playlist Music

domingo, 31 de outubro de 2010

GRETCHEN PARLATO – IN A DREAM (ObliqSound [2009])


Gretchen Parlato cresceu em um lar musical. Ela é filha do baixista e guitarrista Dave Parlato, que trabalhou com Don Ellis, Warne Marsh, Gil Melle e Frank Zappa, dentre outros. Ela venceu o prêmio da competição “Thelonius Monk Jazz Vocal” em 2004 e lançou seu CD de estreia através do seu próprio selo no ano seguinte. “In a Dream” segue-se após uma longa espera e não desaponta. Como muitos jazzistas da sua geração, Parlato apresenta um leque musical amplo na escolha do seu repertório, indo do pop, standards do jazz e composições próprias, com uma empática banda composta pelo guitarrista e vocalista africano Lionel Loueke, o pianista Aaron Parks, o baixista Derrick Hodge e o baterista Kendrick Scott, que , sem exceção, já gravaram como líderes.

Parlato inicia a jornada engajando-se em um toque latino na música de Stevie Wonder, "I Can't Help It", tendo Loueke como único parceiro. Sua primeira composição, a faixa título, é musicalizada pelo pianista Robert Glasper, uma murmurante balada que ilumina como a luz do sol na água. "Turning Into Blue", com música de Alan Hampton, é uma alegre atuação que mistura elementos de jazz e pop.

A mágica interpretação de Parlato na pouco utilizada “Azure” de Duke Ellington encontra seus músicos muito reservados, ainda que levando a música para diferentes caminhos, enquanto a cantora sobrepõe, às vezes, linhas extras. Ela mostra energia efervescente na elétrica "E.S.P." de Wayne Shorter, executando um solo no scat com ocasional sobreposição de seu canto.Uma clássica gravação caseira é adionada na sua interpretação de "Butterfly" de Herbie Hancock com sua voz suave complementada pela inventividade do violão de Loueke e em uma inconvencional utilização da boca. Parlato resiste a fronteiras pré-estabelecidas e segue suas reflexões, recompensando os ouvintes com seu espírito de aventura..

Faixas: I Can't Help It; Within; Butterfly; In A Dream; Doralice; Turning Into Blue; E.S.P.; Azure; On The Other Side; Weak.

Músicos: Gretchen Parlato: voz, percussão; Lionel Loueke: violão, voz; Aaron Parks: piano, Fender Rhodes, sintetizador, glockenspiel; Derrick Hodge: baixos acústico e elétrico; Kendrick Scott: bateria.

Fonte : All About Jazz / Ken Dryden

CLUBES DE JAZZ EM PARIS

Paris é uma cidade em que se cultua bastante o jazz e, consequentemente, onde existem muitos clubes frequentados por seus habitantes e turistas. Um bom exemplo é o CAVEAU DE LA HUCHETTE, situado no número 5 da Rue de la Huchette, coração do Quartier Latin. Funciona todas as noites do ano desde 1946.
Fazendo jus ao seu nome chega-se ao porão, onde são feitas as apresentações, por uma escada íngreme e antiga.

Na noite de 13 de Outubro deste ano, apresentou-se a banda de François Laudet, que foi baterista dos Voice Messengers por mais de 10 anos, além de tocar durante algum tempo na Orquestra de Count Basie.

Seu estilo é enérgico e voltado para os "standards" da época do "swing" das grandes orquestras. A platéia, por sua vez, não se fez de rogada, participando ativamente do espetáculo e dançando na pista.


Eis a lista dos outros principais clubes de jazz de Paris: Autour de midi...et minuit, Baiser Salé, Café Laurent, Cav du 38 Riv', Duc des Lombards, Espace Carpeaux, L'Européen, Hippocampus, Jazzcartoon, Petit Journal Montparnasse, Petit Journal Saint-Michel, Rendez-Vous d'Ailleurs, Sunset, Sunside, Swan Bar, Les Têtes Brûlées e La Vielle Grille.





HONDA JAZZ


O prestígio do jazz na Europa é tanto que se reflete nos modelos dos carros.
Na foto, anúncio de sorteio de um HONDA JAZZ.

ANIVERSARIANTES 31/10


Bob Belden (1956) – saxofonista,arranjador,
Booker Ervin (1930-1970) - saxofonista,
Claudete Soares(1937) – vocalista,
Ethel Waters (1896-1977) - vocalista,
Guilherme Vergueiro(1953) – pianista,
Illinois Jacquet (1922-2004) – saxofonista,
Julia Lee (1902-1958) - pianista, vocalista,
Raphael Rabello(1962-1995) – violonista(na foto e vídeo interpretando Luíza ),
Sherman Ferguson (1944-2006) - baterista

sábado, 30 de outubro de 2010

JAZZISTAS EXPLORAM REPERTÓRIO DA DISNEY


O selo Walt Disney Records lançará o álbum "Disney Jazz Volume 1: Everybody Wants To Be A Cat" no próximo dia 7 de Dezembro. As 13 faixas do CD incluem clássicos e o sucessos mais atuais da Disney, executado dentro de um círculo variado de estilos, que vai do tradicional ao experimental.

Gravado no ano passado, “Everybody Wants To Be A Cat”, apresenta performances de numerosos jazzistas que estão em atividade, tais como Dave Brubeck, Joshua Redman, Roy Hargrove, Dianne Reeves, Roberta Gambarini, the Bad Plus, Mark Rapp, Nikki Yanofsky, Esperanza Spalding, Regina Carter, Gilad Hekselman, Kurt Rosenwinkel e Alfredo Rodriguez.

Historicamente, as canções da Disney têm provado ser um estofo para a inspiração de músicos de jazz. Na década seguinte à primeira incursão da Disney na criação de uma nova música (1929–1939), canções da série do estúdio Silly Symphony e dos filmes de longa-metragem como “Snow White” e “Seven Dwarfs and Pinocchio” colocaram-na na parada de sucesso, interpretadas por orquestradores como Artie Shaw, Glenn Miller e Bunny Berigan. No final dos anos 60, jazzistas de todos os estilos tinham abraçado as músicas da Disney, e os exemplos iniciais foram os álbuns de Dave Brubeck, “Dave Digs Disney”, “Disney Songs The Satchmo Way” de Louis Armstrong e as gravações de “Someday My Prince Will Come” e “Chim Chim Cheree” por Miles Davis e John Coltrane.

Uma faixa interpretada por Roy Hargrove inicia o CD “Disney Jazz Volume 1: Everybody Wants To Be A Cat”.

Fonte : Downbeat

ANIVERSARIANTES 30/10


Bobby Jones (1928-1980) - saxofonista,flautista,
Christoph Irniger (1979) - saxofonista,
Clifford Brown (1930-1956)- trompetista,
Poncho Sanchez (1951) - percussionista,
Saul Rubin (1958) - guitarrista,
Teo Macero (1925-2008) - saxofonista, produtor,
Tom Browne (1954) - trompetista,
Trilok Gurtu (1951) – percussionista,
Tutty Moreno(1947) – baterista(na foto e em vídeo com seu quarteto no Chivas Jazz Festival-SP)

sexta-feira, 29 de outubro de 2010

CHIE IMAIZUMI – A TIME OF NEW BEGINNINGS (CAPRI Records)


Vibrações positivas permeiam a altamente original música da compositora, arranjadora e maestrina Chie Imaizumi, residente em Denver, que deve ser considerada a contraparte para Maria Schneider. O término da sua graduação em Berklee criou uma dinâmica de trabalho sofisticada em alcance e energia. Seu ultimo lançamento, que sucede o sensacional “Unfailing Kindness”, em 2007, exibe um magnífico time de solistas incluindo o trompetista Randy Brecker (“Information Overload”), o saxofonista Steve Wilson (“My Heartfelt Gratitude”), o baixista John Clayton (em um doce trabalho com arco na balada “Fear of the Unknown”), o baterista Jeff Hamilton (na faixa título), os trompetistas Greg Gisbert e Terell Stafford (“Run for Your Life”), o trombonista Steve Davis e o ás do saxofone barítono Gary Smulyan (“Many Happy Days Ahead”) e o saxofonista Scott Robinson (passando do sopranino para o sax tenor em “Fun & Stupid Song”). Isto é algo sonhador, e Imaizumi é definitivamente um talento que merece maior reconhecimento.

Faixas: My Heartfelt Gratitude; Information Overload; Fear of the Unknown; A Time of New Beginnings; Run for Your Life; Today; Sharing the Freedom; Many Happy Days Ahead; Fun & Stupid Song.

Personnel: Chie Imaizumi: maestrina, arranjadora; Greg Gisbert: trompete, flugelhorn; Terrell Stafford: trompete, flugelhorn; Steve Wilson: sax alto e tenor, flauta; Scott Robinson: saxes tenor, soprano e sopranino clarinete, flauta; Steve Davis: trombone; Gary Smulyan: sax barítono, clarinete baixo; Mike Abbott: guitarra; Tamir Hendelman: piano; John Clayton: baixo; Jeff Hamilton: bateria; Randy Brecker: trompete (2); Paul Romaine: bateria (2, 7, 9).

Fonte : JazzTimes / Bill Milkowski

ANIVERSARIANTES 29/10


Jimmy Woods (1934) - saxofonista,
Josh Sinton (1971) - saxofonista,
Matthias Lupri ( 1964) - vibrafonista,
Neal Hefti (1922) - trompetista,
Zoot Sims (1925-1985) - saxofonista(na foto e vídeo abaixo interpretando In a Sentimental Mood)

quinta-feira, 28 de outubro de 2010

Ana Paula Barreiro e Marco de Carvalho no bar do Yacht Clube da Bahia

ANIVERSARIANTES 28/10


Andy Bey (1939) – vocalista,pianista(na foto),
Bill Harris (1916-1973) - trombonista,
Capiba (1904-1997) – pianista, compositor,
Chico O'Farrill (1921-2001)- líder de orquestra, Cleo Laine (1927) - vocalista,
Dink Johnson (1892-1954) - pianista,
Elton Dean (1945-2006) - saxofonista,
Glen Moore (1941) - baixista, pianista,
Jay Clayton (1941) - vocalista,
Kent Jordan (1958) – flautista,
Kurt Rosenwinkel (1970) - guitarrista ,
Richard Bona (1967) – baixista,
Ronaldo Bôscoli (1928-1994) – compositor,produtor


Assistam Andy Bey no vídeo abaixo


quarta-feira, 27 de outubro de 2010

REVISTA SOJAZZ NA SUIÇA

A Revista SOJAZZ, lançada na Suiça há cerca de um ano, é inteiramente dedicada ao jazz e é vendida nas principais bancas de jornais da Europa. Também pode ser acessada na Internet: http://www.sojazzmusic.com
Na foto, capa da edição de Outubro de 2010.

JANE MONHEIT – HOME (EMARCY)


Dez anos se passaram desde o álbum de estréia de Jane Monheit. Ela teve uma década para crescer e aprender como artista e “Home ”, habilmente, demonstra o quanto ela foi longe. Um suave, consistente e imaginativo repertório para a melíflua e bela voz de Monheit, “Home” inicia com “A Shine on Your Shoes”, que é espertamente efervescente com o contraponto da guitarra de John Pizzarelli. “There’s a Small Hotel” flui em tranquila satisfação romântica. “This Is Always” é um puro alcance de um beijo desejado na beira do altar e “Look for the Silver Lining” é uma brilhante e valorosa versão, tal qual uma moeda polida. O arco inóspito de “I’ll Be Around” é soberbamente alcançado, construído gradualmente com as regulares batidas do piano de Michael Kanan e então crescendo em uma tempestade antes de retornar para a profunda desolação. “Everything I’ve Got” desenvolve-se com a quantidade certa de espírito rude, e a liberdade ilimitada de “The Eagle and Me”, que é navegada com competência por Monheit, flutuando e movendo-se rapidamente no topo do trompete de Joe Magnarelli.

Há , também, duetos vocais tão diferentes quanto cativantes . Monheit e Pizzarelli se unem para uma suave ondulação em “Tonight You Belong to Me” que relembra as harmonias compreensíveis de Les Paul e Mary Ford. Então há “It’s Only Smoke”, a única composição nova do álbum , de Larry Goldings e Cliff Goldmacher, com Monheit e Peter Eldridge com dissimulações e paixão dentro de uma espécie de esquema a la Legrand.

Faixas :1. A Shine On Your Shoes;2. There's A Small Hotel;3. This Is Always; 4. Tonight You Belong To Me;5. Look For The Silver Lining;6. I'll Be Around;7. Everything I've Got Belongs To You;8. It's Only Smoke;9. The Eagle and Me;10. I Didn't Know About You/All Too Soon ;11. Isn't It A Lovely Day;12. While We're Young.

Músicos : Jane Monheit (vocal); Michael Kanan (piano), Neal Miner (baixo);Rick Montalbano (baterista);John Pizzarelli (vocal e guitarra), Peter Eldridge (vocal), Frank Vignola (guitrra), Joe Magnarelli (toumpete e flugelhorn), Mark O’Connor (violino), Larry Goldings (piano).

Fonte : JazzTimes / Christopher Loudon

ANIVERSARIANTES 27/10


Amanda Monaco (1973) - guitarrista,
Arild Anderson (1945) - baixista,
Babs Gonzales (1919-1980) - vocalista,
Barre Phillips (1934) - baixista,
Boyd Raeburn (1913-1966) - saxofonista,
Carlo De Rosa (1970) - baixista,
Dan Baraszu (1969)- guitarrista,
David Hazeltine (1958) - pianista,
George Wallington (1924-1993) - pianista ,
Ken Filiano ( 1952) - baixista,
Philip Catherine (1942) – guitarrista(na foto),
Robert Sabin ( 1972) - baixista,
Tom Adams (1953 ) - pianista
Convido-os a assistir a Philip Catherine interpretando Autumn Leaves com Bireli Lagrène

terça-feira, 26 de outubro de 2010

STEFON HARRIS & BLACKOUT - URBANUS (Concord Music Group [2009])


Desde seu surgimento no final dos anos 1990 como o vibrafonista de sua geração, Stefon Harris foi parcialmente colocado de forma excessivamente cerebral como instrumentista para o projeto da Blue Note, como o elaborado “Grand Unification Theory (2003)” e “African Tarantella: Dances for Duke (2006)”. “Evolution (Blue Note, 2004)”, foi a sua primeira atuação com a sua suingante banda Blackout, que foi uma extensa demonstração da sua capacidade de tornar acessível uma música mais complexa. Seguindo uns poucos anos de excursões, incluindo performnces em Ottawa e Montreal em 2006, “Urbanus”, ambiciosamente, mistura seus diversos interesses com ressonâncias do coração e corpo com engajamento da mente e espírito.

Mesmo mais eletrificado que a fusion de “Evolution”, Urbanus apresenta o vocoder do altoísta Casey Benjamin, uma voz dominante do antigo grupo de Joe Zawinul, “ Syndicate”, na doce balada de Buster Williams, "Christina" e a emocionante colaboração do saxofonista com a música de Sameer Gupta, "For You.". É também original o colorido e a amplitude da banda na leitura de "They Won't Go (When I Go)" de Stevie Wonder enredando-a sem emenda com clarinetes e flautas, mas também atuando como uma voz solo.

O baixista Ben Williams e o baterista Terreon Gully constituem um altamente flexível e versátil conjunto rítmico. Prospesctando no funk urbano de "Gone", há a esperta, próximo do irreconhecível , "Gone Gone Gone", de George e Ira Gershwin, que abre “Urbanus” e "Tanktified" , com o belo suporte de Gully, que navega na irregularidade do blues de "Shake It For Me" com despreocupação. Uma surpreendente, complicada e desafiante melodia, na base do “encontre a pulsação única”, breves mais impressivos solos do pianista Marc Cary e Harris (na marimba) como líder de um excitante intercâmbio entre Cary, Harris e Casey (no alto) que assegura ser uma bela exibição.

A composição de Jackie McLean, apropriadamente intitulada "Minor March", justapõe um ritmo militar com impetuoso suingue, provando que Blackout deve atingir uma plateia jovem com sua vibração urbana, mas sem esquecer suas raízes. Mesmo mais igualitário que “Evolution”, Harris só contibui com duas músicas : a liricamente lamentosa "Langston's Lullaby", co-escrita com Benjamin; e a breve "Blues for Denial" que gradualmente acelera dentro de uma pegada acústica e suingante para Cary antes de reiterar o tema, e gradualmente colocar as pausas. Ainda, a “voz” do vibrafonista está estampada em todo o disco, com arranjos imaginativos e estilisticamente híbridos e nenhuma falta de concepções nos solos, especialmente em "The Afterthought" de Cary passa de uma seção em alta velocidade, para uma atuação completa em piano acústico, com extremo suíngue, em um balanço mais contemporâneo para a igualmente alta octanagem de Harris e sua elevada concepção de solo na marimba.

Se há algo onde “Urbanus” vai longe é no estabelecimento da capacidade estelar de cada membro da banda . Harris é o principal líder e, sem dúvida, um conceitualista, porém “Urbanus” é um respeitável trabalho de grupo em diversos níveis. Compondo, tocando, interagindo: Blackout atua bem em todas as áreas, ao mesmo tempo apresenta um disco com uma plenitude potencial que ultrapassa o apelo para diversas idades. Para Harris, isto consolida seus vários interesses completamente integrados, dispensando as críticas iniciais e finalmente apresentando uma espécie diferente de unificação: intelectualmente profunda e emocionalmente ressonante.

Faixas: Gone; Christina; Tanktified; Shake It For Me; Minor March; They Won't Go When I Go); The Afterthought; For You; Blues For Denial; Langston's Lullaby.

Músicos: Stefon Harris: vibrafone, marimba, arranjador (1, 6, 8, 10); Marc Cary: piano, Fender Rhodes, teclados; arranjador (5); Casey Benjamin: saxofone alto, vocoder, arranjador (8); Ben Williams: baixo; Terreon Gully: bateria; Y.C. Laws: percussão (1); Anna Webber: flauta (1, 6, 8, 10); Anne Drummond: flauta alto (1, 6, 8, 10); Mark Vinci: clarinete 1 (1, 6, 10), clarinete (8), clarinete baixo (3); Sam Ryder: clarinete 2 (1, 6, 10); Jay Rattman: clarinete baixo (1, 6, 8, 10); Rigdzin Collins: violino (8).

Fonte : All About Jazz / John Kelman

ANIVERSARIANTES 26/10


Charlie Barnet (1913-1991) - saxofonista,
Chuck Stevens (1979) - guitarrista,
Eddie Henderson (1940) - trompetista,
Jacques Loussier (1934) - pianista,
Marc Wagnon ( 1956) - vibrafonista,
Milton Nascimento (1942) – violonista, vocalista, compositor (na foto),
Ranee Lee (1942) - vocalista,
Warne Marsh (1927-1987) - saxofonista

segunda-feira, 25 de outubro de 2010

LUCIANO CALAZANS & ROBERTINHO SILVA NA SEGUNDA DO MÚSICO


A banda UFOnia, comandada pelo baixista Luciano Calazans,na foto, apresentou-se na Praça Tereza Batista, Pelourinho, no Projeto “Segunda É do Músico” tendo como convidado o baterista Robertinho Silva. Sua banda é formada por Tito Oliveira, um dos idealizadores do projeto, na bateria; Bruno Aranha nos teclados; Binho Cunha na percussão e um incrementado naipe de metais com João Teoria no trompete e flugelhorn, Gilmar Chaves no trombone, Kiko Souza, saxes e flauta, Eric Almeida saxes e flauta e Vinícius, que também atua na Banda Transcendental, no sax barítono.

As composições apresentadas pela banda local são todas de autoria de Luciano Calazans. A primeira música executada foi “Minha Verdade” com um belo solo de sax soprano de Kiko Souza. Em seguida vieram Mãe Terra e Virtuose Estudo N° 1, constante do CD de Luciano, e que sofreu nova roupagem, e me remeteu aos ritmos das músicas do Recôncavo Baiano. Depois veio “Figurinhas” que é puro suingue com solo de Bruno Aranha.

Luciano anunciou Robertinho Silva, a quem tem como referência, pois em sua formação musical há muito da música gerada pelo “Clube da Esquina”, do qual ele fez parte. A música escolhida foi “Tarde no Sertão” onde Robertinho já apresentou seu cartão de visitas. Nesta música, Gerson Silva, outro organizador do evento, atuou na guitarra elétrica e fez um solo belíssimo sem exageros e na medida certa.

Robertinho Silva pediu a palavra para anunciar que tocaria Cravo e Canela em homenagem a Milton Nascimento, a quem é grato por ter o reconhecimento musical tanto no país como no exterior. A banda deu um show. Para mim foi o destaque da noite, com solos seqüenciais de todos os metais, culminando com o sempre competente solo de baixo de Luciano. Com esta música Robertinho Silva, sempre bem humorado, se despediu, e agradeceu por terem lembrado dele para o projeto.

Luciano continuou o espetáculo com “Pergunta Sem Resposta”, bem funkeada onde Eric Almeida arrebentou no solo de sax alto, com boas oitavadas. Depois veio um xaxado, “Zizinha”, com a participação de Laila Rosa na rebeca, instrumento raro de se escutar nos tempos atuais

A noite fechou com “Pimenta”, cujo nome diz tudo. E o que ocorreu ?. Sorrateiramente Robertinho Silva, que já estava sentado na platéia, voltou, sentou na “batera” e soltou as baquetas. Encerramento perfeito.

HOJE É DIA DE "SEGUNDA É DO MÚSICO"


Hoje teremos mais uma "Segunda É do Músico" na Praça Tereza Batista, no Pelourinho com o baixista Luciano Calazans e UFOnia, tendo como convidado especial o ilustre baterista Robertinho Silva, que tem uma carreira de sucesso.
Robertinho Silva é autodidata e obteve destaque ao atuar com o grupo “Som Imaginário”, do qual faziam parte Wágner Tiso, Luiz Alves, Zé Rodrix e Tavito. Já participou de grandes festivais como Newport, Berlim, Free Jazz Festival, JVC New York, Montreux e Midem .

Participou de gravações e atuações junto a grandes músicos como Milton Nascimento, João Donato, Tom Jobim,Wayne Shorter, Paulo Horn, George Duke, Egberto Gismonti, Airto Moreira,Flora Purim,Raul de Souza, Dori Caymmi,Carl Tjader, Sarah Vaughan, Gilberto Gil, João Bosco, Toninho Horta, Gal Costa, Nana Caymmi e Chico Buarque. Mais recentemente atuou com Lisa Ono, Guilherme Vergueiro, Bud Shank, Wanda Sá, Mônica Salmaso e o guitarrista George Benson.
Como sempre, haverá uma palestra de abertura com um tema de interesse de pessoas que atuam na área musical. O palestrante de hoje será Zeca Freitas que falará sobre o Festival de Música Instrumental da Bahia.
O início das apresentações será às 19h e o ingresso custa R$ 10,00.

ANIVERSARIANTES 25/10


Earl Palmer (1924-2008) – baterista,
Daniel D´Alcantara (1974) – trompetista, flugelhornista(na foto),
Eddie Lang (1902) - guitarrista,
Franck Amsallem (1961) - pianista,
Jimmy Heath (1926) - saxofonista,
Roberto Menescal (1937) –violonista, guitarrista,
Robin Eubanks (1955) - trombonista,
Teco Cardoso(1960) – saxofonista, flautista,
Terumasa Hino (1942) – trompetista, flugelhornista
Assistam Daniel D`Alcantara interpretando "Tidinho" de Arismar do Espírito Santo no vídeo abaixo.

domingo, 24 de outubro de 2010

MARIO PETRESCU QUARTET – THRIVIN´: LIVE AT THE JAZZ STANDARD (RESONANCE)


Oscar Peterson foi frequentemente acusado de ser tão eclético que não possuía um estilo. Talvez. Mas por que isto?. Eu imagino, se ele não tivesse estilo alguém poderia ouvir Marian Petrescu sem, constantemente, lembrar de Peterson?. Se você aprecia o clássico Peterson em seus torvelinhos bem suingados, você encontrará muito do que gostar no trabalho deste músico, um originário da Romênia que claramente pretende tais comparações.

Como Peterson (e Art Tatum antes), Petrescu prepara-nos para o encantamento. Após encantados, então, mostra-nos o que pode fazer além. Sua jogada de abertura é uma furiosa agitação em “Cakewalk” de Peterson, que vai mais longe do que a mais tranqüila apresentação do original de Oscar em “Nigerian Marketplace” de 1981. É um sensacional modelo de piano que , sem especificamente imitar seu mentor, contém as mais das encantadoras marcas de Peterson. Compassando, por exemplo. Após os acordes iniciais, Petrescu puxa para trás cada um dos seus cinco sucessivos estribilhos para florescer. Mesmo em relativo repouso, o rigoroso e rápido e jâmbico pentâmetro tem uma irresistível precisão rítmica. Combinando com esta regularidade estão as mais desinteressadas disposições triplas, duplo tempo de notas que formam amplos arcos e configurações espiraladas. O equivalente sonoro ao piscar de luzes de um sinalizador à noite. Ainda que estas excitantes interpolações nunca interrompam a força das linhas mais extensas.Outra marca de Peterson quando Petrescu atinge o quinto estribilho de “Cakewalk” com uma frase um pouco no estilo do uso da mão direita de Fats Waller. Quase imediatamente sua mão esquerda apanha a linha e trilha nota por nota em uníssono um fraseado paralelo e intricado, cuja notável sustentação complexa vai até a ponte. Quase tão impressivo, a propósito, está Andreas Oberg, cujo guitarra soa em um nível similar de emoção e desembaraço.

“Blues Etude” outra composição de Oscar Peterson e “My Romance”, após uma abertura levemente floreada, são mais relaxadas dentro de um tempo médio. Oberg espelha sua guitarra em linhas vocalizadas desta última e Petrescu reverencia as RPMs com vigorosos blocos de acordes em “Etude”. “On The Trail” é um dueto realizado com o baixo que por outro lado preserva o esboço essencial do tratamento de Petreson, ainda que reverta o método de ‘Cakewalk”. A velocidade do tempo de Petrescu diminui até a metade daquele que Peterson escolheu, só indo batalhar com a velocidade nos últimos dois minutos. “Yours Is My heart Alone”, ainda que uma balada, expressa o tratamento de compasso único como faz no solo em “Indiana” após os primeiros dois minutos. Mas o sentimento, aqui, decididamente, é mais de Tatum do que de Peterson . De fato, a peça tem contrastes arrojados das duas personalidades – Tatum, vertiginoso, mas formal, contra um movimento da mão esquerda em stride; Peterson suingante e furioso e idéias não regulares. “Blue in Green” é a única que apresenta um “humor” completamente lento. Enquanto bela, não alcança a galeria de destaques de Petrescu, que deve vir de outro tempo do jazz ainda que soando maravilhosamente. Seu maior desafio agora é tocar sem convidar comparações com Peterson.

Faixas : 01. Cakewalk (O. Peterson) - 7:57; 02. My Romance (Rodgers/Hart) - 13:33; 03. Blue in Green (Miles Davis/Bill Evans) - 9:42; 04. Blues Etude (O. Peterson) - 6:21; 05. On the Trail (F. Grole) - 7:49; 06. Yours Is My Heart Alone (Lehar/Smith) - 10:35; 07. Indiana (solo piano) (Hanley/MacDonald) - 7:02.

Músicos :Marian Petrescu (piano); Andreas Öberg (guitarra, vocal :fx2); David Fink (contrabaixo); Mark McLean (bateria).

Fonte : DownBeat / John McDonough
Cotação : * * * * (Muito Bom)

ANIVERSARIANTES 24/10


Anthony Cox (1954) – baixista,
Banu Gibson (1947) - vocalista,
Jay Anderson ( 1955) - baixista,
Odean Pope (1938) – saxofonista,
Rick Margitza (1961) – saxofonista(na foto),
Wendell Marshall (1920-2002) - baixista

Assistam a bela interpretação de Rick Margtiza de "My Foolish Heart" com John Fedchock e a The New York Big Band no vídeo abaixo.

sábado, 23 de outubro de 2010

DAVID S. WARE –ONECEPT (AUM Fidelity)


David S. Ware nunca será acusado de seguir correntes. Se os trios liderados pelo saxofone são todos furiosos, seus lançamentos de sax/baixo/bateria têm percepções coincidentes. De outro modo, entretanto, “Onecept” está entre o melhor do lote recente. Acompanhado pelo baixista William Parker e pelo baterista Warren Smith, o ícone da avant-garde alterna-se entre o saxofone tenor, stritch e saxello em inspiradas variações que inunda com a habitual paixão de Ware, mais algumas finas criações e interrelações.

Com o objetivo de evocar distintos fluxos de consciência, os três instrumentos de Ware servem a diferentes propostas. O tenor representa maior agressividade, sendo lamentoso através de “Wheel of Life” e “Bardo” com força e ímpeto. É como uma trilha sonora de uma vida pessoal extremamente dura , em uma efetiva e forte unidade. O stritch tartamudeante —um saxofone alto sem a campana — encontra Ware melódico, encontrando lineares surpresas (“Book of Krittika”), bem como recitações, como em “Anagami”. Saxello— um sax soprano em si bemol com um pescoço levemente curvado , vai do ego para o id do tenor e o stritch é o superrego, balançando a anarquia e a melodia na divertida “Desire Worlds” e em “Vata.” Entretanto, “Savaka,” enquanto agradável, apresenta o instrumento em charmosos serpenteios, sem objetivos pretensiosos e sem muito compromisso. Agradecidamente é uma anomalia.

A seção rítmica tem uma grande responsabilidade no sucesso de “Onecept” . O baixo de Parker é crucial, mais um contraponto do que um acompanhamento com suas figuras melódicas (“Book of Krittika”), mas ambíguo nas partes mais atrativas , “Astral Earth,” trabalhando só como âncora para a harmonia. Smith, toca gongos e tímpanos, como um dínamo rítmico e colorido, e com movimentos e paradas em “Celestial,” prova um inventivo e intuitivo incremento — talvez o melhor baterista que ele já teve. Mais deste trio, por favor.

Faixas
1 .Book of Krittika .7.53
2 .Wheel of Life .6.31 3 .Celestial .6.24
4 .Desire Worlds .6.56
5 .Astral Earth .14.54
6 .Savaka .4.35
7 .Bardo .6.43
8 .Anagami .6.50
9 .Vata .4.27

Fonte: JazzTimes / Michael J. West

ANIVERSARIANTES 23/10


Bernard Peiffer (1922) - pianista,
Dianne Reeves (1956) – vocalista,
Ernie Watts (1945) – saxofonista (na foto),
Frank Hewitt (1935) - pianista,
Gary McFarland (1933-1971) - vibrafonista,
Jeff Gardner(1953) – pianista,
Sonny Criss (1927-1977) - saxofonista,
Walter Fischbacher ( 1966) - pianista

sexta-feira, 22 de outubro de 2010

MORRE O SAXOFONISTA MARION BROWN


Conhecido por sua associação com Archie Shepp, Amiri Baraka, Ornette Coleman e outros brilhantes membros da comunidade do jazz avant garde dos anos 60, Marion Brown, na foto, faleceu nesta segunda-feira, 18 de Outubro, em Hollywood, Flórida. Ele tinha 79 anos. Brown estava doente há muito tempo e por longo tempo não vinha se apresentando em público. Ele gravou diversos discos como líder para a Impulse!, ESP, Black Lion e ECM, mas é talvez melhor conhecido por sua atuação como coadjuvante em dois discos seminais dos anos 60 : “Ascension” de John Coltrane e ”Fire Music” de Archie Shepp.

Nasceu em Atlanta. Ele não completou o ensino médio e alistou-se no exército, onde rapidamente veio a ser membro da banda e serviu por dezoito meses em Hokkaido, uma obscura ilha japonesa. Após retornar para Atlanta, Brown matriculou-se no Clark College para especializar-se em música. Ele foi estudar na Howard University em Washington, DC e lá veio a se interessar pela nova música tocada por artistas como Ornette Coleman, Cecil Taylor, John Coltrane, Amiri Baraka, Archie Shepp dentre outros. Dentro de poucos anos, vários desses artistas viriam a ser seus mentores. Desencantado com a vida acadêmica em Howard, Brown mudou-se para Nova York para tocar sua música profissionalmente.

Brown chegou em Nova York em um ambiente de renascimento da criatividade do jazz baseada na identidade dos negros e na consciência política. Brown participou da gravação de “Ascension” de Coltrane para a Impulse ! em 1965 e gravou seu primeiro álbum como líder para a ESP – “Marion Brown Quartet and Why Not?”. Este foi seguido por outro significativo álbum para a Impulse! – “Three For Shepp” produzido por Bob Thiele e apresentando Grachan Moncur III, Dave Burrell, Stanley Cowell, Sirone e Beaver Harris. Depois disto fez uma extensa excursão pela Europa.

Brown gravou para a Black Lion, bem como para a ECM, em seus primeiros lançamentos, “Afternoon of a Georgia Faun” em 1970. Durante os anos 70, Brown retornou para o mundo acadêmico com professor, atuando em Bowdoin, Brandeis, Amherst e Wesleyan. Brown , também , obteve um mestrado em Etnomusicologia. Nos anos 80, Brown passou a se interessar por pintura e desenho, fazendo exibições ocasionais de seus trabalhos em galerias e museus. Ele gravou esporadicamente durante este tempo em discos de Gunter Hampel, Steve Lacy, Mal Waldron, Harold Budd e Leo Smith. Atingido por uma doença, Brown passou a maior parte dos últimos 10 a 15 anos incapacitado para tocar. Ele estava vivendo em uma casa de repouso em Hollywood, Flórida, quando veio a falecer.

Nas notas do disco “Porto Novo” de Brown, escrita por Charles Fox e Leo Smith para a Black Saint, Brown disse: “Minha referência é o blues, é de lá que minha música vem. Eu ouço a música de outras culturas, mas eu apenas as acho interessantes. Eu não preciso me apropriar delas . Minha música e meu passado são ricos o bastante. B.B. King é meu Ravi Shankar.”

Fonte : JazzTimes / Lee Mergner

ANIVERSARIANTES 22/10


Brenda Earle (1976) - pianista,
Clare Fischer (1928) - pianista,
Giorgio Gaslini (1929) - pianista,
Ivan Renta (1980) - saxofonista,
Jane Bunnett (1956) - flautista,saxofonista (na foto),
Krzysztof Duszkiewicz (1957) - guitarrista,
Lula Galvão(1962) – violonista,
Patápio Silva (1880-1907) – flautista,
Urszula Dudziak (1943) - vocalista

quinta-feira, 21 de outubro de 2010

CONRAD HERWIG - THE LATIN SIDE OF HERBIE HANCOCK (Half Note Records)


O trombonista Conrad Herwig já obteve três nominações ao Grammy ao latinizar a música de importantes jazzistas modernos, começando com John Coltrane, seguido por Miles Davis e Wayne Shorter. Nenhuma surpesa ,então, ao lançar “The Latin Side of Herbie Hancock”. Gravado ao vivo, no Blue Note de Nova York, seu septeto teve o acréscimo de convidados especiais como Randy Brecker no trompete e , às vezes, no piano, Eddie Palmieri, para quem trabalha.

As composições escolhidas para os novos arranjos executados por Herwig e/ou pelo pianista Bill O’Connell, vêm de dois períodos do início da carreira de Hancock: seu trânsito nos anos 1960 entre o segundo grande quinteto de Miles Davis e suas próprias gravações pela Blue Note , e dois sucessos de venda dos anos 70 com o fusion dos Headhunters. Três músicas são originárias do disco “Empyrean Isles” com “Oliloqui Valley” (apresentando Palmieri no piano) e “One Finger Snap” elevando a temperatura através do sólido trabalho de Herwig, O’Connell, o trompetista Mike Rodriguez e o percussionista Pedro Martinez. Duas outras músicas do álbum de 1974 “Thrust” vêm logo a seguir. “Butterfly” flutua em um comovente solo de clarinete baixo executado por Craig Handy , que depois contribui de forma essencial na flauta em “Maiden Voyage” e na ótima destreza do trompetista Rodriguez. O bassista Ruben Rodriguez passa para o baixo elétrico assim que ele e o baterista Robby Ameen podem fazer, como Paul Jackson e Mike Clark, a funkeada “Actual Proof”, que provoca o calor adequado para os feéricos solos de Randy Brecker.

Brecker e Herwig, também, apresentam alguns importantes e brilhantes improvisos em “The Sorcerer”. Porém, no final das contas, tudo é construído através de sentimentos que congregam os outros a providenciar imperiosos contrapontos e solando em dois encerramentos, “Cantaloupe Island” e “Watermelon Man”. Mongo Santamaria tornou famosa a latinização de “Watermelon Man” em 1963, entre duas diferentes versões gravadas. Palmieri e a interação dos metais os ousados novos arranjos fazem deles e deste ábum, algo a se manter.

Faixas

1. Oliloqui Valley 10:16
2. One Finger Snap 5:33
3. Butterfly 8:52
4. The Sorcerer 6:58
5. Actual Proof 9:22
6. Maiden Voyage 8:42
7. Cantaloupe Island 9:30
8. Watermellon Man 6:55

Músicos: Conrad Herwig (trombone); Craig Handy (flauta , clarinete baixo,saxofone); Randy Brecker, Mike Rodriguez (trompete); Eddie Palmieri, Bill O'Connell (piano); Robert Ameen (bateria); Pedro Martinez (percussão).

Fonte : JazzTimes / Bill Beuttler

ANIVERSARIANTES 21/10


Bobby Few (1935) - pianista ,
Celia Cruz (1925-2003) - vocalista,
David Weiss (1964) - trompetista,
Dizzy Gillespie (1917-1993) – trompetista,
Don Byas (1912-1972) - saxofonista,
Don Rader (1935) - trompetista,
Doris Monteiro(1934)- vocalista,
Fred Hersch (1955) – pianista,
Jerry Bergonzi (1947) - saxofonista (na foto),
Marc Johnson (1953) - baixista

HOJE É DIA DE SHOW NO YACHT CLUBE DA BAHIA

quarta-feira, 20 de outubro de 2010

SEAMUS BLAKE – BELLWETHER (Criss Cross) [2009]


Este é um grande período para tenoristas, com alguns dos melhores em nosso meio: Chris Potter, Jimmy Greene, Donny McCaslin, Marcus Strickland e Seamus Blake, dentre outros. Surfando na “Mingus Big Band” durante os anos 90, o toque agressivo de Blake era impressivo em um grupo onde ninguém era prisioneiro. O saxofonista tenor mantém sua pegada. Recentemente, ele parece ter refinado e elaborado seu estilo improvisacional , enquanto promove o desenvolvimento do seu perfil composicional.

Com “Bellwether”, Blake traz um número de movimentos perspicazes e extensões para o contemporâneo, o gênero post-hard bop. Este é mais do mesmo do altamente respeitado “Way Out Willy (Criss Cross, 2007)”. Só o baixista australiano Matt Clohesy é novo.

Reivindicando a sua atração pelo disco de John Scofield, "Dance Me Home", para tocar suas alegres modulações, Blake transforma a faixa de abertura ,um funk, em uma vivaz interpretação. Esta é mais previsível peça do álbum. Na composição de Blake, "A Beleza Que Vem", uma relaxada homenagem à música brasileira, o pianista David Kikoski estabelece uma adorável entonação em um quase formal tripé com ritmo de casa de dança. A balada de Blake, "The Song That Lives Inside", revela ecos do clássico de Thelonious Monk, "'Round Midnight", e inclui um belo solo de guitarra acústica de Lage Lund. A faixa título transita facilmente, movimentando-se em 5/4, enquanto opera um tempo acelerado, e em "Minor Celebrity" o baterista Bill Stewart mostra surpreendentes e complexas sonoridades.

A real surpresa vem no fim da gravação: O quarteto de Debussy, "String Quartet in G". É uma maravilhosa improvisação dos músicos , que, no repertório de quarteto de cordas, ainda não havia sido explorada , apresentando grande quantidade de melodias e harmonias que parecem tecidas por um artesão para o desenvolvimento de instintos e complexidades de um grupo de jazz . Aqui Blake maneja o terceiro movimento e retrabalha alguns dos seus acordes dentro de uma seção média recorrente na moldagem dos solos. Com o sax soprano e o piano dominando, a peça mostra Kikoski, que conhece bem este território e incorpora estas distintas e irresistíveis harmonias impressionistas..

De alguma forma, possivelmente, a linha de frente formada pelo tenor e guitarra encabeça algo que deve ser familiar. Agora é um estilo popular , com muitos grupos como os de Kurt Rosenwinkel e Mark Turner, Adam Rogers e Chris Potter e Joshua Redman e Ben Monder utilizando o mesmo enfoque.

Mas há bastante diferenças sutis dentro das performances e composições que distingue este álbum de outras variações usuais em seções da Criss Cross. A peça brasileira evita o tratamento típico da bossa nova. A variedade de tempos é intrigante e inovadora. O encerrramento de Debussy é uma jóia. Embora não haja nada de inexplorado aqui, exceto, talvez, por Debussy, “Bellwether” vem a ser mais atraente e satisfatório em cada audição.

Faixas: Dance Me Home; A Beleza Que Vem; Subterfuge; The Song That Lives Inside; Bellwether; Minor Celebrity; String Quartet in G Minor,Opus 10.


Músicos: Seamus Blake: saxofones tenor e soprano; Lage Lund: guitarra; David Kikoski: piano; Matt Clohesy: baixo; Bill Stewart: bateria

Fonte: All About Jazz / Robert Dugan

ANIVERSARIANTES 20/10


Adelaide Hall (1904-1993) - vocalista,
Andrea Bartelucci (1955) - flautista,
Carl Kress (1907-1965) - guitarrista,
Eddie Harris (1926-1996) – saxofonista,
Jelly Roll Morton (1890-1941) – pianista,
Mark O'Leary (1969) - guitarrista,
Martin Taylor (1956) - guitarrista (na foto),
Russell Gunn (1971) - trompetista

terça-feira, 19 de outubro de 2010

KENIA – CELEBRATES DORIVAL CAYMMI


A última vez que a vocalista Kenia (Acioly) gravou um disco como tributo foi cinco anos atrás para celebrar a música de Ivan Lins . Lins ainda está em atividade, enquanto Dorival Caymmi faleceu em 2008 com 94 anos, sendo um prolífico compositor brasileiro cujas canções são bem conhecidas pelos seus companheiros artistas , mas cujo nome dormita em relativa obscuridade. Caymmi é considerado uma ponte entre o samba e a bossa nova e tem uma enorme influência sobre Antonio Carlos Jobim, dentre outros. As interpretações de Kenia pra o trabalho de Caymmi mantém o impulso rítmico afro-brasileiro presente integralmente na musica baiana, enquanto aplica uma refinada camada moderna às canções , algumas com décadas de existência.

“Acontece Que Eu Sou Baiano” que data de um filme de 1944 , é o arranjo típico. Desliza suavemente por um minuto, Kenia passeando sobre um clássico tempo médio da batida do samba. Sem aviso ela situa-se atrás, apenas um pouco, para permitir ao pianista Fernando Merlino afirmar-se, então passa a canção para ela. Na balada “And Roses and Roses”, traduzida para o inglês, Kenia utiliza os métodos da sua experiência como diva do blues, sua naturalidade, vocalização provocante que mantém as pessoas esperançosas. À “Doralice” escrita em 1945 e uma das composições mais interpretadas de Caymmi, melhor conhecida pela sua inclusão no album “Getz/Gilberto” é dada uma leitura mais direta. Merlino, o baixista Leo Traversa, o guitarrista Eric Susoeff e o percussionista Lucas Ashby entrelaçam-se firmente no suporte à cantora. Com Jay Ashby contribuindo no trombone e percussão em várias faixas, e Airto Moreira também contribuindo com toques na percussão, Kenia apresenta uma banda formidável para ajudá-la neste exuberante e sensual trabalho.

Faixas: Eu não tenho onde morar, Roda Pião, And roses and roses, Samba da minha terra, Vatapá, Requebre que eu dou um doce, Você já foi à Bahia, Sábado em Copacabana, O dengo que a nega tem, Acontece que eu sou baiano, Nunca mais, Doralice, Eu vou pra Maracangalha, A vizinha do lado, Marina

Musicians: Kenia Ashby (vocal), Fernando Merlino (piano), Leo Traversa (baixo), Airto Moreira (percussão), Jay Ashby (percussão, trombone, vocal), Lucas Ashby (percussão), Ian Ashby (percussão, vocals), Thomas Wendt (bateria), Eric Sussoef (guitarra), Marty Ashby (guitarra), Tatjana Chamis, Fabiana Chamis (vocal)

Fonte : JazzTimes / Jeff Tamarkin

ANIVERSARIANTES 19/10


Eddie Daniels (1941) - clarinetista,
Jostein Gulbrandsen (1976) - guitarrista,
Piano Red (1911-1985) – pianista, vocalista,
Tim Garland (1966) - saxofonista,
Vinicius De Moraes (1913-1980) – violonista, vocalista ,compositor(na foto),
Warren L Jones III ( 1953) - baixista

segunda-feira, 18 de outubro de 2010

LETIERES LEITE QUINTETO + ARTHUR MAIA = TREMOR NO PELÔ


Mais uma maravilhosa Segunda do Músico na Praça Tereza Batista no Pelourinho. Desta vez tivemos o quinteto de Letieres Leite, nos saxofones soprano e tenor e flauta, acompanhado por Tito Oliveira na bateria, Ldson Galter no baixo, Marcelo Galter no piano elétrico e Luizinho do Jêge na percussão. O convidado da noite foi o baixista Arthur Maia, sobrinho do legendário baixista Luizão Maia. O quinteto de Letieres utiliza a mesma proposta da Rumpilezz, que é o uso da música baiana em suas composições.

O show iniciou com Ldson e Luizinho fazendo a ante-sala para a entrada de Letieres, que utilizou o sax tenor a la Wayne Shorter em sua composição “Honra ao Rei”. Marcelo Galter participa muito bem no piano. Esta é a tônica do quinteto: os solos intercalados e competentes de Letieres e Marcelo. A cozinha dá um suporte fantástico para eles.

A segunda composição exibida foi “Catalonia vuelve a casa” dedicado a um músico que adora a Bahia, e retornou para Barcelona. A música tem uma levada de afoxé, e Letieres passa para a flauta. A música seguinte, “Três Iabás”, foi composta especialmente para o quinteto e Letieres continua brilhantemente na flauta intercalando os solos com Marcelo Galter.

Vem então, para mim, o destaque da apresentação isolada do quinteto : A composição de Letieres para Ronnie Scott, chamada “Soprano como a vida”, com alguns acordes que me lembraram “Ligia” de Tom Jobim. Belíssima composição com um tremendo balanço. Há um competente solo de Ldson no baixo. Letieres fez a platéia vibrar com seu solo no soprano e Marcelo Galter fez as teclas do piano ficarem menores que os seus dedos. Quem o conhece pode imaginar o que ocorreu.

Chegou a vez do convidado da noite, Arthur Maia (na foto), que chegou logo elogiando os músicos locais, ressaltando sua identificação com a Bahia e apresentou um samba composto pelo seu mestre Jamil Joanes, baixista mineiro. Muito suingue, além de usar bem o vocalese. Mais uma vez brilham Letieres e Marcelo com o caloroso incentivo de Arthur Maia.

Outro ponto alto da apresentação foi a interpretação de uma música de Jaco Pastorius, que Arthur adora e nunca havia tocado, e Letieres a escolheu. Arthur disse: Só podia ser na Bahia. Foi um espetáculo. Arthur mostrou completo domínio do instrumento. Começou lendo a partitura, depois a deixou para lá e haja improviso. Coadjuvado brilhantemente por Letieres e Marcelo Galter. No final Letieres falou: Isto aqui tem muito improviso. Vamos fazer mais uma nesta base. Arthur respondeu: Sempre, sempre. Haja bagaceira.

Para fechar a noite, apresentaram uma composição de Letieres em homenagem a Moa do Catendê, chamada “Mestre Moa”. Letieres solfejou a música para Arthur que foi incorporando a pegada, e a partir daí a praça tremeu com as performances dos músicos.

A lamentar a altura exagerada do som. Uma redução do volume seria benvinda. Permitiria que a platéia compreendesse melhor o que se passa no palco.

Na próxima segunda-feira teremos Luciano Calazans e o grande baterista Robertinho Silva.

SCOTT HAMILTON – LIVE AT NEFERTITI (Stunt Records/Sundance Music) [2009]


O Jazz não está sempre buscando novos patamares em termos de som e gênero. È importante preservar a música dos mestres, e ninguém carrega a tocha da tradição mais elegantemente que o saxofonista tenor Scott Hamilton. Seus heróis incluem Ben Webster, Coleman Hawkins e Lester Young, em essência, os pais do toque suingante do saxofone.

Paradoxalmente, Hamilton tem algo de um pássaro raro, quando ele emergiu na cena jazzística nos anos setenta por causa da sua ênfase no jazz pré-moderno na época do jazz fusion. Entretanto, Hamilton estancou seu intercâmbio através dos anos , e prontamente gravou uma série de deleitosos álbuns pelo renomado selo Concord Records. A gravação de “Live at Nefertiti” encontra o saxofonista mergulhando em águas desconhecidas, não em termos de gênero, onde ele suinga tão forte como antes. Entretanto, seu novo curso está na forma de um novo grupo escandinavo congregado pelo baterista dinamarquês Kristian Leth.

“The Scandinavian Five” apresenta dois ases suecos, o pianista Jan Lundgren e o guitarrista Ulf Wakenius, com Leth e o baixista dinarmaquês Jesper Bodilsen arredondando o grupo. Eles constituem um time brilhante que traz lume e profundidade para a gravação, cuja intimidade é mais incrementada pelas atuações ao vivo no clube de jazz sueco “Nefertiti”.

“Move” de Denzil Best aquece as coisas desde o começo com som encorpado do saxofone de Hamilton e um acelerado e brilhante solo de guitarra de Wakenius, que impressiona com sua técnica e invenção melódica. Mas não há dificuldade para a destreza do grupo em suingar, Hamilton é, em essência, um baladeiro. Isto é refletido nas épicas interpretações de "Dear Old Stockholm" e "Bye Bye Blackbird", que apresenta a deslumbrante harmonização romântica de Lundgren. Hamilton não é apenas um contador de estórias, ele é também um ouvinte. De fato, todos os músicos do grupo ouvem um ao outro com grande empatia, como podem ser vistos no DVD que acompanha o CD, uma oportunidade para experimentar um show completo de cores cintilantes e som.

O pacote completo está difícil de superar, pois vem de um importante tradicionalista que ainda executa um som do passado de forma moderna, como se fosse a música de amanhã.

Faixas: Move; Tenderly; Dear Old Stockholm; Bye Bye Blackbird; In A Sentimental Mood; Blue Capers.

Músicos: Scott Hamilton: saxofone tenor; Ulf Wakenius: guitarra; Jan Lundgren: piano; Jesper Bodilsen: baixo; Kristian Leth: bateria

Fonte : All About Jazz / Jakob Baekgaard

HOJE É DIA DA SEGUNDA DO MÚSICO


Hoje teremos Letieres Leite, em quinteto, recebendo o convidado especial Arthur Maia, que já tocou com artistas como Ivan Lins, Jorge Ben Jor, Gal Costa e Gilberto Gil. Participou de diversas bandas como Pulsar, Banda Black Rio, Egotrip e o grupo instrumental Cama de Gato, basicamente jazzístico. O show inicia às 19h, na Praça Tereza Batista no Pelourinho .
Como é de costume, haverá uma palestra antes do show sobre assuntos de interesses do músico. Hoje o tema será "Notas sobre o áudio nos palcos do mundo" com Vavá Furquim, um dos técnicos de som mais requisitados do Brasil.
O ingresso custa R$ 10,00


ANIVERSARIANTES 18/10


Anita O’Day (1919-2006)- vocalista,
Annette Hanshaw (1910-1985) - vocalista,
Bill Stewart (1966) - baterista,
Bobby Troup(1918-1999) - pianista,vocalista,
Chuck Berry( 1926) -guitarrista, vocalista ,
Ron Vincent (1951) - baterista,
Wynton Marsalis (1961) - trompetista,flugelhornista (na foto)

domingo, 17 de outubro de 2010

CHUCHO VALDÉS & THE AFRO-CUBAN MESSENGERS – CHUCHO´S STEPS (World Village) [2010]


A semiologia contida no magnificente “Chucho's Steps” do pianista Chucho Valdés aponta para o caráter da música antes do disco antes dele ser tirado da capa. Primeiro há o nome do grupo em referência ao baterista Art Blakey e o seu suingante Jazz Messengers. Então vem o título da faixa título, "Las dos caras" ("Both Sides"), que alude a duas tradições do jazz, norte-americana e afro-cubana, definindo seu particular estilo . Uma idéia reforçada de encruzilhadas , sinalizando uma interseção de estilos na frente da capa. E então há o título da segunda faixa, "Yansá", que é tomada de uma orixá da mitologia cubana que controla o vento e os raios. Se Yansã é a força da natureza, assim é “Chucho's Steps”. Seu vigor explode dos alto-falantes e varre todas as coisas.

Quando você tocar o álbum pela primeira vez e recuperar sua respiração ,você quererá saber sua idade. A música foi realmente executada por alguém que fará 70 anos em 2001?. Mas a longevidade desta juventude percorre sua família. Em 2008, Valdés gravou o vencedor do Grammy latino ,“Juntas para siempre (Calle 54)”, com seu pai , Bebo, que estava próximo dos 90.

Seja qual for o envolvimento de Chucho e Bebo, o Afro-Cuban Messengers também estão. O trompetista Reinaldo Melián Álvarez e o saxofonista tenor Carlos Manuel Miyares Hernández utilizam seus instrumentos com intensidade apaixonada dos Jazz Messengers, Lee Morgan e Jackie McLean; o baixista Lázaro Rivero Alarcón e o baterista Juan Carlos Rojas Castro atiça o motor da máquina para uma temperatura vertiginosa, assistidos pelo percussionista Yaroldy Abreu Robles pela bateria batá de Dreiser Durruthy Bambolé. É uma perfeita tempestade.

E então há o próprio Valdés , entre os mais completos pianistas de jazz originários de Cuba ou de qualquer lugar, e sua peculiar mistura de influências , que inclui Cecil Taylor, McCoy Tyner, Bill Evans, Red Garland, Abdullah Ibrahim e Jelly Roll Morton. As subidas vertiginosas do teclado de Taylor são ouvidas em muitos dos solos de Valdés, ao lado do seu cromatismo. A improvisação de Tyner é relembrada no início de "Yansá", evocando sua introdução para "Acknowledgement" do disco do saxofonista John Coltrane, “A Love Supreme (Impulse!,1965)”. O lírico Evans e o bloco de acordes de Garland são ecoados quando a música fica mais suave, como acontece no meio do disco na divertida "Begin To Be Good" e , brevemente, em outras partes. Ibrahim está presente na blueseira "Zawinul's Mambo" e Morton em "New Orleans" (dedicada à família Marsalis ) e "Danzón."

Há uma última peça da semiologia : a capa fotografa Valdés com o sol em suas costas em uma encruzilhada. Com a mais literal tradução, a imagem sugere um encontro entre as tradições do jazz norte-americano e afro-cubano. Menos efetivamente, há a chama do espírito carregado do Delta blues e outras tradições folclóricas: locais perigosos capaz de conferir grande poder . Onde quer que ele esteja , Valdés tem o poder , e ainda está ascendente.

Faixas: Las dos caras; Danzón; Zawinul's Mambo; Begin To Be Good; New Orleans; Yansá; Julián; Chucho's Steps.

Músicas: Chucho Valdés: piano; Carlos Manuel Miyares Hernández: saxofone tenor; Reinaldo Melián Álvarez: trompete; Lázaro Rivero Alarcón: baixo; Juan Carlos Rojas Castro: bateria; Yaroldy Abreu Robles: percussão; Dreiser Durruthy Bambolé; bateria batá , vocal; Mayra Caridad Valdés: vocal.

Fonte : All About Jazz / Chris May

ANIVERSARIANTES 17/10


Barney Kessel (1923-2004) - guitarrista,
Chiquinha Gonzaga(1847-1935) – pianista,compositora (na foto),
Cozy Cole (1906-1981) - baterista,
Howard Alden (1958) – guitarrista,
Luiz Bonfá(1922—2001) – violonista,
Manuel Valera (1980) - pianista ,
Sathima Bea Benjamin (1936) - vocalista

sábado, 16 de outubro de 2010

CONCORD RELANÇA ÁLBUNS DO CATÁLOGO DA FANTASY/PRESTIGE


O “Concord Music Group” continua sua administração do velho catálogo da Fantasy/Milestone/Prestige com o lançamento de reedições de legendas como Wes Montgomery, Bill Evans, Miles Davis com Sonny Rollins, Chet Baker e Vince Guaraldi. Cada título foi resmaterizado em 24-bits e inclui várias faixas não lançadas anteriormente.

Seguem os títulos que serão lançados:

Wes Montgomery: Boss Guitar
Bill Evans Trio: Waltz for Debby
Miles Davis featuring Sonny Rollins: Dig
Chet Baker Sings: It Could Happen to You
Vince Guaraldi Trio: Jazz Impressions of Black Orpheus

Três destes títulos (Montgomery, Evans e Baker) foram originalmente lançados no selo Riverside de Bill Grauer, tendo Orrin Keepnews como produtor das sessões de Evans e Montgomery . Na nova brochura de notas para “Waltz for Debby”, a última gravação que o baixista Scott LaFaro fez com Evans, o erudito Keepnews descreveu o início da sua amizade com o pianista e outros artistas da Riverside: “Mas , de algum modo, olhando para trás, Eu já sentia uma afinidade com os músicos com quem estávamos trabalhando, compreendendo em que espécie de ambição e objetivos musicais estavam envolvidos, e uma consciência da minha posição naquilo tudo”.

O disco de Miles Davis, “Dig” foi gravado em 1951 e apresentou não só Sonny Rollins no saxofone tenor, mas também o jovem Jackie McLean no saxofone alto e uma seção rítmica formada por Walter Bishop no piano, Tommy Potter no baixo e Art Blakey na bateria. Todos, com exceção de Potter, fariam sucesso na era do bebop e além, mas nesta sessão eles são jovens explorando novas formas musicais em toda sua beleza natural. Ira Gitler escreveu as notas do disco para o disco original, bem como para a reedição, e diz que o disco foi o primeiro da Prestige em formato de LP e capacitou os músicos a se estender nas gravações como nunca tinham feito antes. Gitler, também observa, que Charlie Parker visitou o estúdio durante as gravações e ofereceu palavras de incentivo para o jovem Jackie McLean, que Gitler dissse estar inicialmente intimidado com a presença do grande saxofonista.

“It Could Happen to You” (capa do disco na foto) apresenta Chet Baker com 29 anos acompanhado por um um time de consagrados jazzistas de Nova York , incluindo Kenny Drew, Philly Joe Jones e Danny Richmond. Baker toca trompete tão bem como canta , e faz scats. Nas ótimas notas do relançamento, feita por Doug Ramsey, ele anota que “Chet uma vez disse que ele não estava certo se era um trompetista que cantava ou um cantor que tocava trompete”. Certamente, neste álbum, ele foi os dois.

O disco de Vince Guaraldi foi originalmente um tentativa de resposta à Bossa Nova, que vinha do Brasil naquela época. Guaraldi, acompanhado por Monte Budwig no baixo e Colin Bailey na bateria, tocam as músicas do filme Orfeu do Carnaval, que havia sido composta pelo famoso Antonio Carlos Jobim. Por causa do tamanho reduzido da música para um álbum de maior extensão, Guaraldi adicionou poucos originais, incluindo a primeira gravação conhecida de “Cast Your Fate to the Wind,” uma canção que seria um surpreendente sucesso de Guaraldi.

A sessão de Wes Montgomery exibe o guitarrista despojado com uma formação de trio com órgão com o subestimado Melvin Rhyne no órgão e Jimmy Cobb na bateria, que participou da gravação um dia depois de deixar a banda de Miles Davis. O álbum é largamente considerado um dos melhores no formato dentre aqueles que Montgomery fez para a Riverside. Neil Tesser habilmente captura o contexto da gravação nas linhas escritas para o relançamento.

Fonte : JazzTimes / Lee Mergner

ANIVERSARIANTES 16/10


David C. Clark (1969) – saxofonista,
Mark Walker (1961) - baterista,
Ray Anderson (1952) - trombonista,
Roy Hargrove(1969) - trompetista, flugelhornista (na foto),
Rubens Barsotti(1932) – baterista,
Tim Berne (1954) - saxofonista

sexta-feira, 15 de outubro de 2010

AZAR LAWRENCE –MYSTIC JOURNEY (FURTHERMORE)


O legado de John Coltrane está em “Mystic Journey”, e Azar Lawrence está inteiramente sem melindres com esta associação, tendo trabalhado com McCoy Tyner, notadamente no álbum de Tyner de 1973, “Enlightenment. Adicionando mais credibilidade para a convergência com Trane está o baterista Rashied Ali, em sua última gravação, que é devidamente dedicada a ele. A vívida e solar arte final do CD sugere um disco de acid-jazz, mas a música neste contexto tem batidas bastante repetitivas para esse rótulo, a despeito do lustro de ouro dado pelo flugelhorn de Eddie Henderson e a experiência da carreira de Lawrence com Marvin Gaye e Earth, Wind and Fire. Observe a acidez final para o iniciador e as vozes coletivas viris no esmaecer de “Summer Solstice”.

A presença do altoísta Gerald Hayes leva o grupo a formar um sexteto. Com uma entonação atormentada rememorativa de Bobby Watson, Hayes dá um sabor especial em “Walk Spirit, Talk Spirit” após uma triturante correria do líder balanceada por uma lógica clara de Henderson e vários musculares estribilhos por parte de Benito González, que empresta a esta seção uma espinha de aço. O baixista Essiet acelera antes do corte do tempo, e estas lufadas contribui para a excitação do disco, que movimenta-se com sentimento e energia. “Say It Over Again” nada acrescenta ao apresentado no clássico disco de Coltrane, “Ballads”, mas Lawrence tem pouco interesse em dar uma nova roupagem à sua influência. “Adress” de Ali , assim chamada por causa do seu filho leva o grupo para nova direção, e sua turbulência expansiva faz um pouco de alusão sobre onde ele não estaria quatro meses mais tarde. Hayes tenta coisas rítmicas no seu tema vagamente sul africano em 6/8. Benito golpeia acordes a la McCoy Tyner na ascensão dramática da melodia em “Journey´s End”.

Não sendo massivamente original em sua essência, este disco, porém, recaptura o redemoinho da fase transicional de Coltrane no meado dos anos 60 (Lawrence usa intensa força oriunda de massas sonoras) e representa forte retorno para Lawrence uma fina despedida para a arte de Ali.

Faixas
1. Mystic Journey
2. Summer Solstice
3. Quest
4. Walk Spirit, Talk Spirit
5. Say It Over Again
6. Adrees
7. Journey's End
8. Starting Point

Músicos :Azar Lawrence (saxofones soprano e tenor);Eddie Henderson (trompete,flugelhorn);Gerald Hayes(saxophone alto);Benito Gonzalez (piano);
Essiet Essiet (baixo); Rashied Ali (bateria).


Fonte : DownBeat / Michael Jackson

Cotação : * * * * (Muito Bom)

ANIVERSARIANTES 15/10


Bill Charlap (1966) – pianista (na foto),
Freddy Cole (1931) – pianista,vocalista,
Herman Chittison (1908-1967) - pianista,
Keith Javors (1971) - pianista,
Palle Danielsson (1946) – baixista,
Reid Anderson (1970) - baixista ,
Victoria Spivey (1906-1976) - pianista, vocalista

quinta-feira, 14 de outubro de 2010

RON HORTON – IT´S A GADGET WORLD (Abeat Records) [2009]


Preferindo a clareza tonal e linhas precisas, o trompetista Ron Horton evita extensas manipulações frequentemente associadas com improvisadores comtemporâneos. Mas a ressonância calorosa da sua entonação e a fluidez das suas improvisações assegura que ele nunca é tedioso, como evidenciado em seu quarto CD como líder. Enquanto o título brinca com a noção de preocupação com os últimos brinquedos eletrônicos, a música ilustra a contínua maleabilidade e vibração de um excitante quarteto acústico.

Frequentemente minimalista, as músicas têm seu próprio caráter e história com amplo espaços para improvisação. O sincopado e percussivo baixo de Ben Allison abre a faixa título, secundado pelo piano de Antonio Zambrini e pontuado pelo trompete, com a melodia emergindo da linha rítmica. O solo de Horton possui dinâmicas atrativas e rápidas, enquanto vários comandos explodem, e o baixista exibe sua pegada preenchendo-a com a influência do funk, acrescido pelo trabalho dos címbalos de Tony Moreno. A leveza austera do flugelhorn de Horton colore o delicado piano e abre o movimento de “Gaia” de Zambrini, com os músicos desfraldando improvisações melódicas antes de entrar em um diálogo espirituoso que conclui a peça.

Horton competentemente utiliza movimentos de grande impacto. As pequenas quantidades de oitavas em seu toque provoca uma profundidade emocional para a balada "Waiting for That", enquanto a alternância entre a rapidez e simples explosão controem o drama de seu "Toeing the Line". Inicia com a pulsação do baixo e da clareza da bateria, unindo a força atrás do líder com um piano blueseiro movendo-se sobre o belo movimento do baixo. Depois da introdução formal de "Old West" de Zambrini incrementando uma pegada rápida sob movimento circulares intervalados de Horton, com sua suave conclusão invocando o tema principal. "Laverne” de Andrew Hill é entusiasmente com emocionantes conjuntos de notas formando a melodia e provocando um duelo com a bateria e intercâmbio com o trompete.

Mesclando melancolia e bom humor, a música de Horton exibe uma sinceridade mais irresistível que um um novo brinquedo.

Faixas: It's a Gadget World; Gaia; Waiting for That; Shorter; 9x9; Toeing the Line; Old West; Chorale; Laverne.

Músicos: Ron Horton: trompete, flugelhorn; Antonio Zambrini: piano; Ben Allison: baixo; Tony Moreno: bateria.

Fonte : All About Jazz / Sean Patrick Fitzell

ANIVERSARIANTES 14/10


Aaron Aranita (1955) – saxofonista, pianista,
Dan DeChellis (1970) - pianista,
Dusko Goykovich (1931) - trompetista,flugelhornista (na foto),
Eduardo Gudin(1950) – violonista,compositor,
Garrison Fewell (1953) - gutarrista,
James Carney (1963) - pianista,
Jewell "Babe" Stovall (1907-1974) – guitarrista, vocalista,
John Graas (1924-1962)- frenchornista,
Kazumi Watanabe (1953) – guitarrista,
Matthew Parrish (1969) - baixista,
Spencer Williams (1889-1965) - pianista

quarta-feira, 13 de outubro de 2010

PONCHO SÁNCHEZ HOMENAGEADO


No último dia 10 de Outubro, a “Los Angeles Jazz Society - LAJS” apresentou o seu concerto anual (Dinner & Concert) no Downtown Marriott em Los Angeles, Califórnia . A organização concedeu ao percussionista e líder de orquestra , Poncho Sánchez, na foto, a “Jazz Tribute Award” e ao pianista Mike Melvoin a “Lifetime Achievement Award”. Outros prêmios foram dados à vocalista Dee Dee Bridgewater (“Jazz Vocalist Award”), ao compositor e arranjador Bill Cunliffe (“Jazz Composer/ Arranger Award”), a Anita E. Berry (“Teri Merrill-Aarons Founders Award”), ao educador John Mosley (“Jazz Educator Award”) e à saxofonista e flautista Chloe Feoranzo (“Shelly Manne Memorial New Talent Award”). O mestre de cerimônias da solenidade foi o conhecido crítico de cinema e escritor Leonard Maltin.

A organização arrecada fundos para promover a educação musical, bem como o legado do jazz em Los Angeles . A LAJS apresenta uma variedade de programas escolares e programas fora do campus tais como “Jazz in Schools” e “Bill Green Mentorship Program”. Este último oferece a estudantes selecionados bolsas consistindo em dez horas de lições particulares com um jazzista profissional, quatro workshops para praticar com outros estudantes e uma gravação profissional com a participação de outros estudantes.

Fonte : JazzTimes / Lee Mergner

ANIVERSARIANTES 13/10


Art Tatum (1909-1956) – pianista, Edu da Gaita(1916-1982) – gaitista,
Frank Colón (1951) - percussionista,
Joel Nascimento(1937) – bandolinista (na foto),
Lee Konitz (1927) - saxofonista,
Matt Jorgensen – 1972 (baterista),
Meegan Coleman ( 1975) – vocalista,
Orphy Robinson (1960) – vibrafonista,
Pharoah Sanders (1940) - saxofonista,
Ray Brown (1926-2002) - baixista, Ray Brown Jr. (1949) - vocalista , Terry Gibbs (1924) - vibrafonista,vocalista,
Vic Stevens (1959) - baterista

terça-feira, 12 de outubro de 2010

Nova temporada no Bar do Restaurante Veleiro do Yacht Clube da Bahia


Nova temporada de shows no bar do restaurante do Yacht Clube da Bahia.
Após o sucesso do mês de setembro voltamos com novas atrações.
Entrada livre.

CHARLES LLOYD QUARTET – MIRROR (ECM Records) [2010]


Às vezes a confiança na sabedoria pode produzir mais que o excitamento de um território mapeado. Charles Lloyd incrementa a energia vinda de “Rabo De Nube (ECM, 2008)”, um dos mais excitantes álbuns de fluir livre e dos novos grupos do saxofonista em metade da carreira. Confiando na crescente e profunda química do quarteto, e na maior parte com material reciclado ao invés de ser pautado largamente por composições originais como em “Rabo De Nube”, Lloyd continua sua ascendente trajetória; sua natureza intrinsicamente espiritual, uma força que o move, algo reminiscente ao disco “The Water is Wide (ECM, 2000)”. O multigeracional quinteto de “The Water is Wide” constituído por notáveis e estrelas, entretanto a partir de material selecionado de pouco importância de uma gravação mais longa, que também permitiu que a energia seguisse, “Hyperion with Higgins (ECM, 2001)”. Ao contrário, “Mirror”junta forças com três ativos músicos ,dos cerca de trinta, que estão na vanguarda do jazz norte-americano no século XXI.

Armazenando uma série de cuidados com seus discos próprios, Jason Moran tem provado que é mais do que esperto acompanhante, em particular em seu recente trabalho com Lloyd e companheiro do selo ECM ,Paul Motian, cujo “Lost in a Dream (2010)”, verte nova luz na miscelânea de angularidades “monkianas”, curso livre e extremo improvisacional e impressionismo lírico. Ele traz a mesma sensibilidade para “Mirror”, mas em geral com ênfase nas baladas, e o suingue lento cria um trabalho com demandas extemporâneas, entretanto ele voa para espaços mais longínquos na versão da tradicional "Lift Every Voice and Sing" registrada em “Lift Every Voice (ECM, 2002)”, e "Being and Becoming," de “Which Way is East (ECM, 2004)”, o duo intimista registrado no álbum de Lloyd com Billy Higgins, gravado pouco antes da morte do famoso baterista em 2001.

Posicionadas próximas à conclusão de "Mirror", estas faixas contrastam poderosamente com a faixa título, originalmente apresentada na sua estreia na ECM em 1989 com o álbum “Fish Out of Water”, mas mostrado aqui com um toque mais energético e pleno de compromisso e um olhar igualmente direto em "Desolation Sound" de “Canto (ECM, 1994)”. Através das anteriormente visitadas composições de Lloyd, os tradicionais spirituals e standards, Harland e o baixista Reuben Rogers impelem a música com mais atratividade. Duas músicas de Monk — a balada "Ruby, My Dear" e o rubato "Monk's Mood", demonstram as inescapáveis raízes de Moran, enquanto Lloyd altera "Caroline, No," do clássico disco dos The Beach Boys, “Pet Sounds (Capitol, 1966)”, dentro de algo com suave beleza.

Deixando o melhor para o fim , a delicada narração de Lloyd em "Tagi" de “ Which Way is East", posta sobre a cortina armada pelo arco de Rogers e o pianismo impressionista de Moran, é curta mais transcendental. Aclamando e fluindo com profundidade espiritual, Lloyd muda o saxofone para um solo modal conduzido por uma intensa pulsação de Harland, antes do quarteto se dispersar em uma tranquila coda, levando "Mirror" a completar o círculo.

Enquanto que retornando completamente à liberdade desabrida de “Rabo De Nube”, os maiores sucessos de "Mirror" tem um palpável e crescente senso de firmeza , permitindo a liberdade para explorar sem a compulsão para reunir o óbvio ou o melodramático. Em vez disto, os menores gestos vêm a ser ampliados, como em “Mirror” ,que continua a amparar um dos mais belos grupos de Lloyd e certamente, o mais solto, em sua longa carreira.

Faixas: I Fall in Love Too Easily (For Lily); Go Down Moses; Desolation Sound; La Llorona; Caroline, No; Monk's Mood; Mirror; Ruby, My Dear; The Water is Wide; Life Every Voice and Sing; Being and Becoming, Road to Dakshineswar With Sangeeta; Tagi.

Músicos: Charles Lloyd: saxofones tenor e alto, voz ; Jason Moran: piano; Reuben Rogers: baixo; Eric Harland: bateria.

Fonte : All About Jazz / John Kelman