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sábado, 31 de julho de 2021

ADRIAN YOUNGE - THE AMERICAN NEGRO (Jazz Is Dead)

A imagem forte na frente da capa—tão familiar, mas ainda tão arrepiante—descreve a “estranha fruta” de um corpo de um homem negro balançando em um galho. Inverte para a capa do fundo e lá está uma visão diferente, uma fotografia tirada de perto do mesmo homem tomada por trás, um sinal fixado em suas costas. “THIS NIGGER VOTED – NT: Este negro votou” lê-se. As imagens vêm de uma série recriada de cartões postais, que celebrava o linchamento de afro-americanos. Nós somos, assim, informados: Esta não será uma experiência de uma audição casual.

“The American Negro” é uma suíte de 26 peças interconectadas, algumas com duração de segundos, nenhuma se estende além de cinco minutos, que apresenta Adrian Younge tocando, virtualmente, todos os instrumentos (teclados, guitarras, bateria/percussão, vibrafone, mesmo cítara) com acompanhamento orquestral e vocal. Younge também compôs aproximadamente todas as músicas e dirigiu um filme relacionado e podcast. É um ambicioso empreendimento e algo que —como previsto—deixa sua marca.

Uma peça com versos, “Revisionist History”, estabelece a cena. Diz, em parte: “Esta dança de menestrel leva séculos para desenvolver, mas sua criação expõe o prodigioso ou o mecanismo de relógio atrás do racismo e ódio na sociedade ocidental”. Lá em cima da música os temas estão expostos, de raiva e desgosto nascido do racismo institucionalizado e como eles devem ser encontrados com educação, positividade e, sim, amor. “Light on the Horizon” composta e cantada por Sam Dew, está fundamentada na estrutura do soul clássico, que deveria ter ser sentido igualmente em casa em álbum de Marvin Gaye nos anos 70. “Se você envelhece, espero que possua sua idade/Tudo que posso fazer para tentar, é tentar, em tradução livre”, ele canta. Similarmente, “Mama (You Will Make It) ” e “Dying on the Run”, a última apontando diretamente para o mau cheiro da violência armada, enfim pinta um quadro de esperança.

Porém, não há negação— como se torna claro em outras faixas faladas como “Race Is a Fallacy” e “Intransigence of the Blind”—que nós ainda temos um longo caminho para seguir antes das fotos horrorosas na capa verdadeiramente pertencerem ao passado.

Faixas

1 Revisionist History 01:30

2 The American Negro 04:36

3 The Black Broadcast 00:45

4 Revolutionize 03:22

5 Double Consciousness 00:38

6 Watch the Children 01:55

7 Dying on the Run 02:31

8 Intransigence of the blind 00:56

9 James Mincey Jr. 02:41

10 Disadvantaged Without a Title 00:39

11 Mama (You Will Make It) 01:50

12 The Black Queen 00:07

13 Margaret Garner 02:56

14 Race Is a Fallacy 01:50

15 Light on the Horizon 03:06

16 A Symphony for Sahara 03:05

17 America Is Listening 00:27

18 The March on America 02:19

19 Paradox of the Positive 00:07

20 The Death March 02:09

21 Black Lives Matter 01:20

22 Rotten Roses 03:07

23 Jim Crow’s Dance 01:14

24 Patriotic Portraits 02:12

25 George Stinney Jr. 05:01

26 Sullen Countenance 02:16

 Para conhecer um pouco deste trabalho, assistam ao vídeo abaixo:

 https://www.youtube.com/watch?v=gArNTlRhX28

 Fonte: JEFF TAMARKIN (JazzTimes)

 

 

ANIVERSARIANTES - 31/07

Celso Pixinga (1953) –baixista,

Dafnis Prieto (1974) – baterista,

Gene Ess (1965) – guitarrista,

George Kelly (1915-1998) – saxofonista,vocalista,

Gordon Johnson (1952) – baixista,

Hank Jones (1918-2010) – pianista (na foto e vídeo), http://www.youtube.com/watch?v=Ur9nz3yrx6M,

Kenny Burrell (1931) - guitarrista,

Kiko Constantino(1969) – pianista,

Michael Wolff (1952) – pianista,

Paula Morelenbaum (1962) – vocalista,

Peter Bocage (1887-1967) – cornetista,violinista,

Roy Milton (1907-1983) – baterista, vocalista,líder de orquestra,

Stanley Jordan (1959) – guitarrista,

Stephen Fulton (1954) – trompetista,flugelhornista

 

sexta-feira, 30 de julho de 2021

JOE FARNSWORTH – TIME TO SWING (Smoke Sessions)

Se você fosse comprar apenas uma gravação este ano para cumprir sua necessidade de bolso, um jazz suingante com um aceno para a tradição, “Time to Swing” do baterista Joe Farnsworth seria uma delas. Enquanto, muito do jazz moderno parece designado para uma realização acadêmica ou provocação intelectual, “Time to Swing” é um murro no estômago, ao setor do bom sentimento do seu cerebelo para seu coração. Reunido com um trio de experimentados instrumentistas, atuando no topo dos seus jogos coletivos, o trompetista Wynton Marsalis, o pianista Kenny Barron e o baixista Peter Washington, Farnsworth apresenta o quarto álbum da sua carreira em um lançamento de ponta.

Isto para não dizer que estas performances são plenas de brilhantes e velozes exposições, erupções fulgurantes ou eventos que roubam a cena. Não, este é um álbum de sutis belezas, de sentimentos de tempos perfeitamente sentidos, de uma pulsação suingante relembrando de Ellington e Sonny Clark a Basie e Benny Goodman, música que desafia a marca do tempo.

A abertura, “The Good Shepherd”, baila sublimemente sobre o suave toque do baixo de Washington; a pulsação seca no passeio de Farnsworth nos pratos como pirilampos em uma noite quente de verão. Examine seus ágeis acentos nos pratos, aqui, uma arte perdida de sutil pontuação. Marsalis traz tudo para casa, suas enunciações relaxadas são puro deleite. O álbum rola em uma série de maravilhas bem azeitadas. “Hesitation” intensifica o tempo e a temperatura, “Darn That Dream” é como uma brisa fresca e brilhante, “Down by the Riverside” balança como um ajuntamento beato. E, para que você pense, “Time to Swing” é o tempo de 24 horas no caldeirão, que explora a peça solo do líder, “One for Jimmy Cobb”. Combinando o tempero de Jo Jones com o ardor de Blakey e a multidirecionalidade de Elvin, Farnsworth prova porque ele é um mestre dos dias atuais.

Faixas : The Good Shepherd; Hesitation; Darn That Dream; Down By The Riverside; One For Jimmy Cobb; Lemuria; Prelude To A Kiss; Monk’s Dream; The Star-Crossed Lovers; Time Was.

Músicos: Joe Farnsworth: bateria; Wynton Marsalis; trompete; Kenny Baron: piano: Peter Washington: baixo.

Para conhecer um pouco deste trabalho, assistam ao vídeo abaixo:

https://www.youtube.com/watch?v=w8U092igIpQ

Fonte: KEN MICALLEF (JazzTimes)

 

ANIVERSARIANTES - 30/07

B.D. Lenz (1971) – guitarrista,

Big Jack Johnson (1940) – guitarrista,

Buddy Guy (1936) – guitarrista,

Claes Janson (1947) – vocalista,

David Sanborn (1945) - saxofonista,

Hilton Jefferson (1903-1968) - saxofonista,

James Spaulding (1937) - saxofonista,

John Stowell(1950) – guitarrista,

Kevin Mahogany (1958-2017) – vocalista (na foto e vídeo) http://www.youtube.com/watch?v=Rqcy_nFHBOc,

Kevin Stevenson (1953) – baterista,

Rob Block (1964) – guitarrista,banjoísta,pianista,

Rosinha de Valença(1941-2004) – violonista,

Walt Weiskopf (1959) - saxofonista 


quinta-feira, 29 de julho de 2021

THUMBSCREW - THE ANTHONY BRAXTON PROJECT (Cuneiform)

Para muita gente, o estilo distinto do compositor e multi-instrumentista Anthony Braxton é obscurecido, também, pelos diagramas geométricos que ele usa para intitular seus trabalhos ou pela ambição de algo mais duradouro nas mais recentes óperas. Até agora, Braxton tem composto dúzias de grandes músicas e muitas delas refletem seu intenso interesse pelos trabalhos de Paul Desmond, Charlie Parker, Lennie Tristano e outros inovadores de pensamento semelhante. 

Como parte das celebrações que marcam o 75º aniversário de Braxton, os membros do Thumbscrew—o baixista Michael Formanek, o baterista/vibrafonista Tomas Fujiwara e a guitarrista Mary Halvorson— passaram uma longa tarde vasculhando os arquivos da Tri-Centric Foundation, uma organização sem fins lucrativos dedicada ao trabalho e legado de Braxton. Os resultados podem ser ouvidos nesta gravação, uma adequada sequência ao soberbo lançamento do trio, de 2018, “Theirs”, que apresentou interpretações deles para seus pilares, indo de Herbie Nichols a Benny Golson, de Stanley Cowell e mais longe.

O repertório é uma lembrança da carreira diversificada de Braxton. O álbum inicia com “Composition No. 52”, uma peça flexível interpretada por seu quarteto estelar no início dos anos 90. “Composition No. 68” tem abstração lírica e a austeridade da estreia de Braxton, em 1968, com “3 Compositions of New Jazz”. A densidade de Halvorson, o solo incisivo é um destaque em “Composition No. 274”.  O vibrafone de Fujiwara em “Composition No. 35” produz um sentimento mais leve, enquanto o trabalho do arco de Formanek aumenta o de “Composition No. 150”.

Como é frequente no caso dos músicos, que lideram seus próprios trios, Thumbscrew mescla uma unidade mais intuitiva em cada nova gravação, ressaltando as diferenças cintilantes e criterioso fundamento comum entre os instrumentistas. Juntos eles exploram o território para muitas garimpagens do catálogo de Braxton. É necessário o exame deste entusiasmo.

Faixas: Composition No. 52; Composition No. 157; Composition No. 14 (Guitar); Composition No. 68; Composition No. 274; Composition No. 14 (Drums); Composition No. 61; Composition No. 35; Composition No. 14 (Bass); Composition No. 150; Composition No. 79. (46:54)

Músicos: Mary Halvorson, guitarra; Michael Formanek, baixo; Tomas Fujiwara, bateria, vibrafone.

Fonte: MARTIN JOHNSON (JazzTimes)

 

ANIVERSARIANTES - 29/07

Albert Wynn (1907-1973) - trombonista,

Charlie Christian (1916-1942) – guitarrista (na foto),

Don Redman (1900-1964) - clarinetista,saxofonista,vocalista,líder de orquestra,

Freddie Hendrix (1976) – trompetista,

Joe Beck (1945-2008) – guitarrista,

Michael Pedicin (1947) – saxofonista,

Ron Turso (1948) – baterista,

Vic Lewis (1919-2009)- guitarrista 

 

quarta-feira, 28 de julho de 2021

KEVIN HAYS / MARK TURNER / MARC MIRALTA – WHERE ARE YOU (Fresh Sound)

Talvez porque seja um novo grupo, membros deste trio sem baixo se veem mais ou menos como iguais. O pianista Kevin Hays e o baterista Marc Miralta trazem três composições cada, enquanto o saxofonista Mark Turner oferece duas. É um testamento do vigor das habilidades de cada um, e a ausência do baixista é, escassamente, perceptível ao longo do trabalho. Uma faixa como “Please Remember Me” de Hays — que vai à frente com um suíngue vigoroso reminiscente do American Quartet de Keith Jarrett dos anos 1970 , não necessita de quaisquer elementos adicionais para mantê-los unidos. A tomada do grupo para “Nigeria” de Turner é outro trabalho de alta energia, onde o saxofonista e Hays assumem a complicada linha da melodia em uníssono conforme Miralta estabelece uma acelerada batida dançante, antes de breves solos. O trio então passa para “Law Years” de Ornette Coleman, passando para um passo mais suave. Hays se introduz com uma passagem solo suave antes de Turner dançar através da melodia, largamente evitando a tendência de arremessos e lamentos agudos do original. Ele quer que cada nota se estabeleça por si própria. “Where Are You” encontra uma banda com muito em comum, algo que poderia, provavelmente, resultar em fortes resultados, que veio a ser um esforço regular.

Faixas: Year Of The Snake; Pedra D’Aigua; Donna Lee; Elena; Please Remember Me; Nigeria; Where Are You?; Addaia; Law Years; Waltz For Wollesen. (61:56)

Músicos: Kevin Hays, piano; Mark Turner, saxofone tenor; Marc Miralta, bateria.

Fonte: Philip Freeman (DownBeat)  

 

ANIVERSARIANTES - 28/07

Christof Sanger (1962) – pianista,

David Silliman (1960) – percussionista,

Delfeayo Marsalis (1965) – trombonista,

Eddie Metz (1958) – baterista,

Guilherme Arantes (1953) – tecladista,vocalista,

Ikey Robinson (1904-1990) - banjoista,guitarrista,

Itamar Assiere (1970) – pianista,

Junior Kimbrough (1930-1998) – guitarrista,

Leon Prima (1907-1985) – trompetista,

Luperce Miranda (1904-1977) – bandolinista,violonista,

Matej Benko (1979) – pianista,

Michael Bloomfield (1943-1981) – guitarrista,

Nnenna Freelon (1954) – vocalista (na foto e vídeo) http://www.youtube.com/watch?v=CSqQPTtUW2o,

Noah Haidu (1972) – pianista,

Peter Duchin (1937) – pianista,líder de orquestra

 

terça-feira, 27 de julho de 2021

VARIOUS ARTISTS - ELLA 100: LIVE AT THE APOLLO! (Concord)

A cantora Patti Austin e o baterista/produtor Gregg Field estão em território agradável e familiar. O simpático par colaborou no álbum de Austin em 2002, “For Ella”, um tributo amoroso para Ella Fitzgerald (1917–1996), e eles se reuniram em 22 de Outubro de 2016, para um concerto celebrando a “First Lady of Song – NT: A primeira dama da canção”. Destaques estelares são exibidos e registrados no álbum “Ella 100: Live At The Apollo!”, apresentando Austin nas cinco performances que ilustram, precisamente, porque ela era uma das favoritas do fãs dos circuitos dos festivais de jazz. Unida à Count Basie Orchestra (sob a direção de Scotty Barnhart), Austin autenticamente suínga seu caminho através de “A-Tisket, A-Tasket”, “When I Get Low, I Get High” e “How High The Moon”.

Também presente na experiência estavam Cassandra Wilson, Lizz Wright, Ledisi; o nominado ao Tony, o ator/vocalista David Alan Grier; o grupo vocal da Howard University, Afro Blue, e o quarteto de jazz composto por Field, Brian Nova (guitarra), Shelly Berg (piano) e Nathan East (baixo).

O local foi um elemento importante no processo, já que Fitzgerald tinha 17 anos quando fez sua estreia no Apollo Theater em 1934. Acenando para esta performance, o álbum tem um segmento no qual Grier reencena o que o locutor Ralph Cooper deve ter dito naquela noite decisiva. A vocalista Ayodele Owolabi (então com 17 anos e agora indo ao palco com o nome de Ayo) apresenta sua interpretação para “Judy”, uma canção que Fitzgerald interpretou no Apollo.

Graças ao poder da banda de Basie, este álbum concerto apelará aos antigos fãs de Ella, tão bem quanto aos conhecedores dos vocalistas contemporâneos. Wilson arde em “Cry Me A River”, Wright— apoiada pelo quarteto—oferece interpretações maravilhosas de “Love You Madly” e “The Nearness Of You” e Afro Blue exibe harmonias seguras em “Oh, Lady Be Good” (Uma faixa bônus da versão em CD apresenta Andra Day navegando no arranjo de Nelson Riddle para “Ain’t Misbehavin’” com elegância).

O álbum conclui com uma maravilhosa e bem-vinda despedida: uma interpretação ao vivo de Ella ternamente cantando o standard “People”. Fãs que tiveram a oportunidade de ouví-la em concerto, citam a letra: “o mais sortudo povo do mundo”.

Faixas: Judy; Opening Remarks; A Ticket-A Basket; When I Get Low I Get High; Ain't Misbehavin'; Do Nothin' Till You Hear From Me; Love You Madly; The Nearness of You; Oh, Lady Be Good; How High is the Moon; Back to the Apollo; I Loves You Porgy/There's A Boat Dat's Leavin' Soon For NY; Cry Me A River; Honeysuckle Rose; Once In A While; You'll Have To Swing It Mr. Paganini)/Paganini Bows Reprise; People

Músicos: The Count Basie Orchestra: David Alan Grier: voz / vocal; Patti Austin: voz / vocal; Monica Mancini: voz / vocal; Cassandra Wilson: voz / vocal; Ledisi: voz / vocal; Ella Fitzgerald: voz / vocal; Afro Blue: voz / vocal; Lizz Wright: voz / vocal; Andra Day: voz / vocal; Brian Nova: guitarra; Gregg Field: bateira; Nathan East: baixo; Shelly Berg: piano.

Fonte:  Bobby Reed (DownBeat)

 

ANIVERSARIANTES - 27/07

Barbara Thompson (1944) - saxofonista,flautista,

Dale Fielder (1956) – saxofonista,

Deirdre Cartwright (1956) – guitarrista,

Edward Simon (1969) – pianista,

Jarbas Barbosa(1959) – guitarrista (na foto e vídeo) http://www.youtube.com/watch?v=L-8j6Fugeu0,

Jean Toussaint (1960) – saxofonista,

Larry Schneider (1949) – saxofonista,

Leandro Braga(1955) – pianista,

Jean Toussaint (1960) – saxofonista,

Joel Harrison (1957) – guitarrista,

Karryn Allyson (1963) – vocalista,

PT Gazell (1953) – gaitista,

Yuri Goloubev (1972) – baixista

 

segunda-feira, 26 de julho de 2021

HENDRIK MEURKENS - MANHATTAN SAMBA (Height Advantage)

Melodias brasileiras frequentemente estão impregnadas com uma certa saudade. O mestre da gaita no jazz, Hendrik Meurkens, deve chamar de Sehnsucht (NT: Nostalgia) em sua nativa Alemanha. Ou talvez seja melhor descrevê-la pela palavra portuguesa saudade, que se aproxima de algo como uma longa melancolia. Independentemente da linguagem usada para defini-la, a emoção outra vez instrui muitas das melodias em outra coletânea de samba-jazz do residente em Nova York, que frequentemente focou no gênero durante uma carreira de gravações, que se estende por mais de 30 anos desde sua estreia em álbum como líder.

Para “Manhattan Samba”, na qual ele outra vez deixa para trás seu outro instrumento, o vibrafone, Meurkens combina novas e velhas composições com suas interpretações de peças de compositores brasileiros. Nestas sessões, gravadas nos estúdios de New Jersey e Alemanha, ele está reunido com diversos associados regulares. O renomado baterista brasileiro Portinho, o pianista Hélio Alves e os baixistas Gustavo Amarante e Fernando Huergo providenciam, habilmente, balanços que, entrelaçados, fazem todas as coisas soarem contínuas e sem esforço.

A abertura, “Clear of Clouds”, a faixa título do lançamento de Meurkens em 1992, lança-se com poucas medidas em longas entonações e abre espaços antes de estar à frente com melodia solar e ritmos pulsantes, e o primeiro dos seus muitos movimentos rápidos e exploratórios dos solos no álbum, seguindo por uma virada revigorante de Alves. Duas novas inéditas: a mais estimulante “Manhattan Samba” apresenta uma seção com o pianista e a gaita trocando compassos, e “One for Manfredo”, um tributo contagiante para o falecido pianista Manfredo Fest, com quem Meurkens gravou e atuou.

Jobim está aqui, naturalmente, com a comovente, em tempo lento, “Bonita”, e o grupo também atua em “Dona Palmeira” de Ivan Lins e “Aquelas Coisas Todas” de Toninho Horta, outra oportunidade para um solo firmemente suingante com reviravoltas de Meurkens e Alves.

Faixas

01 Clear of Clouds 5:44

02 Manhattan Samba 6:24

03 One for Manfredo 5:20

04 Dona Palmeira 6:47

05 The Fropple 5:05

06 Bonita 4:43

07 Frenzelosa (Choro No. 2) 2:22

08 Aquelas Coisas Todas 5:11

Músicos: Hendrik Meurkens – gaita; Hélio Alves – piano; Gustavo Amarante – baixo nas faixas 1, 2 3, 5, 7; Fernando Huergo – baixos nas faixas 4, 6, 8; Portinho – bateria.

 Para conhecer um pouco deste trabalho, assistam ao vídeo abaixo:

 https://www.youtube.com/watch?v=qHdIES2_zw8

 Fonte: PHILIP BOOTH (JazzTimes)

 

ANIVERSARIANTES - 26/07

Charli Persip (1929) - baterista,

David Tygel (1949) – violonista,vocalista,

Dia DiCristino (1980) – vocalista,

Erskine Hawkins (1914-1993) – trompetista,

Fay Victor (1965) – vocalista,

Gus Aiken (1902-1973) – trompetista,

Joanne Brackeen (1938) – pianista,

Kobie Watkins (1975) – baterista,

Louie Bellson (1924-2009) – baterista,

Moacir Santos(1926-2006) – saxofonista,maestro,compositor (na foto e vídeo), http://www.youtube.com/watch?v=Kuz7557Zhuo,

Patti Bown (1931-2008) – pianista,

Sérgio Reze (1966) – baterista,

Wayne Krantz (1956) - guitarrista

 

domingo, 25 de julho de 2021

ARUÁN ORTIZ WITH ANDREW CYRILLE & MAURICIO HERRERA – INSIDE RHYTHMIC FALLS (Intakt Records)

O quinto lançamento do pianista cubano Aruán Ortiz pelo selo suíço Intakt situa-se a meio caminho entre seu disco solo “Cub(an)ism (2017)” e  trabalhos com o seu trio, tais como “Live In Zurich (2018)”. A despeito do título, enquanto há um maior impulso rítmico que em uma seção desacompanhada, a interação largamente puxa para trás a partir de uma inebriante força viva final. A presença do baterista, mestre veterano, Andrew Cyrille assegura um certo degrau de uma aventura métrica. Porém, mesmo com a adição do seu companheiro percussionista Mauricio Herrera, a concepção global mantém uma reflexiva distancia da pulsação do coração do pianista.

Duas peças, predominantemente vocal, suportam um programa de dez composições inéditas, inspirado pela música, literatura e arte da terra nativa de Ortiz, e uma reinterpretação. A abertura "Lucero Mundo" compreende sobreposição de recitações de palavras entrelaçadas de Ortiz com acentos da percussão/bateria, que ganha densidade com vozes adicionais, que gradualmente se unem, enquanto o encerramento "Para Ti Nengón" apresenta o refrão encantador de uma canção popular, enquanto a fantasia do pianista sugere um eco tristonho da vida da ilha.

De fato, o álbum completo evoca a herança cubana de Ortiz, embora em forma abstrata com uma nova sensibilidade musical, que rivaliza com seu imperativo percussivo. Em "Conversation with the Oaks" que, lateralmente, inicia a contemplação sob o disfarce de um acompanhamento improvisado, fragmentado e entalhado, manipulado por batidas da bateria, que retorna em sintonia ao final do golpe. Entre tempos, rolando o registro do baixo e insistente ataque da mão direita e a bateria melodiosa de Cyrille conduzem um diálogo que relembra o Cecil Taylor inicial.

Herrera não é sempre tão óbvio na combinação quanto ele é em "Marímbula's Mood", onde usa o titular do instrumento como uma kalimba para estabelecer desanimadora sedução sobre a qual Ortiz e Cyrille intercambiam gestos reflexivos. Herrera e Cyrille configuram uma cadência balbuciante em "Argelier's Disciple" , que dá uma subcorrente de inquietação meditativa e majestosa de Ortiz, como se contemplando vívidas memórias, antes dele sucumbir em reflexões mais embebidas no blues.

Outros destaques incluem: um caso de desconstrução reconstruída em um fraseado bop desarticulado em "Golden Voice (Changüi)", onde a interação sugere, mas não explicita o estado do tema, antes que uma linha afluente surja no final, com Ortiz emulando Craig Taborn em modelos interligados e também a estrondosa "Inside Rhythmic Falls Part II (Echoes)", onde uma exuberância mal dissimulada vem carregada com um matiz lamentoso.

Ortiz consegue ofertar um retrato cativante e afetuoso da sua terra natal, mas faz de forma que engaja a mente mais que o corpo.

Faixas : Lucero Mundo; Conversation with the Oaks; Marímbula's Mood; Golden Voice (Changüi); De Cantos y Ñáñigos; Inside Rhythmic Falls. Part I (Sacred Codes); Argelier's Disciple; Inside Rhythmic Falls. Part II (Echoes); El Ashé de la Palabra; Para ti Nengón.

Músicos: Aruán Ortiz: piano; Andrew Cyrille: bateria; Mauricio Herrera: percussão.

 Fonte: JOHN SHARPE (AllAboutJazz)

 

ANIVERSARIANTES - 25/07

Alan Gaumer (1951) – trompetista,

Annie Ross (1930-2020) - vocalista,

Brian Blades (1970) – baterista,

Darnell Howard (1895-1966) – clarinetista,

Fletcher Allen (1907) – clarinetista, saxofonista,

Happy Caldwell (1903-1978) –  clarinetista,saxofonista,

Jacob Melchior (1970) – baterista,

Johnny Hodges (1907-1970) – saxofonista,

Johnny Wiggs (1899-1977) – cornetista,líder de orquestra,

Luís Cláudio Ramos (1949) – violonista,

Marília Medalha (1944) – vocalista,

Mike DiRubbo (1970) – saxofonista (na foto e vídeo) http://www.youtube.com/watch?v=Rj3jhjrIAcI,

Nelson Sargento (1924-2021) – vocalista,compositor,

Sueli Costa (1943) – vocalista,violonista,

Sylvester Weaver (1897-1960) - guitarrista

 

sábado, 24 de julho de 2021

JOE FIEDLER’S BIG SACKBUT - LIVE IN GRAZ (Multiphonics)

O nome “Joe Fiedler’s Big Sackbut” é gracioso e inspirador. O “alvo” do humor deveria ser óbvio para qualquer um em torno dos sete anos, enquanto a referência musicológica —um sackbut foi, no século XV, um predecessor do trombone, e comumente organizado em coros para músicas em igreja e cerimonial —perfeitamente ajustada ao conceito de Fiedler. Com seu próprio trombone ampliado pelos de Ryan Keberle e Luis Bonilla, mais Jon Sass na tuba, Fiedler’s Big Sackbut é uma arguta atualização do jazz de um coro de metal da Renascença, e um fino exemplo, danado, do que um grupo de trombones pode fazer.

“Live in Graz” é uma estonteante exibição de uma performance de uma banda, com arranjos muito bem elaborados, que você jurará que eles apresentam um instrumentista extra ou dois palcos. Há um adorável senso de uma orquestra na configuração de Fiedler para “Devil Woman” de Charles Mingus e o caos controlado, que arrasta as curvas de  “Su Blah Blah Buh Sibi” , maravilhosamente, a evocar o espírito do seu compositor, o notável, já falecido, Roswell Rudd.

Porém, é o toque individual que sela o acordo. Cada um dos três trombonistas apresenta comovente abrangência com velocidade e agilidade de fazer o queixo cair, mas não há espetáculo aqui. Seus virtuosismos são ofertados em exploração de ideias musicais, não de egos. O solo mais longo de Bonilla em “I’m In” é um perfeito exemplo, usando uma completa variação do instrumento, mas tão firmemente construído e tematicamente coerente, que você quase não observa quantas oitavas ele cobre. A tomada na introdução mutante de Keberle para “Devil Woman”, que usa surdina e multifônicos (cantando uma nota enquanto tocando outra) para transformar sua entonação mais efetivamente do que a eletrônica jamais poderia. Talvez, a performance mais doce do álbum é a interpretação de “Yankee No-How” de Rudd, na qual todos os três trombonistas invocam a interseção do blues visceral e a audácia avant-garde, que definiu a carreira de Rudd.

Faixas

1 Peekskill (Joe Fiedler) 7:10

2 Devil Woman (Charles Mingus) 7:49

3 I'm In (Joe Fiedler) 7:01

4 Bethesda Fountain (Roswell Rudd) 6:48

5 Ways (Joe Fiedler) 4:41

6 Yankee No-How (Roswell Rudd) 6:44

7 Chicken (Joe Fiedler) 6:36

8 Su Blah Blah Buh Sibi (Roswell Rudd) 9:01

9 Tonal Proportions (Joe Fiedler) 4:20

Fonte: J.D. CONSIDINE (JazzTimes)

ANIVERSARIANTES - 24/07

Ahmad Alaadeen (1934) – saxofonista,

Barry Romberg (1959) – baterista,

Billy Taylor (1921-2010) – pianista(na foto e vídeo) http://www.youtube.com/watch?v=59J6x6MInPw&feature=relmfu,

Bob Eberly (1916- 1981) - vocalista,

Charles McPherson (1939) – saxofonista,

Frantisek Uhlir (1950) – baixista,

Ian Carey (1974) – trompetista,vocalista,

James Zollar (1959) – trompetista,

Jon Faddis (1953) – trompetista,

Mike Mainieri (1938) – vibrafonista

 

sexta-feira, 23 de julho de 2021

PETER BERNSTEIN - WHAT COMES NEXT (Smoke Sessions)

O fenômeno da música criada durante o tempo do coronavírus, já contemplado em profundidade por esta revista e outras incontáveis abordagens, não será completamente entendido por anos: Como os críticos deliberarão, indubitavelmente, a arte foi afetada pelas circunstâncias nas quais foi feita? “What Comes Next”—notem a ausência da marca da questão no título—apresenta o guitarrista Peter Bernstein e três outros músicos tocando nove peças em um estúdio em Nova York, enquanto observando os protocolos do distanciamento social. Na superfície, isto não deve parecer tão incomum, músicos são passíveis de permanecer seis passos à parte, enquanto tocam juntos em tempos normais. Porém, foi a presença enorme do vírus no mundo exterior, influenciando-o, enquanto eles trabalhavam?

Estas questões são abordadas nas notas para o disco de Steve Futterman, no qual Bernstein é citado como se declarar emocionalmente impactado pela noção de pegar seu instrumento em Junho e saindo para tocar outra vez com outros. Felizmente, entretanto, lá não aparece ter qualquer diferença perceptível dentro da música em si. Nas seis composições de Bernstein e três reinterpretações, o quarteto—incluindo o pianista Sullivan Fortner, o baixista Peter Washington e o baterista Joe Farnsworth—está completamente presente. Não há senso de tensão ou prudência em suas interações, não pairando incerteza. Os músicos exploram e dão o seu melhor.

“Harbor No Illusions”, uma das composições de Bernstein, é um destaque, o guitarrista e pianista atuando em um jogo particularmente intenso de identificação, enquanto Farnsworth e Washington enfurecem ao lado deles. A faixa título suínga em um passo vigoroso, enquanto a descontraída “Empty Streets” reflete a misteriosa, ainda que haja o sentimento de estranhamente calmo da existência em si, normalmente, da cidade abarrotada e bastante subjugada. Entre as reinterpretações, “Con Alma”de Dizzy Gillespie é uma joia, plena de sentimento e vida. Para a música, ao menos nestes dias, é tão normal como de costume.

Faixas : Simple As That; What Comes Next; Empty Streets; Harbor No Illusions; Dance In Your Blood; We'll Be Together Again; Con Alma; Bolld Wolf Moon Blues; Newark News

Músicos: Peter Bernstein: guitarra; Sullivan Fortner: piano; Peter Washington: baixo; Joe Farnsworth: bateria.

Para conhecer um pouco deste trabalho, assistam ao vídeo abaixo:

https://www.youtube.com/watch?v=2hfacfNd8tA

Fonte: JEFF TAMARKIN (JazzTimes)

 

ANIVERSARIANTES - 23/07

Alan Barnes (1959) – saxofonista,clarinetista,

Albert Rivera (1983) – saxofonista,

Champion Jack Dupree (1909-1992) – vocalista, baterista, pianista,

Charles Ables (1943-2001) – baixista,guitarrista,

Clarence Holiday (1898-1937) – guitarrista,

Claude Luter (1923-2006) – clarinetista,saxofonista,

Diego Figueiredo (1980) – violonista,

Donald Vega (1974) – pianista,

Emmett Berry (1915-1993) - trompetista,

Janis Siegel (1952) – vocalista (na foto e vídeo) http://www.youtube.com/watch?v=8JtUiHd47PA,

Manuel Rocheman (1963) – pianista,

Patrick Zimmerli (1968) – saxofonista,

Peter Kienle (1960) – guitarrista,

Richie Kamuca (1930-1977) - saxofonista,

Renato Borghetti (1963) – acordeonista,

Steve Lacy (1934-2004) - saxofonista,clarinetista

NR:Clarence Holiday foi um guitarrista de jazz  relembrado como o pai de Billie Holiday, mas nunca foi casado com a mãe de Billie. Antes de “Lady Day” atingir a adultez, ele não se sentia feliz em admitir que tinha uma filha já crescida.

Holiday trabalhou em bandas locais e foi um membro da “Fletcher Henderson Orchestra” no período de 1928 a 1933. Inicialmente foi um ritmista, solando raramente. Clarence Holiday gravou com Benny Carter em 1934 e com Bob Howard em 1935 e atuou com Charlie Turne em 1935, Louis Metcalf entre 1935e 1936 e com “Don Redman Big Band” nos anos de 1936 e 1937, antes de sua morte prematura.

 

quinta-feira, 22 de julho de 2021

TOM OREN - DORLY’S SONG (Concord Jazz)

O pianista israelense Tom Oren não olhou longe para inspiração: Sua mãe, Dorly Oren-Chazon, é uma pianista renomada e compositora, que tem também efetivado uma marca profunda na pedagogia musical e como inventora de instrumentos para o ensino de música.  A mãe iniciou o rapaz no piano clássico na idade dos seis anos e logo o apresentou a grandes pianistas de jazz. Tudo valeu a pena: Em 2018, seguindo anos de estudo formal de música na Berklee e em outra parte, Oren venceu a Thelonious Monk Institute of Jazz International Piano Competition. Agora, em “Dorly’s Song”, ele recompensa sua mãe com sua interpretação de 10 canções, que ela majoritariamente compôs antes do nascimento dele.

Oren adere, amplamente, ao formato de trio de piano—trabalhando com o baixista Barak Mori e o baterista Eviatar Slivnik— com o saxofonista convidado Eli Degibri providenciando adicional corpo ao material. Oren é um formidável instrumentista, e sua seção rítmica está a um passo dele através do trabalho. O material de Oren-Chazon possibilita-lhe múltiplas oportunidades para apresentar seu círculo de ação. “Mrs. Barbarelli” é especialmente divertida: Slivnik estabelece um ritmo saltitante no qual Mori está bastante feliz ao utilizá-lo. A abertura da melodia de Degibri é reservada e dinâmica e rápido o bastante para Oren estar na disputa como ele, e o par cuidadosamente deixa uma plenitude de espaços, que revela a profundidade da canção. “Zoo” permite mais complexidade, Oren deslocando-se da discrição para o domínio antes da metade chegar.

Oren está particularmente afeiçoado por arranjos, que escalam de uma balada à condução poderosa: “So Angela” flutua, alegremente, até, próximo da sua conclusão, irrompendo com ampla abertura, enquanto “Melody” serpenteia facilmente e, então, tão sutilmente quanto você não deve anunciar, inicia levantando poeira. Tudo termina com um blues natural, “Give Me Peace”, que sugere outras rotas potenciais a serem seguidas. Uma estreia impressionante.

Faixas

1 Night Butterfly 4:48   

2 Under A Carob Tree 5:40          

3 Melody 3:54  

4 Mrs. Barbarelli 5:33    

5 Adolia 2:44     

6 Zoo 5:27          

7 Don’t Let Me Wait For You 5:48            

8 That Night I Heard 6:30             

9 So Angela 4:01              

10 Give Me Peace 4:38 

 Para conhecer um pouco deste trabalho, assistam ao vídeo abaixo:

 https://www.youtube.com/watch?v=qaFsDsVXq2M

 Fonte: JEFF TAMARKIN (JazzTimes)

 

ANIVERSARIANTES - 22/07

Al Di Meola (1954) – guitarrista,violonista (na foto e vídeo) http://www.youtube.com/watch?v=vuY0_JCHaF4,

Al Haig (1924-1982) - pianista,

Bill Perkins (1924-2003)- saxofonista,flautista,

Camila Meza (1985) – vocalista,

Dennis Wilson (1952) – trombonista,

Don Patterson (1936-1988) – organista,

George Walker Petit (1959) – guitarrista,

Jimmy Bruno (1953) – guitarrista,

Joshua Breakstone (1955) – guitarrista,

Junior Cook (1934-1992) – saxofonista,

Kara Johnstad (1968) - vocalista,

Lou McGarity (1917-1971) – trombonista,

Marco Benevento (1977) – pianista,

Mario Rivera (1939-2007) – flautista, saxofonista,

Paul Moer (1916-2010) – pianista,

Richie Perry (1955) - saxofonista,

Sarah Lynch (1973)- vocalista,guitarrista,

Will Calhoun (1964)- baterista

 

quarta-feira, 21 de julho de 2021

ZACH BROCK / MATT ULERY / JON DEITEMYER – WONDERMENT (Woolgathering)

Músicos que tocam juntos por um longo tempo desenvolvem uma linguagem privada, e o prazer que eles compartilham em dialeto é palpável. Assim ocorre com o violinista Zach Brock, o baixista Matt Ulery e o baterista Jon Deitemyer.

Ainda que “Wonderment” seja o primeiro álbum completamente inspirado pelo trio baseado em Chicago, o grupo primeiro começou tocando junto, informalmente, em 2005. Após atuar em jornadas musicais separadas por aproximadamente uma década, eles selaram o acordo em 2014 com uma faixa coletiva gravada para “In The Ivory” de Ulery e, finalmente, comprometido a vir a ser banda autêntica que produziu “Wonderment”.

Da faixa de abertura, uma composição divertida de Brock que varia das ladeiras do Appalachia aos clubes cheios de fumaça, fica claro que estes três artistas consumados desfrutam a companhia um do outro ao longo do trabalho. “Nightshade”, uma composição de Ulery, exibe a dinâmica dedilhada que o baixista e violinista aperfeiçoaram, e, posteriormente, incrementa através de um coro no estilo indie rock.

“Cry Face”, outra composição de Brock. é pontuada por começos e paradas abruptas, soando as linhas crescentes freneticamente ao violino. Porém, não é tudo alegria e brincadeira. Brock, Ulery e Deitemyer são completamente sérios sobre seus toques, e explora profundo em faixas como “Yge Bieve”, que passeia em um baixo galopante que transporta os ouvintes para um territótio cigano. Melancólico, às vezes, soa quase como uma elegia, então escala através de um crescendo, antes resolvendo com um simples arranque.

Tomado como um todo, “Wonderment” profetiza um início auspicioso para um coletivo, que está tocando junto por anos, mas apenas recentemente começou a explorar completamente suas habilidades.

Faixas: Wonderment; Mobile; Levelled; Cheyenne; Nightshade; Wokey Dokey; Cry Face; Cavendish; Pumpkin Patch; Yge Bieve; Above And Beyond; Happy Place. (64:24)

Músicos: Zach Brock, violino; Matt Ulery, baixo; Jon Deitemyer, bateria.

Fonte: Cree McCree (DownBeat) 

 

ANIVERSARIANTES - 21/07

Amelinha (1950) – vocalista,

Emanuelle Araújo (1976) – vocalista,

Floyd Jones (1917 – 1989) – guitarrista,

Gil Parris (1977) – guitarrista,

Helen Merrill (1930) – vocalista(na foto e vídeo) http://www.youtube.com/watch?v=rK8RewHEtgA,

Joel Fass(1954) – guitarrista,

Kay Starr (1922-2016) – vocalista,

Marcelo Gonçalves (1972) – violonista,

Omer Simeon (1902-1959) – clarinetista,saxofonista,

Plas Johnson (1931) - saxofonista,

Scott Wendohldt (1965) – trompetista,

Sonny Clark (1931-1963) - pianista,

Thomas Heflin (1977) – trompetista,

Zé Nogueira (1955) - saxofonista

 

terça-feira, 20 de julho de 2021

MILES OKAZAKI – TRICKSTER´S DREAM (Pi)

O guitarrista Miles Okazaki está em uma fase suave da sua carreira. Iniciou em 2017 com um novo quarteto do álbum epônimo do seu grupo, “Trickster (2017) ”, no qual Okazaki começou a compor e tocar no espírito folclórico ardiloso: corruptores que assumem a aparência externa, rompem o status quo, abrem as portas. Seu período com os Five Elements de Steve Coleman teve uma óbvia influência, tão bem quanto uma fonte dos músicos: o baixista Anthony Tidd, o baterista Sean Rickman e o tecladista Matt Mitchell (que substituiu o membro original do Trickster, Craig Taborn para o álbum de 2019, “The Sky Below”, tendo todos tocado com Coleman.

Quando a pandemia frustrou “Trickster” de uma excursão planejada, Okazaki veio com um “concerto ao vivo imaginado”, que é “Trickster’s Dream”, uma gravação compartilhada em vídeo dos quatro membros tocando a partir de seus respectivos lares. Okazaki vocalizou o modelo para este trabalho virtual (seis das oito músicas vêm de “The Sky Below”, uma de “Trickster” e três interlúdios majoritariamente de solo guitarra) e a intrepidez natural e sensível da banda seguida através de sobreposições maravilhosas.

A característica da maioria das performances ao vivo é a vibração mais agressiva e tátil, uma frase musical repetida de Okazaki na abertura da música, “Rise and Shine”. Elas são robustas e distorcidas onde a versão em estúdio foi flexível e rápida, e Mitchell majoritariamente trocou o seu Prophet por um piano acústico. Porém, as dinâmicas da assinatura da banda permanecem verdadeiras. Tidd e Rickman desenvolveram extraordinária sinergia. Mitchell é mais arquiteto que pintor no momento e na natureza das suas escolhas dos acordes, construindo novas estruturas no voo. Okazaki arde, flameja e recua dentro de cinzas multicoloridas. Seus três interlúdios são exibições do rápido dedilhar, com um estilo que acena para prog-rock e fusion com menos grandiosidade.

Por último, mas não menos importante, tenha acesso ao vídeo, um conjunto de câmeras dentro de cada lar (Vem com um download digital pago disponível na Bandcamp, com todos os rendimentos indo para os músicos). Revela a tomada de decisões, os sorrisos e trejeitos de satisfação durante a interação do grupo. No primeiro interlúdio, Okazaki coloca seu procedimento de sobreposição de cada parte em uma ordem visual, assim você vê como os matizes se interconectam. Uma narração do trickster (trapaceiro) na realização da mágica.

Lista de faixas

1 Rise And Shine 3:57

2 Seven Sisters 3:28

3 Interlude 1: Rising 3:28

4 The Lighthouse 6:18

5 Anthemoessa 3:33

6 Interlude 2: Sustaining 2:31

7 Dog Star 6:17

8 The Castaway 2:31

9 Interlude 3: Dreaming 1:59

10 Caduceus 5:31

 Músicos: Matt Mitchell (piano), Miles Okazaki (guitarra e composições), Anthony Tidd (baixo), Sean Rickman (bateria)

Para conhecer um pouco deste trabalho, assistam ao vídeo abaixo:

https://www.youtube.com/watch?v=MLXrjxO1-eU

Fonte: BRITT ROBSON (JazzTimes)

 

ANIVERSARIANTES - 20/07

Arnold Fishkind (1919-1999)- baixista,

Bill Dillard (1911-1995) - trompetista,vocalista,

Bob McHugh (1946) - pianista,

Carlos Santana (1947) – guitarrista,

Charles Tyler (1941-1992) – saxofonista,

Ernie Wilkins (1922-1999) – saxofonista,

Romero Lubambo (1955) – violonista,guitarrista (na foto e vídeo) http://www.youtube.com/watch?v=8Pc3U_slMAo ,

Samuel Blaser (1981) - trombonista



 

segunda-feira, 19 de julho de 2021

PAT METHENY - ROAD TO THE SUN (BMG 5053863932)

O último lançamento de Pat Metheny, “Road To The Sun”, representa diversas saídas para a individualidade do guitarrista-compositor. Antes de tudo, com esta gravação ele caminha do seu antigo selo, Nonesuch, para se reunir ao recentemente formado Modern Recordings, uma marca da BMG devotada a híbridos do jazz-clássico-eletrônica. Então, ele não toca muito no álbum, transformando suas composições prolongadas e com diversas partes sobre a liderança de instrumentistas clássicos. Ele reserva uma faixa para si, entretanto— “Für Alina” de Arvo Pärt — na qual ele toca sua guitarra Pikasso de 42 cordas, curiosa, instrumento inspirado no cubismo, que lhe permite mobilizar muitas entonações possíveis dentro a sessão. Finalmente, há um pouco do que podemos qualificar como improvisação rigorosa, assim o foco do álbum resta ampliado e nuançado conforme o escrito por Metheny em vez do seu virtuoso toque.

A perfeitamente entrega de Jason Vieaux de “Four Paths Of Light”, uma peça através de uma composição para um solo de guitarra em quatro movimentos, revela a abordagem primorosamente melódica para compor por parte de Metheny— mesmo os acordes em arpejos ressoam como uma linha solitária. Assim, não é surpresa que a faixa título—seu opus em seis partes para o Los Angeles Guitar Quartet—seja apenas singular em seu impacto. Os quatro instrumentistas (John Dearman, Matthew Greif, William Kanengiser, Scott Tennant) movem-se tão elegantemente através da composição que, a despeito da sua riqueza harmônica, uma voz vem predominar—Metheny oferecendo seu moderno entendimento do que uma guitarra clássica pode fazer.

Em Pärt, também, Metheny pressupostos derrubam, e não apenas com a guitarra excêntrica, que ele usa para oferecer o estilo de sineta ao trabalho original do piano. Luz e sombra, o toque de Metheny captura o humor introspectivo do original, mas deixa o desgosto, gravidade não necessita apenas ser pesada.

Faixas: Road To The Sun: Four Paths of Light (Parts 1–4); Road To The Sun (Parts 1–6); Für Alina. (56:40)

Músicos: Personnel: Pat Metheny, Jason Vieaux, John Dearman, Matthew Greif, William Kanengiser, Scott Tennant, guitarras.

Fonte: Suzanne Lorge (DownBeat) 

 

 

ANIVERSARIANTES - 19/07

Bobby Bradford (1934) – trompetista,cornetista,

Buster Bailey (1902-1967) – clarinetista,

Carmell Jones (1936-1996) – trompetista (na foto e vídeo) http://www.youtube.com/watch?v=NWGzCNHnqsQ,

Charlie Teagarden (1913-1984) – trompetista,

Cliff Jackson (1902-1970) - pianista,

David Valdez (1967) - saxofonista,

Earle Hagen (1919-2008) – trombonista,líder de orquestra,

Matt Mitchell (1975) – pianista,

Tom Arthurs (1980) – trompetista, flugelhornista 



domingo, 18 de julho de 2021

YELENA ECKEMOFF – NOCTURNAL ANIMALS (L&H Production)

"You're busy appearing or you're busy disappearing – NT: Você está ocupado aparecendo ou você está ocupado desaparecendo, em tradução livre". O baterista-líder Art Blakey deve ter dito isto. Se não disse, deveria ter dito. Alguém tinha de expressar a importância de apresentar seu trabalho, para tirá-lo da audiência. Isto serve, virtualmente, a qualquer artista em qualquer meio. A dobradinha para a turma que cria jazz.

A pianista Yelena Eckemoff segue um conceito "ocupação". Ela é prolífica, desde seu disco de estreia, “Cold Sun (L & H, 2010) ”, ela lançou mais catorze álbuns, empregando alguns dos mais finos acompanhantes que o mundo do jazz tem a oferecer: os bateristas Peter Erskine e Manu Katche, os baixistas Arild Andersen e Mads Vinding, o saxofonista Tore Brunborg e mais. Os nomes de seus companheiros sugerem uma estética, acuradamente, da ECM Records. Eckemoff compõe músicas complexas, que refletem seu treinamento clássico e, ao mesmo tempo, parece ter um sentimento de uma direção de música popular. Em termos de gravação em estúdio, ela não é estranha à Escandinávia— frequentemente pisa no chão da ECM Records— o Rainbow Studios de Oslo e o Petrex Studio na Finlândia, dando credibilidade à comparação com o selo de Manfred Eicher.

“Nocturnal Animals”, outro, em uma sequência de álbuns, construído em torno de um conceito temático, é um disco duplo apresentando o baixista Arild Andersen uma vez mais, e dois bateristas que têm frequentemente gravado sob a insígnia da ECM: Jon Christensen e Thomas Strønen. O som que eles criam ao lado de Eckemoff é sutil, brilhante, transparentemente deslumbrante, apresentando Eckemoff com seu toque mais delicado. O baixista Andersen é tipicamente muscular—a coluna vertebral da banda—enquanto bateristas Christensen e Stronen tecem o cenário da onda oposta de transparente estrutura—uma tapeçaria como uma teia de aranha.

Com criterioso tema, Eckemoff investiga as almas dos animais da noite: "Lynx (lince)," "Owl (coruja)" "Hedgehog (porco espinho)," Grizzly Bear (urso pardo)" "Wolf (lobo)", "Rattlesnake (cascavel)". A capa do álbum apresenta uma das suas pinturas, com uma raposa retroiluminada com uma luminescência fraca (talvez de meio inverno) assentando o sol. O panfleto incluso apresenta poemas que ela escreveu para cada composição. Ela criou um completo e convincente trabalho de arte.

Yelena Ecemoff veio há muito tempo da sua nativa Moscou, precisamente em 1991. Através de sua ambição ilimitada, determinação e talento expansivo, ela se transformou em uma grande artista do jazz com uma discografia consistentemente extraordinária, que inclui “Lions (2014) ”, “Everblue (2014)”, “Desert (2015)”... e “Nocturnal Animals”, todos pelo seu próprio selo L & H Records.

Faixas: Cicada; Bat; Walkingstick; Fox; Grizzly Bear; Rattlesnake; Wolf; Hedgehog; Toad; Lynx; Scorpion; Firefly; Owl; Sea Turtle.

Músicos: Yelena Eckemoff: piano; Arild Andersen: baixo; Jon Christensen: bateria, percussão: Thomas Strønen: bateria, percussão.

Para conhecer um pouco deste trabalho, assistam ao vídeo abaixo:

https://www.youtube.com/watch?v=q_KfH_pgG44

Fonte: Dan McClenaghan (AllAboutJazz)

 

ANIVERSARIANTES - 18/07

Bob Helm (1914-2003) - clarinetista,

Buschi Niebergall (1938-1990) -baixista,

Carl Fontana (1928-2003) - trombonista,

Don Bagley (1927-2012) - baixista,

Joe Comfort (1917-1988) - baixista,

Lynn Seaton (1957) - baixista,

Nolan Shaheed (1949) – trompetista,

Pete Yellin (1941-2016) – saxofonista,flautista (na foto e vídeo) http://www.youtube.com/watch?v=Le98MDOPMbo,

Tito Madi (1929- 2018) - vocalista

 

sábado, 17 de julho de 2021

CORY HENRY – SOMETHING TO SAY (Culture Collective)

O organista e vocalista Cory Henry alimenta “Something To Say” com as melhores amostras do soul clássico dos anos 70, apresentando um álbum que tem um sentimento de boa energia, mesmo durante estes tempos de reinante injustiça social. Como muitos pioneiros do soul, Henry sabe como balançar, aparentemente, anódino, canções amorosas com cortes que fervem com a crítica social. E como seus ancestrais, o apropriado gospel sintetizado, jazz e r&b de Henry inserem-se em um som holístico.

O álbum inicia com “Don’t Forget” um suave passo em estilo de Chicago, que revela o carinho de Henry pela linguagem harmônica de Stevie Wonder. Liricamente, a canção estabelece um olhar inicial e otimista do álbum, a vibração carregando sobre o fascinante tempo médio de “Happy Days”. “Something To Say” gera mais poder, de qualquer modo, nestas tomadas melancólicas. A balada encantadora, “Icarus”, aponta na direção de Childish Gambino, especialmente com o tema aflitivo de uma aspiração sonhadora que passa para uma realidade amarga. A canção também marca uma passagem temática para o álbum, conforme o material cresce mais politicamente, notavelmente a sombria “Black Man” e a cinemática “Say Their Names”.

Como um artista que progrediu de um organista artifice para artistas como Yolanda Adams e Snarky Puppy, Henry lentamente está cultivando uma voz identificável, que o eleva bem além de uma mera sessão de um instrumentista. Em “Something To Say”, sua Graciosa justaposição de temas nunca vem tediosa ou pegajosa. A música é um testamento para seu poder como um intrumentista, líder e compositor, porque compromete-se sem importância estridente.

Faixas: Don’t Forget; Happy Days; GawtDamn; Switch; Anything 4 U; Rise; Icarus; No Guns; Black Man; Say Their Names; Dedicated. (43:02)

Músicos: Cory Henry, órgão, vocal; Nicholas Semrad, teclados; Van Hunt, Adam Agati, Jairus Mozee, Sharrad Barnes, guitarra; Sharay Reed, Burniss Earl Travis II, baixo; Jahi Sundance, sampler; Taron Lockett, baterista; Denise Renee Stout, Tiffany Stevenson, vocal.

Para conhecer um pouco deste trabalho, assistam ao vídeo abaixo:

https://www.youtube.com/watch?v=6FMVsV-0GgU

Fonte: John Murph (DownBeat)  

 

ANIVERSARIANTES - 17/07

Abe Laboriel (1947) - baixista,

Ben Riley (1933-2017) - baterista,

Benny Krueger (1899 - 1967) - saxofonista,

Chico Freeman (1949) - saxofonista,

Danny Bank (1922) - saxofonista,clarinetista,flautista,

Eddie Dougherty (1915) - baterista,

George Barnes (1921-1977) - guitarrista,

Ivan Valentini (1955) - saxofonista,

Jimmy Scott (1925-2014) – vocalista,

Joe Morello (1928-2011) - baterista,

Mary Osborne (1921-1992) - guitarrista,

Nick Brignola (1936-2002) - saxofonista,clarinetista,flautista,

Paula Faour (1971) – pianista (na foto e vídeo) http://www.youtube.com/watch?v=PbYOPNVIyIs,

Phoebe Snow (1952) –vocalista,

Ray Copeland (1926-1984) – trompetista,

Tigran Hamasyan (1987) – pianista,

Vince Guaraldi (1928-1976) - pianista,

Wilfred Middlebrooks(1933-2008) - baixista