playlist Music

quarta-feira, 30 de novembro de 2022

ANDREW HADRO / PETROS KLAMPANIS – REGARDING THE MOON (ΠΚ Music)

O compacto é algo tão velho quanto o jazz em si. Majoritariamente desapareceu durante a era do álbum nos anos 1960, mas compactos no jazz e em músicas novas começaram a fazer um retorno em anos recentes. E durante a pandemia, a tendência foi explorada com artistas colocando suas gravações como se eles estivessem finalizando em vez de esperar por uma coletânea de trabalho a ser completada. Neste espírito, aqui está um surpreendentemente ambicioso e independentemente produzido compacto produzido pelo saxofonista barítono Andrew Hadro. Em completa manifestação, Hadro é um antigo amigo deste resenhista. Assim, quando ele disse que estava trabalhando em um novo projeto, afirmei “Grande, não posso esperá-lo para ouvir”. Porém, “Regarding The Moon”, seu novo trabalho, vai bem além de qualquer projeto independente, que ouvi em anos recentes. Primeiro, é musicalmente assombroso. Hadro contratou o compositor Petros Klampanis para escrever o que seria apresentado nos registros mais elevados do saxofone barítono. Hadro tocou a extensão altíssima do sax barítono como um foco de sua arte. Exigiu dele a, praticamente, reaprender seu instrumento e seriamente praticar a técnica e controle. Ele trabalhou nesta peça por um ano antes de culminar em gravação. Realizar o compacto levou 18 meses. Porém, o produto final valeu a espera. A finalidade não é a técnica pela técnica. A peça serve como uma balada amorosa e um pequeno aceno a “Clair de Lune” de Claude Debussy apresentada com precisão formidável e graça. A música emparelha o barítono de Hadro com um duplo quarteto de cordas — apresentando quatro violinos, duas violas e dois cellos — ao lado do baixo, piano e bateria. Há muita complexidade aqui, com superior drama e magnificência do instrumento de Hadro levado pela onda em maravilhosos arranjos de cordas. É direção muito diferente para Hadro. Ele é conhecido como um músico de jazz, que tocou com o falecido Junior Mance tão bem quanto com o saxofonista Tony Malaby. Porém, esta é uma peça completamente composta, muito diferente que uma música que ele já criou nestas configurações. Assim, é jazz? Nova música? Quem se importa. É um trabalho de beleza extraordinária. E o que é excitante é que é mais do que foi prometido. “Regarding The Moon” é parte de um projeto, em andamento, mais amplo de Hadro, “For Us, The Living” sob o qual ele planeja estreiar mais trabalhos durante o ano que vem e além. O que ele fez aqui como um artista independente é muito ambicioso no escopo, mas incrivelmente belo em execução.

Músicos: Andrew Hadro – Saxofone Barítono; Petros Klampanis - Compositor, Produtor, Baixo; Martha Kato – Piano; Rogerio Boccato – Bateria; Dionisis Vervitsiotis, Migen Selmani, Haralambos Karasavidis, Pericles Timplalexis – Violino; Enkela Kokolani, Krystalia Gaitanou – Viola; Marina Kolovou, Fabiola Ojeda - Cello

Para conhecer um pouco deste trabalho, assistam ao vídeo abaixo:

https://www.youtube.com/watch?v=Qtb3JJ2pRac

Fonte: Frank Alkyer (DownBeat)

ANIVERSARIANTES - 30/11

Duane Andrews (1972) - guitarrista,

Jack Sheldon (1931) - trompetista,vocalista (na foto e vídeo) http://www.youtube.com/watch?v=A13HYqZuF5c,

Stan Sulzman (1948) – saxofonista,

Stefano Bedetti (1973) – flautista,

Sylvie Curvoisier (1968) - pianista

 

terça-feira, 29 de novembro de 2022

MARY LaROSE - OUT HERE (Little (i) Music)

A vocalista Mary LaRose esteve há muito tempo expondo seu vocal, com e sem palavras, aos trabalhos de compositores do jazz moderno tais como Albert Ayler, Ornette Coleman, Charlie Haden e Eric Dolphy. Este CD é sua primeira exploração completa de Dolphy, sondando o artifício de fluxo livre do seu trabalho com um grupo que inclui diversos instrumentos, que ela usou em suas gravações, cello, vibrafone e clarinete baixo.

LaRose aborda a música de Dolphy colocando letra em algumas canções, vocalizando sem palavras e mesmo recitando uma poesia apropriada em duas faixas. Tudo tem uma divertida leveza, que se sente justa na música com seu som de classe mundial. Em "Gazzelloni" o líder gorjeia o título sobre vibrações distorcidas eletronicamente por Patricia Brennan, o cello envolvente de Tomeka Reid, o sobe e desce do clarinete de Jeff Lederer e uma batida gotejante alimentada pelo baixista Nick Dunston e o baterista Matt Wilson. "245" observa LaRose ronronando e fazendo scat sobre a melodia conforme a banda cruza um balanço travesso no passeio do jazz. Em "Out There" e "GW", ela navega nas passagens erráticas do tempo das músicas, pausa e surge com tranquilidade, conforme os outros músicos impulsionam e contraem brilhantemente através da música, executando um passo estimulante em "GW" e criando um espírito nebuloso e sonhador em "Out There".

Em "Serene", LaRose recita um poema, "Syncopation", escrito por Hallie Lederer, sobre um ambiente de camadas de um vibrafone ressonante que muda para grupo de jazz de câmara blueseiro conforme LaRose troca para uma balada do blues melancólico, cantando à la Annie Ross. Esta versão de "Music Matador" dobra os esforços no sabor caribenho no tratamento de Caribbean de Dolphy, fortalecendo a banda com dois especialistas do jazz latino, o trombonista Jimmy Bosch e o percussionista Bobby Sanabria. O saxofonista Jeff Lederer apenas toca clarinete e clarinete baixo nesta sessão e seu som amadeirado mistura bem a tepidez de LaRose, voz flexível. Isto é especialmente verdadeiro em "Love Me", que foi originalmente um poderoso dueto executado por Dolphy no clarinete baixo com o baixista Richard Davis. Aqui, ele é interpretado por LaRose e Lederer. A vocalista estende sua voz através dos altos e baixos do solo de Dolphy conforme Lederer grasna e chora no suporte. O CD encerra com uma rara composição de Mal Waldron, "Warm Canto", que, originalmente, apresentou Dolphy no clarinete, aqui LaRose suavemente zumbe a melódica cadência animada do trio de clarinete, antes de, evocativamente, ler um poema de Patricia Donegan, "Lover's Wish", com murmúrios empáticos do cello e vibrafone.

A beleza heterodoxa e serenidade reflexiva da música de Eric Dolphy vêm radiantemente neste tributo. Mary LaRose e seus colaboradores tratam seu trabalho com respeito, enquanto adiciona elementos de confiança e ousadia, que destaca quão jubilosa a alegria pode ser. Este é um excelente trabalho de um músico muito talentoso e criminosamente desconsiderado.

Faixas: Gazzelloni; 245; Out There; Music Matador; GW; Serene; Out to Lunch; Love Me; Warm Canto.

Músicos: Mary LaRose: voz / vocal; Jeff Lederer: saxofone tenor, clarinete, clarinete baixo; Tomeka Reid: cello; Patricia Brennan: vibrafone; Nick Dunston: baixo; Matt Wilson: bateria; Jimmy Bosch: trombone, vibrafone, percussão (4); Bobby Sanabria: bateria, percussão (4); Isaiah Johnson: bateria, clarinete (9); Cameron Jones: clarinete (9); Maya Rose Lederer: voz / vocal(4).

Nota: Este álbum foi considerado, pela DownBeat, como um dos melhores lançados em 2021 com a classificação de 4 estrelas.

 Para conhecer um pouco deste trabalho, assistam ao vídeo abaixo:

https://www.youtube.com/watch?v=HZqc5_o-6Ic

Fonte: Jerome Wilson (AllAboutJazz)

 

ANIVERSARIANTES - 29/11

Adam Nussbaum (1955) – baterista,

Billy Hart (1940) - baterista,

Billy Strayhorn (1915-1967) – pianista (na foto e vídeo) http://www.youtube.com/watch?v=K7bGtR_ETJE,

Chuck Mangione (1940)  - trompetista, flugelhornista,

Darryl Alexander Sr. (1956) - baterista,

David Shaich (1954) – baixista,

Dr. Michael White  (1954) - clarinetista,

Ed Bickert (1932-2019) - guitarrista,

Eliete Negreiros (1951) – vocalista,

Jim Massoth (1957) – saxofonista,

Sérgio Souto(1950-2014) – saxofonista,flautista 
 

segunda-feira, 28 de novembro de 2022

ADAM O’FARRILL - VISIONS OF YOUR OTHER (Biophilia)

Durante a década passada, o trompetista e compositor Adam O’Farrill estabeleceu-se como uma voz líder no jazz. Agora, em sua terceira gravação, seu quarteto “Stranger Days” está, também, começando a cimentar seu status entre os atuais grupos de elite. A última gravação deles, “Visions of Your Other”, marca uma mudança pessoal endiabrada, o saxofonista tenor Xavier Del Castillo substituindo o vigoroso Chad Lefkowitz-Brown, mas a profunda harmonia do grupo e a interação reflexiva permanecem. O entrelaçamento das linhas entre os instrumentos de sopro cria um complexo contraponto e harmonias contrastantes, enquanto o baixista Walter Stinson e o baterista Zack O’Farrill (irmão de Adam) geram entusiasmo, deslocando os ritmos que conduzem a banda.

Um senso de cinemática sustenta as composições de “Visions”. Às vezes, a influência é direta. As motivações de “Kurosawa at Berghain” de Stinson são claras, e a faixa título, composta por O’Farrill, toma indicações de uma linha de diálogo no filme de 2012, “The Master” de Paul Thomas Anderson (estrelando Joaquin Phoenix e Philip Seymour Hoffman). Em outros momentos, o sentimento cinemático é mais abstrato. Em seu impulso e sensibilidade, “Inner War” sente-se como a introdução para um elenco de um drama. “Hopeful Heart” mistura outras inspirações, combinando motivação de D.H. Lawrence com uma tomada de “stakra” de Ryuichi Sakamoto. Em torno de 38 minutos, a gravação é curta como um dos primeiros LPs, mas a música aponta claramente para o futuro com seu toque ardente. 

O’Farrill, 27, emergiu com longas sombras. Seu avô é o lendário pioneiro do jazz cubano Chico O’Farrill. Seu pai é o renomado Arturo O’Farrill, líder da Afro-Latin Jazz Orchestra e sua mãe é a estimada pianista clássica Alison Deane. Ainda entre três excelentes gravações com o Stranger Days e a lista de trabalhos estelares como acompanhante de bandas de artistas como Mary Halvorson (Code Girl), Rudresh Mahanthappa (Bird Calls) e de Anna Webber (Idiom), O’Farrill construiu sua própria música inovativa.

Faixas

1 stakra 4:01     

2 Kurosawa At Berghain 7:40     

3 Inner War 6:55             

4 Ducks 5:34     

5 Hopeful Heart 7:36     

6 Blackening Skies 7:11 

 Músicos : Adam O'Farrill: Trompete; Xavier Del Castillo: Sax Tenor; Walter Stinson- Baixo; Zack O'Farrill- Bateria.

 Para conhecer um pouco deste trabalho, assistam ao vídeo abaixo:

 https://www.youtube.com/watch?v=AtawoiSyiNc

 Fonte : MARTIN JOHNSON (JazzTimes)

 

 

ANIVERSARIANTES - 28/11

Butch Thompson (1943) - clarinetista,pianista,

Dennis Irwin (1951-2008) - baixista,

Diego Rivera ( 1977) - saxofonista,

Ethel Ennis (1932) – vocalista,

Gato Barbieri (1934-2016) – saxofonista,

George Wettling (1907-1968) - baterista,

Gigi Gryce (1927-1983)- saxofonista(na foto e vídeo) http://www.youtube.com/watch?v=DrTJOsZXw24,

Pete Robbins (1978) - saxofonista,

Randy Newman  (1943) - pianista,

Roy McCurdy (1936) - baterista 

 

domingo, 27 de novembro de 2022

MATTHEW SHIPP - ROB BROWN - THEN NOW (Rogue Art)

O duo de piano e saxofone de Matthew Shipp e Rob Brown tem uma história musical, que data de três décadas desde ”Sonic Explorations (Cadence, 1988)”, mas eles têm gravado nesta formação , moderadamente, apenas lançando um outro álbum, “Blink of an Eye (No More Records, 1997)”. O balanço que desenvolveu o início das suas carreiras de gravação não saiu da sincronização, a despeito do intervalo entre os projetos. Em “Then Now”, a maturidade e a proficiência acumulada do par realizam uma reunião satisfatória.

As oito peças improvisadas reconhecem as complexidades de linguagem que Shipp e Brown têm, individualmente, desenvolvido sobre o tempo, mas, em cada caso, uma fundação lírica e acessível suporta a música. Turbulência retumbante, frequentemente, bica a superfície dentro de peças individuais tais como em "Then Now #2" e "Then Now #8" mas, especialmente, esta não é a postura do álbum. A clareza com que Brown e Shipp expressam as ideias improvisadas é proeminente. A mais é intrigante é "Then Now #4"; as linhas apaixonadas do alto de Brown resistem aos trechos bifurcados de Shipp no teclado antes de gerar intensidade. Cada instrumentista tem uma faixa solo. Shipp na muito breve "Then Now #5" e Brown em "Then Now #7."

“Then Now” é inflexível. As improvisações não esclarecem, mas incessante e alegremente oscilam de uma sequência de conceitos para outros. Se há uma estratégia aqui, não está tudo claro, poderia ser capitalizado na capacidade de Shipp e Brown para focar profundamente e na extensão para agregar elementos de sua música sem perder a visão de cada um.  Não há nenhuma premeditação de conversas frente a frente entre os dois, mas um caleidoscópio de cores em constante mudança, algumas em entonações tranquilas, outras ofegantes. “Then Now” é surpreendentemente difícil e melodicamente elegante em igual medida.

Faixas : Then Now #1 - #8.

Músicos: Matthew Shipp: piano; Rob Brown: saxofone alto.

Fonte: Karl Ackermann (AllAboutJazz)

 

ANIVERSARIANTES - 27/11

Bootsie Barnes (1937-2020) – saxofonista,

Daniel Bennett (1979) - saxofonista,

Ed Saindon (1954) - vibrafonista,

Eddie South (1904-1962) - violinista,

Jacky Terrasson (1966) – pianista,

Joris Teepe (1962) – baixista,

Judy Carmichael (1957) – vocalista,

Leo Sidran (1976) – multi-instrumentista, vocalista,

Lyle Mays (1953-2020)- pianista,

Maria Schneider (1960) - pianista,arranjadora,compositora,líder de orquestra (na foto e vídeo) http://www.youtube.com/watch?v=2tJegYsmlqU,

Michael Rabinowitz (1955) - fagotista,

Randy Brecker (1945) - trompetista,flugelhornista,

Rebecca Coupe Franks (1961) - trompetista,

Robert “Bootsie” Barnes (1937) – saxofonista,

Wessell Anderson (1964) - saxofonista  

 

sábado, 26 de novembro de 2022

JEFF LEDERER - EIGHTFOLD PATH (Little (i) Music)

A tradição do "spiritual jazz" esteve submetendo-se a uma espécie de renovação e ganhou um real impulso com este robusto novo lançamento do saxofonista tenor Jeff Lederer. Este é o reflorescimento do Sunwatcher Quartet, um grupo formado por Lederer em 2011 para celebrar a música de Albert Ayler. Esta versão da banda mantém membros originais como Jamie Saft nos teclados e Matt Wilson na bateria, mas adiciona o som distinto do baixo de Steve Swallow.

Lederer compôs todas as músicas neste trabalho, baseando-as nos escritos de um monge budista vietnamita, Thich Nhat Hanh. Na combinação do órgão intenso de Saft e o tenor gemedor de Lederer, a música relembra, espiritualmente propensa ao passado, o original de Tony Williams, Lifetime, com Larry Young no órgão. Isto está estabelecido a partir da primeira faixa, "Right Concentration", onde o tenor uivante e golpes do órgão ao longo de saltitantes linhas do baixo e da bateria firme. Isto modera o poder da força, que vem em outras formas com o balanço passeando de forma alegre de "Right Speech" e o pesado jazz ritmado em "Right Livelihood".

Este som avassalador é contrastado por momentos mais contemplativos. "Right View" tem Lederer soprando linhas moderadas sobre os padrões dos pratos elaborados de Wilson, enquanto o órgão ferve lentamente ao fundo. Em "Right Effort" e "Right Mindfulness, Saft toca suavemente piano acústico, criando um humor sereno equiparado ao suave sussurro de Lederer e linhas esculpidas do baixo de Swallow.

Os princípios subjacentes atrás deste trabalho devem ser sérios, mas a música em si assume alguns giros peculiares. Todos os quatro músicos são conhecidos pelo humor malicioso que eles trazem para outros projetos e que exibe, aqui, muito bem. Na comovente "Right Action", o baixo de Steve viaja através da melodia de "A Love Supreme" sob uma mistura escorregadia no tenor verdadeiro, no órgão murmurante e tamborim funkeado, enquanto o lento batimento rítmico de "Right Resolve" soa suspeitosamente próximo da abertura de "Bennie and the Jets" de Elton John.

Esta música contém momentos de intensa paixão e tranquila beleza, mas também tem um senso de alegria, que o faz soar amistosa e descuidadamente. Jeff Lederer é um saxofonista vastamente subestimado e seus amigos soam como se eles tivessem uma rajada criando esta transcendência, uma música fortemente suingante.

Faixas : Right Concentration; Right Speech; Right Effort; Right Action; Right Resolve; Right View; Right Livelihood; Right Mindfullness.

Músicos: Jeff Lederer: saxofone tenor, gongos, chocalhos; Jamie Saft: piano, órgão; Steve Swallow: baixo; Matt Wilson: bateria.

Para conhecer um pouco deste trabalho, assistam ao vídeo abaixo:

https://www.youtube.com/watch?v=5ujUQl0YQmM

Nota: Este álbum foi considerado, pela DownBeat, como um dos melhores lançados em 2021 com a classificação de 4 estrelas.

 Fonte: Jerome Wilson (AllAbouJazz)

 

ANIVERSARIANTES - 26/11

Amos Garrett (1941) – guitarrista, vocalista (na foto e vídeo) https://www.youtube.com/watch?v=SybqrTR3HMk, 

Anna Weber (1984) – saxofonista,flautista,

David Cooper (1963) – trompetista,

Mark Dresser (1952) - baixista 

 

sexta-feira, 25 de novembro de 2022

JULIETA EUGENIO – JUMP (Greenleaf)

Na sua gravação de estreia, a saxofonista tenor, Julieta Eugenio, estabelece uma abordagem original, relaxada e meditativa. Uma nativa da Argentina, que estudou e trabalhou em Nova York desde 2013, Eugenio tem a confiança tanto quanto a maestria técnica para tornar tranquila e uso majoritário de ritmo moderado, além de estar completamente exposta no formato de um trio de instrumento de sopro-baixo-bateria.

Seu som é rico e robusto. Ela aplica-o cuidadosamente, sem precipitação, nem premente nem se alimentando através das suas declarações, mas uma postura investigativa, viragem de frases sobre e em torno, sondando e estendendo-as. O programa inclui dois agradáveis standards (“Crazy” é um dueto sem bateria) e composições inéditas de Eugenio, que compreendem o desprendimento, temas atraentes que arremessam interpretações sincopadas e agradáveis dos três instrumentistas.

Mais que reverências, Eugenio, o baixista Matt Dwonszyk e o baterista Jonathan Barber tomam o cuidado de ouvir cada um, evocando o intimismo sensível. Um solo de baixo incorpora temas de Monk e Parker tão bem quanto um esperto e bem articulado trabalho de dedos, mas nada faz Dwonszyk comprometer sua forte entonação. Barber emprega um toque fino e ouvidos espertos para produzir uma amplitude de cores percussivas.

A saxofonista frequentemente flutua adoravelmente com arabescos sobre suas configurações, com gestos suaves ou doces conjecturas. O nível do volume do trio não eleva acima de seis, mas seus esforços colaborativos têm sucesso em calorosa geração, indolência luxuriosa sugerindo um romance.

Faixas: Efes; Jump; La Jungla; For You; Racoon Tune; Flamingo; Another Bliss; Crazy He Calls Me; Snowbirds; Tres. (60:06)

Músicos: Julieta Eugenio, saxofone tenor; Matt Dwonszyk, baixo; Jonathan Barber, bateria.

Para conhecer um pouco deste trabalho, assistam ao vídeo abaixo:

https://www.youtube.com/watch?v=ZE7rFrD4Y6Y

Fonte: Howard Mandel (DownBeat)  

 

ANIVERSARIANTES - 25/11

Dick Wellstood (1927-1987) - pianista,

Eddie Boyd (1914-1994) – pianista,vocalista,

Etta Jones (1928-2001) - vocalista,

Guilherme Lamounier (1950-2018) – vocalista,

Nat Adderley (1931-2000) – cornetista,

Paul Desmond (1924-1977) – saxofonista (na foto e vídeo) http://www.youtube.com/watch?v=JkcRo7oUIro,

Rusty Bryant (1929-1991)- saxofonista,

Terell Stafford (1966) - trompetista,

Willie "The Lion" Smith (1897-1973) – pianista,

Zé Rodrix (1947-2009) – multi-instrumentista

 

quinta-feira, 24 de novembro de 2022

ERIC BIBB - DEAR AMERICA (Provogue)

Quando rotulado como “bluesman”, Eric Bibb é uma cavilha quadrada em um buraco redondo. Um nativo de Nova York que viveu na Suécia por décadas, Bibb conhece o country blues por dentro, mas ele também é o é bem versado em folk e música negra religiosa. Bibb, o filho de um cantor folk-ativista-ator Leon Bibb e sobrinho do pianista do Modern Jazz Quartet, John Lewis, fixou seu lugar no vasto mundo da música de raiz.

Expressando verdade e justiça social é o que vem naturalmente para Bibb. Sua voz distinta através de “Dear America” revela um escrutínio moral que é instrutivo. “Born Of A Woman” encontra-o empático em relação aos mau-tratos da mulher. Sua polida urgência contrasta com a aceitação da cantora gospel, residente em Londres, Shaneeka Simon. Para “Emmett’s Ghost”, Bibb reflete o permanente horror do linchamento, em 1950, de Emmett Till. As cordas do baixo de Ron Carter aprofundam o humor melancólico.

Em adição a Simon e Carter, outros convidados efetuam satisfatórias contribuições como a vocalista Lisa Miles, criada no Mississippi (“One-Ness Of Love”), o blues esperto do guitarrista Eric Gales de Memphis (“Whole World’s Got The Blues”) e o especialista gospel em violão de corda de aço, Chuck Campbell (“Different Picture”). Particularmente importante para o sucesso do álbum é Glen Scott, um colega inglês há 15 anos de Bibb com sua destreza como um multi-instrumentista, vocalista e produtor.

Faixas: Whole Lotta Lovin’; Born Of A Woman; Whole World’s Got The Blues; Dear America; Different Picture; Tell Yourself; Emmett’s Ghost; White & Black; Along The Way; Talkin’ ‘Bout A Train (Part 1); Talkin’ ‘Bout A Train (Part 2); Love’s Kingdom; One-Ness Of Love. (52:31)

Músicos: Eric Bibb, vocal, guitarra acústica, guitalele (3), guitarra acústica barítono (13), palmas; Glen Scott, teclados, bateria, percussão, programação, baixo, Wurlitzer, sintetizadores, piano, Hammond organ, guitarra elétrica e acústica, guitalele, palmas, foot stomps, vocoder, flautas, lead (12) e coro; Ron Carter, baixo acústico (1, 7); Chuck Campbell, pedal steel guitar (5); Andre De Lang, vocal (8); Lisa Mills, líder vocal (13); Shaneeka Simon, líder vocal (2). coro(3, 4, 5, 11); Christer Lyssarides, mandola (4); Big Daddy Wilson, coro(4) e mais.

Nota: Este álbum foi considerado, pela DownBeat, como um dos melhores lançados em 2021 com a classificação de 4 estrelas.

Para conhecer um pouco deste trabalho, assistam ao vídeo abaixo:

 https://www.youtube.com/watch?v=VNGeUvIz4ak

 Fonte: Frank-John Hadley (DownBeat) 

 

ANIVERSARIANTES - 24/11

Al Cohn (1925-1988) – saxofonista (na foto e vídeo) http://www.youtube.com/watch?v=vQU82_zi61Y,

Brian Charette (1972) – organista,

Cipó (1922-1992) – maestro,

François Moutin 1961) – baixista,

Lisa Maxwell (1963) – vocalista,líder de orquestra,

Scott Colley (1963) – baixista,

Scott Joplin (1868-1917) - pianista,

Serge Chaloff (1923-1957) - saxofonista,

Sérgio Santos (1956) - vocalista,

Teddy Wilson (1912-1986) - pianista,

Wild Bill Davis (1918-1995)- organista

 

quarta-feira, 23 de novembro de 2022

87ª LISTA ANUAL DOS MELHORES PARA OS LEITORES DA DOWNBEAT (2022)

Hall of Fame – Kenny Barron (na foto)

Artista do Ano – Christian McBride

Grupo de Jazz – Snarky Puppy

Big Band - Maria Schneider Orchestra

Álbum de Jazz – Pat Metheny – Side-Eye NYC

Álbum Histórico - John Coltrane, A Love Supreme: Live In Seattle (Impulse)

Trompete – Wynton Marsalis

Trombone - Trombone Shorty

Saxofone Soprano -Branford Marsalis

Saxofone Alto - Kenny Garrett

Saxofone Tenor - Chris Potter

Saxofone Barítono – Leo P

Clarinete - Anat Cohen

Flauta - Hubert Laws

Piano – Herbie Hancock

Teclados – Herbie Hancock (falecido em 25/ 08/22)

Órgão - Joey DeFrancesco (falecido em 25/ 08/22)

Guitarra - Pat Metheny

Baixo - Christian McBride

Baixo Elétrico – Marcus Miller

Violino - Regina Carter

Bateria - Brian Blade

Percussão – Airto Moreira

Vibrafone – Joel Ross

Instrumento Diverso - Béla Fleck (banjo)

Vocalista Feminina - Cécile McLorin Salvant

Vocalista Masculino - Kurt Elling & Gregory Porter

Compositor - Maria Schneider

Arranjador - Maria Schneider

Gravadora - Blue Note

Produtor – Christian McBride

Artista de Blues - Buddy Guy

Álbum de Blues - Keb’ Mo’, Good To Be …(CONCORD)

Artista ou Grupo além da fronteira do Jazz – Jon Batiste

Álbum além da fronteira do Jazz - Robert Glasper, Black Radio III (LOMA VISTA)

 

ALAN PASQUA - DAY DREAM (Gretabelle Music)

Como se eu tivesse dito antes nesta coluna, eu sou um sugador de gravações de piano solo, e “Day Dream” de Alan Pasqua chega em casa. Pasqua, um colaborador com uma vasta carreira na realeza pop e do jazz— de Tony Williams a Bob Dylan e John Fogerty a Allan Holdsworth, Carlos Santana e Michael Bublé—gravou esta altamente pessoal coletânea de suas canções favoritas durante o confinamento da COVID-19. Ele em seu próprio selo, Gretabelle Music, em Novembro de 2020, mas este trabalho só afoi tornado público agora, É uma espécie de DIY (NT: Faça você mesmo) que a protelação pandêmica causou em toda a música no mundo.

Dito isto, esta fornada de joias vale a espera. Pasqua demonstra um toque divertido e técnica em 10 músicas gravadas para este álbum. Seu medley de “In The Wee Small Hours Of The Morning/Smile” oferece um melancólico arrepio para uma era passada. E, quando ele sola na canção, a proficiência é fina e transcendente. Ele também adota uma olhadela sonhadora com a interpretação de “Old Cape Cod”, que empurra, na medida, a sensibilidade.

Esta é a beleza deste álbum inteiro. Há uma melancolia relaxante quando Pasqua toca “Polka Dots And Moonbeams”, “Prelude To A Kiss” ou “When I Grow Too Old To Dream”, a faixa de encerramento. É apenas uma espécie de humor que é necessário neste momento, uma vacina, se você deseja, de uma longa e séria pandemia. Assim, largue o telefone, desligue a TV, sente-se com sua bebida preferida e relaxe com a beleza de “Day Dream” de Pasqua.

Faixas: Day Dream; Bewitched, Bothered, and Bewildered; In the Wee Small Hours/Smile; Old Cape Cod; Polka Dots and Moonbeams; Upper Manhattan Medical Group; Prelude To A Kiss; Turn Out The Stars; The Sounds Around The House; When I Grow Too Old To Dream.

Para conhecer este trabalho, assistam ao vídeo abaixo:

https://www.youtube.com/watch?v=lW5Okwihb2Q

Fonte: Frank Alkyer (DownBeat)

 

ANIVERSARIANTES - 23/11

Alvin Fielder (19352019) - baterista,

Carlinhos Brown (1962) – percussionista,

Claude Marc Bourget (1956) - pianista,

Emil Viklicky (1948) – pianista,

Frode Kjekstad (1974) – guitarrista,

Johnny Mandel (1925-2020) – arranjador,compositor,

Ray Drummond (1946) – baixista,

Ruth Etting (1897-1978) - vocalista,

Tyree Glenn (1912-1974)- trombonista,vibrafonista,

Ulisses Rocha(1960) – violonista(na foto e vídeo) http://www.youtube.com/watch?v=PdmIz4-415g
 

terça-feira, 22 de novembro de 2022

KATE McGARRY + KEITH GANZ ENSEMBLE - WHAT TO WEAR IN THE DARK (Resilience Music Alliance)

 “What To Wear In The” é um radical e brilhante entrelaçamento de música inédita e reinterpretações de músicas. A vocalista Kate McGarry e seu parceiro, o guitarrista Keith Ganz, esforçam-se para “iluminar a noite” aponta a primeira faixa, o clássico de 1930, “Dancing In The Dark”. O comando da batida por trás do desespero, se é a pressão social a todo vapor em “Barrytown” de Steely Dan ou a passagem de um estilo de vida em  “Desperado” do Eagles que anima este álbum excepcional.

Há, ritmicamente, canções animadas, como a ambígua “Both Sides Now” de Mitchell, “On the Road To Find Out” de Cat Stevens, uma tomada funkeada de “Here Comes the Sun” de George Harrison e um ponto emocional central do álbum, uma versão falante de “The 59th Street Bridge Song (Feelin’ Groovy)” de Simon e Garfunkel, que ressalta o cornet vigoroso do artista convidado, Ron Miles, e o piano aveludado de Gary Versace. Os dois atrás de McGarry conforme ela interpreta “Anthem” de Leonard Cohen. Sua voz é um bálsamo em “It Happens All the Time In Heaven” , um lânguida pintura de canção que encerra este álbum em uma tempestade de afeição.

As edições e mixagens de Ganz dá espaço e definição a cada instrumento tão bem quanto ao vocal de McGarry. Os condimentos de Pat Metheny, Sting, Tom Waits e Peter Gabriel surgem ocasionalmente, mas nunca subverte a originalidade. Gravado ao longo de quatro anos, em três diferentes lugares com músicos variados, “What To Wear In The Dark” soa como nascido de uma torrente.

Faixas: Dancing In The Dark; Barrytown; Both Sides Now; God Moves On The City; The 59th Street Bridge Song (Feelin’ Groovy); Desperado; On The Road To Find Out; Anthem; Here Comes The Sun; It Happens All The Time In Heaven. (61:48)

Músicos Erin Bentlage, vocal; Obed Calvaire, Christian Euman, Clarence Penn, bateria; Keith Ganz, guitars, baixo; Kate McGarry, vocal; Ron Miles, cornet; James Shipp, escovinhas, pandeiro; Sean Smith, baixo acústico; Becca Stevens, vocal, charango; Gary Versace, piano, órgão, Wurlitzer, acordeón; Michelle Willis, vocal, Wurlitzer.

Nota: Este álbum foi considerado, pela DownBeat, como um dos melhores lançados em 2021 com a classificação de 4 estrelas.

 Fonte: Carlo Wolff (DownBeat) 

 

ANIVERSARIANTES - 22/11

Dave Carter (1969) - trompetista,

Giuseppe Milici (1964) – gaitista,

Gunther Schuller (1925) – líder de orquestra,

Horace Henderson (1904-1988) - pianista,

Jimmy Knepper (1927-2003) – trombonista (na foto e vídeo) http://www.youtube.com/watch?v=-Vk5Oa4xEZU,

Rogerio Boccato (1967) - percussionista,

Ron McClure (1941) – baixista,

Wilson “Chembo” Corniel (1953) - percussionista

 

segunda-feira, 21 de novembro de 2022

CALEB WHEELER CURTIS – HEATMAP (Imani Records)

O termo mapa de calor pode descrever todas as espécies de coisas — do tráfico de página da web ao mapa geográfico e mais. É apropriadamente aplicado aqui, quanto Caleb Wheeler Curtis, que atua não apenas como saxofonista, mas como compositor, reunindo-se ao pianista Orrin Evans, ao baixista Eric Revis e ao baterista Gerald Cleaver para um trabalho para o qual eles trazem a temperatura para cima e para baixo. Através das 10 faixas, Curtis dá aos seus colegas plenitude de espaço. Por exemplo, não atua no sax até termos dois minutos e cinquenta segundos da faixa título. Quando ele o faz, Evans segue ao lado dele com uma desafiadora contramelodia, todos estabelecem, outra vez, a saborosa atuação da seção rítmica formada por Revis e Cleaver.

A firme e tranquila interação entre Curtis e Evans não deveria ser qualquer surpresa. Os dois tocaram juntos em “Captain Black Big Band” do pianista baseado em Filadélfia, com Curtis aparecendo em ambas as bandas que compuseram os álbuns nominados ao Grammy, “Presence” e “The Intangible Between”.

Curtis compôs a música para “Heatmap” no MacDowell Colony, um programa de residência do artista em Peterborough, New Hampshire, onde ele passou quatro semanas no ano passado. Ele desenvolveu um trabalho que deixa amplo espaço para os marcantes improvisadores do álbum explorarem e inventarem.

Em “Tossed Aside”, Curtis diminui a velocidade do tempo para evocar ativamente o sentimento de encontrar a si mesmo em cada estado, e Evans contribui com um solo atencioso em torno da marca intermediária. Em outro lugar, “Trees For The Forest” parece uma reflexão de arredores idílicos onde esta música foi composta. A telepatia entre os membros do quarteto é palpável aqui, tão bem quanto em “Limestone”, que começa como deslizamento, não muito, uma simples melodia servindo como uma assombrosa vitrine para Revis.

Curtis eleva o tempo para encerrar o álbum com “C(o)urses”, no qual os quatro inflamam através de uma melodia frenética, intercambiando solos mas nunca sai dos trilhos. Finalmente, em “Spheres”, Evans inicia fascinantemente com padrão circular ao piano antes de Curtis saltar, tocando de forma alongada, quase notas nervosas antes, profundas na canção, dos dois iniciarem um pouco para desconstruir, com Evans despejando o ocasional acorde batendo e Curtis duplicando algum desafio, notas altas impetuosas. Recomendado.

Faixas: Heatmap; Tossed Aside; Surrounding; Limestone; Splinters; Trees For the Forest; Trembling; Whisperchant; C(o)urses; Spheres.

Músicos: Caleb Wheeler Curtis: saxofone; Orrin Evans: piano; Eric Revis: baixo; Gerald Cleaver: bateria.

Fonte: Daniel Margolis (DownBeat) 

 

 

ANIVERSARIANTES - 21/11

 Alphonse Mouzon (1948-2016) - baterista,

Charlie Johnson (1891-1959)- pianista,

Coleman Hawkins (1904-1969) – saxofonista (na foto e vídeo) http://www.youtube.com/watch?v=0Q7J4PgrRsY,

Geoffrey Keezer (1970) - pianista,

Peter Warren (1935) - baixista,

Rainer Bruninghaus (1949) - pianista,

Sal Salvador (1925-1999) - guitarrista 

 

domingo, 20 de novembro de 2022

BOBBY PREVITE / JAMIE SAFT AND NELS CLINE - MUSIC FROM THE EARLY 21st CENTURY (RareNoiseRecords)

Música do início do século XXI , aquela capturada durante uma breve excursão do trio do tecladista Jamie Saft, do guitarrista Nels Cline e do baterista Bobby Previte, interpretando uma música, completamente, improvisada. "Fundamentalmente, é baseada em torno da formação clássica do trio de órgão—bateria, Hammond organ e guitarra", Saft explica. “Porém, apenas explode a linguagem para muitos universos diferentes".

"Capturado durante uma breve excursão do trio" não faz justiça para estes selvagens e vorazes sons. Parece mais como um animal encurralado e engaiolado rosnando.

Cada faixa toma sua inspiração de uma expressão coloquial, que emergiu no século XXI do inglês americano. Cline inicia "The Extreme Present" pelo martelar dos acordes para "Sgt. Pepper" junto como um clangor de panelas, chamando camadas grossas e pesados acordes de Saft. Guitarra e teclado, conjuntamente, mudam de direção para seus próprios solos, até, finalmente, a guitarra de Cline instalar uma linha de balanço blueseiro, que rapidamente rodopia em uma nevasca de som branco. "Totes" não inicia, mesmo que pareça flutuar, com Cline preocupando-se com as cordas da guitarra como uma pessoa ansiosa faz com suas unhas até todos os três músicos, com felicidade, estabelecem o mesmo acorde resplandecente, tricotando a música, firmemente reunida, em raro tempo unificado. "The Extreme Present" é também uma excelente descrição de como Saft, Previte e Cline gravaram este trabalho.

Previte estabelece um sólido campo para a bateria impulsionar "Paywall", uma robusta marca da qual Cline e Saft interagem firmemente nos refrões firmes da guitarra e do teclado, rompendo a superfície da música dentro de ondulações sobrepostas. Previte, Saft e Cline realizam um trabalho divertido com espaçamento em tal música densa, mantendo-se fora, mas ainda se conectando aos outros sons como se você estivesse ouvindo duas ou mesmo três partes separadas da música, que, às vezes, cruzam-se para criar, completamente, algo novo.

O encerramento, "Flash Mob", soa como uma festa, após o expediente, organizada por máquinas em um vídeo game encerrado em uma galeria. O trio inicia com um pouco de funk direto, com Previte retumbando o batimento da bateria, Saft expelindo as linhas do baixo dos teclados como queimadura, e Cline utiliza a guitarra para manter a batida se movendo. No meio, "Flash Mob" cai em pedaços, deixando cada instrumento serpentear até os estímulos do órgão no fechamento e todos os três sons instrumentais passeiam, seguramente, em casa.

"Se você improvisou por muitos anos, esta música pode ser espontânea, excitante e profunda. Pode visitar países que alguém nunca poderia descrever em uma imaginação mais ampla ", Previte sugere. "Uma vez mais, nós três nos reunimos, era óbvio que esta banda descobrisse um território, que não tem sido bem explorado”.

Faixas : Photobomb; Paywall; Parkour; The Extreme Present; Totes; Occession; The New Weird; Machine Learning; Woke; Flash Mob.

Músicos : Bobby Previte: bateria; Jamie Saft: piano; Nels Cline: guitarra elétrica.

Fonte : Chris M. Slawecki (AllAboutJazz)

 

ANIVERSARIANTES - 20/11

Don Braden (1963) – saxofonista, flautista (na foto e vídeo) http://www.youtube.com/watch?v=9lx1XpDW3Js, 

Drew Gress (1959) – baixista,

Florian Weber (1997) – pianista,

Guarabyra (1947) – vocalista,

Jay Rosen (1961) - baterista,

June Christy (1925-1990) – vocalista,

Meredith Monk (1943) – vocalista,

Seb Rochford (1973) – baterista,

Ulf Krokfors (1966) – baixista.  

 

sábado, 19 de novembro de 2022

JAZZMEIA HORN AND HER NOBLE FORCE - DEAR LOVE (Empress Legacy)

 Noble Force é um nome adorável para uma banda e também agradavelmente captura o vigor da proposta que Jazzmeia Horn traz para seu terceiro e mais ambicioso álbum. Nós já sabíamos deste espírito livre com flexibilidade, o soprano como uma lâmina afiada poderia utilizar o jazz cantarolado como um demônio, mas quem sabia que ela poderia elaborar arranjos para orquestra que crepitam e balançam?. Enquanto “Dear Love” sofre de uma breve extensão lamacenta e algumas notas altas entusiasmadas, em toda a parte, Horn sintoniza este oportuno e inspirador divertimento. Sua hábil mistura de lembranças de pessoal e política de Abbey Lincoln e Nina Simone, com pequena quantidade de moderno hip-hop e recitação.

Direto da abertura com uma frase repetitiva no barítono de Jason Marshall em “I Feel You Near”, você sabe que está em busca de uma alma, suingando de forma improvisada, conforme Horn declama memórias envolventes da ausência de um amante. “Be Perfect” é a primeira das três faixas curtas com riqueza, o vocal de Hi-Lo é sobreposto, que introduz uma canção mais longa, sendo a primeira deliosamente cromática, “He Could Be Perfect” de Lafayette Harris. Se o standard de Don Raye, “He’s My Guy”, executado com prazeroso e rápido passeio de baixo, faz você suspeitar que Basie está na sala, todas as dúvidas desvanecem com “Let Us (Take Our Time) ”, que revisita a dolorosamente sexy, um balanço em câmara lenta de “Li’l Darlin’.”. “Back To Me” introduz outra alegre injeção de ânimo, “Lover Come Back To Me”, trazendo Sarah Vaughan à mente.

A sinuosa “Money Can’t Buy Me Love” (pouca semelhança com os Beatles) e o estudo de caráter melodramático em “Nia” de Yunie Mojica tornam as coisas lentas, mas “Dear Love” recupera a força viva com o emparelhamento final da introdução vocal em “Strive” e a inspiradora “Strive (To Be) ”, que, com sua fanfarra com metais e tema forte, seguramente é um obstáculo futuro. O mesmo vale para a maravilhosa balada “Where We Are”, uma declaração igreijeira de amor universal. A peculiar igreja é onde você vai em “Judah Rise”, apresentando um sermão dramático e percussivamente gutural de Horn, o pastor da Georgia, o Reverendo E. J. Robinson, impulsionado por uma suave reprise do barítono de Marshall.

Uma faixa bônus oferece uma etiqueta estilo Stax, “Where Is Freedom!?”, apresentando o órgão gritante do diretor musical Sullivan Fortner, conforme a banda nos deixa dançando na rua.

Faixas: I Feel You Near; Be Perfect; He Could Be Perfect; He’s My Guy; Let Us (Take Our Time); Back To Me; Lover Come Back To Me; Nia; Strive (Vocal Interlude); Strive (To Be); Where We Are; Judah Rise; Where Is Freedom? (bonus track). (62:08)

Músicos: Jazzmeia Horn, vocal, arranjo; Freddie Hendrix, Bruce Harris, Josh Evans, trompete; Dion Tucker, Cory Wilcox, Max Seigel, trombone; Bruce Williams, saxofone alto; Keith Loftis, Anthony Ware, saxofone tenor; Jason Marshall, saxofone barítono; Keith Brown, piano; Sullivan Fortner, órgão, diretor musical; Eric Wheeler, baixo; Anwar Marshall, bateria; Khalil Bell, percussão; Tia Allen, viola; Chiara Fasi, Eddie Findeisen, violino; Dara Hankins, cello; Reverend E.J. Robinson, recitação (13).

Nota: Este álbum foi considerado, pela DownBeat, como um dos melhores lançados em 2021 com a classificação de 4 estrelas.

Fonte: Paul de Barros (DownBeat)

ANIVERSARIANTES - 19/11

Bill Allred (1936) - trombonista,

Kenny Werner (1951) - pianista,

Keyon Harrold (1980) – trompetista,

Matt Dusk (1978) - vocalista,

Stephen Riley (1975) – saxofonista,

Tommy Dorsey (1905-1956) -trombonista,líder de orquestra,

Tommy Stewart ( 1939) – trompetista, pianista,

Vincent Herring (1964) – saxofonista(na foto e vídeo) http://www.youtube.com/watch?v=U6GxmC02aOQ
 

sexta-feira, 18 de novembro de 2022

PRISM QUARTET – HERITAGE / EVOLUTION VOLUME 2 (XAS Records)

Prism, um quarteto clássico de saxofone composto pelo líder e saxofonista tenor Matthew Levy, pelo saxofonista soprano Timothy McAllister, pelo altoísta Zachary Shemon e baritonista Taimur Sullivan, teve encomendado centenas de trabalhos através dos anos. Seguindo “Heritage/Evolution Volume 1”, um  CD duplo de 2015, o Volume 2 serve uma música intrigante, que cai em algum lugar entre o clássico moderno e o jazz.

“Forbidden Drive”, de Levy, tem Lovano no tenor unindo-se ao Prism como um quinto membro, improvisando no topo do quarteto.

Potter contribuiu com um trabalho de nove peças simplesmente chamado “Improvisations”. Cinco das seções intituladas “Improvisations 1–5” foram originalmente improvisadas por Potter, que a adaptou para o quarteto. Eles se estendem da conversacional “Improvisation 1” e baladas melancólicas à ativa e excitável “Improvisation 5”.

Lovano contribuiu com as sete partes de “Super Sonix”, que o apresenta no tenor e gongos, mais um movimento para cada peça no alto, mezzo-soprano, barítono e bateria. Ele calmamente contrasta o som e o silêncio em “Following The Sound”, às vezes utiliza densas harmonias e sobrepõe frases, e dá a outro saxofonista a oportunidade para prantear um pouco em “Hipsters And Flipsters”. O singular e ambicioso projeto conclui com “Tones For M” de Coltrane, que contrasta seu sopranino com o clarinete baixo de Potter.

Um já antecipado Volume 3 de “Heritage/Evolution” contará com as contribuições da saxofonista Melissa Aldana, do trompetista Terell Stafford dentre outros.

Faixas: Forbidden Drive; Improvisations; Super Sonix; Tones For M. (74:16)

Músicos: Timothy McAllister, Zachary Shemon, saxofone soprano; Zachary Shemon, Robert Young, saxofone alto; Matthew Levy, saxofone tenor; Taimur Sullivan, saxofone barítono; Joe Lovano, saxofones alto, tenor, barítono, mezzo-soprano, bateria, gongos; Chris Potter, saxofone tenor, clarinete baixo; Ravi Coltrane, saxofones tenor, soprano, sopranino.

Nota: Este álbum foi considerado, pela DownBeat, como um dos melhores lançados em 2021 com a classificação de 4 estrelas.

 Fonte:  Scott Yanow (DownBeat)  

 

ANIVERSARIANTES - 18/11

Bennie Wallace (1946) – saxofonista(na foto e vídeo) http://www.youtube.com/watch?v=0e-tIzEo-Dc,

Cindy Blackman (1959)- baterista,

Claude Williamson (1926) - pianista,

Djalma Correa (1942) – percussionista,

Don Cherry (1936-1995) -trompetista,cornetista,pianista,percussionista,

Johnny Mercer (1909-1976) - compositor, vocalista,

Keyon Harrold (1980) – trompetista, vocalista,

Sheila Jordan (1928)- vocalista

 

quinta-feira, 17 de novembro de 2022

JOHANNES WALLMANN - ELEGY FOR AN UNDISCOVERED SPECIES (Shifting Paradigm)

Johannes Wallmann e Dayna Stephens trabalharam juntos em quatro álbuns, iniciando com “The Town Musicians” em 2015. Suas vozes entrosam-se extremamente bem. O romantismo profundamente sentido do saxofonista é um complemento ideal para as frequentes e enlevadas composições do pianista. Stephens, majoritariamente, aqui, toca saxofone tenor, embora ele assuma o adorável EWI (instrumento de sopro eletrônico) ocasionalmente para um interlúdio embaralhado e sintetizado. O citado romantismo está plenamente exposto em “Elegy For An Undiscovered Species”, onde um poderoso quinteto, que inclui a trompetista Ingrid Jensen, o baixista Nick Moran e a baterista Allison Miller, e é incrementado por uma orquestra por uma orquestra de cordas com 14 membros. Não espere uma coletânea de baladas soporíferas, entretanto, com Miller por trás da banda. Seu suíngue marcial está a pleno vapor, conduzindo a banda com graça e vigor. Quando Moran assume o baixo elétrico em “Expeditor”, os dois criam um balanço de movimento de cabeça, que inspira Wallmann e Jensen, a orquestra pulsando atrás deles. Em “Longing”, por contraste, as cordas tomam a liderança, carregando a melodia ao longo da segunda metade com apenas o baixo, bateria e piano minimalista.

Faixas: Two Ears Old; In Three; Expeditor; Longing; The Greater Fool; Two Ears Old (Reprise). (58:09)

Músicos: Johannes Wallmann, piano; Dayna Stephens, saxofone tenor, EWI; Ingrid Jensen, trompete; Nick Moran, baixo; Allison Miller, bateria; orquestra de cordas (Michael Dolan, maestro).

Para conhecer um pouco deste trabalho, assistam ao vídeo abaixo:

https://www.youtube.com/watch?v=JtKbX14W_Js

Nota: Este álbum foi considerado, pela DownBeat, como um dos melhores lançados em 2021 com a classificação de 4 estrelas.

Fonte:  Brian Morton (DownBeat)