idade!) ou de uma simples antologia - a preocupação de Hime, conta o compositor ao Cinema.com.br, é trabalhar para a preservação de filmes brasileiros que se perderam. Dentre eles, alguns exemplares para os quais musicou cenas, e que se encontram musicalmente documentados no novo CD.

Como foi a escolha das músicas que entraram no segundo CD de O tempo das palavras... Imagem?
Francis Hime - Eu pensei em fazer uma viagem por essas trilhas. Seria uma espécie de reconstituição, baseada na minha memória, porque alguns dos filmes se perderam. Fui no meu baú de partituras e comecei a reconstituir essas imagens. Tem faixas que correspondem a determinado trecho do filme, mas com outra instrumentação. A abertura de Lição de amor, por exemplo, é aquilo, mas de outra forma. Para pegar os temas de Dona Flor e seus dois maridos reconstituí as cenas, trabalhei sobre os temas e também fiz um estudo sobre a adequação pianística dessas músicas. Porque tinha temas como os de A noiva da cidade, que não eram muito pianísticos.

Mas deve ter ficado muita coisa de fora, não?
Ah, sim. Eu gravei muito mais coisas, além das que foram para o disco. Mas tive que me ater aos limites físicos, né? Num CD não cabe mais do que setenta e poucos minutos de música. E optei por reagrupar os temas com relação aos filmes, de modo que ficasse mais fácil para o ouvinte. Mas nem quis pôr tudo em ordem cronológica. Comecei logo com Dona Flor e seus dois maridos...

Que por sinal foi o filme mais popular dentre as trilhas selecionadas para o CD.
Isso, com mais de um milhão de espectadores. Enfim, o processo foi esse. O disco foi aparecendo, surgiu de uma conversa que tive com o (jornalista) Tárik de Souza e com minha mulher Olivia Hime. O Tarik vai ser curador da minha caixa, com minha obra, prevista para o ano que vem. E entre os discos a fazerem parte dela, tinha algo referente às trilhas sonoras. Como a caixa ficou para mais tarde, tive a ideia de pegar essas trilhas e fazer um trabalho para piano solo. De fora, acabaram ficando, por exemplo, os temas de República dos assassinos, do Miguel Faria. Não achei temas tão interessantes lá para tocar ao piano.

Você guarda tapes das trilhas que faz em casa? Muita coisa não chegou a sair em vinil.
Tenho, tenho algumas coisas. A da própria República, os originais de A noiva da cidade. Tenho isso aqui comigo e preciso transcrever, porque esse material acaba se deteriorando. O principal, eu acho, é poder recuperar a memória desses filmes, porque muitos estão perdidos. O Luiz Fernando Goulart esteve no lançamento do disco e disse que queria tentar recuperar os negativos de Marília e Marina. Que é um filme até bem pouco conhecido. O Miguel Faria também não tem mais os originais de Um homem célebre. Deve ter algo de repente lá pelo Museu da Imagem do Som, mas muita coisa se perdeu. No show do CD, fizemos uns clipes com algumas imagens para acompanhar as músicas, o que é ideal para entender o som. Tocamos com tudo isso sendo projetado num telão atrás.

Muitas músicas que você fez para cinema se tornaram sucessos da MPB depois, já tendo ganho letras. É algo comum no seu trabalho?
Exato, isso aconteceu com Meu caro amigo. Foi um dos choros que compus para Um homem célebre (baseado no conto homônimo de Machado de Assis). O personagem principal, o Pestana (Walmor Chagas) era um compositor popular que queria fazer clássicos, daí surgem os choros que pus no disco. O Choro nº 1 ganhou letra do Chico Buarque algum tempo depois e virou Meu caro amigo. Tem uma parte que chamei de Temas clássicos, porque mostra o Pestana tentando compor sua grande obra. Ele não consegue ir além, para num acorde que a gente chama de sétima dominante. O curioso é que recentemente o Zelito Viana me convidou para fazer a trilha de um documentário sobre o (diretor de teatro) Augusto Boal, Augusto Boal e o teatro do oprimido, e o tema central é Meu caro amigo, anos depois.

Compor música para cinema não deixa de ser uma parceria...
Realmente é algo muito estreito, é uma parceria sim. O diretor é quem comanda o espetáculo, ele é que é o grande idealizador de como aquele filme vai atingir o espectador. Em alguns filmes recebi o roteiro antes, mas em geral eram conversas já na moviola. A ideia é pensar na adequação da música à cena, tem cenas que você estraga se puser música. Eu preciso ver qual a sensação que o diretor quer que passe, onde ela começa, onde ela termina. E apesar do contato intenso, é sempre um certo mistério, uma certa apreensão, quando a gente vai apresentar a música para o diretor. Se ela não corresponde... Não é como no teatro, para o qual já fiz muitas músicas. No palco dá para mudar, mas no cinema, já está tudo gravado.

Quando você põe música numa letra, é comum que tente imaginar as palavras como uma "cena" na sua cabeça? Como é compor para as imagens dos outros?
Nos últimos anos tenho feito muito isso, até: musicado letras. A Ópera do futebol, que pretendo lançar em breve, tem um texto todo cantado (feito pela escritora e produtora Silvana Gontijo), a música foi feita a partir do texto. Nesse caso é um pouco diferente: tem um elemento dramático que interfere um pouco. No geral é um namoro que se faz com o texto. Verifica-se ele pode receber uma música, e que tipo de música. A métrica pode não ser determinante, porque tem textos bem simétricos que acabam revelando possibilidades de receber música. Mas é como um namoro mesmo, às vezes dá certo, às vezes não dá. No meu caso, pego um poema, tento musicar e pode ser que não consiga, algo não me satisfaz e mais para a frente, posso retornar e dar um bom resultado. É um processo de tentativa. Nesse disco metade das músicas são poemas musicados. Outros, fiz a música antes. No começo da minha carreira é que era comum que eu fizesse a música antes e depois botassem letra.

Era a época em que todos os compositores tinham parceiros fixos...
Isso. O Tom Jobim fazia mais coisas com o Vinicius de Moraes, depois mudou. Já eu sempre gostei de compor com muitos parceiros. O Geraldinho Carneiro até fala que eu sou o parceiro mais promíscuo da MPB.

Na década de 70 não era penoso fazer música para filmes com a censura? Podia acontecer de você fazer um tema e ele ser cortado porque toda uma cena era cortada...
Eu até que não sofri muito com isso, embora fosse realmente complicado. Mas para A noiva da cidade fiz Lindalva, com o Paulo Cesar Pinheiro, e a censura cortou o verso que falava em "nuzinhos em pelo". Quando gravei, não substituí nada, deixei como se fosse "em branco". Fiz Queima com o Ruy Guerra e a censura prendeu a letra. Um tempo depois mandamos com outro nome, Pouco me importa, e passou. Quando eu e Chico pegamos o Choro nº1 e ele virou Meu caro amigo, tivemos a ideia de mandá-la para a censura com algumas estrofes a mais. Na época, após uma letra passar pela censura, não se podia acrescentar nada nela, só tirar. Tentamos dar um outro sentido para a letra, como se fosse uma pessoa cobrando uma dívida.

Você estudou composição de trilhas para filmes na Califórnia. Como foi a experiência?
Foi bem interessante. Antes disso já havia feito a trilha de O homem que comprou o mundo, de Eduardo Coutinho (1969). No curso, o Lalo Schifrin e o Davi Raksin reuniam um pequeno grupo de 8 a 10 alunos e traziam músicas que eles fizeram para filmes. E propunham aos alunos que cada um fizesse uma música para determinada cena do filme. Ou então propunham: "agora escrevam uma música sobre o amarelo". O Hugo Friedhofer, autor da trilha de Os melhores anos de nossas vidas (de Wiliam Wyler, filme americano de 1946) também dava aulas para a gente e o mais legal é que ele não se prendia só a cinema, falava sobre música em geral. Tentei colocar esses conhecimentos em prática no Brasil.

No encarte do disco, os diretores dos filmes para os quais você compôs aparecem escrevendo sobre teu trabalho.
Pedi a cada um que escrevesse. O Bruno Barreto, eu inclusive estive com ele num festival de cinema na Polônia. Fiz uma apresentação musical e tocamos algumas coisas da trilha do Dona Flor, falamos em inglês para os poloneses sobre o filme, que foi exibido lá. E pedi a ele que fizese um texto. Ele é uma pessoa muito ligada à música, ele até brinca que é um compositor frustrado...

Por falar nisso, com tantas trilhas no currículo, você não se sente também um cineasta frustrado?
Eu? Nada, gosto mesmo é de fazer música. Além disso, não tenho uma vista muito boa, não. Sou muito míope. Não teria um bom aproveitamento visual para poder dirigir cenas.

Você citaria algum filme que tenha marcado sua vida?
Olha, são tantos... Tenho visto muita coisa do Fellini em DVD, do Bergman, do Godard. Gosto muito de cinema, de diferentes escolas, de imaginar uma música num filme. Às vezes ponho um filme no DVD, tiro o som e fico imaginando uma música dentro de uma cena...

Não dá uma frustração ver um filme e achar que a música nada tem a ver com a cena?
Não. Isso até acontece muito, mas é que depende da intenção do diretor. Pode ser que a música seja ruim, claro. Mas pode ser que o diretor ou o compositor queiram provar algo com a cena ou com a música. Ou então existe outro tipo de sentimento ali.


Fonte: Site Cinema.com.br

ANIVERSARIANTES 20/12


Arne Domnerus (1924-2008) – clarinetista,saxofonista (na foto),
Ehud Asherie (1979) - pianista,
George V Johnson Jr (1950) - vocalista,
John Hardee (1918-1984)- saxofonista,
Larry Willis (1940) - pianista,
Pete Levin (1942) - tecladista

sábado, 19 de dezembro de 2009

CONGRESSO NORTE-AMERICANO HOMENAGEIA KIND OF BLUE


O monumental álbum de Miles Davis ,”Kind of Blue”, foi homenageado pelo Congresso norte-americano, nesta semana, como um marco contributivo para o jazz, conforme informa a “Associated Press”. O disco comemora,neste exercício, 50 anos de lançamento, sendo reconhecido através de uma votação, que obteve unanimidade.

A moção, “H. Con. Res. 894, foi apresentada pelo Republicano John Conyers (D-Michigan) e registrou a homenagem para “o 50º aniversário da gravação do álbum “Kind of Blue” de Miles Davis e a reafirmação do jazz como um valioso patrimônio nacional.”

O grupo “fez história na música e mudou a paisagem artística do país e, de algum modo, no mundo”, Conyers declarou. O congressista foi, também, o autor e responsável pela lei, aprovada em 1987, que designou o Jazz como um raro e valioso patrimônio dos Estados Unidos.

Miles Davis tinha a banda composta por John Coltrane e Cannonball Adderley, nos saxofones, Bill Evans e Wynton Kelly no piano, Paul Chambers no baixo e Jimmy Cobb na bateria.

“Kind of Blue” foi lançado em 17 de Agosto de 1959 pela “Columbia Records”. É considerado por muitos críticos uma obra-prima. É um dos discos de jazz mais vendidos de todos os tempos, obtendo, em 2008, o certificado quádruplo de platina. O disco é considerado como de grande influência, causando grande impacto não só para a comunidade jazzística, mas estendendo-se a outros gêneros como o rock, funk e hip-hop.

Davis faleceu após um derrame cerebral em 1991. Cobb é o único músico , participante da gravação , que sobrevive.

O cinquentenário do álbum tem sido largamente comemorado. No Festival de Jazz de Barcelona haverá bandas e programações especiais, com lançamento de produtos comemorativos. Em 2008 houve uma reedição em uma caixa luxuosa.

Fonte: JazzTimes / Aubrey Everett
Foto :Don Hunstein
Seção da gravação de “Kind of Blue”(Da esquerda para a direita): John Coltrane, Cannonball Adderley, Miles Davis and Bill Evans

ANIVERSARIANTES 19/12


Abigail Riccards (1980) – vocalista,
Aziza Mustafa Zadeh (1969) - pianista,
Bob Brookmeyer (1929) – trombonista(na foto),
Bobby Timmons (1935-1974) – pianista,
Ed Bennett (1951) - baixista,
Edith Piaf (1915-1963) - vocalista,
Eric Marienthal (1957) – saxofonista,
Jacques Lesure (1962) - guitarrista,
Joe Traina (1963) - clarinetista,
Joseph "King" Oliver (1885-1938) - cornetista,
Kerry Politzer (1971) - pianista,
Lenny White (1949) - percussionista,
Lu Watters (1911-1989) – trompetista , líder de orquestra,
Mão de Vaca(1930-1996) – violonista,guitarrista,
Milcho Leviev (1937) - pianista,
Tevet Sela (1975) - saxofonista

sexta-feira, 18 de dezembro de 2009

ANIVERSARIANTES 18/12


David Marriott, Jr. (1973) - trombonista,
Eddie “Cleanhead” Vinson (1917-1988) – saxofonista,vocalista,
Fletcher Henderson (1897-1952) - pianista, líder de orquestra,
Harold Land (1928-2001) – saxofonista,
Márcio Bahia(1958) – baterista(na foto),
Oliver Timmons (1956) - tecladista,
Pee Wee Crayton (1914-1985)- guitarrista ,
Wadada Leo Smith (1941) - trompetista

quinta-feira, 17 de dezembro de 2009

FRED ANDERSON - 21st CENTURY CHASE (Delmark Records)


O protótipo aqui é “The Chase” o trabalho de Dexter Gordon/Wardell Gray em 1947, que definiu, realmente, a “batalha de tenores” para sucessivas gerações. Esta sessão, gravada no “Velvet Lounge” em Chicago durante a celebração do 80º aniversário de Fred Anderson, relembra aquele conceito: O solista não se alonga em detrimento dos seus companheiros de banda , e o espírito está mais próximo à simetria da dança , temperada por vigoroso diálogo, animando o combate.

Anderson apresenta com clareza um tema, então o expande em círculos similares e espiralados até estarem cuidadosamente retrabalhados. Ele, então, segue em uma renovada variação e repete o processo, não interrompendo-o até cada possível interação ou perspectiva ter sido explorada. Sua força sonora é admirável. Ele às vezes soa como se estivesse puxando aqueles círculos para obter melhor qualidade, só para encapsulá-los sob seu próprio poder.

Seu companheiro, o tenorista Kidd Jordan, é o perfeito suporte para Anderson. Apesar de ser conhecido por apresentar sucessivos acordes como uma rajada, ele é igualmente capaz de apresentar complexas e bem encorpadas linhas em registros médios. Impregnado de fervor religioso e ímpeto, seus companheiros movem-se rápido através dos círculos dançantes de Anderson, combinando e mesclando novas formas e “cacos”. O guitarrista Jeff Parker e o baixista Harrison Bankhead suportam e encorajam o saxofonista com suas propulsivas geometrias sônicas, e o baterista Chad Taylor, espertamente, funde os elementos de tempo e entonação, arruma as pontuações e incrementa a música de forma precisa.

Às vezes os músicos se arriscam em áreas difíceis de controlar , que alguém pode temer pelo seus retornos. Porém, a fúria sempre encontra uma solução. Próximo do final de “21st Century Chase Pt I”, Jordan move-se para um solene e belo “spiritual” “Wade in the Water”, um tributo às raízes profundas , bem como às sensações espirituais que inspiram estes mestres e servem-lhes como estrela guia.

Faixas: 21st Century Chase Pt. I; 21st Century Chase Pt. II; Ode to Alvin Fielder; Gone But Not Forgotten.

Músicos: Fred Anderson: saxofone tenor; Kidd Jordan: saxofone tenor; Jeff Parker: guitarra; Harrison Bankhead: baixo, cello (4); Henry Grimes: baixo(4); Chad Taylor: bateria.

Notas da Produção: Duração de 81 minutos.Gravado em 22 de Marco de 2009.

Fonte : JazzTimes / David Whiteis

ANIVERSARIANTES 17/12


Carlos Barbosa Lima(1944) – violonista,
Nicole Rampersaud (1981) - trompetista, Ray Noble (1903-1978)- arranjador, líder de orquestra (na foto),
Sonny Red (1932-1981) - saxofonista,
Sy Oliver (1910-1988) - trompetista , vocalista ,
Walter Booker (1933-2006) - baixista,
Zé Luis Oliveira (1957)–saxofonista,flautista

quarta-feira, 16 de dezembro de 2009

GATO BARBIERI – IN SEARCH OF THE MYSTERY (ESP Disk [2009])


Esta não é uma música para o jantar, nem é o Último Tango em Paris, entretanto há insinuações de tango esvoaçando em torno do programa. Isto é Gato Barbieri com um pouco de estridência em sua caminhada, saindo da liberdade da “avant-garde” dos anos 60 — alta, abrasiva, pouco polida e sem apologias. Mostrando a influência do seu trabalho com Don Cherry, Barbieri traz toneladas de energia para esta sessão de 1967 pela ESP, que o encontra dialogando com um parceiro inusual,Calo Scott, tocando um cello eletrificado.

A grande entonação de Barbieri parece uma nota eletrificada, já que ele toca com uma intensidade que rivaliza com os atuais guitarristas. Seu sax soa de todas as formas, e apresenta um sentimento maldosamente distorcido quando alcança os extremos do seu instrumento, o que é frequente.

As duas faixas são separadas em duas sessões, que não são facilmente discerníveis ao se escutar. A música alcança elevada efervescência, diminui um pouco, então volta a subir de tom outra vez. As diferentes sessões misturam beleza constante com explosivas expressões livres. Em certo ponto, a entonação e escolhas de Barbieri são magníficas, envoltas em um senso de exploração determinada. Por outro lado seu som atua como um prolongado eletrochoque. A inspiração, ocasionalmente, perde-se na repetição, como se o sax tomasse a mesma linha repetidamente, martelando multifônicos gemidos. Frequentemente, isto soa bem, mas nem sempre.

Os momentos de excelência ocorrem quando Scott e Barbieri mergulham em momentos de profunda conversação, repetindo linhas para cada um, ou leva a música para uma majestosa e devastadora altura. "Obsession No. 2 / Cinemateque" apresenta uma beleza quase clássica, ainda que tocada pelo sentimento do “free”.

O baterista Bobby Kapp também tem chance para brilhar na segunda faixa, com um par de extensos e poderosos solos com tempestade polirítmica. Traços de tango são livremente postos na cacofonia de "In Search of the Mystery / Michelle". Scott parece sofrer um pouco nesta faixa, mas seu notável pizzicato na abertura cria quase um ar místico para Barbieri ser amoroso, antes de mergulhar na música com crescente intensidade.

Embora não seja uma música para muitos, é excitante ouvir Barbieri com seu som rascante, uivos e tempestuosidades. A música é sempre original, sempre pessoal e sempre em busca de algo para mostrar. Como nunca encontra as respostas, mantém o frescor do seu som e faz ouvir, verdadeiramente, uma única e verdadeira experiência.

Faixas: In Search of the Mystery / Michelle; Obsession No. 2 / Cinemateque.

Músicos: Gato Barbieri: saxofone tenor; Calo Scott: cello; Norris Jones "Sirone": baixo; Bobby Kapp: bateria.

Fonte : All About Jazz / Warren Allen

ANIVERSARIANTES 16/12


Allan Vaché (1953) - clarinetista ,
Jeremy Bacon (1969) - pianista,
Joe Farrell (1937-1986) – saxofonista ,flautista,
Joe Fonda (1954) - baixista,
John Abercrombie (1944) - guitarrista (na foto),
Johnny “Hammond” Smith (1933-1997) - organista,
Meddy Gerville ( 1974) – pianista,
Peter Paulsen (1951) - baixista,
Phil Kelly (1937) – líder de orquestra,
Rene McLean (1946) – saxofonista , flautista,
Robben Ford (1951) – guitarrista,vocalista ,
Steve Allen (1921-2000) – líder de orquestra,
Thomas Marriott (1975) – trompetista,
Turk Murphy (1916-1987) – trombonista , líder de orquestra

terça-feira, 15 de dezembro de 2009

RALPH BOWEN - DEDICATED (Posi-Tone Records[2009])


Nos anos da década de 1980, o saxofonista tenor Ralph Bowen foi membro de uma banda jovem e animada de jazz progressivo conhecida como OTB—Out Of The Blue. Desde então ele tem sido um artista bem demandado. Com “Dedicated”, ele obtém um suporte soberbo de um excelente grupo, mas é sua dinâmica presença e sua robusta sonoridade que revela seu talento colossal.

Bowen apresenta uma grande batida, crescente dentro se sua encorpada entonação e fraseado forte, todo temperado com lirismo resplandecente e persuasivas construções temáticas. Aqui, o artista mescla o jazz “mainstream” com um enfoque moderno através da força e energia severa. Estes atributos irradiam em "Qaiyam", onde suas linhas ardentes são pontuadas em uma pulsação estonteante da seção rítmica, acentuações coloridas e o solo sombrio do guitarrista Adam Rogers.

A banda sem esforço turbilhona através de motivos bop e entre diálogos ressonantes, evidenciado pela atuação do trompetista Sean Jones e no furioso intercâmbio com o líder em "Mr. Bebop". A banda exibe criatividade e entusiasmo para complementar as agitadas passagens improvisacionais dos solistas.

Bowen combina nuances com um conjunto de penetrantes harmonias através de emocionantes passagens que rapidamente atingem a tranquilidade.O álbum tem a duração um pouco superior a de um LP , porque Bowen opta pela qualidade em vez da quantidade, usando composições imaginativas e interação sinergética com a banda para atingir o seu objetivo.

Faixas: Canary Drums; Pat; Qaiyam; Mr. Bebop; Prof; E.R.

Músicos: Ralph Bowen: saxofone tenor; Sean Jones: trompete; Adam Rogers: guitarra; John Patitucci: baixo; Antonio Sanchez: bateria.

Fonte : All About Jazz / Glenn Astarita

ANIVERSARIANTES 15/12


Barry Harris (1929) - pianista,
Cathrine Legardh - 1973,
Curtis Fuller (1934) - trombonista(na foto),
Dannie Richmond (1935-1988) - baterista,
Eddie Palmieri (1936) – pianista, líder de orquestra,
Gene Quill (1927-1989) - saxofonista,
John Hammond (1910-1987) - produtor,
Josh Myers (1983) - baixista,
Kris Tiner (1977) - trompetista,
Stan Kenton (1911-1979) – pianista,líder de orquestra,
Tom Cawley ( 1975) - pianista,
Toshinori Kondo (1948) - trompetista

segunda-feira, 14 de dezembro de 2009

DANIEL SMITH – BLUE BASSOON (Summit Records [2009])


O fagotista e "bandleader" Daniel Smith apresenta um alentado conjunto de blues e bop dentro de um estilo de jazz experimental nesta gravação, “Blue Bassoon”. Similarmente aos seus discos anteriores como líder, “Bebop Bassoon” e “Swingin’ Bassoon”, Smith usa o fagote para alcançar as necessidades específicas do título do álbum. Isto não significa que ele evite as formas do bebop ou do “swing jazz” em “Blue Bassoon”, mas que acentua mais a pegada blueseira em seu instrumento com sólido registro que ele consolida com sua banda composta pelo pianista Martin Bejerano, pelo baixista Edward Perez, pelo baterista Ludwig Afonso e pelo guitarrista Larry Campbell.

Às vezes, a música soa como uma rememoração de Elvis Presley com o uso das cordas da guitarra acústica recobrindo-a com um toque de blues do interior como em “My Baby’s Gone” de B.B. King, uma espécie de homenagem, e em outras ocasiões a música alcança um brilhante estilo de jazz percussivo como no enfoque próprio de Smith em “Sack Of Woe” de Cannonball Adderly. Smith cobre um largo espectro do jazz, apresentando Horace Shaw, Charlie Parker, John Coltrane, Sonny Rollins dentre outros. Ele impõe movimentos e nuances nos arranjos originais, fazendo-os parecer como um produto novo.

O tom baixo de fagote, tipicamente, faz as notas moverem-se com um particular movimento tranquilo, mas a destreza de Smith possibilita um fraseado com a agilidade de um trompete como em “The Jody Grind”, composta por Horace Shaw. A maioria das músicas não foram escritas para utilizar o fagote, assim Smith coloca-se em posição única para por seus sentimentos ao seu modo em torno de outros instrumentos, o que faz brilhantemente na composição de Lee Morgan, “The Double Up”, bem como na interação com Bejerano, onde as teclas do piano parecem seguir uma após outra , como se formassem um círculo, engajando-se em uma divertida conversação. O estilo característico dos barcos de New Orleans apresenta-se em “From Four Till Late” de Robert Johnson com uma pegada blueseira com a presença da guitarra acústica de Campbell.

Mais jazz ao estilo bop está no programa com as saltitantes batidas do baixo de Perez e as ziguezagueantes explosões sonoras do piano de Bejerano em “Break Out The Blues” escrita por George Shearing. O álbum toma ares mais suaves na envolvente “Footprints” de Wayne Shorter, mas ganha velocidade nas pulsações agitadas de “Solid” de Sonny Rollins, onde Bejerano e Smith apresentam suas credenciais suingando pesada e rapidamente.

“Blue Bassoon” parece uma volta ao bom e velho jazz e blues. Daniel Smith relembra às audiências que não há nada além disto, e que o fagote tem um lugar de distinção nas esferas do blues e do jazz . Ele equilibra sua participação como líder e como músico que tem conhecimento dos arranjos que executa, quando complementa a atuação dos outros músicos, e quando retorna ao seu assento e observa cada um atuar como líder .”Blue Bassoon” vai direto ao blues.

Faixas : 1. The Jody Grind (Horace Silver);2. The Double Up (Lee Morgan);
3. Sack O' Woe (Julian 'Cannonball' Adderley);4. Things Ain't What They Used to Be (Mercer Ellington);5. My Baby's Gone (B B King);6. Billie's Bounce (Charlie Parker);
7. Nostalgia in Times Square (Charles Mingus);8. Equinox (John Coltrane);9. Scotch and Water (Joe Zawinul);10. From Four Till Late (Robert Johnson);11. Break Out The Blues (George Shearing);12. Footprints (Wayne Shorter);13. Solid (Sonny Rollins)

Fonte : JazzTimes / Susan Frances

ANIVERSARIANTES 14/12


Andrew Oliver (1983) - pianista ,
Budd Johnson (1910-1984) - saxofonista,
Cecil Payne (1922-2007) - saxofonista,
Clark Terry (1920) – trompetista,flugelhornista (na foto),
Dan Barrett (1955) – trombonista,
John Lurie (1952) - saxofonista,
Leo Wright (1933-1991) – flautista,clarinetista,saxofonista,
Phineas Newborn, Jr. (1931-1989) - pianista

domingo, 13 de dezembro de 2009

JOEL HARRISON - URBAN MYTHS (HighNote Records [2009])


Um elemento chave na história de Joel Harrison é o que se chama de jazz eletrificado dos anos 70. Assim, este esperto e inventivo guitarrista oferece sua própria reconsideração sobre a música campeoníssima há aproximadamente 40 anos atrás.

Esta é uma poderosa e intensa música, mas tem um senso de execução que mantém os ingredientes bem harmonizados. A gravação inicia com uma pegada que parece emergir de um nevoeiro — a curiosa atmosfera do início repentinamente desenvolve-se no que Harrison chama de “pegada circular” e a mantém hipnoticamente pulsante graças ao excelente solo do violinista Christian Howes e do saxofonista David Binney, suportado por um ritmo “religioso” do baterista Jordan Perlson, do baixista Stephan Crump e do pianista Daniel Kelly.

Na extraordinária exibição das variações de "Straight No Chaser", a composição de Monk aparece em meio a texturas funk e sérias notações composicionais. Há, também, o saxofonista Binney em conjunto com o trompetista Ambrose Akinmusire, o tenorista Jerome Sabbagh e o trombonista Corey King.

Harrison amorosamente homenageia um ícone novaiorquino, o falecido proprietário Queva Lutz do famoso 55Bar , na marcantemente bela "Last Waltz for Queva". Com um trabalho brilhante da guitarra, a faixa passa a ser um espécie de “country”, hino do “rhythm 'n' blues”.

Estas músicas demonstram deliciosamente que a “eletrificação”, jazz, sensibilidade clássica coexistem poderosamente na música de Harrison.

Faixas: You Must Go Through A Winter; 125 and Lenox; Mood Rodeo; Last Waltz for Queva; Straight No Chaser (variations); Between the Traveler and the Setting Sun; Urban Myths; High Expectations Low Return.

Músicos: Joel Harrison: guitarra; David Binney: saxofone alto; Christian Howes: violino; Daniel Kelly: teclados; Stephan Crump: baixo acústico; Jordan Person: bateria; Fima Ephron: baixo elétrico (2, 8); Ambrose Akinmusire: trompete (4, 5, 7); Corey King: trombone (4, 5, 7); Jerome Sabbag: saxofone tenor (4, 5).

Fonte: All About Jazz / Donald Elfman

ANIVERSARIANTES 13/12


Anna Maria Jopek (1970) - vocalista,
Ben Tucker (1930) - baixista,
Doug Millaway (1951) - tecladista,
Edu da Gaita (1916-1982) – gaitista(na foto),
Jackie Davis (1920) - organista,
Mark Elf (1949) – guitarrista,
Reggie Johnson (1940) - baixista,
Sam Bevan (1974) - baixista,
Sonny Greer (1895-1982) - baterista

sábado, 12 de dezembro de 2009

ESPERANZA SPALDING NA CERIMÔNIA DO NOBEL DA PAZ


Entre renomados músicos do mundo estava Esperanza Spalding, (na foto de Johann Sauty), a sensação do jazz de apenas 25 anos, para atuar em um concerto na cerimônia da entrega do Prêmio Nobel da Paz em Oslo, Noruega, ontem (11/12). Spalding é uma baixista e vocalista natural de Portland, Oregon, e considerada um prodígio no mundo do jazz. O evento, apresentado por Will Smith e sua esposa Jada Pinkett Smith, foi mostrado ao vivo pela CNN.

Spalding esteve junto com outros artistas americanos como Toby Keith, Wyclef Jean e Donna Summer. O grupo teve como companhia a cantora britânica Natasha Bedingfield, o grupo pop irlandês “Westlife”, o vocalista e violonista norueguês Alexander Rybak, o cantor portoriquenho Luis Fonsi, Amadou & Mariam do Mali e o pianista chinês Lang Lang.

O concerto ocorreu no dia seguinte à cerimônia onde o presidente Barack Obama recebeu o prêmio Nobel da Paz em Oslo. Spalding também atuou na cerimônia logo após o discurso de presidente Obama, quando do recebimento do prêmio. Obama não participou do concerto realizado com os demais músicos.

Spalding lançou dois álbuns solo e participou de vários discos com outros artistas, e tem trabalhado com jazzistas como o saxofonista Joe Lovano, o vibrafonista Dave Samuels e o baixista Stanley Clarke.

Spalding aprendeu sozinha a tocar violino, quando tinha quatro anos de idade, após observar o violoncelista clássico Yo-Yo Ma tocando com crianças no programa “Mister Rogers’ Neighborhood”. "Aquilo foi quando eu tomei consciência de que queria fazer alguma coisa no campo da música”. Spalding declarou em seu “Web site”. “Foi definitivamente a coisa que me causou entusiasmo na percepção completa da música como uma atividade criativa”.

A jovem musicista, originária de uma família multilíngue, tocou violino por dez anos na “Chamber Music Society” do Oregon, que é composta por crianças e adultos. Com quinze anos mudou para o baixo porque passou a trilhar caminhos não clássicos, como o blues, hip-hop e o funk.

Com 16 anos, Spalding matriculou-se no programa de música da “Portland State University”. Aos 20, ela já era instrutora na “Berklee College of Music” em Boston, e passou a ser o mais jovem membro da história desta prestigiosa Escola. Spalding, em 2005, ganhou uma bolsa de estudos da “Boston Jazz Society” para aprimorar sua musicalidade.

Fonte : JazzTimes /Aubrey Everett

ANIVERSARIANTES 12/12


Alex Acuña (1944) – baterista, percussionista,
Antwon A. Owens (1982) - baterista,
Bob Dorough (1923) – pianista,vocalista,
Dodo Marmarosa (1925-2002) - pianista,
Eddie Barefield (1909-1991) – clarinetista,saxofonista,
Frank Sinatra (1915-1998) - vocalista,
Grover Washington, Jr. (1943-1999) - saxofonista,
Jeff Johnson ( 1954) - baixista,
Joe Williams (1918-1999), vocalista,
Leonisa Ardizzone (1968) - vocalista,
Richard Galliano (1950) - acordeonista,
Tony Williams (1945-1997) – baterista,
Toshiko Akiyoshi (1929) – pianista,líder de orquestra,
Wagner Tiso (1945) – pianista(na foto)

sexta-feira, 11 de dezembro de 2009

Smalls Jazz Club - Jazz ao Vivo

www.smallsjazzclub.com

Link para radio

http://www.radiovideojazz.com/

BAIXISTA GERALD VEASLEY HOMENAGEIA GROVER WASHINGTON Jr.


O legendário e influente saxofonista Grover Washington, Jr.,(na foto), morreu de um ataque cardíaco em 16 de Dezembro de 1999, ou seja 10 anos atrás. O baixista Gerald Veasley estava atuando com Washington em uma gravação para “The Early Show” na CBS em Nova York, quando o saxofonista enfartou no camarim. Sua morte chocou a comunidade jazzística e musical de mundo, particularmente a Veasley que cresceu próximo a Washington e à sua familia. Veasley vinha atuando intermitentemente com Washington por 12 anos. Nesta sexta-feira, 11 de Dezembro, Veasley apresenta um tributo especial para Grover Washington Jr. no “Miller Center for the Arts” em “Reading”, Filadélfia. O concerto tem Veasley com sua banda, bem como Eric Darius, como convidado especial no saxofone.

Entretanto, ele tem participado de poucos tributos a Grover em gravações e performances, incluindo a realizada com sua banda “Jazz Base” em um clube em “Reading”. Veasley estava relutante em organizar este tributo, em razão dos aspectos emocionais. Recentemente, um fã o persuadiu e lembrou que seriam dez anos da morte de Grover e tinha que se fazer algo para manter a música dele viva. Sabendo que o aniversário de Grover será amanhã , e que ele gostava de música de Natal, Veasley decidiu promover um show para lembrar seu mentor.

Washington tem uma tremenda influência sobre Veasley, tanto pessoal como profissionalmente. “Uma das principais coisas que admirava nele profissionalmente era a sua receptividade para com outros músicos.Você sabe, eu nem sempre sou assim. Após um concerto, frequentemente um jovem músico vinha até ele e dava-lhe uma fita ou um CD. Ele não apenas aceitava, como os escutava no ônibus. Quando perguntei porque ele fazia aquilo, ele disse-me: `Todo mundo tem uma história, você apenas tem que ouvi-la’. Um músico que contribuía para o ser humano que era. Você não pode separar os dois. Ele era modesto, mas tocava seu coração a cada noite que tocava”.

Veasley também aprendeu sobre a importância de desenvolver sua própria voz como músico. “A única coisa que leva você a ser um músico de prestígio é ter uma sonoridade reconhecível. Aquilo que nós todos lutamos para ter. Você escuta Al Green ou Betty Carter e com poucas notas, você os reconhece. Para instrumentistas, é mais difícil. Porém, se você ouve poucas notas de Grover, você o identifica. Quando nós atuávamos com vocalistas, Grover quase sempre encerrava os shows. Parcialmente, os artistas não queriam seguí-lo, mas era como se ele fosse um vocalista”.

Como legado, Veasley vê Washington mais que alguém que criou um gênero que combina jazz com R&B. “As pessoas não podem subestimá-lo. No seu último CD, ele estava tocando jazz em interpretações de peças operísticas. Ele tocava o jazz do estilo ´straight-ahead´. Ele era um músico completo que estava aberto para qualquer coisa”.

No concerto de hoje, Veasley e companhia apresentará as canções mais conhecidas de Washington, bem como algumas músicas natalinas que ele gostava. “Quando estava ensaiando as músicas de Natal de Grover com minha banda, eu fiquei imaginando porque não conhecia aqueles arranjos. Então, lembrei que era porque nunca excursionamos com aquele material”. Aparentemente, aquilo era algo que Washington planejava, mas que não veio a acontecer devido à sua trágica morte.

Veasley ainda encontra Christine Washington, a viúva e produtora de Grover, que também reside na Fidadélfia, sua base regular, e está feliz porque ela estará presente no concerto em “Reading”. “Eu estive em sua residência, recentemente, para ouvir as gravações de um álbum de Grover ao vivo, que será lançado brevemente, e eu sentei e chorei ao ouvi-lo. A dor da perda ainda estava lá. É como um imenso buraco”.

Eric Darius tem o difícil desafio de preencher temporariamente a ausência do saxofonista no concerto. “Eric estava no segundo grau, quando Grover veio para uma performance. Eric, que estudou a música de Grover e devotou-se a ela, não estava se sentindo bem e decidiu que não iria ao show, pensando : ‘Eu irei na próxima vez’. E, claro, não haverá uma próxima vez”.Darius buscou ser um artista de sucesso de “smooth jazz” e agora terá a chance de homenagear um dos seus heróis musicais.

Fonte : JazzTimes / Lee Mergner

ANIVERSARIANTES 11/10


McCoy Tyner (1938) – pianista(na foto),
Perez Prado (1916-1989) – líder de orquestra,
Zé Paulo Becker(1968) - violonista

quinta-feira, 10 de dezembro de 2009

ANIVERSARIANTES 10/12


Bob Cranshaw (1932) - baixista,
Diane Schuur (1953) – vocalista(na foto),
Don Sebesky (1937) – trombonista , arranjador,
Duane Carter (1954) - trompetista,
Franco Ambrosetti (1941) – trompetista,flugelhornista,
Guitar Slim (1926-1959) - guitarrista, vocalista,
Michael Lang (1941) - pianista,
Paul Hardcastle (1957) - tecladista,
Ray Nance (1913-1976) –trompetista,cornetista,violinista,vocalista